FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA NA BRONQUIOLITE: REVISÃO INTEGRATIVA  DA LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/dt10202510131115


Celiane Karoline Campos Pedroso1; Camila Nobre de Barros2; Paulo Reis Maia Mota3; Marcos Antônio Lopes da Silva4; Daniel Paixão dos Santos5; Fernando Lucas Gama da Costa6; Cassius Cley Dias Xabregas7; Pâmela Pires8; Jason Silva de Almeida Júnior9; Marden Junio Sousa Ferreira10


RESUMO 

A bronquiolite viral aguda (BVA), causada predominantemente pelo vírus sincicial  respiratório (VSR), é caracterizada pela inflamação dos bronquíolos, resultando na  obstrução das vias aéreas inferiores, dificuldade ventilatória e comprometimento da troca  gasosa, o que pode levar à hipoxemia e hipercapnia. Este trabalho tem como objetivo  revisar, de forma sintética, a eficácia da fisioterapia respiratória em crianças menores de  dois anos diagnosticadas com bronquiolite viral aguda. A pesquisa ressalta a importância  dessa abordagem terapêutica na redução da necessidade de suporte ventilatório intensivo,  prevenção de complicações respiratórias e promoção da recuperação clínica. A  metodologia utilizada foi uma revisão integrativa de literatura com abordagem qualitativa  e descritiva, fundamentada em livros, dissertações e artigos científicos extraídos de  plataformas como SciELO e Google Acadêmico. A fisioterapia respiratória tem papel  fundamental no tratamento da bronquiolite viral aguda, especialmente em crianças  menores de dois anos e em ambientes hospitalares. Devido limitações, sugerimos novas  buscas em intervalos de tempos maiores, expandidas em bases de dados e com análise  sistemática para aperfeiçoamento das conclusões 

Palavras-chave: bronquiolite viral aguda; fisioterapia respiratória; terapias respiratórias.

1. INTRODUÇÃO 

Segundo Ramos, a bronquiolite viral aguda (BVA) é a infecção viral mais comum  do trato respiratório inferior em crianças menores de dois anos, sendo a principal causa  de internação hospitalar nessa faixa etária. O agente etiológico mais prevalente é o vírus  sincicial respiratório, embora outros vírus como Rinovírus, Metapneumovírus, Influenza  e Adenovírus também estejam associados. 

A definição clínica da BVA pode variar, dificultando a uniformização de  diagnósticos entre diferentes regiões e estudos. No sul do Brasil, sua incidência aumenta  em estações frias e úmidas. 

De acordo com a American Academy of Pediatrics, a fisiopatologia envolve  infecção do epitélio bronquiolar, edema, aumento da produção de muco e necrose celular,  com consequente obstrução das vias aéreas e dificuldade respiratória. 

Para Andrade, o diagnóstico da BVA é essencialmente clínico, com manifestações  como sibilos, roncos, taquipneia e batimento de asa nasal. Sousa destaca que fatores como  prematuridade, cardiopatias, imunodeficiências e idade inferior a três meses estão  associados a formas mais graves da doença. 

Segundo Ramos, a lavagem nasal com solução salina isotônica (soro fisiológico a  0,9%) pode ser benéfica nos quadros leves, facilitando a ventilação nasal. No entanto, a  aspiração vigorosa das vias aéreas superiores está contraindicada na bronquiolite aguda,  pois pode agravar o edema local. 

Nesse sentido Machado destaca que a fisioterapia respiratória visa otimizar a  ventilação pulmonar, melhorar a oxigenação, promover a higiene brônquica e manter a  permeabilidade das vias aéreas. As técnicas incluem: Drenagem postural: posicionamento  da criança para facilitar a gravidade na remoção de secreções; Vibração torácica:  aplicação manual ou com dispositivos, ajudando na mobilização de secreções; Pressão  expiratória positiva (PEP): mantém vias aéreas abertas e facilita a eliminação de muco;  Expiração forçada: auxilia na expulsão de secreções, especialmente em crianças maiores. 

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

2.1 Fisioterapia Respiratória

Segundo Mendonça e Guimarães, a fisioterapia respiratória é um conjunto de  intervenções voltadas a melhorar a ventilação, otimizar a troca gasosa e facilitar a  remoção de secreções, com foco especial em populações pediátricas vulneráveis. As  técnicas incluem higiene brônquica, drenagem postural, vibração e manobras de  reexpansão pulmonar, escolhidas de forma individualizada. Abreu descreve ainda  recursos como expiração lenta e prolongada (ELPr), aumento do fluxo expiratório (AFE)  e desobstrução rinofaríngea retrógrada, empregados para permeabilizar vias aéreas.  Zandoná, Araújo e Silva ressaltam que a indicação deve considerar fase da doença e  contexto clínico. Duarte, ao propor protocolo assistencial, reforça a necessidade de  padronização e integração multiprofissional. Em conjunto, Oliveira aponta que  oxigenoterapia, aspiração de vias aéreas e até suporte não invasivo podem compor o  manejo quando indicado. 

De acordo com Roqué e Figuls, a evidência sobre benefícios universais das  técnicas “convencionais” é heterogênea, o que exige cautela na aplicação rotineira. Ainda  assim, Abreu relata efeitos clínicos favoráveis em desfechos como higiene brônquica,  saturação de oxigênio e necessidade de oxigenoterapia em determinados cenários. Silva  observa que a ELPr pode reduzir o desconforto respiratório aferido por escores clínicos  em lactentes. Silva também mostra que tal melhora sintomática nem sempre se traduz em  menor tempo de internação. Finato corrobora o interesse clínico no ambiente hospitalar,  destacando a avaliação de eficácia em crianças internadas.  

Segundo Duarte, a assistência deve ser centrada na monitorização de sinais vitais,  trabalho respiratório e resposta às intervenções, com reavaliação seriada. Mendonça e  Guimarães enfatizam a educação de pais e cuidadores para adesão e prevenção de  complicações. Zandoná, Araújo e Silva lembram que o planejamento inclui metas  realistas, alinhadas ao estágio da doença. Abreu recomenda ajustar técnica e intensidade  ao local de atendimento (ambulatório, enfermaria, UTI). Oliveira ressalta que a  priorização do conforto e da permeabilidade das vias aéreas melhora a tolerância ao  tratamento. Roqué e Figuls orientam evitar manobras que aumentem risco de instabilidade  respiratória. 

2.2 Contextualização da bronquiolite 

De acordo com Sousa, a BVA é sazonal, autolimitada e geralmente benigna, mas  pode evoluir com complicações graves, especialmente em grupos de risco. O diagnóstico é clínico, e exames complementares são utilizados em casos graves ou atípicos. A  infecção é transmitida por contato com secreções contaminadas, e a reinfecção é comum  ao longo da vida.  

Segundo Silva, a bronquiolite viral aguda é a infecção viral mais comum do trato  respiratório inferior em crianças menores de dois anos, sendo a principal causa de  internação hospitalar nessa faixa etária. O agente etiológico mais prevalente é o vírus  sincicial respiratório, embora outros vírus como Rinovírus, Metapneumovírus, Influenza  e Adenovírus também estejam associados. Abreu descreve o quadro típico como um  episódio agudo de sibilâncias no contexto de infecção respiratória.  

Conforme Mendonça e Guimarães, a fisiopatologia envolve hiperinsuflação,  atelectasias e desequilíbrio ventilação-perfusão. Duarte enfatiza que a abordagem é  majoritariamente de suporte, com hidratação, oxigenoterapia e vigilância. Em casos de  maior gravidade podem requerer ventilação não invasiva. Assim, Finato aponta a  hospitalização como oportunidade para avaliação funcional e acompanhamento  multiprofissional. 

Segundo Roqué e Figuls, a maioria dos casos evolui de forma autolimitada, mas  uma parcela necessita internação por desconforto respiratório significativo. Recomenda -se critérios objetivos para escalonamento do cuidado conforme a resposta clínica, assim,  ressalta-se a importância do monitoramento contínuo para prevenir complicações.  

Oliveira lembra que medidas para manter vias aéreas patentes e conforto do  lactente são pilares do cuidado, reforça-se ainda a comunicação clara com familiares  sobre evolução esperada e sinais de alerta. 

2.3 Fisioterapia Respiratória na Bronquiolite 

Para Martins a fisioterapia respiratória se destaca como uma intervenção relevante  na prevenção de atelectasias, promoção da higiene brônquica e melhora da troca gasosa.  Sousa, menciona que a escolha das técnicas depende da avaliação do fisioterapeuta e das  condições clínicas da criança. 

Segundo Abreu, técnicas como ELPr, AFE, drenagem postural e desobstrução  rinofaríngea podem melhorar a permeabilidade das vias aéreas, a higiene brônquica e  parâmetros clínicos selecionados. Silva observou redução de escores de gravidade após  ELPr em comparação a técnicas convencionais, indicando menor desconforto respiratório. Contudo, Silva também evidenciou a ausência de redução do tempo de  internação, apontando benefício sobretudo sintomático.  

Mendonça e Guimarães destacam que a fisioterapia pode reduzir a necessidade de  suporte intensivo quando bem indicada. Oliveira descreve bons resultados práticos com  aspiração de vias aéreas superiores e oxigenoterapia como suporte concomitante, sinaliza se a relevância de investigar a eficácia em crianças hospitalizadas. 

De acordo com Roqué e Figuls, não há suporte para uso rotineiro e indiscriminado  de todas as técnicas de fisioterapia torácica em bronquiolite grave, principalmente as  manobras forçadas. Essa revisão alerta para risco de eventos adversos transitórios com  técnicas expiratórias passivas forçadas, recomendando prudência. Abreu, por outro lado,  relata efeitos positivos imediatos ou de curto prazo em determinados contextos e técnicas  de fluxo baixo. Zandoná, Araújo e Silva defendem a escolha de recursos “não  convencionais” conforme fase e resposta clínica. Duarte orienta integrar a fisioterapia a  protocolos institucionais, com avaliação e reavaliação padronizadas.  

3. METODOLOGIA 

Esta revisão integrativa seguiu uma abordagem qualitativa e descritiva. Com o  objetivo geral revisar, de forma sintética, a eficácia da fisioterapia respiratória em crianças  menores de dois anos diagnosticadas com bronquiolite viral aguda. Foram pesquisados artigos publicados entre 2020 e 2025 nas bases SciELO e Google Acadêmico, utilizando  os termos “fisioterapia respiratória” e “bronquiolite”. 

A busca pelo termo “fisioterapia respiratória” na SciELO gerou 62 resultados e no  Google Acadêmico 16200 resultados. Considerados apenas artigos em português, a  SciELO gerou 33 resultados e no Google Acadêmico 14900. A busca pelo termo  “bronquiolite” na SciELO gerou 135 resultados e no Google Acadêmico 7200 resultados.  Considerados apenas artigos em português, a SciELO gerou 109 resultados e no Google  Acadêmico 6430. 

A combinação dos dois termos com artigos publicados em português gerou 1  resultado na SciELO e 372 no Google Acadêmico. Foram excluídos estudos que não  abordavam crianças com BVA, que não disponibilizam o texto completo de forma  gratuita, não continham no título os termos e não evidenciavam melhora do quadro do  paciente. Ao final, 22 artigos foram selecionados para leitura integral e 7 foram escolhidos para a análise e coleta de dados. Também foram consultadas dissertações e livros técnicos  a partir de 2010 para construção referencial teórico e discussão. 

Os textos escolhidos foram então lidos integralmente e organizados em uma tabela  contendo os seus respectivos: objetivo principal, metodologia, resultados e conclusão do  estudo. Essas informações foram então analisadas e os resultados discutidos a fim de  atingir o objetivo. 

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 

Pupin et al. destacam que a fisioterapia respiratória apresenta efeitos benéficos na  melhora de parâmetros clínicos em crianças com bronquiolite viral aguda, como  frequência respiratória, saturação de oxigênio e necessidade de oxigenoterapia. Castro et  al. corroboram essa perspectiva ao evidenciar que a aplicação dessas técnicas contribui  significativamente para a evolução clínica dos pacientes pediátricos. 

Técnicas como drenagem postural, PEP e vibração torácica mostraram-se eficazes  na redução de sintomas e tempo de internação. Abreu destacou, em revisão sistemática,  que a fisioterapia é segura e eficaz, embora ainda existam lacunas quanto à padronização  de protocolos. Mendonça e Guimarães ressaltam a variedade de métodos empregados na  prática clínica, reforçando a necessidade de guias baseados em evidências.

Tabela 1 – Trabalhos mais relevantes para a pesquisa

AutoresObjetivoMetodologiaResultadosConclusão
MENDONÇA, GUIMARÃES.Discutir os recursos fisioterapêuticos utilizados no manejo de crianças com bronquiolite viral aguda (BVA), destacando técnicas aplicadas, sua fundamentação fisiopatológica e impacto no tratamento.Trata-se de um artigo de revisão, possivelmente narrativa ou integrativa), em que os autores revisaram literatura científica sobre fisioterapia respiratória na BVA, enfocando técnicas como higiene brônquica, drenagem postural, vibração e reexpansão pulmonar. Não há descrição clara da estratégia de busca nem do número de estudos incluídos.O estudo comenta que essas técnicas fisioterapêutica promovem remoção e mobilização de secreções, melhoram a ventilação alveolar e a oxigenação e contribuem para reduzir a necessidade de ventilação invasiva, além do que podem prevenir complicações respiratórias e acelerar a recuperação, embora os resultados variem conforme o tipo de técnica utilizada.Os autores concluem que a fisioterapia respiratória é uma intervenção terapêutica essencial no manejo da BVA, podendo diminuir a gravidade clínica e apoiar a recuperação. Ressaltam a necessidade de programas personalizados de reabilitação e orientação para pais/cuidadores, bem como monitoramento contínuo durante o tratamento.
ALVES;  SANTOS;  COSTA.Definir critérios  clínicos e  parâmetros para  diagnóstico e  gravidade da  BVA.Avaliação em lactentes com  primeiro episódio,  coleta de sinais  clínicos e  aplicação de  critérios de  gravidade. Diagnóstico  essencialmente  clínico, exames  complementares  apenas em casos  graves ou atípicos. Suporte clínico é  base do manejo,  critérios bem  definidos evitam  exames e  internações  desnecessárias. 
SILVA; Analisar os efeitos  Analisar os efeitos das principais técnicas respiratórias utilizadas em pediatria, como a drenagem postural, vibração torácica, tapotagem e aspiração traqueal, na melhora dos parâmetros respiratórios e na redução de complicações pulmonares em crianças hospitalizadas.Estudo de revisão integrativa da literatura, com busca em bases de dados como PubMed, SciELO e LILACS. Foram incluídos artigos publicados entre 2015 e 2024, com crianças de 0 a 12 anos submetidas a técnicas fisioterapêuticas respiratórias. Os critérios de inclusão consideraram estudos clínicos, revisões sistemáticas e ensaios randomizados..As técnicas  respiratórias  mostraram-se  eficazes na  melhora da  oxigenação,  diminuição da  frequência  respiratória e  eliminação de  secreções. A  aspiração traqueal  foi eficiente em  casos de acúmulo  intenso de  secreções. A  vibração torácica e  a tapotagem  apresentaram bons  resultados na  mobilização do  muco. A  associação de  mais de uma  técnica  potencializou os  resultados. A  maioria dos  estudos relatou  melhora clínica  em até 72 horas de  intervenção.As técnicas  respiratórias  aplicadas por  fisioterapeutas em  pediatria são  seguras e eficazes  para o manejo de  alterações  respiratórias. A  escolha da técnica  deve considerar a  condição clínica  da criança, sendo  importante a  atuação  interdisciplinar  para melhores  resultados. Novas  pesquisas com  padronização de  protocolos são  necessárias para  fortalecer as  evidências.
REZENDE;  SOUSA Testar se a fisioterapia respiratória melhora o desfecho na bronquiolite aguda.Revisão sistematiza com 8 estudos, incluindo ensaios controlados e quase- experimentais.Redução do tempo de hospitalização, melhora da oxigenação, menos tempo de ventilação mecânica invasiva.Fisioterapia respiratória pode acelerar recuperação e reduzir a gravidade.
ABREU et al. Esclarecer o  impacto da  fisioterapia nos  diferentes tipos de  bronquiolite, em  diferentes perfis  de pacientes e  locais de  atendimento.Revisão sistemática conforme PRISMA, registrada no PROSPERO (CDR42021239709); buscas nas bases ScienceDirect, MEDLINE/PubMed e SciELO com estratégia PICO; inclusão de estudos observacionais e experimentais em lactentes com bronquiolite e intervenção fisioterapêutica; exclusão de estudos com outras patologias respiratórias; avaliação de qualidade pelo NHLBI por dois avaliadores independentes, com síntese descritiva e análise de concordância.Identificados 338 artigos e incluídos 26 estudos (n=3.339), distribuídos entre internamento, UCI e ambulatório; técnicas mais recorrentes: desobstrução rinofaríngea retrógrada, expiração lenta e prolongada, aumento do fluxo expiratório e drenagem postural; observaram-se efeitos positivos em desfechos como aumento da permeabilização de vias aéreas, higiene brônquica, e redução do número de dias de hospitalização, melhora da SpO₂, e de escores clínicos como: frequência cardíaca, frequência respiratória e necessidade de oxigenoterapia.A evidência aponta benefícios das técnicas (especialmente desobstrução rinofaríngea, expiração lenta e prolongada e aumento do fluxo expiratório) nos principais desfechos clínicos, embora a heterogeneidade metodológica e a escassez de estudos robustos limitem a certeza; recomendam-se pesquisas adicionais, sobretudo em bronquiolites leves a moderadas e fora do internamento.
DUARTE et al. Facilitar o manejo da assistência em lactentes com bronquiolite viral aguda, padronizando condutas com base nas melhores evidências e reduzindo variabilidade e riscos assistenciais por meio de protocolos, fluxogramas e guias.Revisão de  literatura no  PubMed dos  últimos dez anos com os descritores  pertinentes e, em  seguida, reunião  interdisciplinar de  especialistas para  ajustes, sugestões  e atualizações do  documento.Elaboração de um  protocolo  estruturado com  definição e magnitude do  problema,  evolução, quadro  clínico, critérios  de gravidade,  diagnóstico e  manejo, incluindo  fluxograma de  emergência,  tratamento,  ventilação não  invasiva e  invasiva, critérios  de admissão na  UTI, fluxograma  na UTI, sedação,  critérios de alta e orientações aos  familiares.Documento  técnico construído  para apoiar a  tomada de decisão clínica desde a  emergência até a  UTI e pós-alta,  com a expectativa  de qualificar a  prática, estimular  o raciocínio  clínico e promover  intervenções  seguras e  padronizadas no  cuidado à criança  grave.
FINATO Realizar uma  revisão  bibliográfica atualizada sobre a  eficácia da  fisioterapia  respiratória no  tratamento da  bronquiolite em  crianças  hospitalizadas. Busca primária e secundária nas bases BIREME, SciELO, LILACS, PubMed, GoPubMed e Google Acadêmico, cobrindo 2011–2016, com extração e síntese dos estudos identificados.Seleção de 11 artigos, organizados com autor, data, população, protocolo/grupo, variáveis analisadas e achados principais.A fisioterapia respiratória pode contribuir na prevenção e no tratamento de complicações pulmonares na bronquiolite, desde que as técnicas sejam criteriosamente indicadas, considerando gravidade e associação com terapias farmacológicas; recomenda-se realizar mais pesquisas para avaliar a efetividade das diferentes abordagens.

Os achados de Abreu e Finato convergem ao indicar benefícios clínicos pontuais  das técnicas de desobstrução e de manejo do padrão ventilatório em lactentes com  bronquiolite, sobretudo na melhora de saturação, escore clínico e permeabilização de vias aéreas. Essa consistência favorece a incorporação criteriosa da fisioterapia respiratória  como coadjuvante do cuidado, desde que ancorada em avaliação seriada e metas realistas  de desfecho. No entanto, ambos reconhecem heterogeneidade metodológica relevante, o  que limita inferências sobre tempo de internação e necessidade de oxigenoterapia em  todos os contextos. Assim, o peso das evidências recomenda prudência na extrapolação  para uso rotineiro sem indicação clara. Em termos práticos, a utilidade parece maior em  quadros leves a moderados ou quando há acúmulo de secreções. A conclusão operativa é  integrar técnica, gravidade e responsividade clínica. 

Mendonça e Guimarães oferecem sólido nexo fisiopatológico para técnicas como  higiene brônquica, drenagem postural e reexpansão, o que dá coerência ao uso quando  predomina obstrução por muco e hiperinsuflação. Ao cotejar essa base com a revisão de  Silva e Freitas, observa-se reforço à eficácia em parâmetros clínicos de curto prazo, com  realce para combinações de técnicas e para aspiração em secreção espessa. Contudo,  persiste a necessidade de padronização de protocolos e de melhor definição de critérios  de indicação, a fim de reduzir variabilidade e eventos adversos. A convergência entre  racional fisiológico e ganhos clínicos apoia o uso, desde que monitorado e  individualizado. 

No plano organizacional, Duarte propõe a ponte entre evidência e leito,  estruturando fluxos que integram triagem, escalonamento de suporte e momento de  acionar a fisioterapia na jornada do paciente. Tal padronização tende a qualificar decisões  e a reduzir intervenções inócuas, sobretudo quando combinada a critérios clínicos  precisos. É nesse ponto que Alves, Santos e Costa adicionam valor, ao enfatizar  diagnóstico essencialmente clínico e definição rigorosa de gravidade, evitando exames e  internações desnecessárias. A articulação entre critérios e protocolos delimita o lugar da  fisioterapia, previne indicações indiscriminadas e potencializa a relação risco-benefício.  Em conjunto, ambos sugerem que ganhos dependem menos de “mais técnica” e mais de  “técnica certa, no paciente certo, na hora certa”. Esse é o vetor de melhoria contínua no  cuidado. 

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

A fisioterapia respiratória tem papel fundamental no tratamento da bronquiolite viral  aguda, especialmente em crianças menores de dois anos e em ambientes hospitalares.  Apesar dos benefícios observados, ainda são necessários mais estudos com metodologia robusta para padronizar as intervenções e adequá-las às diferentes gravidades da doença.  As evidências apontam que, quando bem indicada, a fisioterapia contribui  significativamente para a melhora clínica e recuperação respiratória dos lactentes. 

6. LIMITAÇÕES DO ESTUDO 

A metodologia escolhida (revisão integrativa) não prevê o rigor de uma Revisão  Sistemática com Metanálise. Logo, não houve a combinação estatística de resultados para  obtenção de um estimador global de eficácia, limitando as inferências a uma síntese  descritiva e qualitativa das evidências. A busca limitada ao período e bases pode ter  implicado na exclusão de estudos relevantes publicados fora do recorte temporal ou em  bases de dados não consultadas, introduzindo potencial viés de seleção. Sugerimos novas  buscas em intervalos de tempos maiores, expandidas em bases de dados e com análise  sistemática para aperfeiçoamento das conclusões. 

7. REFERÊNCIAS 

ABREU, Verónica et al. Impacto da fisioterapia nos diferentes tipos de bronquiolite,  pacientes e locais de atendimento: revisão sistemática. Revista Fisioterapia em  Pesquisa, São Paulo, v. 28, n. 4, p. 464–482, 2021. 

ALVES, A. F.; SANTOS, J. M.; COSTA, R. F. Critérios diagnósticos para bronquiolite  viral aguda na infância. Jornal de Pediatria Clínica, [S. l.], v. 6, n. 2, p. 99–104, 2024. 

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DUARTE, Maria do Carmo M. B. et al. Protocolo de bronquiolite viral aguda na  criança [recurso eletrônico]. Recife: IMIP, 2024. Disponível em: http://higia.imip.org.br/handle/123456789/1038. Acesso em: 14 jul. 2025. 

FINATO, Natalia Maria et al. A eficácia da fisioterapia respiratória no tratamento da  bronquiolite em crianças hospitalizadas. Rev Fisioter S Fun., Fortaleza, v. 6, n. 1, p.  14-18, jan./jul. 2019. 

MACHADO, M. G. R. Bases da fisioterapia respiratória, terapia intensiva e  reabilitação. 2. ed. São Paulo: Revinter, 2010.

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OLIVEIRA, Paulina Silva; SANTOS, Rayanne Aguiar dos; SILVA, Ana Leticia Galdino  da. Atuação da fisioterapia respiratória na bronquiolite infantil. Revista Núcleo  Interdisciplinar de Pesquisa, [S. l.], v. 11, n. 09, 2025. 

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1Fisioterapeuta, Pós-graduação em Fisioterapia em Terapia Intensiva. E-mail:  celianepedrosojv77@gmail.com.

2Acadêmica de Fisioterapia do Instituto Esperança de Ensino Superior (IESPES). E-mail: camilanbarros70@gmail.com.

3Acadêmico de Fisioterapia do Instituto Esperança de Ensino Superior (IESPES). E-mail: eletropaulosolar@gmail.com.

4Acadêmico de Fisioterapia do Instituto Esperança de Ensino Superior (IESPES). E-mail: siilvamarcos70@gmail.com.

5Acadêmico de Fisioterapia do Instituto Esperança de Ensino Superior (IESPES). E-mail: danielpaixaodossantos09@gmail.com.

6Acadêmico de Fisioterapia da Universidade da Amazônia (UNAMA). E-mail:  flucasgama94@outlook.com.

7Fisioterapeuta. E-mail: cassiuscleystm@gmail.com

8Fisioterapeuta. E-mail: pamelapires19@gmail.com.

9Fisioterapeuta, Mestrando, Especialista Titulado em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto ASSOBRAFIR/COFFITO. E-mail: jasonjunior5@gmail.com.

10Fisioterapeuta, Especialista Titulado em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto/ Fisioterapia  Respiratória- ASSOBRAFIR/COFFITO. E-mail: mardenjunio@gmail.com.