Autores:
Alexandre Cesar de Almeida Cardoso Junior1
Denilson da Silva Veras2
1Acadêmico do curso de Bacharelado em Fisioterapia da Faculdade Metropolitana de Manaus- FAMETRO. alexcesartrab@gmail.com.
2Mestre em Ciências da Saúde e Professor do curso de Fisioterapia da Faculdade Metropolitana de Manaus- FAMETRO. denilsonveras55@gmail.com.
RESUMO
Com a idade, o processo de reabsorção e reposição óssea fica mais lento, juntamente com o declínio relacionado à idade no conteúdo de cálcio do corpo, os ossos se tornam mais fracos. É esse desequilíbrio entre a formação e a reabsorção óssea que causa a osteoporose, facilitando a queda do indivíduo, o que pode levar à fratura. Com base na alta incidência de fraturas após quedas, a fisioterapia envolve uma intervenção não farmacológica com múltiplas técnicas, mas a terapia por exercícios utiliza exercícios destinados a exercitar articulações e músculos Objetivo: o objetivo geral deste trabalho é analisar a atuação fisioterapêutica por meio da cinesioterapia no ganho proprioceptivo em pacientes idosos pós cirúrgico de fratura de joelho com osteoporose. Metodologia: Foi realizado uma revisão de literatura através de bases de dados eletrônicos (PEDRO, SCIELO, PUBMED, GOOGLE ACADÊMICO), livros e revistas no período de 2011 a 2021, adotando alguns critérios de inclusão e exclusão. Resultados e Discussão: Foram escolhidos 10 artigos voltados para análise da fisioterapia em pacientes idosos decorrentes de fraturas por osteoporose, com ênfase na cinesioterapia e no ganho proprioceptivo. Com base nos estudos dos autores, após o tratamento com diversos exercícios praticados por esses pacientes em seus estudos, obtiveram melhora significativa em seu quadro clínico. Conclusão: a atuação do fisioterapeuta na intervenção e da melhoria da qualidade de vida desses pacientes, são essenciais. A prática de atividades que enfatizam o fortalecimento muscular destes pacientes, como a cinesioterapia, com foco no ganho proprioceptivo desses pacientes, é muito importante, pois também atuam na excitação benéfica do musculo, sem ricos de fratura, permitindo a proposição de um tratamento fisioterapêutico que possa prevenir a perda da capacidade funcional, controle das dores, independência nas atividades diárias, enfim, melhoria em geral na qualidade de vida do paciente.
Palavras-chave: fisioterapia, cinesioterapia, osteoporose.
ABSTRACT
With age, the process of bone resorption and replacement slows down, and along with the age-related decline in the body\’s calcium content, bones become weaker. It is this imbalance between bone formation and resorption that causes osteoporosis, making it easier for the individual to fall, which can lead to fracture. Based on the high incidence of fractures after falls, physical therapy involves a non-pharmacological intervention with multiple techniques, but exercise therapy uses exercises aimed at exercising joints and muscles Objective: the overall objective of this paper is to analyze the physical therapy performance through kinesiotherapy in proprioceptive gain in elderly post-surgical knee fracture patients with osteoporosis. Methodology: A literature review was performed using electronic databases (PEDRO, SCIELO, PUB-MED, GOOGLE ACADEMIC), books and magazines from 2011 to 2021, adopting some inclusion and exclusion criteria. Results and Discussion: 10 articles were chosen that focused on the analysis of physical therapy in elderly patients suffering from osteoporosis fractures, with emphasis on kinesiotherapy and proprioceptive gain. Based on the authors\’ studies, after treatment with various exercises practiced by these patients in their studies, they obtained significant improvement in their clinical picture. Conclusion: the role of the physiotherapist in the intervention and improvement of the quality of life of these patients is essential. The practice of activities that emphasize the muscle strengthening of these patients, such as kinesiotherapy, focusing on proprioceptive gain of these patients, is very important, because they also act in beneficial excitation of the muscle, without the risk of fracture, allowing the proposition of a physiotherapy treatment that can prevent the loss of functional capacity, pain control, independence in daily activities, in short, general improvement in the quality of life of the patient.
Keywords: physical therapy, kinesiotherapy, osteoporosis.
INTRODUÇÃO
As populações em todo o mundo estão envelhecendo em um ritmo mais rápido do que no passado e essa transição demográfica terá um impacto em quase todos os aspectos da sociedade. Já existem mais de 1 bilhão de pessoas com 60 anos ou mais, a maioria vivendo em países de baixa e média renda. Muitos não têm acesso nem aos recursos básicos necessários para uma vida com sentido e dignidade. Muitos outros enfrentam múltiplas barreiras que impedem sua plena participação na sociedade (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2021).
Com o envelhecimento, o peso dos músculos reduz, e com isso também a sua área de sucção também diminuirá, evidenciando o peso da massa muscular. Com isso, ocorre uma redução das fibras de contração rápida responsáveis pelo nosso controle postural. As fibras musculares ausentes são substituídas por tecido conjuntivo e, então, o colágeno intersticial nos músculos antigos nos idosos aumentam. Com a perda da fibra, a força muscular do idoso também diminuirá, o que levará à redução da amplitude de movimento e ao aumento do tônus (ISHIZUKA & FILHO, 2004).
Com a idade, o processo de reabsorção e reposição óssea fica mais lento, juntamente com o declínio relacionado à idade no conteúdo de cálcio do corpo, os ossos se tornam mais fracos (CARNEIRO et al., 2013).
É esse desequilíbrio entre a formação e a reabsorção óssea que causa a osteoporose, facilitando a queda do indivíduo, o que pode levar à fratura (PANSA et al., 2003).
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a osteoporose é uma doença óssea sistêmica caracterizada pela diminuição da massa óssea e degradação da microestrutura do tecido ósseo, o que leva ao aumento da fragilidade óssea e suscetibilidade a fraturas. (OMS, 1994; RENNÓ et al., 2004).
A osteoporose é chamada de doença assintomática porque as primeiras manifestações clínicas aparecem quando 30% a 40% da massa óssea já foi perdida. Quando é sintomática, a principal manifestação da osteoporose é a dor, que pode ser aguda ou crônica. (DRIUSSO et al., 2000). É esse tipo de dor que dificulta a realização das atividades diárias do idoso, resultando na diminuição da massa e força muscular devido ao sedentarismo.
Para Curll (2003), o estudo do processo de envelhecimento e seus efeitos tem se tornado cada vez mais importante. Faganelo et al. (2003), acreditam que a perda óssea é um dos processos quase inevitáveis no processo de envelhecimento, levando à osteoporose e, devido ao aumento da incidência de fraturas, tem despertado grande interesse em pesquisas em todo o mundo.
A implementação de programas de exercícios e condicionamento para aumentar a força muscular, resistência e equilíbrio é benéfica na maioria dos estágios da doença, reduz a dor e o risco de quedas e ajuda a manter a mobilidade e a função. O plano de atividade física de longo prazo também deve incluir exercícios aeróbicos e uso de carga. A realização de exercícios específicos para avaliação e treinamento do equilíbrio é importante, principalmente para vítimas de queda. Com tratamento adequado, não apenas reduzem a dependência de analgésicos, mas também reduzem o risco de quedas, eliminando os efeitos colaterais dos analgésicos no sistema nervoso central (KRUEGER et al., 2002).
Com base na alta incidência de fraturas após quedas, a fisioterapia envolve uma intervenção não farmacológica com múltiplas técnicas, mas a terapia por exercícios utiliza exercícios destinados a exercitar articulações e músculos (ARNDT et al., 2011). Além de proporcionar melhora e segurança ao caminhar, promovendo assim maior independência individual e aumentando a força muscular (CANDELORO, SILVA 2012).
Como todos sabemos, a cinesioterapia utiliza exercícios específicos na recuperação funcional do idoso, o que é de grande importância para a promoção da prevenção, reabilitação e cura ao nível do conhecimento da anatomia, fisiologia e biomecânica (PEREIRA, 2003).
É fato que as atividades funcionais do idoso são limitadas pelas habilidades motoras cognitivas e perceptivas relacionadas ao equilíbrio e à destreza no desempenho dessas atividades. Por esse motivo, a fisioterapia pós-operatória é fundamental para evitar complicações causadas pela imobilidade, o que não só ajuda a melhorar a qualidade de vida dessas pessoas, mas também garante sua função nas atividades diárias (BENTO et al., 2011).
Bento et al. (2011) apontam que os benefícios da cinesioterapia, com exercícios que são direcionados para o desenvolvimento de equilíbrio dos idosos. Exercícios que incluem aumento da amplitude de movimento, força, treinamento funcional, propriocepção e postura são os mais adequados porque não apenas melhoram a condição cardiorrespiratória, mas também aumentam a percepção e equilíbrio corporal.
O Conselho nacional de educação câmara de educação superior por meio da resolução CNE/CES 4, de 19 de fevereiro de 2002, Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Fisioterapia. No art. 3 (p.1) diz que: “O Curso de Graduação em Fisioterapia tem como perfil do formando egresso/profissional o Fisioterapeuta, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a atuar em todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor científico e intelectual. Detém visão ampla e global, respeitando os princípios éticos/bioéticos, e culturais do indivíduo e da coletividade. Capaz de ter como objeto de estudo o movimento humano em todas as suas formas de expressão e potencialidades, quer nas alterações patológicas, cinético-funcionais, quer nas suas repercussões psíquicas e orgânicas, objetivando a preservar, desenvolver, restaurar a integridade de órgãos, sistemas e funções, desde a elaboração do diagnóstico físico e funcional, eleição e execução dos procedimentos fisioterapêuticos pertinentes a cada situação”.
Diante do exposto, justifica-se esta pesquisa pela complexidade da reabilitação do paciente com osteoporose, na recuperação cirúrgica, por predispô-lo a suscetíveis infecções e limitações que afetam a consolidação óssea, no qual terá como resultado final algum prejuízo funcional ao mesmo.
Em idosos, a vantagem da cinesioterapia com exercícios para a osteoporose reside não apenas em seu efeito sobre os ossos, mas também no equilíbrio e estabilidade do tecido muscular por meio do treinamento proprioceptivo.
Com isso, o objetivo geral deste trabalho é analisar a atuação fisioterapêutica por meio da cinesioterapia no ganho proprioceptivo em pacientes idosos pós cirúrgico de fratura de joelho com osteoporose.
METODOLOGIA
Este estudo consiste em uma revisão de literatura realizada através do banco de dados SciELO, PEDro, PubMed, e Google Acadêmico. Foram selecionados artigos publicados no idioma português e inglês, em que as palavras chaves estivessem no título ou resumo desses artigos. Todas as palavras-chave estão contidas nos descritores em ciências da saúde: physiotherapy (fisioterapia), osteoporosis (osteoporose), elderly (idoso), fracture (fratura). Foram excluídos trabalhos que não continham estas palavras-chaves. Após a seleção dos artigos, foi feita a leitura dos mesmos para encontrar os aspectos relevantes de cada estudo, e após isso, foram relatados. Os artigos que não atenderam esse critério foram excluídos desta pesquisa. Por fim, foram escolhidos 10 artigos voltados para análise da fisioterapia em pacientes idosos decorrentes de fraturas por osteoporose, com ênfase na cinesioterapia e no ganho proprioceptivo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Mosti et al., (2013), buscou investigar, por meio de um ensaio clínico randomizado, os efeitos do exercício de agachamento MST em 1RM, RFD e parâmetros relacionados aos ossos em pacientes com osteoporose ou osteopenia em 21 pacientes. O programa de treinamento de força máxima (MST), foi supervisionado por 12 semanas, compreendendo 3 sessões por semana em um total de 36 sessões. Nenhum dos participantes havia feito treinamento de força durante o último ano antes da inclusão. o exercício de agachamento MST, aplicando apenas um exercício, melhora 1RM, RFD e BMC em pacientes com osteoporose e osteopenia.
Hipólito et al., (2019), realizou um estudo quantitativo, transversal e descritivo, com abordagem, no período de março a novembro de 2017, uma amostra final de 132 idosos cadastrados. O estudo concluiu que a correlação positiva entre o peso corporal e a massa óssea, pois indivíduos com maior IMC se apresentam com maior DMO, e os fatores de risco prevalentes equivalem ao sexo feminino, ao alto risco para complicações metabólicas pela classificação da circunferência abdominal feminina, ao consumo de cafeína, à inatividade física, a doenças crônicas e ao uso dos medicamentos para essas comorbidades, além da falta de suplementação de cálcio e vitamina D.
ANO | AUTOR | OBJETIVO | TIPO DE ESTUDO | RESULTADO |
2013 | Mosti et al., | Analisar se 12 semanas de agachamento em treinamento de força máxima me-lhoraria 1RM e níveis de força em mulheres na pós-menopausa com osteoporose/osteopenia e se coincidiria com melhora da DMO, CMO e níveis séricos nos marcadores metabólicos ósseos. | Ensaio clínico randomizado. | O TG melhorou o 1RM e o RFD em 154 e 52%, respectivamente. O CMO da coluna lombar e do colo do fêmur aumentou 2,9 e 4,9%. A proporção de P1NP / CTX sérico tendeu a aumentar (p = 0,09), indicando estimulação da formação óssea. Em conclusão, o exercício de agachamento MST melhorou 1RM, RFD, e propriedades esqueléticas em mulheres pós-menopáusicas com osteopenia ou osteoporose. |
2013 | Teixeira et al., | Avaliar o efeito de um programa de treinamento de força muscular progressiva e sensório-motor, no equilíbrio e na redução do risco de quedas em mulheres com osteoporose. | Ensaio clínico randomizado. | 69 pacientes concluíram a pesquisa. O programa promoveu melhora no equilíbrio funcional (p<0,001) demonstrado pela BBS, redução do risco de quedas calculado pelo escore geral do IQ (p<0,001). |
2015 | Garcia et al., | Analisar a associação entre testes de capacidade funcional, desempenho dos músculos do joelho e composição corporal de idosas com baixa densidade óssea | Estudo transversal. | Observaram-se correlações negativas moderadas e baixas da capacidade funcional com as variáveis de desempenho muscular de joelho. A massa muscular apresentou correlação positiva baixa com potência de extensores de joelho e não apresentou correlação com a capacidade funcional, a qual apresentou associação somente com o desempenho muscular, reforçando a fragilidade do uso da massa muscular como medida única na identificação de sarcopenia. |
2015 | Costa et al., | Identificar os fatores de risco relacionados com a osteoporose em mulheres atendidas pelo Programa de Práticas de Integralidade em Saúde (Propis)/Proex/UFMA, traçar uma caracterização sociodemográfica e considerar o estilo de vida da comunidade. | Estudo transversal. | A etnia parda foi predominante, a união estável mostrou ser um fator protetor e a baixa escolaridade foi um fator de risco. A idade média do grupo com menopausa foi de 54,1 anos e a do sem menopausa de 31,3 anos (p < 0,0001). A idade média da menopausa foi de 43,7 anos. O ciclo menstrual irregular foi um fator protetor. O número médio de gestações foi de 4,56 para o grupo com menopausa e 2,45 para o grupo sem menopausa, com a maior parte dos partos normal (p < 0,0001). O tabagismo, a inatividade física e o consumo de cafeína foram fatores de risco, enquanto a ausência de alcoolismo e de ingestão de refrigerante foram fatores de proteção para a doença |
2015 | Barbanera et al., | Este estudo teve como objetivo comparar os efeitos da reabilitação virtual e cinesioterapia, no torque do joelho em idosos saudáveis. | Ensaio clínico randomizado. | O pico de torque isocinético concêntrico e isométrico de extensão e flexão do joelho foram maiores após a intervenção para ambos os grupos |
2016 | Rodrigues e Barros. | Analisar a prevalência e fatores associados à osteoporose autorreferida na população de idosos residentes em Campinas, São Paulo (ISACAMP 2008) | Estudo transversal. | Encontrou-se uma prevalência de osteoporose de 14,8%, que foi significativamente mais elevada: no sexo feminino, nos indivíduos que autrorreferiram cor de pele branca, naqueles que relataram menos de 7 horas de sono/dia, nos idosos com reumatismo/artrite/artrose, asma/bronquite/enfisema, tendinite, tontura, insônia, transtorno mental comum, IMC > 27, autoavaliação da saúde como ruim e muito ruim e nos que relataram ocorrência de queda nos últimos 12 meses. |
2016 | Pereira et al., | Apresentar uma revisão bibliográfica dos principais efeitos terapêuticos relacionados às propriedades físicas da água em pacientes com osteoporose e apresentar evidências que possam embasar a prática e a importância da Fisioterapia Aquática. | Revisão de Literatura. | A análise feita na revisão de literatura mostrou que a fisioterapia aquática é uma grande aliada para o tratamento da osteoporose que tende a ser geradora de dores e perca da qualidade de vida em idosos portadores da doença. |
2017 | Camargos e Bomfim. | Estimar a expectativa de vida com osteoporose (EVCO) e a expectativa de vida livre de osteoporose (EVLH) ao nascer e aos 20, 40, 60 e 80 anos, no Brasil, em 2008 | Método de Sullivan. | Em 2008, ao nascer, um homem poderia esperar viver, em média, 69,1 anos e, desses, 1,3 ano seria vivido com osteoporose. No caso das mulheres, a esperança de vida seria maior (76,7 anos), assim como a expectativa de vida com osteoporose (7,9 anos). Ao alcançar a idade de 60 anos, as mulheres poderiam esperar viver, em média, por mais 22,7 anos, sendo 7,0 desses anos (31,0%) com osteoporose. Já para os homens, na mesma idade, apenas 1,3 ano (6,6%) dos 19,5 anos remanescentes seriam vividos com osteoporose |
2018 | Barbosa. | Descrever e analisar os eventos adversos associados ao tratamento cirúrgico para correção de fratura de fêmur, para coxartrose, para doenças da coluna vertebral e para artroplastia total de joelho, com particular atenção para taxas e causas específicas de mortalidade. | Estudo prospectivo, observacional. | As cirurgias de quadril, joelho e coluna na população estudada relacionaram-se com alta prevalência de complicações pósoperatórias. Não houve óbitos relacionados à cirurgia de ATJ ou ao tratamento de coxartrose. As complicações perioperatórias mais frequentes em todos os grupos foram os distúrbios hidroeletrolíticos. A taxa de mortalidade encontrada na população de FF no primeiro ano de seguimento foi de 28,6%, enquanto a taxa de mortalidade nos pacientes submetidos à cirurgia de coluna foi de 13,6%. |
2019 | Hipólito et al., | Conhecer os riscos para o desencadeamento da osteoporose nos idosos. | Estudo quantitativo, transversal e descritivo. | Prevaleceram-se as doenças hipertensão arterial e diabetes mellitus. Encontrou-se, sobre o histórico familiar, o fato de os idosos nunca terem apresentado fratura, não possuírem fatores genéticos sobre a osteoporose e não fazerem uso de cálcio e vitamina D. Com relação aos fatores modificáveis, grande parte dos idosos afirmou não praticar atividade física, não se expor ao Sol, ingerir bastante cafeína e leite. |
Nesse sentido, Teixeira et al., (2013), afirma que a prevenção de quedas é área de grande importância em pesquisas em saúde do idoso. Para a pesquisa, foram selecionadas 82 mulheres com idade entre 60 e 75 anos, com osteoporose. A pesquisa concluiu que, a associação do treinamento sensório-motor e da força progressiva para quadríceps é eficaz na prevenção de quedas e redução de seus fatores de risco. O modelo para previsão quantitativa do risco de quedas pode ser útil na identificação do risco de quedas em pessoas idosas.
Barbosa (2018), realizou um estudo prospectivo, observacional, para avaliar as complicações perioperatórias em pacientes submetidos à cirurgia para correção de doenças de quadril, joelho e coluna. Seu estudo concluiu que, as cirurgias de quadril, joelho e coluna na população estudada relacionaram-se com alta prevalência de complicações pós-operatórias.
Em seu estudo transversal, Garcia et al., (2015), buscou analisar a associação entre testes de capacidade funcional, desempenho dos músculos do joelho e composição corporal de idosas com baixa densidade óssea, com 48 idosas (70,62±5,95 anos). Em conclusão, observou-se associação da capacidade funcional somente com o desempenho muscular, não sendo evidenciada sua relação com a massa muscular, que por sua vez apresentou relação inversa com a força muscular, o que reforça a fragilidade do uso da massa muscular como medida única na identificação de sarcopenia.
Camargos e Bomfim (2017), buscou estimar a expectativa de vida com osteoporose (EVCO) e a expectativa de vida livre de osteoporose (EVLH) ao nascer e aos 20, 40, 60 e 80 anos para homens e mulheres, no Brasil, em 2008. A prevalência de osteoporose aumenta com o avançar da idade, passando de 0,1% na faixa etária de 18 a 24 anos para 27,7% na de 80 anos e mais, com prevalência maior no sexo feminino.
Nesse sentido, Pereira et al., (2016), realizou uma revisão de literatura, direcionada a fisioterapia aquática em pacientes com osteoporose que enfatiza os benefícios do tratamento nesses pacientes. Foram considerados 15 artigos publicados nos últimos 12 anos para a realização da pesquisa. O estudo observou que tratamentos para pacientes com osteoporose é de suma importância para atuar na melhora do equilíbrio, prevenindo quedas, melhora no padrão de marcha além de mobilizar a atuação dos reflexos do paciente.
Costa et al., (2015), realizaram um estudo transversal para reconhecer os fatores de risco relacionados com a osteoporose, caracterizar sociodemograficamente essa população e levar em consideração o estilo de vida da comunidade. Neste estudo, a prevalência de osteoporose foi de 40%. Os autores concluíram que a osteoporose é uma doença multifatorial, com uma prevalência crescente.
Rodrigues e Barros (2016), realizaram um estudo transversal de base populacional desenvolvido em amostra de idosos (60 anos e mais) não institucionalizados, residentes em área urbana no Município de Campinas, São Paulo. Os fatores associados à osteoporose (OP), aponta alguns segmentos de idosos mais susceptíveis à doença. Dentre eles destacam-se alguns já conhecidos como: sexo feminino, cor de pele branca, indivíduos mais idosos, aqueles com reumatismo/artrite/artrose, asma/bronquite/enfisema, tendinite, tontura, TMC e outros menos estudados e evidenciados no presente estudo, como é o caso do sono curto, insônia e sobrepeso (IMC > 27).
O estudo feito por meio de um ensaio clínico randomizado de Barbanera et al., (2015), buscou avaliar e comparar os efeitos da reabilitação virtual e cinesioterapia, no torque dos músculos extensores e flexores do joelho de idosos saudáveis. Foram selecionados 14 participantes, que foram divididos em dois grupos aleatoriamente: sete participantes realizaram exercícios com reabilitação virtual formando o grupo Reabilitação Virtual (RV) (69,7 ± 5,5 anos; 71,8 ± 13,7 kg), e sete participantes realizaram cinesioterapia formando o grupo Cinesio (75,4 ± 5,7 anos; 64,7 ± 17,2 kg). O estudo concluiu que a cinesioterapia, assim como a reabilitação virtual foram eficazes para o ganho de torque extensor e flexor do joelho, o que permite uma maior possibilidade de recursos durante a reabilitação de idosos. O aumento do torque associado aos benefícios da prática de atividade física traz ao indivíduo melhora do equilíbrio, da flexibilidade, da propriocepção e aumento da autoestima, propiciando maior mobilidade funcional, independência e menor risco de quedas em idosos.
CONCLUSÃO
Conforme a realização de revisão de literatura deste presente estudo, a osteoporose é uma doença que reduz a massa óssea, o que enfraquece os ossos e aumenta o risco de fraturas. É uma doença silenciosa. Os sintomas geralmente não são percebidos. Na maioria dos casos, o diagnóstico é feito após uma queda ou fratura.
A osteoporose é mais comum em mulheres com mais de 45 anos e também está altamente relacionado ao envelhecimento, pois nosso corpo perde sua capacidade de metabolizar e absorver cálcio com o passar dos anos. Diante dos estudos, foi verificado que a ocorrência de osteoporose pode ser influenciada por alguns hábitos de vida, como o sedentarismo, a alimentação inadequada e o consumo de bebidas alcoólicas.
Nesse sentido, a atuação do fisioterapeuta na intervenção e da melhoria da qualidade de vida desses pacientes, são essenciais. De acordo com os estudos apresentados, a prática de atividades que enfatizam o fortalecimento muscular destes pacientes, como a cinesioterapia, com foco no ganho proprioceptivo desses pacientes, é muito importante, pois também atuam na excitação benéfica do musculo, sem ricos de fraturas, permitindo a proposição de um tratamento fisioterapêutico que possa prevenir a perda da capacidade funcional, controle das dores, independência nas atividades diárias, enfim, melhoria em geral na qualidade de vida do paciente.
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