FORMAÇÃO INICIAL DO PEDAGOGO E LINGUAGENS HIPERMIDIÁTICAS DA CIBERCULTURA: UMA REVISÃO DE LITERATURA (2006 – 2014)

INITIAL TRAINING OF THE PEDAGOGUE AND HYPERMEDIA LANGUAGES OF CYBERCULTURE: A LITERATURE REVIEW (2006 – 2014)

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10478818


Doutorando Paulo Luiz Vieira (orientando)¹;
Prof.ª Dra. Lucila Pesce (orientadora)².


Resumo

O artigo apresenta uma revisão de literatura realizada em uma pesquisa de mestrado defendida em 2017, porém traz em seu bojo um importante levantamento de literaturas e pesquisas datadas de 2006 à 2014 referente aos estudos voltados às Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) na educação e na formação de professores, em especial com as contribuições afeitas aos estudos da linguagem e da cognição. O marco temporal representa os documentos que orientam a formação do pedagogo em 2006 e a conferência nacional de educação (CONAE) em 2014. Nele apresentamos algumas pesquisas, seus contextos e principais conceitos, voltando-se aos estudos da linguagem e da educação, com uma base teórica materialista e dialética, por fim, apresentamos a importância de tais estudos ao campo de formação de professores e educação.

Palavras-chave: Formação inicial de professores; Tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC); Linguagem e tecnologia.

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo emana de uma pesquisa desenvolvida no programa de pós-graduação em Educação, de uma universidade pública, no estado de São Paulo, que foi defendido em 2017. É oportuno observar que essa pesquisa se integra a uma pesquisa em rede, desenvolvida com fomento do CNPq e finalizada no mesmo ano.

As pesquisas sobre formação professores, realizadas nos programas de pós-graduação stricto sensu vêm crescendo vertiginosamente nas últimas décadas, em especial aquelas que abordam em seu contexto o uso pedagógico das linguagens hipermidiáticas da Cibercultura, na área da educação. 

Para a revisão de literatura ora apresentada foi realizado um levantamento bibliográfico, tendo como base os bancos de dados da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Scielo (Scientific Electronic Library Online) e ANPED (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação), junto aos GT de Educação e Comunicação, Formação de Professores, Alfabetização, bem como nos bancos de teses e dissertações das principais universidades públicas Federais, Estaduais e Confessionais das cinco regiões do Brasil. 

O intuito desse trabalho foi o de investigar a ressignificação do uso pedagógico das TDIC na formação inicial de professores em diferentes regiões e universidades do território brasileiro, em especial nos cursos de Pedagogia. Sendo assim, foram selecionados, trabalhos acadêmicos, tais como, dissertações, teses e artigos científicos que serão discutidos no decorrer do presente artigo.

O levantamento dos trabalhos acadêmicos aqui discutidos foi realizado com base nos seguintes descritores: Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC); Tecnologias da Comunicação e Informação (TIC); Formação Inicial de Professores; Linguagem e Tecnologia.

Os descritores apresentados compõem um amplo campo de concentração, que versam sobre as tecnologias e seu uso pedagógico; formação inicial de professores no curso de Pedagogia e suas práticas pedagógicas; relações entre linguagem e tecnologia, descartando os estudos que abrangeram as linguagens de programação ou que tivessem um recorte de corpus similar.

Definiu-se o marco temporal de 2006 (dois mil e seis) a 2014 (dois mil e quatorze), pela relevância à pesquisa, no âmbito das políticas públicas em educação, considerando: a promulgação das Diretrizes Nacionais do Curso de Pedagogia, em 2006 e o Documento de Referência da Conferência Nacional de Educação (CONAE) de 2014.

Foram selecionados 5 (cinco) trabalhos acadêmicos de relevância à discussão realizada, que versa sobre o uso pedagógico das TDIC na formação inicial de professores, em especial no curso de Pedagogia.

2 EDUCAÇÃO E LINGUAGENS HIPERMIDIÁTICAS DA CIBERCULTURA

A sociedade, com o advento das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) tornou-se a cada década mais integrada. Esse cenário traz desdobramentos na dinâmica política, social e nas relações dos sujeitos sociais. Dinâmica essa que se caracteriza pela fluidez e mutabilidade. Os artefatos tecnológicos digitais que funcionam em rede – tablets, smartphones, notebooks, entre outros – possibilitam a aproximação das distâncias e, ainda que virtualmente, integram pessoas, lugares e conhecimento.

Esta dinâmica social interativa provoca transformações nas relações humanas e em como estas são constituídas, trazendo, assim, uma nova tessitura social, que influencia a constituição das identidades e o modo como os sujeitos estabelecem vínculos afetivos, cognitivos e sociais, na construção da cultura (LÉVY, 2000).

Nesse contexto cultural, ampliam-se as possibilidades de construção colaborativa do conhecimento e de mudanças significativas nos processos de constituição dos espaços educativos e das instituições de ensino. Tal cenário traz novos desafios à educação, em relação à aprendizagem e à interação estabelecida entre os sujeitos, nos aspectos relacionais, afetivos e cognitivos. 

Neste contexto, Paulo Freire (1997), ao abordar a leitura de mundo e da palavra e relacionar o signo e o significante no processo interação do homem, traz uma importante questão sobre como os sujeitos sociais contemporâneos apreendem o mundo e são capazes de realizar diferentes leituras, de maneira letrada e discursiva.

[…] A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. […]. (FREIRE, 2003. p. 11)

Sob este ponto de vista, analisar as tessituras em que a leitura da palavra e de mundo é realizada pelos sujeitos – por meio de suas percepções, sensações e histórias de contexto social e cultural com o uso das linguagens hipermidiáticas da Cibercultura – pode contribuir para a reflexão, à luz da perspectiva teórica sócio-histórica, sobre como as TDIC são ressignificadas, na formação inicial do pedagogo. 

No Brasil, como em muitos países, a formação inicial de professores para a os anos iniciais da educação básica ocorre preferencialmente nos cursos de Pedagogia, nas universidades e institutos superiores de educação, que, seguem a prerrogativa da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 9394 de 20 de dezembro de 1996.

A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. (LDBEN, 9394/96, Art. 62)

A formação docente torna-se não somente pauta nacional prevista em lei, mas também consolidado campo de estudos e pesquisas. O professor, que desde a década de 1970 era entendido como um profissional com formação inadequada e de atuação profissional erguida em meio a um processo de precarização, passa a ter proteção legal. A partir de então, o poder público passa a ter um olhar mais apurado sobre ele. Institui-se que o professor deve ser formado nas universidades e que, portanto, sua formação nos cursos de licenciatura deve ter um caráter científico, de modo a contemplar uma abordagem reflexiva e não simplesmente instrumental. 

De acordo com as Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia, com fundamento no parecer n.º 5/2005 do Conselho Nacional de Educação, incluindo a retificação CNE/CP 3/2006, um documento que visa orientar as instituições públicas e particulares, em relação a currículo, conteúdos, conhecimentos, área de atuação e requisitos mínimos para a formação dos professores responsáveis pela educação básica no país, o uso das tecnologias da informação e comunicação, em seu escopo amplo, deve ocorrer de acordo com as premissas da LDBEN 9394/96, em que é preciso,

Relacionar as linguagens dos meios de comunicação à educação, nos processos didático-pedagógicos, demonstrando domínio das tecnologias da informação e comunicação adequadas ao desenvolvimento de aprendizagens significativas. (artigo 5º, inciso VII);

O documento referência da Conferência Nacional de Educação (CONAE) ratifica as diretrizes do curso de Pedagogia e amplia a sua compreensão, em relação ao trabalho docente e ao uso pedagógico das TDIC na educação básica e na formação inicial de professores, em especial na rede pública de ensino do país. No eixo III, do mesmo documento, intitulado “Educação, trabalho e desenvolvimento sustentável: Cultura, Ciência, Tecnologia, Saúde, Meio Ambiente”, há o seguinte excerto: 

A educação é uma prática social cada vez mais ampla e presente na sociedade contemporânea, pois vêm-se multiplicando os ambientes e processos de aprendizagem formais e informais, envolvendo práticas pedagógicas e formativas em instituições educativas, no trabalho, nas mídias, nos espaços de organização coletiva, potencializados pelas tecnologias de comunicação e informação. Isso se vincula às novas exigências e demandas do mundo do trabalho e da produção, assim como ao desenvolvimento científico e tecnológico, aos aspectos de constituição da cultura local, regional, nacional e internacional e à problemática ambiental e da saúde pública no País. (Art. 176. Doc. Ref. CONAE 2014. p.40).

Os excertos supracitados são de fundamental importância à recomendação de se trabalhar o uso pedagógico das TDIC na formação inicial dos professores da educação básica, tendo em vista a sociedade do conhecimento, sua complexidade e diversidade social, econômica e cultural, nas diferentes regiões do território brasileiro.

Apesar dessa recomendação, é importante atentar para a abordagem da formação para o uso pedagógico das TDIC: numa dimensão utilitarista e instrumental ou numa perspectiva reflexiva e cultural. Para Pesce (2010), a formação inicial dos professores relativa ao uso pedagógico das TDIC tende a ser desenvolvida a partir de um olhar pragmático e mercantilista, em detrimento da vertente dialógica e reflexiva.

A formação docente dialógica cunha-se na ousadia de se formar no devir, o que implica a abertura para o novo, como atitude pessoal e profissional, que não nos encastela em nossos dogmatismos, em nossas referências. Nesse entendimento, formando e formador constituem-se mutuamente, enquanto sujeitos sociais inacabados. Nas mudanças qualitativas dos quadros teóricos e metodológicos articulados à nossa cosmovisão, conseguimos reconstruir os saberes, na medida em que deles nos distanciamos. Desse modo, a formação docente dialógica pretende contribuir para a constituição mútua de formando e formador, nos níveis conceitual, metodológico e, sobretudo, cosmovisivo. (PESCE, 2010. p. 55)

Sob o enfoque dialógico e histórico da formação de professores, Pesce (ibid.) sinaliza que esta deve ocorrer por meio do diálogo entre as questões de cunho metodológico e científico, para que o processo formativo possa ampliar a visão do educador sobre o fenômeno educativo. Em outros termos, esta vertente de formação necessita ocorrer numa perspectiva não instrumental, mas refletida e planejada pelo docente.

[…] mediante aproximação dos recursos tecnológicos de informação e comunicação, estimulando a criação de novos métodos didático-pedagógicos, para que tais recursos e métodos sejam inseridos no cotidiano escolar. Isto porque o conhecimento científico, nos tempos atuais, exige da escola o exercício da compreensão, valorização da ciência e da tecnologia desde a infância e ao longo de toda a vida, em busca da ampliação do domínio do conhecimento científico: uma das condições para o exercício da cidadania. […]. (BRASIL, 2006. p. 25/26)

De acordo com tal excerto de lei, torna-se necessário refletir sobre o modo como os professores têm acesso a tais questões e conhecimento, principalmente em como está sendo realizada essa formação inicial, para que façam uso pleno desses dispositivos tecnológicos, no exercício da docência.

Segundo Silva (2002), as tecnologias interativas da comunicação permitem um novo olhar e fazer didático, com uma mediação e espacialidade diferenciada do conhecimento e da prática pedagógica, ao redimensionar a mensagem a diversos meios de vinculação e produção de informação e conhecimento.

As novas tecnologias interativas tendem, por sua vez, a contemplar as disposições da nova recepção. Elas permitem a participação, a intervenção, a bidirecionalidade e a multiplicidade de conexões. Elas ampliam a sensorialidade e rompem com a linearidade e com a separação emissão/recepção. Sua disposição à interatividade permite ao usuário ser o ator, ser o autor, “cujas capacidades imaginativas e criativas podem se revelar de uma complexidade, de uma riqueza notáveis, sem lhe proibir nem a contemplação nem a mediação”. Sua disposição interativa permite que em seu passeio livre, o espectador possa organizar sua própria duração e o conteúdo do seu programa. (SILVA, 2002, p. 13).

Nesse contexto, torna-se importante a realização de um processo de formação que se insurja contra o caráter instrumental de uso da TDIC (PESCE, 2010) e que se situe como um processo formativo de reflexão do uso dessas tecnologias para o desenvolvimento pleno do aluno com a efetivação de uma aprendizagem significativa e contextualizada. Nesse movimento, é importante que o professor entenda e realize um trabalho em um contexto de vivência plena das TDIC, para que o educando possa compreendê-las como um artefato social e cultural.

Na verdade, as próprias escolas públicas enfrentam grandes dificuldades de ordem estrutural, pedagógica e tecnológica. Poucos alunos têm acesso às tecnologias em suas escolas e mais reduzido ainda é o número de professores que propõem atividades de aprendizagem articuladas diretamente com as TIC. Quando acontece, elas são utilizadas numa perspectiva instrumental, com cursos básicos em torno de algum software, ou para fazer uma pesquisa na internet, que em nada muda as dinâmicas já instituídas pela escola e largamente criticadas; também porque essas atividades, muitas vezes, são coordenadas pelos responsáveis pelos laboratórios e não pelos professores de sala de aula, ou então porque os professores não possuem formação para propor outras atividades, além das tradicionais pesquisas. (BONILLA, 2010. p.43).

Bonilla (2010) aborda as dificuldades que as instituições de ensino brasileiras possuem, ao realizar a inclusão digital de seus alunos e professores, ora devido às especificidades regionais que dificultam o acesso à internet com tecnologia de banda larga, ora por questões relativas à formação docente, que impedem o uso pedagógico das TDIC como processo cultural de construção de conhecimento, para além de ferramentas de auxílio descontextualizadas do cotidiano escolar.

Desta maneira, a pesquisadora deflagra a fragilidade das ações e políticas públicas educacionais, em torno da democratização do acesso educativo às diferentes tecnologias digitais, que ocorrem por meio de acordos com instituições privadas de acesso à internet, mediante concessões públicas com tempo determinado, sem que haja manutenção e até mesmo garantia de que as escolas públicas mantenham seus projetos pedagógicos com o uso dos recursos digitais.

Em face de todos estes desafios, o que diz a revisão de literatura, neste campo de estudos e pesquisas?

3 FORMAÇÃO DE PROFESSORES E TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: O QUE AS PESQUISAS INDICAM?

No levantamento bibliográfico relatado neste artigo, obtivemos um total de 27 trabalhos científicos, por meio da leitura dos títulos, resumos, temáticas e introduções, distribuídos em 6 (seis) artigos científicos, 12 (doze) dissertações de mestrado e 9 (nove) teses de doutoramento. Estas pesquisas abordaram as tecnologias digitais em seu uso pedagógico, assim como a linguagem e educação. Deste escopo, foram selecionados 5 (cinco) títulos, que dialogam proficuamente com o objeto de análise do presente artigo.

A análise foi desenvolvida com base nos seguintes critérios: temática; metodologia, status (formas de publicação: tese, dissertação, artigo). 

Na construção do quadro houve a preocupação em buscar obras que privilegiassem o trabalho com o uso pedagógico das TDIC em relação à linguagem.

Quadro 3 – Produções Acadêmicas de Relevância para a Pesquisa

N.ºAUTOR/ANOTÍTULOINSTITUIÇÃOPUBLICAÇÃO / ÁREA(Dissertação, Tese e Artigo)
1.BARRETO, Raquel Goulart Barreto. (2012)A Recontextualização das Tecnologias da Informação e da Comunicação na Formação e no Trabalho Docente.Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)Artigo: Educação
2.BATISTA, Simone Rodrigues. (2012)Um Diálogo entre Comunicação e Educação: A formação Inicial de Professores em Sociedades MidiáticasUniversidade de São Paulo (USP)Tese: Educação
3.CORACINI. Eva Graciela Reyes. (2010) A Formação de Professores para o Uso das Tecnologias Digitais nos Cursos de Pedagogia. Universidade do Estado de Santa Catarina (UESC)Dissertação: Educação
4.LAMEU, Paula Cristina. (2013)Os Conflitos do discurso Disciplinar Pedagógico e do Discurso Tecnológico Educacional.Universidade de Sâo Paulo (USP)Dissertação: Linguística Aplicada
5.ZUIN, Antonio A. S. (2010)O Plano Nacional de Educação e as Tecnologias da Informação e Comunicação.Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR)Artigo: Educação

Fonte: Quadro elaborado pelos autores do artigo

A revisão de literatura buscou abordar os pontos principais de cada uma das obras, com sua estrutura, discussão fundante, ano de publicação e possíveis resultados. Ao final de cada, há uma breve reflexão das aproximações e dos distanciamentos dos trabalhos selecionados, na temática, na escolha metodológica e/ou teórica, ou, ainda, nos apontamentos de seus resultados.

O artigo intitulado “A Recontextualização das Tecnologias da informação e Comunicação na Formação e no Trabalho Docente”, publicado em 2012 pela professora Dr.ª Raquel Goulart Barreto, do Programa de pós-graduação em educação da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) na revista digital Educação e Sociedade, da Unicamp – Centro de Estudos Educação e Sociedade (CEDES). No artigo, a autora fundamenta-se na análise crítica do discurso para a contextualização das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) na formação e trabalho docente, considerando as tendências pedagógicas de disputa. O trabalho está dividido em sessões que são: Princípios básicos da análise crítica do discurso; O conceito de recontextualização como chave; Ensinar e aprender; Para além da inovação tecnológica. O artigo possui discussão profícua para a temática das TDIC e seu uso pedagógico, tendo como base teórica a Análise Crítica do Discurso (ACD). Pensa e marca a diferença do movimento entre a relação da linguagem desprovida de contexto externo e político, trazendo os aspectos dos contextos micro e macro, pela vertente discursiva. O estudo compreende os mecanismos que foram historicamente constitutivos e legitimados pelo uso das tecnologias na educação na formação e na prática docente, pelo viés da construção de sentido da linguagem, por meio dos discursos apresentados. Para tal análise Barreto baseia-se em autores da vertente crítica do discurso, como Fairclough (2010) e da pedagogia crítica brasileira, como Saviani (2007).

O discurso constitui matéria a ser investigada no conjunto das suas condições de possibilidade e não apenas como “performatividade”, expandida a ponto de lhe atribuir o poder de forjar a realidade por ele referida/representada. O que faz com que as ideias adquiram performatividade é a sua congruência com o que não é discurso; ou seja, com a base da vida material. (BARRETO, 2012. p.. 987)

Nessa discussão, a autora traz as contradições discursivas no contexto do uso pedagógico das TDIC na formação docente e sua prática educativa, destacando as escolhas lexicais e compreendendo, desta maneira, as suas ressignificações e atribuições de sentido. O texto traz uma recontextualização educacional das TDIC (Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação), no âmbito social e discursivo, amparando-se nos autores que tratam as TDIC ne maneira global, no contexto educativo, tais como Adam Scarff (1995), Galvão (2003), Mattelart (2002), entre outros, de modo a fazer uma relação das tecnologias na substituição e/ou reformulação do trabalho humano, na ampliação das formas de controle social na ampliação das atuações pedagógicas e educativas em larga escala, ou seja, em um processo de educação a distância em que o uso das tecnologias é necessário em seu fazer.

Por fim, Raquel Barreto aborda questões além da democratização do uso e acesso das TDIC no âmbito educacional brasileiro, por meio de incentivos à formação docente, segundo ela, aligeirada a partir dos adendos constantes nos componentes do Plano Nacional de Educação, tendo como ponto de partida o ano de 2001 para o cumprimento de metas da formação dos professores no Brasil com a oferta de cursos à distância. A realidade abordada por Barreto possibilitou perceber uma aproximação, a partir da temática desenvolvida pela autora, assim como a sua escolha metodológica no campo da linguagem para a análise de seu corpus, com reflexões profícuas sobre as tecnologias, no âmbito pedagógico. Os distanciamentos encontrados com o que é discutido na pesquisa acadêmica que integra a presente revisão de literatura está na escolha teórica da análise discursiva e seus autores de fundamentação, que embora se trate de uma análise do discurso, a linha definida como a análise crítica do discurso (ACD) possui um desenvolvimento teórico norte-americano representado por Fairclough (2010), em que tal perspectiva possui importância considerável em sua abordagem dialética da linguagem, a partir das contradições para a construção e ressignificação discursivas, pois no presente artigo tratamos de uma análise de conteúdo. Assim, o trabalho de pesquisa discutido consubstancia-se como análise do discurso, de caráter crítico e dialético, em que sua base histórica dialética buscará nas contradições as aproximações existentes nas cenografias e nas formações discursivas, nas enunciações encontradas em torno da formação de professores.

O segundo trabalho destacado é de autoria de Simone Rodrigues Batista. Trata-se de uma tese de doutoramento defendida no ano de 2011, intitulada “Um diálogo entre comunicação e educação: a formação inicial de professores em sociedades midiáticas” pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa defendida pela autora possuiu como objeto de investigação a formação inicial de professores e sua relação com a sociedade midiática na atualidade, com a exigência de novas e diversificadas habilidades aos professores para o trabalho pedagógico com crianças nascidas na era da tecnologia digital, como espaço único e aprendizagem e socialização. Nesse contexto, a autora analisa a formação de professores e sua relação com as questões comunicacionais midiáticas e o preparo dessas mídias na escola. Uma pesquisa de base metodológica qualitativa em educação, que se desenvolveu mediante análise dos componentes curriculares de seis cursos de formação inicial de professores em Pedagogia, na cidade de Santos, na interface entre educação e comunicação. Para a realização desse trabalho, também foram analisados questionários aplicados junto a professores de oito escolas de ensino fundamental I da rede pública municipal da cidade de Santos, com foco no uso pedagógico das mídias tecnológicas e comunicacionais em sala de aula. No levantamento dos dados, foram avaliadas as percepções a respeito das práticas pedagógicas que os professores têm, no que tange o trabalho com as mídias em suas aulas. Os resultados levantados contribuíram para salientar a tese de que há necessidade de se reorientar a formação inicial de professores, em decorrência das demandas sociais, educacionais e culturais emergentes, uma vez que os cursos de formação inicial preparam os professores para os alunos inseridos em uma sociedade midiática. Tais resultados revelam que a escola e seus professores necessitam se assumir como produtores sociais de comunicação, aproximando ambas as áreas – educação e comunicação – em um diálogo profícuo. A tese possui consonância com o presente artigo, pois se trata de uma reflexão, em relação às TDIC na formação inicial de professores, por ela mencionada como Tecnologias Midiáticas de Comunicação. Diferentemente de outras pesquisas com temas similares, a autora, preocupa-se com o trabalho pedagógico presencial realizado pelos professores em sala de aula, mais especialmente nas séries iniciais do ensino fundamental, na cidade de Santos. Essa pesquisa teve como objeto de pesquisa o uso das TDIC na formação inicial de professores em sala de aula, buscando nas estruturas curriculares de universidades públicas e particulares da citada cidade, pontos que revelassem a preocupação destas, em preparar os futuros docentes a um trabalho metodologicamente competente no uso pedagógico dessas mídias, na prática docente. Este trabalho possui significativa aproximação com a pesquisa acadêmica da qual emana o presente artigo: as TDIC no contexto de formação inicial de professores, nas prerrogativas legais, discursivas, nos enunciados em como estas podem, ou não, influenciar na prática docente dos futuros professores.

Relativo aos distanciamentos existentes entre as pesquisas há um caráter metodológico similar: ambas se caracterizam como estudos de caso e pesquisas qualitativas. Entretanto, a análise dos dados e objetivos em comum se diferem, pois a pesquisa traz em seu contexto de análise os temas emergentes, no que foi levantado entre comunicação, tecnologia e mídias, presente nos currículos das universidades e nas falas dos professores em atuação. Na pesquisa que integra a presente revisão d literatura, quando abordados esses contextos, são analisados não somente as temáticas, mas as formações discursivas e enunciativas dos formadores de professores, acerca de como são ressignificadas as orientações legais sobre o uso pedagógico das TDIC.

O terceiro trabalho situa-se como pesquisa de autoria de Eva Gracieli Reyes Coracini, com o título “A Formação de Professores para o Uso das Tecnologias Digitais nos Cursos de Pedagogia”. Trata-se de uma dissertação de mestrado defendida no ano de 2010, pela Universidade Estadual de Santa Catarina, no programa de pós-graduação em Educação. A pesquisa é de natureza metodológica quantitativo-qualitativa. Possui como corpus de investigação os projetos pedagógicos dos cursos de Pedagogia de diferentes universidades públicas do Brasil, com o intuito de analisar a presença, ou não, de temáticas, conteúdos e objetivos que relacionassem o ensino e uso pedagógico das TDIC na formação inicial de professores, na diversa extensão territorial brasileira. O objetivo da pesquisa foi o de identificar as diferentes concepções de tecnologias presentes, ou não, nos documentos de curso das universidades públicas e como essas inseriam as temáticas em seus currículos. Foram levantadas 70 (setenta) universidades públicas estaduais e federais no território brasileiro, em todas as regiões (Norte, Sul, Leste e Oeste). Entre as universidades levantadas, a pesquisadora analisou 32 (trinta e dois) projetos pedagógicos de curso (PPC) das instituições públicas, procurando observar se havia significância em sua demanda por formação de professores da educação básica, em especial para o curso de Pedagogia. Os resultados analisados apontam que um quinto dessas instituições públicas não atualizou os seus cursos de Pedagogia para atender a recomendação legal de formação para o uso pedagógico das TDIC. A pesquisa identificou, também, que as instituições que possuem as temáticas da tecnologia presentes em seus currículos, as ofertam em forma de disciplinas optativas, o que não garante a efetivação das mesmas, na formação inicial dos professores da educação básica, revelando, assim, a importância de se abordar e trabalhar o uso educacional das Tecnologias na formação dos professores na universidade. Em sua conclusão, a autora destaca, ainda, que a presença das temáticas das TDIC identificadas nas universidades possui um caráter positivista do uso das tecnologias. Os achados da pesquisa sugerem ser necessário discutir e apresentar as tecnologias de forma crítica na formação inicial de professores. A pesquisa também destaca que as disciplinas com temáticas similares deveriam ser abordadas não como opcionais, mas como obrigatórias / fundamentais para a formação de professores no curso de Pedagogia, em todas as instituições públicas levantadas e analisadas. Trata-se de um estudo relevante, que possibilita um estado da arte do ensino de temáticas que envolvem as Tecnologias Digitais na formação inicial de professores realizada pelas universidades públicas brasileiras, ao se preocupar com a extensão territorial. Ao abordar os currículos dos cursos, a autora trouxe a discussão de como as instituições públicas que devem implantar as premissas legais, estão tratando tais premissas em seu contexto de formação, se as colocam como prioritárias ou secundárias, e quando as apresentam, se as fazem tão somente como cumprimento de uma prescrição legal ou se possibilitam reflexão crítica sobre o uso pedagógico das TDIC.

Ambas as pesquisas supracitadas mostram que as pesquisas que abordam o uso pedagógico das TDIC no contexto de formação de professores, em especial da educação básica realizada no curso de Pedagogia, têm relevância científica e social, pela contribuição à reflexão acerca das políticas públicas de educação e seus desdobramentos, em face da diversidade cultural, educacional e territorial do Brasil. Mostram-se, também, preocupadas com o trabalho das instituições públicas de ensino superior, no que diz respeito à formação para o uso pedagógico das TDIC na formação inicial de professores.

O quarto trabalho, de autoria de Paula Cristina Lameu, com o título “Os conflitos do discurso disciplinar pedagógico e do discurso tecnológico educacional”, trata-se de uma dissertação de mestrado defendida no ano de 2013, no curso de pós-graduação em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). A pesquisa tem como objeto a identidade de professores e alunos, na emergência de práticas diferenciadas, em relação à pedagogia tradicional e as tecnologias da educação. A temática levantada refere-se ao processo de subjetivação e constituição de identidade de professores e alunos, sob a influência do discurso pedagógico e as novas tecnologias da informação. A pesquisa foi realizada em uma escola ensino Fundamental II e Médio, no município de Mogi das Cruzas, região metropolitana de São Paulo. A escola possui tecnologias interativas, como lousa digital, e possui um projeto pedagógico que contempla o uso dessas tecnologias, assim como atividades a distância realizadas pelos alunos, planejadas e supervisionadas pelos professores. Nesse contexto, a autora levanta a hipótese de que há dois paradigmas coexistindo no ambiente escolar, que são o discurso pedagógico de uma pedagogia tradicional e o discurso tecnológico advindo dessa estrutura presente na unidade de ensino, em que, das formas diferentes de pensar a e agir na educação podem surgir conflitos, levando à constituição de subjetividades ambíguas e contraditórias no mesmo espaço escolar. Ao investigar como essa contradição e ambiguidade estão afetando o processo de subjetivação de professores e alunos no espaço escolar, a pesquisadora procura identificar os discursos de alunos e professores em relação à tecnologia e à educação, que se materializam nesse conflito e quais as produções de sentido desses discursos paradigmáticos, bem como analisar o modo como esses efeitos de sentidos afetam os processos de subjetivação de professores e alunos. Para a realização da pesquisa, a autora aplicou dois questionários abertos aos professores e alunos, escritos em duas etapas: no início do processo do ano letivo e ao término deste, após a vivência do uso das tecnologias no ensino e na sala de aula, para ambos os públicos da escola. A pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa de cunho qualitativo, um estudo de caso, tendo como base analítica o discurso produzido pelos seus atores, assim como a análise da contraposição de paradigmas e formações discursivas, em uma perspectiva foucaultiana (1982). A pesquisa levanta questões importantes entre diferentes discursos presentes no mesmo ambiente, como no caso, a tecnologia e a educação, presentes no mesmo espaço educativo, assim como, a subjetivação dos sujeitos, ao atribuir distintos efeitos de sentido ao que se está vivenciando no processo pedagógico. Embora não se trate claramente de uma investigação acerca da formação de professores, em especial, do pedagogo, o trabalho aborda os campos conceituais linguagem, discurso, tecnologia e educação. Sabemos que a subjetivação dos professores quanto às suas identidades pedagógicas, indiferentemente do seu nível de atuação, é algo que aparece em seus discursos, mesmo que esse não seja o foco principal de análise. Como já abordado, descrever as cenas que ocorrem em um determinado discurso, seus efeitos de sentido, suas possíveis ressignificações perpassam o sujeito que o enuncia e esse, por sua vez, o faz de acordo com seus modos de subjetivação da realidade.

O que se pode perceber da aproximação de ambos os trabalhos é a preocupação com os efeitos de sentido que a apropriação das TDIC tem diante do trabalho pedagógico realizado pelos docentes, em sala de aula, nos níveis fundamental, médio e superior.

O quinto trabalho é um artigo de Antônio Álvaro Soares Zuin, professor do departamento de Educação e do programa de pós-graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). O trabalho titulado “O Plano Nacional de Educação e as Tecnologias da Informação e Comunicação” foi publicado no ano de 2010, na revista eletrônica “Educação e Sociedade” da Universidade Estadual de Campinas do Centro de Estudos de Educação e Sociedade. O artigo reflete sobre o modo como as tecnologias digitais da informação e comunicação foram consideradas no documento oficial da Conferência Nacional de Educação (CONAE) e quais apontamentos servem de base para a elaboração das diretrizes estratégicas de ação do novo Plano Nacional da Educação (PNE) de 2011 – 2020. Ao fazê-lo, o pesquisador traz um panorama das políticas educacionais que referendam as tecnologias da informação em seu contexto, fazendo uma relação dessas com os processos de mudanças sociais, econômicas e políticas, até a elaboração do referido documento da Conferência Nacional de Educação, em 2010. Nesse movimento, reflete sobre as propostas da Conferência Nacional de Educação (CONAE), do Plano Nacional de Educação (PNE) e da Secretaria Nacional de Educação (SNE), quanto às suas ressignificações e inovações tecnológicas para a educação nacional da infância e juventude.

No Documento-Referência da CONAE, há uma série de pertinentes considerações sobre a importância da ampliação da chamada educação tecnológica, sobretudo no incentivo à presença dos laboratórios de informática nas escolas, pesquisas on-line e intercâmbios científicos e tecnológicos, nacional e internacional, entre instituições de ensino, pesquisa e extensão. Contudo, nota-se a ausência de uma reflexão mais desenvolvida sobre a forma como as novas TIC determinam os rumos dos atuais processos de ensino e aprendizagem. A ênfase sobre os aspectos técnicos envolvidos no uso dos instrumentais listados no documento não pode ser absolutizada a ponto de ofuscar a necessária discussão sobre o papel da tecnologia como processo social que reconfigura as características identitárias dos agentes educacionais. (ZUNIN, 2010. p.. 967)

Nessa discussão, o pesquisador aponta a necessidade de uma maior reflexão, por parte dos documentos oficiais, ao elaborar suas diretrizes estratégicas de ação, de modo a integrar a tecnologia aos planos e políticas nacionais, não apenas no tocante às questões metodológicas, mas também em como propiciar às mesmas uma efetiva realização, no âmbito escolar. Nesse contexto, o artigo aborda a Educação a Distância e a formação do PNE como possibilidade de ampliação do acesso e uso da tecnologia, por meio de políticas que visem à valorização da formação dos profissionais da educação, para uma reflexão crítica sobre as diferentes linguagens e mídias na educação e as formas como essas se engendram aos processos formativos e de ensino e aprendizagem. Na conclusão, o trabalho traz reflexões sobre os limites das relações humanas diante da tecnologia, o modo como vivenciamos a sociedade tecnológica e seus dilemas. Faz, assim, uma reflexão crítica da fetichização tecnológica, apontando que tal reflexão necessita ser fomentada em tais documentos. Salienta que as políticas públicas educacionais devem incorporar a reflexão de que tais recursos tecnológicos ressignificam as características das teorias e práticas pedagógicas e dos processos de construção de identidades dos agentes envolvidos. O artigo traz reflexões importantes quanto ao uso do pedagógico da tecnologia no contexto nacional, propulsionado pelas políticas e diretrizes educacionais, em como essas apresentam e concebem a tecnologia a ser implantada no contexto escolar e possibilitam aos atores envolvidos nesse processo as suas construções sociais e identitárias. Nesse contexto vemos aproximações importantes com o estudo em tela, uma vez que trabalhamos com o processo de implantação de políticas públicas educacionais afeitas às TDIC na educação, como essas se ressignificam e são, ou não, incluídas nos processos pedagógicos. O texto analisado possibilita a construção adensada de um argumento em prol da importância de uma reflexão crítica sobre o uso das TDIC em sala de aula, a concepção de tecnologia presente na formação inicial de professores, em especial no curso de Pedagogia, assim como o perfil do profissional que estamos formando para atuar na sociedade da informação e do conhecimento, seus valores e o grau de apropriação crítica do aparato tecnológico, em sua prática pedagógica.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo apresenta uma revisão de literatura sobre os estudos acadêmicos referentes ao uso pedagógico das tecnologias digitais da informação e comunicação na educação (TDIC), em especial aquelas que retratam aspectos da linguagem e das políticas públicas para o mesmo fim, na formação inicial de professores.

Desta maneira, o texto buscou destacar e refletir sobre as pesquisas que averiguaram a consonância, ou não, das tecnologias e linguagem nas diretrizes e outros documentos nacionais atinentes à formação inicial de professores, com vistas a observar em que medida seus efeitos de sentido se fazem presentes e necessários no campo da formação inicial dos professores da educação básica, em especial do pedagogo.

A revisão de literatura ora apresentada aponta que este campo de investigação ainda se configura como uma arena que merece estudos e pesquisas, se o que se pretende é que as investigações acadêmicas contribuam para que a formação inicial do pedagogo para o uso educacional das TDIC erga-se em meio a uma dimensão culturalista (BONILLA, 2010), para além da dimensão instrumental, com vistas a uma educação de qualidade social (CONAE, 2014).

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¹Doutorando e Mestre em Educação pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e licenciado em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), Coordenador Pedagógico da Rede Municipal de Educação de São Paulo, realiza pesquisas nas áreas de formação de professores e gestão pedagógica.
²Pós doutora em Filosofia e História da Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Doutora e Mestre em Educação: Currículo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), professora Adjunta da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), líder do grupo de pesquisa em Linguagens Educação e Cibercultura (LEC), realiza pesquisas na área da formação de professores, mídias digitais e seu uso pedagógico.