REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10721741
Leandro Ortunes1
Thais Gabrielly da Silva Lima2
Vanessa da Silva Godinho Boeno3
Resumo
Este artigo é resultado de uma pesquisa de iniciação científica vinculado ao curso de pedagogia do Centro Universitário FECAF. Objetivo desta pesquisa foi verificar sobre a abordagem de temas de astronomia na formação de pedagogos. Para isso foi realizada uma pesquisa entre alunos do curso e também uma pesquisa bibliográfica de apoio em referenciais teóricos da mesma temática. Além disso, este artigo apresenta uma reflexão sobre os temas de astronomia que são previstos na BNCC no ensino fundamental I.
Palavra-chave: astronomia; ensino de astronomia; ensino fundamental; pedagogia.
1. Introdução
O ensino de astronomia é previsto na BNCC (BRASIL, 2017), desde o ensino fundamental até o ensino médio. Entretanto, há questionamentos sobre como esses conteúdos são realmente abordados. Estudos que serão aqui apresentados já demonstram indícios que a formação docente não contempla de forma satisfatória os temas propostos pela BNCC. Neste sentido, nosso objetivo neste artigo é focar nos anos iniciais e a formação do pedagogo. No Brasil, cabe ao profissional em pedagogia lecionar entre o 1º e 5º ano do ensino fundamental. A característica necessária é ser um profissional polivalente, capaz de transitar entre as diversas áreas do saber, desde as exatas até as ciências humanas e da natureza. Partindo deste cenário, buscaremos compreender quais componentes curriculares presentes no curso de pedagogia abordam temas de astronomia que são previstos na BNCC.
Para além da realidade brasileira sobre o ensino da astronomia, o artigo Teaching and Learning Astronomy de John R. Percy, traz boas reflexões sobre a necessidade do ensino de astronomia ainda no ensino básico. De acordo com Percy:
O ensino em astronomia impacta diretamente a qualidade da educação escolar e universitária que os futuros astrônomos recebem. Igualmente importante: afeta a consciência pública, a compreensão, a apreciação e o apoio à astronomia – e à ciência em geral. (PERCY, 2009, p.1, nossa tradução)
O autor também aponta que o ensino de astronomia é constantemente negligenciado por falta de qualificação profissional. Tal fato não é muito distante da realidade brasileira conforme vamos observar a seguir. Entretanto, Percy comenta sobre sua atuação no currículo dos primeiros anos escolares em Ontario, no Canadá. Segundo o autor, a realidade do ensino de astronomia nos anos iniciais é deficitária e pode conter até mesmo conceitos errados, tornando evidente a necessidade de qualificação de profissionais da pedagogia na área de astronomia. Além disso, o autor relata que:
Outro desafio em países como o meu é alcançar populações tradicionalmente sub-representação na ciência – jovens dos centros das cidades, jovens aborígines e meninas, que tendem a não se sentir atraídos pelas ciências matemáticas e físicas. (PERCY, 2009, p.3, tradução nossa)
Essas dificuldades apontadas pelo autor também são evidenciadas no Brasil, uma vez que, a sub-representatividade na ciência é generalizada em nosso país. A partir do artigo escrito por Percy, procuramos analisar o currículo por ele citado. Especificamente entre as grades 1 – 8, do currículo de Ontário, evidenciamos uma diretriz clara sobre o ensino de astronomia de forma interdisciplinar no Strand E – Earth and Space Systems que vai desde questões sobre a vida na terra até a exploração espacial. A experiência do currículo de Ontário nos mostra a necessidade de adaptações curriculares com diretrizes claras sobre o que deve ser ensinado nos anos iniciais, principalmente com a inserção destes assuntos pela perspectiva da Educação STEAM, algo previsto no currículo de Ontário. Neste sentido, nos chama atenção que não há clareza em nossa BNCC sobre a abordagem STEAM, embora haja um bom detalhamento sobre os conteúdos curriculares, inclusive temas de astronomia.
A metodologia utilizada dessa pesquisa é bibliográfica, onde o objetivo é conhecer as contribuições científicas disponíveis sobre o tema abordado, é desenvolvida a partir de informações de dados já elaborados, essas informações são constituídas a partir de um levantamento em artigos científicos, livros, jornais, Sites entre outros meios de comunicação, bem como pesquisa de campo através da aplicação de um questionário para alunos de pedagogia de uma universidade privada.
2. Sobre a formação de Pedagogos(as)
Antes de abordarmos o aspecto sobre o ensino de astronomia, devemos analisar as diretrizes nacionais (DCNs) para o curso de pedagogia. Tal documento delimita qual será o perfil do egresso, carga horária do curso e composição mínima curricular. Vale destacar que as DCNs em sua maior parte são diretrizes genéricas, mas que devem ser seguidas pelas instituições de ensino superior, inclusive sendo algo verificado nas comissões de avaliação de curso promovido pelo Ministério da Educação por meio do INEP.
De acordo com a resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006:
Art. 4º O curso de Licenciatura em Pedagogia destina-se à formação de professores para exercer funções de magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. (BRASIL, 2006).
Diante disso, percebemos que é extremamente ampla a atuação do(a) pedagogo(a). Entretanto, acreditamos que boa parte dos pedagogos atuam na educação básica no ensino fundamental I, uma vez que tal recorte é dado pela própria DCN ao estipular 300 horas de estágio no ensino fundamental I para os alunos de pedagogia (BRASIL, 2006). Neste sentido, por exemplo, o Estado de São Paulo em editais de concurso público para função de PEB I (professor de educação básica do 1º ao 5º ano) convoca profissionais formados no curso Normal Superior ou Licenciatura em Pedagogia ou ter cursado o Programa Especial de Formação Pedagógica Superior, todos com habilitação em Magistério das séries iniciais do Ensino fundamental4.
Ainda sobre as DCNs, é previsto que o egresso do curso de pedagogia seja capaz de: ensinar Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia, Artes, Educação Física. (BRASIL, 2006). Essa característica promove o que chamamos de professor polivalente, uma vez que, deve estar capacitado para o ensino em diversas áreas do saber.
3. Conteúdos de astronomia no curso de pedagogia
O ensino de astronomia na educação básica não é algo novo, sendo possível evidenciar até mesmo entre os jesuítas o ensino sobre os astros e movimentos celestes. Porém, a partir da corrida espacial, principalmente com o lançamento russo Sputnik, em 1957, ocorreu também um movimento internacional de curricularização da astronomia. (CARVALHO, 2020). Para alguns autores como PERCY (2009), o ensino de astronomia ainda nos ciclos básicos é um ponto fundamental para o desenvolvimento tecnológico de um país, pois promove visões de profissões futuras aos alunos, como ser cientista e ser astronauta. Neste sentido, como no Brasil, cabe ao pedagogo a atuação nos ciclos iniciais da educação básica, o ensino de astronomia já iniciaria sob a responsabilidade deste profissional.
Cabe destacar que além das DCNs o curso de pedagogia, por ser um curso de formação de professores, deve contemplar também conteúdos previstos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). De acordo com CARVALHO (2020), de forma geral, os conteúdos propostos para pela BNCC são muito semelhantes aos conteúdos já propostos pelo PCN, com a diferença de agora estarem distribuídos ao longo dos nove anos do Ensino Fundamental sendo que antes estavam concentrados nos anos finais do Ensino Fundamental. Ao analisarmos os anos iniciais da BNCC, do 1º ao 5º ano, temos os seguintes assuntos sobre a competência Terra e Universo:
1º ANO
(EF01CI05) Identificar e nomear diferentes escalas de tempo: os períodos diários (manhã, tarde, noite) e a sucessão de dias, semanas, meses e anos.
(EF01CI06) Selecionar exemplos de como a sucessão de dias e noites orienta o ritmo de atividades diárias de seres humanos e de outros seres vivos.
2º ANO
(EF02CI07) Descrever as posições do Sol em diversos horários do dia e associá-las ao tamanho da sombra projetada.
(EF02CI08) Comparar o efeito da radiação solar (aquecimento e reflexão) em diferentes tipos de superfície (água, areia, solo, superfícies escura, clara e metálica etc.).
3º ANO
(EF03CI07) Identificar características da Terra (como seu formato esférico, a presença de água, solo etc.), com base na observação, manipulação e comparação de diferentes formas de representação do planeta (mapas, globos, fotografias etc.).
(EF03CI08) Observar, identificar e registrar os períodos diários (dia e/ou noite) em que o Sol, demais estrelas, Lua e planetas estão visíveis no céu.
(EF03CI09) Comparar diferentes amostras de solo do entorno da escola com base em características como cor, textura, cheiro, tamanho das partículas, permeabilidade etc.
(EF03CI10) Identificar os diferentes usos do solo (plantação e extração de materiais, dentre outras possibilidades), reconhecendo a importância do solo para a agricultura e para a vida.
4º ANO
(EF04CI09) Identificar os pontos cardeais, com base no registro de diferentes posições relativas do Sol e da sombra de uma vara (gnômon).
(EF04CI10) Comparar as indicações dos pontos cardeais resultantes da observação das sombras de uma vara (gnômon) com aquelas obtidas por meio de uma bússola.
(EF04CI11) Associar os movimentos cíclicos da Lua e da Terra a períodos de tempo regulares e ao uso desse conhecimento para a construção de calendários em diferentes culturas.
5º ANO
(EF05CI10) Identificar algumas constelações no céu, com o apoio de recursos (como mapas celestes e aplicativos digitais, entre outros), e os períodos do ano em que elas são visíveis no início da noite.
(EF05CI11) Associar o movimento diário do Sol e das demais estrelas no céu ao movimento de rotação da Terra.
(EF05CI12) Concluir sobre a periodicidade das fases da Lua, com base na observação e no registro das formas aparentes da Lua no céu ao longo de, pelo menos, dois meses.
(EF05CI13) Projetar e construir dispositivos para observação à distância (luneta, periscópio etc.), para observação ampliada de objetos (lupas, microscópios) ou para registro de imagens (máquinas fotográficas) e discutir usos sociais desses dispositivos.
Diante destes conteúdos, percebemos que os temas de astronomia estão previstos desde o 1º ano do ensino fundamental, sendo necessária sua abordagem de forma bem contextualizada ao cotidiano do aluno, como por exemplo, a contagem dos dias, formação de sombras e posição do sol, constelações e objetos para observação. Ainda de acordo com CARVALHO (2020):
A observação direta dos fenômenos celestes, a elaboração de modelos do Sistema Solar, dos astros, as condições necessárias para a vida e os aspectos culturais da astronomia já estavam presentes desde os PCN. Um novo conteúdo é apresentado na BNCC – evolução estelar – antes indicado apenas aos estudantes do Ensino Médio pelos PCN. Por outro lado, anteriormente, os PCN propunham a comparação entre os modelos geocêntrico e heliocêntrico, tema que não aparece entre os objetos de conhecimento da BNCC, embora seja mencionado no texto que explica o eixo temático “Terra e Universo”: (CARVALHO, 2020, p.93).
Para evidenciarmos sobre o cumprimento das DNCs das BNCC no ensino superior, buscamos analisar matrizes curriculares do curso de pedagogia em universidades privadas, com objetivo de verificar a presença de temas de astronomia. Contudo, evidenciamos que as faculdades, centros universitários ou universidades (em um total de 10 instituições escolhidas) não descrevem com detalhes os conteúdos propostos, citando muitas vezes genericamente as grandes áreas do saber, como por exemplo: Ciências da Natureza. Neste sentido, já evidenciamos um ponto crítico em relação à formação docente, pois o futuro aluno do curso pouco sabe o que será ministrado em seu curso futuramente. Por este motivo, nossa análise de matrizes curriculares não foi concluída, mas gerou certa reflexão sobre um modus operandi que as instituições de ensino elaboram seu currículo.
O que encontramos mais próximo desta análise foi um estudo realizado em 2023. Conforme a tabela abaixo, o estudo analisou 6 universidades públicas e seus conteúdos curriculares que possuem em seu Projeto Pedagógico de Curso (PPC) conteúdos de astronomia. Destas universidades, destacamos que apenas duas, apresentam conteúdos específicos de astronomia, porém de forma optativa.
Tabela 1 – PPC conteúdos de astronomia
(DIAS, SITKO, LANGHI, 2023, p.6)
Portanto, não é difícil notar que, de certo modo, pode haver uma defasagem nos conteúdos básicos de astronomia que são ensinados nos cursos de pedagogia e consequentemente são transmitidos no ensino básico. Importante destacar que a abordagem dos temas de ciência deve ser igualmente compreendida e exposta da mesma forma, não havendo hierarquização entre eles.
Desta forma é necessário e fundamental que os professores conheçam os conteúdos de Ciências da mesma forma que de outras áreas do conhecimento. Ainda se observa um fortalecimento de ações voltadas às outras áreas do conhecimento, em muitos documentos que norteiam o trabalho educativo na Educação Básica, principalmente nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Como exemplo, podemos citar a Matemática e a Língua Portuguesa, que compreendem a maior carga horária na distribuição de aulas, e a menor carga horária se distribui para as outras disciplinas, onde se inclui Ciências. (SANTOS, ALBANO, LANGHI, 2023, p.310).
Partindo do pressuposto dos estudos citados acima, iniciamos uma pesquisa com alunos de pedagogia com objetivo de verificar se os conteúdos de astronomia estão ausentes ou presentes no curso. Para isso, foi aplicado uma pesquisa para 105 alunos do curso de pedagogia em uma instituição privada no estado de São Paulo, com objetivo de mensurar a abordagem e a necessidade dos conteúdos de astronomia no curso. O questionário foi aplicado para alunos a partir do 4º semestre para garantir certa maturidade acadêmica dos discentes. A primeira questão se limitou apenas em identificar o semestre cursado.
Qual período letivo você se encontra atualmente?
Em nossa amostra, a maior parte dos respondentes estavam no último semestre do curso. Período geralmente destinado para conclusão de estágios e elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso – TCC. Além disso, buscamos saber qual era a área que os discentes mais se identificavam no curso.
Qual área do saber do curso de pedagogia você mais se identifica?
Percebemos então que há grande interesse nos assuntos mais relacionados ao processo de ensino e aprendizagem. No caso da instituição destes alunos, os conteúdos como didática e desenvolvimento infantil são assuntos abordados dentro da área de educação e compõem a maior parte do curso. A preferência dos alunos pela temática, pode se dar pelo excesso de conteúdo ou até mesmo pela identificação com o professor. Um fato interessante é que nenhum dos alunos demonstraram interesse com a área de Ciências da Natureza. Novamente, podemos supor que esse não interesse pelo assunto pode ser reflexo da ausência da abordagem dos temas. Isso demonstra um ponto de reflexão importante sobre o tema, pois o perfil do egresso previsto na DCN prevê que o profissional deve ser capaz de ensinar ciências e até mesmo geografia.
Para além dos conteúdos curriculares, perguntamos para os alunos sobre qual área de interesse dele dentre três áreas: Geografia, Biologia, Astronomia:
Qual das três áreas (Geografia, Biologia, Astronomia) você mais se interessa?
Neste sentido, percebemos que para além dos conteúdos ministrados, os alunos possuem grande interesse em conhecer melhor as áreas das ciências da natureza, sendo astronomia o segundo assunto de maior interesse com 30% das respostas. Sobre os conteúdos especificamente de astronomia, obtivemos as seguintes respostas:
Você possui interesse em conhecer mais sobre astronomia?
Por último, perguntamos se em algum momento do curso, os alunos tiveram alguma aula sobre o tema e obtivemos as seguintes respostas:
Em algum momento do curso você teve aula sobre conteúdos de astronomia?
Essa pesquisa realizada não se difere dos resultados encontrados em uma pesquisa realizada em 2018 por Ismael Lopes. O autor ao entrevistar pedagogos identifica a ausência deste conteúdo na formação dos entrevistados. Por exemplo, uma das entrevistadas relata que:
Não tenho lembranças se durante minha formação docente foi abordado algo sobre Astronomia. Nunca fiz uso de um telescópio. A formação docente inicial deixa a desejar, bem como a aplicação desses conteúdos na escola. Por falta de formação e de tecnologias apropriadas o ensino fica fragmentado, apenas com o uso de pesquisas feitas no laboratório da escola, isso quando temos internet funcionando. Quando é o caso, os alunos ficam apenas com o uso do livro didático com a presença de algumas fotos e a imaginação de cada um. (LOPES, 2018, p. 968).
Do mesmo modo que nossa pesquisa identificou que os alunos do curso de pedagogia possuem grande interesse no tema, uma pesquisa realizada por Santos, Albano e Langhi (2023), chegou à conclusão parecida ao questionar sobre a importância de uma disciplina específica de astronomia no curso de pedagogia.
Tabela 2 – Importância de uma disciplina em astronomia
Faixa etária | Frequência | Percentual |
Consideram importante | 12 | 70,6% |
Não Consideram importante | 05 | 29,4% |
Total | 17 | 100% |
(SANTOS, ALBANO, LANGHI, 2023, p.312)
Essa ausência de formação em Astronomia, ou uma formação limitada, pode levar os docentes a algumas situações gerais de despreparo como é apontado por Langhi e Nardi (2012), onde professores podem negligenciar assuntos por simplesmente não conhecer ou fornecer conceitos equivocados devido à má orientação pedagógica. Contudo, percebemos que entre os discentes de pedagogia há sim uma abertura e uma necessidade para que aprendam sobre astronomia e transmitam isso aos seus futuros alunos.
4. Considerações finais
Diante do exposto em nossa pesquisa, identificamos que há uma lacuna na formação dos pedagogos em relação aos assuntos de astronomia, sendo esses elementos previstos na BNCC e cruciais para a inserção dos alunos dos anos iniciais no mundo da ciência. Em um mundo que se volta para abordagem STEM, os professores dos anos iniciais devem estar atentos a este tipo de abordagem, criando um solo fértil para o surgimento de futuros cientistas e pesquisadores. Deste modo, partimos da ideia de que o ensino de astronomia de forma interdisciplinar nos anos iniciais, pode facilitar aprendizados mais complexos de física, química, geografia e matemática no futuro.
Acreditamos que nos anos iniciais, o lúdico é fundamental para transmitir conhecimentos de diversas áreas do saber e é neste sentido, que os conteúdos de astronomia podem ser essenciais como ferramenta pedagógica para o ensino multidisciplinar. Por meio de observação dos fenômenos celestes, as crianças ao mesmo tempo que podem ludicamente viajar ao espaço, podem também compreender temas como tempo, calendário, luz, espaço, distância dentre os outros assuntos que serão base para os próximos anos no ensino fundamental 2. Evidentemente, que o ensino por si só sobre os fundamentos da astronomia não é eficaz se não dialogarem com a realidade do estudante com sua percepção de mundo e com a interconexão de outros saberes também ensinados no ensino fundamental I na área das ciências da natureza. Por isso, é necessário que a astronomia não seja também um conteúdo desconexo, mas que seja ele a ponte para o descobrimento e que a astronomia promova o encanto pela ciência e pelo desenvolvimento tecnológico, uma vez que esses são fundamentais para o desenvolvimento de qualquer nação.
Referências
BRASIL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Resolução CNE/CP n.º 1, de 15 de maio de 2006. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura. Brasília, 2006. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_06.pdf. Acesso em: 18 fev. 2024.
CARVALHO, Tassiana Fernanda Genzini. A BNCC e o ensino da astronomia: o que muda na sala de aula e na formação dos professores. In: Revista Currículo e Docência. Vol. 02, Nº. 02, Ano 2020. p.83-101.
DIAS E DIAS, Thayná Cristina; SITKO, Camila Maria; LANGHI, Rodolfo. Presença e as características da astronomia na formação inicial do pedagogo: uma análise dos projetos pedagógicos de cursos do brasil. Revista Ensaio Pesquisa em Educação e Ciências | Belo Horizonte: 2023. v.25.
LANGHI, Rodolfo; OLIVEIRA, Fabiana Andrade de; VILAÇA, Janer. Formação reflexiva de professores em Astronomia: indicadores que contribuem no processo. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, [S. l.], v. 35, n. 2, p. 461–477, 2018. DOI: 10.5007/2175-7941.2018v35n2p461. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/2175-7941.2018v35n2p461. Acesso em: 18 fev. 2024.
LANGHI, Rodolfo; NARDI, Roberto. Educação em Astronomia: repensando a formação de professores. São Paulo: Escrituras Editora, 2012.
LOPES, Ismael Pinheiro. O pedagogo e a astronomia básica: relatos de professoras. REP’s. Revista Eventos Pedagógicos. Número Regular: Sociologia da Educação Sinop, v. 9, n. 3 (25. ed.), p. 958-972, nov./dez. 2018.
PERCY, John R. Teaching and Learning Astronomy. Department of Astronomy and Astrophysics, and Ontario Institute for Studies in Education, University of Toronto, Toronto ON, Canada M5S 3H4. 2009. Disponível em: https://www.astro.utoronto.ca/~percy/madrid.pdf Acesso em 21/11/2023.
SANTOS, Elizandra Daneize dos; ALBANO, Karine; LANGHI, Rodolfo. Astronomia, ciência e formação de professores: concepções de acadêmicos em um curso de pedagogia. Revista Vitruvian Cogitationes, v. 4, n. extra, p. 301-317, 21 dez. 2023.
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4https://www.educacao.sp.gov.br/inscricoes-para-concursos-publicos-para-professores-terminam-nesta-sexta-feira-2/#:~:text=Para%20exercer%20o%20cargo%20de,habilita%C3%A7%C3%A3o%20em%20Magist%C3%A9rio%20das%20s%C3%A9ries . Acesso em 21/02/2023.
1 Doutor e mestre em Ciência Sociais e Professor Universitário no Centro Universitário FECAF.
2 Aluna do curso de Pedagogia no Centro Universitário FECAF.
3 Aluna do curso de Pedagogia no Centro Universitário FECAF.