Trabalho de Conclusão do Curso de Fisioterapia , Faculdade Uninorte, para obtenção do titulo de Fisioterapeuta.
Orientadora: Profª Natalia Gonçalves
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha família em especial a minha mãe Carmelita que sempre me ajudou e me apoiou em todas as decisões da faculdade.
AGRADECIMENTO
Agradeço em 1º lugar a Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades. A esta universidade, seu corpo docente, direção e administração que oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte superior. Aos meu colegas de turma por terem sempre me ajudado em tudo em questão aos assuntos.
RESUMO
O tratamento fisioterapêutico na disfunção dos músculos do assoalho pélvico em mulheres idosas. Tem como objetivo analisar a eficácia do tratamento fisioterapêutico em pacientes idosas portadoras de incontinência urinária.A metodologia utilizada foi a busca estratégica com o objetivo descritivo, de abordagem qualitativa para analise dessas informações, com método hipotético dedutivo e procedimento bibliográfico.Foram encontrados 7 artigos, dos quais 2 entraram no critério de inclusão e exclusão, com base no ano de publicação (2005 a 2020). Dos quais 5 artigos foram utilizados. A reabilitação fisioterapêutica na incontinência urinária em idosas se mostrou eficaz quando utilizado no tratamento a cinesioterapia para o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, associados ao biofeedback, eletroestimualação neuromuscular e cones vaginais. Ressalto que a incontinência urinária requer uma abordagem multifatorial para a melhora da qualidade de vida das pessoas afetadas.
Palavra-chave: incontinência urinária, idosa e reabilitação fisioterapêutica.
ABSTRACT
Physiotherapeutic treatment in pelvic floor muscle dysfunction in elderly women. Its objective is to analyze the effectiveness of physiotherapeutic treatment in elderly patients with urinary incontinence. The methodology used was the strategic search with the descriptive objective, of a qualitative approach to analyze this information. , with hypothetical deductive method and bibliographic procedure. 6 articles were found, of which 2 entered the inclusion and exclusion criteria, based on the year of publication (2005 to 2020). Of which 5 articles were used. Physiotherapeutic rehabilitation in urinary incontinence in elderly women proved to be effective when used in the treatment of kinesiotherapy to strengthen the muscles of the pelvic floor, associated with biofeedback, neuromuscular electrostimualization and vaginal cones. I emphasize that urinary incontinence requires a multifactorial approach to improve the quality of life of affected people.
Keyword: urinary incontinence, elderly and physical therapy rehabilitation.
1.INTRODUÇÃO
Visto que a população idosa vem aumentando significativamente ao longo do tempo e isto predispõe a um aumento da prevalência da incontinência urinária de esforço, percebe-se a importância do tratamento conservador. Assim, emergiram os objetivos norteadores desta pesquisa, que são verificar o efeito da cinesioterapia sobre a perda de urina diária e o alívio dos sinais e sintomas referidos, bem como avaliar o impacto da cinesioterapia na qualidade de vida das idosas portadoras de incontinência urinária.
Os sintomas das disfunções da musculatura do assoalho pélvico – DMAPs são comuns na população feminina, e embora não sejam fatais, as mulheres afetadas geralmente relatam limitações em suas vidas no âmbito do funcionamento físico, social e emocional. As DMAPs podem causar isolamento social, perda de função sexual e outros problemas psicossociais, pode ter um impacto significativo no bem-estar psicossocial dos pacientes e na qualidade de vida. Com relação aos fatores de risco associados ao aparecimento das DMAPs, pode-se citar a idade avançada, IMC elevado, multíparas, tipos de partos, peso do recém-nascido, intervenções cirúrgicas ginecológicas, deficiência hormonal, menopausa, uso de medicamentos e fatores genéticos (BORBA et al, 2008).
As alterações da IU promovem modificações na qualidade de vida das idosas trazendo, consequências físicas, sociais e emocionais, desencadeando o isolamento e repercutindo na autoestima, podendo propiciar, também, quadros depressivos e situações constrangedoras (TORREALBA; OLIVEIRA, 2010). Com o aumento da perspectiva de vida das populações em geral, há um número crescente de idosos e, consequentemente, o número de casos de IU pode aumentar, porém, muitos deles não serão diagnosticados pela falta de busca de tratamento tanto por parte deles, como também pelo despreparo dos profissionais de saúde na abordagem, diagnóstico e tratamento (LOPES; HIGA, 2008).
Essa maior prevalência de IU nas idosas ocorre porque as mulheres são mais predispostas a desenvolver esse agravo do que os homens. Isso advém das diferenças no comprimento uretral e na anatomia do assoalho pélvico, de efeitos da gestação e do parto sobre os mecanismos de continência e de alterações hormonais, caracterizadas pelo esgotamento dos folículos ovarianos e hipoestrogenismo progressivo. Ainda, muitas mulheres consideram erroneamente a IU como um fenômeno normal do próprio envelhecimento. Adicionalmente, grande proporção de queixas de IU estão relacionadas ao esforço físico (IU de esforço), o que contribui para as diferenças de prevalências entre os sexos.
A modificação comportamental é definida como a análise e alteração do relacionamento entre os sintomas da paciente e o seu ambiente, com o objetivo de tratar os modelos de micção inadequados ou mal adaptados. Estas modificações podem ser obtidas por modificação comportamental da paciente ou do ambiente em que ela vive.
As pacientes idosas sedentárias de 65 a 70 anos que são acometidas com as disfunções dos músculos do assoalho pélvico receberam o tratamento Fisioterapêutico especifico para a sua necessidade clinica até a sua recuperação e melhora do seu quadro clinico.
2.DESENVOLVIMENTO
2.1. INCONTINÊNCIA URINÁRIA
A incontinência urinária é a perda involuntária da urina através do óstio uretral externo, devido ao aumento da pressão abdominal e ausência de contração do detrusor. Pode afetar muitas pessoas em diferentes faixas etárias, independente do sexo, sendo mais comum em mulheres idosas. Essa situação constrangedora traz consequências como: frustrações psicossociais, ameaça à autoestima, resultando em significativa morbidade (OLIVEIRA et al., 2007).
A IU a partir de 1998 passou a ser considerada como doença pela Classificação Internacional de Doenças (CID/OMS). Os tipos de incontinência urinária são: incontinência urinária de esforço (IUE) – perda de urina na decorrência de algum esforço físico como pular, correr e tossir; incontinência urinária de urgência (IUU) – causada por uma contração involuntária súbita da bexiga; incontinência urinária mista (IUM) – combinação de incontinência urinária de esforço e incontinência urinária de urgência, mais comum em mulheres mais velhas e incontinência urinária de transbordamento (IUT) – sensação de urgência para urinar, porém sem esvaziamento completo da bexiga.
2.2 TIPOS DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Dentre os tipos de IU, a incontinência urinária de esforço é a mais comum (incidência variando de 15-56%), a mesma se resume na perda involuntária de urina devido a algum esforço. A prevalência de incontinência urinária de esforço aumenta com a idade e paridade, diversos outros fatores influenciam gerando o aumento da pressão intra-abdominal, levando a distúrbios do assoalho pélvico (BERQUÓ; RIBEIRO; AMARAL, 2009).
A principal queixa relacionada à incontinência urinária de esforço é a perda involuntária de urina, causada pelo aumento da pressão abdominal, que pode ser decorrente de um esforço físico como tossir, espirrar, subir escadas ou até mesmo mudança de posição, como levantar (Zacchi AS, Bruse CF, Souza 2008).
A fisioterapia é de suma importância no tratamento da incontinência urinária de esforço, é através de exercícios fisioterápicos que o sistema genital feminino recupera suas funções voluntárias, contribuindo para que a paciente volte a ter uma vida normal, pois sabemos que essa patologia causa grandes traumas psicossociais nas pessoas por ela acometidas ((Zacchi AS, Bruse CF, Souza 2008).
2.3 TRATAMENTO
O tratamento pode ser cirúrgico e/ou conservador, através de procedimentos fisioterápicos para fortalecimento do assoalho pélvico, e terapia farmacológica. É importante ressaltar que antes de tomar qualquer atitude a melhor conduta a ser adotada é procurar auxílio de um especialista, ginecologista ou urologista.
2.4 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
Conforme observa-se na prática clínica, a presença de disfunções do assoalho pélvico ocorre em qualquer faixa etária. Na população idosa, essa prevalência é maior pois coexistem uma série de fatores de risco que podem levar ao enfraquecimento do assoalho pélvico e consequente sintomas de incontinência urinária. Na mulheres idosas, essa fraqueza pode surgir juntamente com alguma alteração sexual. Dessa forma, nota-se que o fisioterapeuta tem uma série de métodos de tratamento que podem ser utilizados a fim de melhorar a função do assoalho pélvico, conforme a avaliação previamente realizada.
Pacientes que apresentam IUE normalmente se isolam socialmente, com medo de ocorrer perda urinária em público. A maioria é prejudicada na prática de exercícios físicos, ao frequentar ambiente social, pois passam a depender da disponibilidade de banheiros. Outros aspectos negativos relacionados são: dificuldades sexuais, alteração no sono, queda da autoestima, irritação, depressão, angústia e sentimento de humilhação (BERQUÓ; RIBEIRO; AMARAL, 2009)..
A fisioterapia, como forma abrangente de tratamento, visa a prevenção e tratamento curativo da IUE por meio da educação da função miccional, informação a respeito do uso adequado da musculatura do assoalho pélvico, bem como o aprendizado de técnicas e exercícios para aquisição do fortalecimento muscular. São objetivos principais da fisioterapia a reeducação da musculatura do assoalho pélvico e seu fortalecimento, visto que, na maioria dos tipos de incontinência urinária, está presente uma redução da força desta musculatura. . (Zacchi AS, Bruse CF, Souza RMN, 2008)
A cinesioterapia do assoalho pélvico compreende basicamente na realização dos exercícios de Kegel, que objetiva trabalhar a musculatura perineal para o tratamento da hipotonia do assoalho pélvico. O objetivo básico dos exercícios para fortalecimento da musculatura pélvica é o reforço da resistência uretral e a melhora dos elementos de sustentação dos órgãos pélvicos.O fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico através da reeducação perineal tem-se revelado apropriada numa série de mulheres idosas acometidas pelo IUE com incontinência urinária por esforço, constituindo a base da terapêutica conservadora. (NOLASCO J, MARTINS, L, BERQUO, M, SANDOVAL 2008).
2.5 EXERCÍCIOS DE KEGEL
O Dr. Arnold Kegel em 1948 relatou resultados positivos através de exercícios musculares do assoalho pélvico em mulheres com incontinência urinária, desde então foi criado séries de exercícios denominadas de exercícios de Kegel, que são realizados para fortalecimento dos músculos assoalho pélvico, realizando contração e relaxamento desses músculos.Os exercícios musculares do assoalho pélvico(PFMEs) têm sido o tratamento de primeira linha para Incontinência Urinária a partir desses relatos de bons resultados dos exercícios. Esse método além de ser de baixo custo e por sua forma simples pode ser feita em casa. Arnold Kegel enfatizou o valor dos exercícios de fortalecimento perineal na recuperação das funções dos músculos do assoalho pélvico, em mulheres com IUE. Sendo assim torna-se importante ensinar às mulheres sobre a eficácia e benefícios obtidos através dos exercícios de Kegel.( ASLAN, E.; BEJI, N.K.; 2008).
Os exercícios são realizados com a paciente com a bexiga vazia, solicitando dez contrações e relaxamento com série de três, conforme paciente apresentar melhora ir aumentando sucessivamente o número de repetições e contração e relaxamento.O paciente pode fazer os exercícios em qualquer posição (sentado em uma cadeira ou deitado), não necessita realizá-los somente quando estiver no banheiro. Orienta se ao paciente a realizar 8 a 12 exercícios de contração dos músculos do assoalho pélvico 3 vezes ao dia em 3-4 dias da semana (idealmente, todos os dias). Durante a contração dos músculos do assoalho pélvico, mantê-los contraídos por 6 a 10 segundos. Os resultados podem ser observados a partir do primeiro mês, porém recomenda-se continuar o exercício por pelo menos por 3 meses para avaliar a resposta.
2.6 BIOFEEDBACK
O biofeedback é um aparelho cuja técnica possibilita que a informação sobre o processo normal, fisiológico e inconsciente da contração muscular do assoalho pélvico, seja introduzida ao paciente e/ou ao terapeuta como sinal visual, auditivo ou tátil.
2.7 ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR
A eletroestimulação neuromuscular (EENM) é a aplicação de corrente elétrica que estimula a inervação da víscera pélvica ou o suprimento de sua inervação. O objetivo da EENM é induzir diretamente uma resposta terapêutica ou passar a modular as disfunções do TUI, intestinais e sexuais.
2.8 CONES VAGINAIS
Os cones vaginais foram desenvolvidos por Plevnik em 1985. Ele demonstrou que a mulher pode melhorar o tônus da musculatura pélvica introduzindo na cavidade vaginal cones de material sintético, exercitando a musculatura do períneo na tentativa de reter os cones e aumentando progressivamente o peso dos mesmos.
3. CONCLUSÃO
A reabilitação fisioterapêutica na incontinência urinária em idosas se mostrou eficaz quando utilizado no tratamento a cinesioterapia para o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, associados ao biofeedback, eletroestimualação neuromuscular e cones vaginais. Ressalto que a incontinência urinária requer uma abordagem multifatorial para a melhora da qualidade de vida das pessoas afetadas.
Concluiu-se que a enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico pode provocar a I.U. é um problema comum na paciente idosa, porém nem sempre o tratamento é procurado pela sua associação como consequência natural do envelhecimento. O tratamento Fisioterapêuticos é composto por várias técnicas que acarretam em adequada conscientização corporal, fortalecimento muscular e prevenção de possíveis patologias decorrentes, proporcionando conscientização e melhora na qualidade de vida desta população.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASLAN, E.; BEJI, N.K.; KOMURCU, N.; YALCIN, O. Bladder Training and Kegel Exercises for Women with Urinary Complaints Living in a Rest Home. Gerontology, Volume 54, Páginas 224–231, May 16, 2008.
BERQUÓ. Marcela Souza; Marília Oliveira Ribeiro; Rita Goreti Amaral. Fisioterapia no tratamento da incontinência urinária feminina. FEMINA. Julho 2009. vol 37. nº 7.
BORBA, A. M. C.; LELIS, M. A. S.; BRÊTAS, A. C. P. Significado de ter incontinência urinária e ser incontinente na visão das mulheres. Texto Contexto Enferm.,v. 17, n. 3, p. 527-35, 2008.
Higa R, Lopes MHBM, Reis MJ. Fatores de risco para incontinência urinária na mulher. Rev Esc Enferm USP. 2008;1(42):187-92.
NOLASCO J, MARTINS, L, BERQUO, M, SANDOVAL, RA. Atuação da cinesioterapia no fortalecimento muscular do assoalho pélvico feminino:Revisãobibliográfica. Revista Digital Buenos Aires. 2008;12(117):1-10.
Torrealba FCM, Oliveira LDR. Incontinência urinária na população feminina de idosas. Ensaios e Ciência. 2010;14(1):159-175.
Zacchi AS, Bruse CF, Souza RMN. Utilização da cinesioterapia na incontinência urinária de esforço. Fisioterapia 2008 set/out; 5(28):10-11.