REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7813385
Adriana Ribeiro Araújo1
Angelina Vanderléia Bitencourt2
Ednelma Silva Santana Borges3
Elizangela Carla Beserra da Fonseca4
Esmeralda de Fatima Martins5
Gislene Rodrigues Braga6
Karla Danielle Assunção Ferreira Moraes7
Leila Biasuz8
Queila da Silveira Wacht9
Rosimari Gonçalves da Maia10
Silvia Cristiane dos Santos Moreto11
Silvanice Silva Moraes12
RESUMO
Este artigo apresenta uma revisão da literatura sobre a formação docente para o trabalho pedagógico com tecnologias assistivas com alunos com deficiência visual. As tecnologias assistivas são uma ferramenta valiosa para a inclusão desses alunos, mas é necessário que os professores estejam preparados para utilizá-las de maneira adequada e eficiente. A formação docente é essencial para garantir práticas pedagógicas inclusivas e efetivas. O artigo discute os desafios e oportunidades da formação, bem como experiências bem-sucedidas e reflexões críticas sobre o uso dessas tecnologias em sala de aula. Conclui-se que as tecnologias assistivas devem ser utilizadas em conjunto com outras estratégias e políticas que garantam o pleno acesso e participação das pessoas com deficiência na sociedade. Investir na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias assistivas pode trazer benefícios significativos para a sociedade como um todo.
Palavras-chave: Tecnologias assistivas, Deficiência visual, Formação docente, Educação inclusiva
ABSTRACT
This article presents a literature review on teacher training for pedagogical work with assistive technologies for students with visual impairments. Assistive technologies are a valuable tool for inclusion, but it is essential that teachers are prepared to use them effectively. Teacher training is necessary to ensure inclusive and effective pedagogical practices. The article discusses the challenges and opportunities of this training, as well as successful experiences and critical reflections on the use of these technologies in the classroom. It is concluded that assistive technologies should be used in conjunction with other strategies and policies that guarantee full access and participation of people with disabilities in society. Investing in research and development of assistive technologies can bring significant benefits to society as a whole.
Keywords: Assistive Technologies, Visual impairment, Teacher training, Inclusive Education
INTRODUÇÃO
A utilização de tecnologias assistivas no ambiente escolar tem se mostrado uma ferramenta valiosa para a inclusão de alunos com deficiência visual. No entanto, é necessário que os professores estejam preparados para utilizar essas tecnologias de maneira adequada e eficiente (GOMES, 2018).
A inclusão de alunos com deficiência visual tem sido um desafio para o sistema educacional em todo o mundo (FERREIRA, 2019). No entanto, com o avanço da tecnologia, novas possibilidades de inclusão têm surgido. As tecnologias assistivas, por exemplo, têm se mostrado uma importante ferramenta para garantir que esses alunos tenham acesso aos mesmos conteúdos e atividades que seus colegas sem deficiência visual (GOMES, 2018).
No entanto, conforme assinala Ferreira (2019), para que essas tecnologias sejam efetivas, é necessário que os professores estejam preparados para utilizá-las de maneira adequada. A formação docente é essencial para que os professores possam compreender as possibilidades e limitações dessas tecnologias e utilizá-las de maneira inclusiva e eficiente.
Diante desse contexto, este artigo busca apresentar uma revisão da literatura sobre a formação docente para o trabalho pedagógico com tecnologias assistivas com alunos com deficiência visual. Serão discutidos os principais desafios e oportunidades da formação, bem como experiências bem-sucedidas e reflexões críticas sobre o uso dessas tecnologias em sala de aula. Espera-se que este artigo possa contribuir para a promoção de práticas pedagógicas mais inclusivas e efetivas no contexto da educação inclusiva.
O artigo tem como objetivo apresentar uma revisão da literatura sobre a formação docente para o trabalho pedagógico com tecnologias assistivas com alunos com deficiência visual. A partir disso, se inclina a discutir os desafios e oportunidades da formação, bem como experiências bem-sucedidas e reflexões críticas sobre o uso dessas tecnologias em sala de aula. Algumas das tecnologias mencionadas incluem as tecnologias digitais, como computadores, tablets e smartphones, que podem ser usados para melhorar a aprendizagem dos alunos. Além disso, o artigo destaca a importância da formação continuada do professor para garantir que eles estejam preparados para usar essas tecnologias de forma eficaz em sala de aula. O uso dessas tecnologias pode ajudar a tornar o ensino mais interativo e envolvente para os alunos, mas também apresenta desafios que precisam ser superados
Neste sentido, este artigo se estrutura sobre os dois primeiros itens propostos para conceituar e discutir os dois temas que fazem base para a discussão principal desta pesquisa. O primeiro se debruça sobre as tecnologias assistivas e as dinâmicas de sua aplicação no contexto escolar; já o segundo item se preocupa com a formação de professores e a importância de um currículo que se aprofunde na temática da tecnologia em sala de aula. Após a construção dessa teoria conceitual, esse artigo inicia a discussão de seu objeto na tentativa de elucidar e resolver todos os objetivos postulados. Essa terceira parte do trabalho se resume em uma revisão bibliográfica que se revela a mais apropriada para alcançar as resoluções esperadas.
TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
As tecnologias assistivas são recursos e serviços que visam promover a autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social de pessoas com deficiência. No contexto escolar, as tecnologias assistivas podem ser utilizadas para tornar o ambiente mais acessível e proporcionar condições para que os alunos com deficiência visual possam aprender e participar ativamente das atividades educacionais(GOMES, 2018).
As tecnologias assistivas, também conhecidas como tecnologias de apoio, são recursos e dispositivos utilizados para auxiliar pessoas com deficiência a realizarem atividades cotidianas e a participarem da sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas(GOMES, 2018). De acordo com a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), as tecnologias assistivas englobam “produtos, instrumentos, equipamentos e sistemas tecnológicos desenvolvidos para melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiências, incapacidades ou necessidades especiais” (WHO, 2021, p. 23).
Para Zanetti e Cunha (2020), as tecnologias assistivas são recursos que permitem a inclusão de pessoas com deficiência, possibilitando que elas realizem atividades que antes não eram possíveis. Esses autores destacam que essas tecnologias podem ser de baixa, média ou alta complexidade, e que sua utilização pode ser fundamental para o processo de inclusão dessas pessoas.
Segundo Silva e Souza (2019), as tecnologias assistivas têm como objetivo principal aumentar a autonomia e a independência das pessoas com deficiência, e podem ser utilizadas em diversas áreas da vida, como a educação, o trabalho, o lazer e a comunicação. Essas tecnologias incluem desde dispositivos simples, como lupas e ampliadores de texto, até dispositivos mais complexos, como softwares de reconhecimento de voz e sistemas de comunicação alternativa e aumentativa (SILVA; SOUZA, 2019)
FORMAÇÃO DOCENTE E O USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS PARA O ENSINO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL
A formação docente para o trabalho pedagógico com tecnologias assistivas é essencial para garantir que os professores estejam preparados para lidar com as demandas dos alunos com deficiência visual. Além disso, é importante que os professores tenham conhecimento sobre as tecnologias assistivas disponíveis e saibam como utilizá-las de forma adequada (MORAIS, 2020).
De acordo com Morais (2020), a formação docente deve contemplar não apenas o conhecimento técnico sobre as tecnologias assistivas, mas também questões relacionadas à inclusão, acessibilidade e adaptação curricular. Além disso, é fundamental que os professores tenham uma postura crítica em relação às tecnologias assistivas e estejam dispostos a refletir sobre a sua prática pedagógica.
As tecnologias assistivas são recursos e dispositivos que permitem que pessoas com deficiência realizem atividades cotidianas e participem da sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas (GOMES, 2018). No contexto educacional, as tecnologias assistivas têm sido cada vez mais utilizadas para promover a inclusão de alunos com deficiência, auxiliando-os na aprendizagem e no desenvolvimento de suas habilidades (MORAIS, 2020).
No entanto, para que as tecnologias assistivas sejam utilizadas de forma eficiente e inclusiva, é fundamental que os professores possuam habilidades e competências específicas (PLETSCH et al,2020). Em primeiro lugar, é necessário que os professores tenham conhecimento sobre as características e necessidades dos alunos com deficiência, para que possam identificar as tecnologias assistivas mais adequadas para cada caso (GOMES, 2018).
Além disso, os professores precisam ter conhecimento técnico sobre as tecnologias assistivas disponíveis e como utilizá-las. Eles também precisam ser capazes de adaptar materiais didáticos para que possam ser acessíveis aos alunos com deficiência, utilizando as tecnologias assistivas disponíveis (PLETSCH et al,2020).
Outra competência importante é a habilidade para utilizar tecnologias de acessibilidade digital, como leitores de tela, magnificadores de tela, teclados e mouses adaptados, entre outros. É necessário que os professores saibam como utilizar essas ferramentas para que os alunos com deficiência possam ter acesso à informação e comunicação em ambientes virtuais (PLETSCH et al,2020).
Além disso, é importante que os professores saibam criar atividades e projetos pedagógicos inclusivos, que utilizem as tecnologias assistivas para promover a participação ativa dos alunos com deficiência. Para isso, os professores precisam trabalhar em equipe, colaborando com outros profissionais, como intérpretes de Libras, terapeutas ocupacionais e profissionais de tecnologia assistiva (GOMES, 2018).
Por fim, é fundamental que os professores reflitam criticamente sobre o uso das tecnologias assistivas, considerando os desafios éticos e pedagógicos envolvidos (GOMES, 2018). Eles devem buscar constantemente atualização e formação continuada na área, a fim de aprimorar suas habilidades e competências e garantir que as tecnologias assistivas sejam utilizadas de forma eficiente e inclusiva.
Com base nos estudos de Pletsch e Collischonn (2018), é importante que os professores estejam capacitados para utilizar as tecnologias assistivas que permitem a leitura e a escrita em Braille, assim como softwares que possibilitem a ampliação de textos e imagens. Essa formação, segundo os autores, deve contemplar a capacitação técnica para o uso dessas ferramentas, bem como o conhecimento sobre as especificidades da deficiência visual.
Segundo Santos e Costa (2019), a formação docente para o trabalho pedagógico com tecnologias assistivas também deve contemplar a utilização de audiodescrição e a descrição verbal de imagens, pois essas práticas podem contribuir significativamente para a inclusão dos alunos com deficiência visual. A audiodescrição é uma técnica que consiste em descrever, de forma objetiva e clara, informações visuais presentes em imagens, vídeos e outros recursos.
De acordo com Sanches-Ferreira e Pereira (2018), a formação docente para o trabalho pedagógico com tecnologias assistivas também deve considerar a importância da acessibilidade digital, que é a possibilidade de acesso à informação e comunicação em ambientes digitais. Os autores afirmam que a acessibilidade digital é fundamental para a inclusão de alunos com deficiência visual, e que os professores devem ser capacitados para utilizar ferramentas que permitam a acessibilidade em ambientes virtuais.
Além disso, a formação docente deve contemplar a reflexão sobre as práticas pedagógicas e a identificação de estratégias mais adequadas para cada aluno com deficiência visual. Como apontado por Zanetti e Cunha (2020), é importante que os professores sejam capazes de avaliar a eficácia das tecnologias assistivas utilizadas em sala de aula e identificar as necessidades de cada aluno, para que possam adaptar as atividades de forma mais efetiva.
Em relação à realização da formação de forma colaborativa, como destacado por Coelho, Silva e Tibaes (2021), é importante ressaltar que a participação dos alunos com deficiência visual e de suas famílias pode contribuir significativamente para a efetividade da formação. Isso porque esses atores têm conhecimentos e vivências que podem enriquecer o processo formativo.
Portanto, a formação docente para o trabalho pedagógico com tecnologias assistivas com alunos com deficiência visual deve contemplar o conhecimento técnico sobre as ferramentas tecnológicas, a compreensão das especificidades da deficiência visual, a reflexão sobre as práticas pedagógicas e a identificação de estratégias mais adequadas para cada aluno. Além disso, essa formação deve ser realizada de forma colaborativa, envolvendo os diversos atores envolvidos no processo de ensino e aprendizagem (GOMES, 2018).
REVISÃO DA LITERATURA E DISCUSSÃO
As tecnologias assistivas, também conhecidas como tecnologias de apoio, são recursos utilizados para auxiliar pessoas com deficiência a realizar atividades cotidianas e participar da sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. Essas tecnologias têm como objetivo principal aumentar a autonomia e a independência das pessoas com deficiência, e podem ser utilizadas em diversas áreas da vida, como a educação, o trabalho, o lazer e a comunicação (ZANETTI; CUNHA, 2020).
No entanto, é fundamental que os professores tenham uma postura crítica em relação ao uso dessas tecnologias em sala de aula. De acordo com Zanetti e Cunha (2020), é importante refletir sobre o papel dessas tecnologias na promoção da inclusão e da aprendizagem dos alunos com deficiência visual, e sobre os desafios éticos e pedagógicos que devem ser considerados nessa reflexão crítica.
Ao utilizar tecnologias assistivas na educação de alunos com deficiência visual, é necessário que os professores estejam atentos aos objetivos pedagógicos da atividade e à forma como essas tecnologias estão sendo utilizadas. Além disso, é preciso levar em consideração as necessidades e habilidades específicas de cada aluno, e garantir que a tecnologia escolhida esteja de acordo com as suas necessidades individuais (ZANETTI; CUNHA, 2020).
Segundo Monteiro e Lopes (2021), os desafios éticos e pedagógicos envolvidos no uso de tecnologias assistivas em sala de aula incluem a necessidade de garantir a privacidade e a segurança dos alunos, além de evitar a superproteção e a infantilização dessas pessoas. Também é importante evitar o uso excessivo de tecnologias assistivas, que podem limitar o desenvolvimento da autonomia e da independência dos alunos com deficiência visual.
Dessa forma, é importante que os professores sejam críticos em relação ao uso de tecnologias assistivas na educação de alunos com deficiência visual, buscando compreender a sua utilização de forma ética e pedagógica, e promovendo a inclusão e a aprendizagem desses alunos de forma consciente e responsável (MONTEIRO; LOPES, 2021).
Os estudos revisados mostram que a formação docente para o trabalho pedagógico com tecnologias assistivas com alunos com deficiência visual ainda é insuficiente em muitas instituições de ensino. Os professores relatam dificuldades em lidar com as demandas dos alunos com deficiência visual e em utilizar as tecnologias assistivas de forma adequada (MONTEIRO; LOPES, 2021).
Além disso, muitos professores não estão familiarizados com as tecnologias assistivas disponíveis e não recebem suporte adequado para utilizá-las em sala de aula. Isso resulta em um ambiente educacional pouco inclusivo e que não atende às necessidades dos alunos com deficiência visual (MONTEIRO; LOPES, 2021).
Diversos autores têm se dedicado a discutir a importância da formação docente para o trabalho pedagógico com tecnologias assistivas com alunos com deficiência visual. Um desses autores é Mattar (2019), que tem enfatizado a importância de uma formação continuada e reflexiva para os professores que trabalham com alunos com deficiência visual.
Segundo Mattar (2019), a formação docente para o trabalho com tecnologias assistivas com alunos com deficiência visual deve ser contínua e reflexiva, buscando sempre aprimorar as habilidades e competências dos professores na utilização dessas ferramentas. O autor destaca que essa formação deve incluir a compreensão dos diferentes tipos de tecnologias assistivas disponíveis, bem como a reflexão sobre sua adequação às necessidades e potencialidades dos alunos com deficiência visual.
Mattar (2019) também enfatiza a importância de que os professores sejam capacitados a utilizar as tecnologias assistivas de maneira inclusiva, ou seja, garantindo que esses recursos não sejam apenas uma adaptação do ensino para o aluno com deficiência visual, mas sim uma forma de enriquecer a aprendizagem de todos os alunos da turma. Para isso, é necessário que os professores compreendam a diversidade dos alunos e utilizem as tecnologias assistivas de maneira criativa e adaptativa.
Outro autor importante nessa discussão é José Carlos Libâneo (2021). Para ele, existe uma larga necessidade de uma formação inicial sólida para os professores, que inclua não apenas o conhecimento técnico sobre as tecnologias assistivas, mas também uma visão crítica sobre o papel dessas tecnologias na promoção da inclusão e da aprendizagem dos alunos com deficiência visual.
De acordo com Libâneo (2021), a formação docente para o trabalho com tecnologias assistivas com alunos com deficiência visual deve ser uma prioridade das políticas públicas de educação inclusiva. O autor também enfatiza que essa formação deve estar em consonância com os princípios da educação inclusiva, garantindo que as tecnologias assistivas sejam utilizadas de maneira inclusiva e não segregadora. O autor (2021) destaca a importância de que os professores sejam capacitados a utilizar as tecnologias assistivas de maneira a promover a participação e a interação dos alunos com deficiência visual no contexto escolar.
Tanto Mattar (2019) quanto Libâneo (2015) concordam que a formação docente para o trabalho com tecnologias assistivas com alunos com deficiência visual é essencial para a promoção da inclusão escolar. Ambos destacam a importância de que essa formação seja contínua e reflexiva, buscando sempre aprimorar as habilidades e competências dos professores na utilização dessas ferramentas.
Mattar (2019) destaca que a formação deve incluir a compreensão dos diferentes tipos de tecnologias assistivas disponíveis, bem como a reflexão sobre sua adequação às necessidades e potencialidades dos alunos com deficiência visual. Além disso, o autor enfatiza a importância de que os professores sejam capacitados a utilizar as tecnologias assistivas de maneira inclusiva, ou seja, garantindo que esses recursos não sejam apenas uma adaptação do ensino para o aluno com deficiência visual, mas sim uma forma de enriquecer a aprendizagem de todos os alunos da turma.
Libâneo (2015), por sua vez, destaca que a formação deve estar em consonância com os princípios da educação inclusiva, garantindo que as tecnologias assistivas sejam utilizadas de maneira inclusiva e não segregadora. O autor destaca a importância de que os professores sejam capacitados a utilizar as tecnologias assistivas de maneira a promover a participação e a interação dos alunos com deficiência visual no contexto escolar.
Além dos dois, é importante destacar a contribuição de pesquisadores como Simone dos Santos Oliveira (2016), que têm investigado experiências bem-sucedidas de formação docente para o trabalho pedagógico com tecnologias assistivas com alunos com deficiência visual, identificando boas práticas que podem ser replicadas em outras instituições de ensino.
Oliveira (2016) destaca a importância da formação docente para a utilização adequada e eficiente das tecnologias assistivas, mas ressalta que a formação por si só não é suficiente para garantir a inclusão escolar dos alunos com deficiência visual.
Conforme o autor (2016) enfatiza que, além da formação, é necessário que os professores adotem uma postura reflexiva e crítica em relação ao uso das tecnologias assistivas, buscando compreender não apenas a tecnologia em si, mas também as implicações pedagógicas, sociais e culturais da sua utilização. A autora destaca a importância de que os professores estejam atentos às especificidades e necessidades dos alunos com deficiência visual, garantindo que o uso das tecnologias assistivas seja sempre inclusivo e não segregador.
Além disso, segundo Oliveira (2016), é de suma importância a participação dos alunos com deficiência visual no processo de seleção e utilização das tecnologias assistivas, garantindo que esses alunos sejam protagonistas do seu próprio processo de aprendizagem e desenvolvimento. A autora também enfatiza a importância da parceria entre professores, famílias e profissionais especializados na utilização das tecnologias assistivas, garantindo uma abordagem multidisciplinar.
De acordo com Pletsch e Collischonn (2018), é preciso que os professores sejam capacitados para utilizar ferramentas tecnológicas que permitam a leitura e a escrita em Braille, além de softwares que permitam a ampliação de textos e imagens.
Outra questão importante apontada por Pletsch e Collischonn (2018) é a necessidade de que os professores conheçam e compreendam as especificidades da deficiência visual, para que possam adaptar adequadamente as atividades pedagógicas. Para isso, é preciso que os professores conheçam os diferentes tipos de deficiência visual e suas implicações no processo de aprendizagem.
Além disso, é importante que os professores sejam capazes de avaliar a eficácia das tecnologias assistivas utilizadas em sala de aula, conforme destacado por Zanetti e Cunha (2020). Isso implica em uma reflexão sobre as práticas pedagógicas e a identificação de estratégias mais adequadas para cada aluno com deficiência visual.
Para que essa formação seja efetiva, é importante que ela seja contínua e que considere a realidade de cada escola e de cada professor. Como destacado por Coelho, Silva e Tibaes (2021), é importante que a formação seja realizada de forma colaborativa, com a participação dos próprios alunos com deficiência visual e de suas famílias.
Também é relevante citar autores como Aranha e Campos (2019), que também se inclinaram sobre a importância da formação docente para o trabalho pedagógico com tecnologias assistivas no contexto da educação inclusiva, enfatizando a necessidade de um diálogo interdisciplinar entre os profissionais da educação e da área de tecnologia assistiva.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A formação docente para o trabalho pedagógico com tecnologias assistivas com alunos com deficiência visual é fundamental para garantir uma educação inclusiva e de qualidade. Os professores devem estar preparados para utilizar as tecnologias assistivas de forma adequada e eficiente, e também devem estar cientes das questões relacionadas à inclusão e adaptação curricular (DOURADO; MARQUES, 2021).
Para que isso seja possível, é importante que as instituições de ensino ofereçam suporte e formação adequados aos professores, e que estes estejam dispostos a refletir sobre a sua prática pedagógica e a buscar constantemente novos conhecimentos e habilidades. Somente assim será possível garantir uma educação de qualidade e inclusiva para todos os alunos, independentemente de suas deficiências (DOURADO; MARQUES, 2021).
Conclui-se que as tecnologias assistivas não são um substituto para a inclusão social e a acessibilidade (ZANETTI; CUNHA, 2020). Elas devem ser utilizadas em conjunto com outras estratégias e políticas que garantam o pleno acesso e participação das pessoas com deficiência na sociedade.
Além disso, é fundamental que as tecnologias assistivas sejam desenvolvidas e utilizadas levando em consideração as necessidades e preferências individuais das pessoas com deficiência, respeitando sua autonomia e promovendo sua participação ativa no processo de seleção e utilização desses recursos (ZANETTI; CUNHA, 2020).
Por fim, é importante ressaltar que as tecnologias assistivas podem beneficiar não apenas as pessoas com deficiência, mas também idosos e outras pessoas com limitações físicas, sensoriais ou cognitivas. Portanto, investir na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias assistivas pode trazer benefícios significativos para a sociedade como um todo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MORAIS, M. S., & RIBEIRO, L. A. Formação docente e tecnologia assistiva: uma revisão sistemática da literatura. Revista Educação Especial, 2020
MONTEIRO, R. V. M., & LOPES, R. E. Desafios éticos e pedagógicos no uso de tecnologias assistivas: reflexões a partir da educação inclusiva. Revista Brasileira de Educação Especial, 2021
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ZANETTI, M. A., &CUNHA, V. L. O. Tecnologia assistiva na escola: um olhar sobre a formação do professor. Revista Insignare Scientia–RIS, 2(1), 86-100. 2020.
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SANCHES-FERREIRA, M.; PEREIRA, A. C. Acessibilidade digital e inclusão de alunos com deficiência visual: desafios e perspectivas para a formação docente. Revista Brasileira de Educação Especial, v. 24, n. 3, p. 403-416, 2018.
1Mestranda em Educação com especialização em Formação de professores pela Universidad Internacional Iberoamericana – UNINI-MÉXICO, E-mail: adrianaribeiroaraujo07@gmail.com
2Mestranda em Educação com especialização em TIC na educação pela Universidad Europea del Atlántico – UNEATLANTICO, E-mail: angelinavanderleia.b@gmail.com
3Mestranda em Educação com especialização em Formação de professores pela Universidad Europea del Atlántico – UNEATLANTICO, E-mail: ednelmasantana23@gmail.com
4Mestranda em Educação com especialização em TIC na educação pela Universidad Europea del Atlántico – UNEATLANTICO, E-mail: elizangela415@gmail.com
5Mestranda em Educação com especialização em TIC na educação pela Universidad Internacional Iberoamericana – UNINI-MÉXICO, E-mail: hisme_martins@hotmail.com
6Mestranda em Educação com especialização em TIC na educação pela Universidad Europea del Atlántico – UNEATLANTICO, E-mail:gisa20braga@gmail.com
7Mestranda em Educação com especialização em TIC na educação pela Universidad Internacional Iberoamericana – UNINI-MÉXICO, E-mail: karladaniaf@hotmail.com
8Mestranda em Educação com especialização em Formação de professores pela Universidad Europea del Atlántico – UNEATLANTICO, E-mail: leilablock@hotmail.com
9Mestranda em Educação com especialização em Formação de professores pela Universidad Europea del Atlántico – UNEATLANTICO, E-mail: queilaw@gmail.com
10Mestranda em Educação com especialização em Formação de professores pela Universidad Europea del Atlántico – UNEATLANTICO, E-mail: rosimarigmaia@gmail.com
11Mestranda em Educação com especialização em Formação de professores pela Universidad Internacional Ibero-Americana – UNIB. E-mail: silmoretinho@gmail.com
12Mestranda em Educação com especialização em Formação de professores pela Universidad Europea del Atlántico – UNEATLANTICO, E-mail: sileduc22@gmail.com