REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10894531
Daniele Cristina Ferreira Pinheiro1
Small businesses play a fundamental role in the Brazilian economy, contributing significantly to the Gross Domestic Product (GDP)2 of the country. However, these businesses face various challenges that can affect their survival and growth in the early years of operation.
A recent study revealed that Individual Microentrepreneurs (MEIs) have the highest mortality rate among Small Businesses, with 29% closing after 5 years of activity. On the other hand, SmallSized Enterprises (EPPs) have the lowest mortality rate, with 17% closing after the same period. This discrepancy can be attributed to various factors, including personal readiness, inadequate planning, and improper business management.
Among the main problems faced by companies that closed their doors, the lack of personal readiness stands out, with a significant proportion of entrepreneurs who were unemployed before starting their own businesses and did not receive adequate training. Additionally, many entrepreneurs failed to conduct adequate planning for their businesses and encountered difficulties in financial management and adapting to market challenges, such as the Covid-19 pandemic.
Financial management plays a crucial role in the health and success of small businesses. It involves planning, controlling, and making decisions related to the company’s financial resources, including budgeting, financial analysis, cash management, tax planning, financial risk management, and investments.
However, facing the challenges of financial management is not an easy task. Financial managers must make informed decisions amidst economic and market changes, manage cash flow efficiently, ensure adequate financing, and mitigate financial risks that can negatively affect the company. Additionally, technological evolution presents new challenges and opportunities that require constant adaptation by companies.
Os MEIs têm a maior taxa de mortalidade entre os Pequenos Negócios, 29% fecham após 5 anos de atividade. Já as MEs têm taxa de mortalidade intermediária entre os Pequenos Negócios, 21,6% fecham após 5 anos de atividade. As EPPs têm a menor taxa de mortalidade entre os Pequenos Negócios, 17% fecham após 5 anos de atividade.
A maior taxa de mortalidade é verificada no comércio (30,2% fecham em 5 anos) e a menor na indústria extrativa (14,3% fecham em 5 anos).
Fatores que contribuíram para o fechamento dos negócios:
1. Pouco preparo pessoal
- Em média, 42% estavam desempregados, mas essa proporção chegou a 59% no grupo das empresas fechadas;
- Mais de 40% dos entrevistados eram funcionários de empresa privada antes de abrir seu próprio negócio. Outros 37% eram autônomos sem empresa constituída;
- Em média, 42% fizeram alguma capacitação. Mas no grupo das empresas fechadas foi maior a proporção de quem não fez nenhuma capacitação;
- Entre as empresas em atividade, foi maior a proporção de quem abriu porque “identificou uma oportunidade”.
2. Planejamento do negócio deficiente
- 17% dizem não ter feito nenhum planejamento e 59% dizem ter feito para no máximo 6 meses;
- Muitos deixaram de levantar informações relevantes para criar o negócio.
3. Gestão do negócio deficiente
- Na “gestão do negócio” as empresas que sobreviveram se mostraram mais ativas;
- Diferenciação/adaptação de produtos/serviços foi estratégia relevante para a sobrevivência.
4. Problemas no ambiente (pandemia)
- Mais de 40% citaram explicitamente como um dos principais motivos para o fechamento da empresa a pandemia da Covid-19;
- Entre as empresas fechadas, foi menor a proporção dos que tentaram empréstimo e foi menor a proporção dos que conseguiram.
Ao analisar a sobrevivência por setor, o levantamento mostrou que a maior taxa de mortalidade é verificada no comércio, onde 30,2% fecharam as portas em cinco anos. Na sequência, aparecem indústria de transformação (com 27,3%) e serviços (com 26,6%). As menores taxas de mortalidade estão na indústria extrativa (14,3%) e na agropecuária (18%).
GESTÃO
Gestão financeira refere-se ao processo de planejamento, controle e tomada de decisões relacionadas aos recursos financeiros de uma organização. Envolve a administração eficiente dos recursos financeiros disponíveis, como dinheiro, ativos, investimentos e dívidas, a fim de alcançar os objetivos financeiros da empresa.
A gestão financeira abrange várias áreas, incluindo orçamentação, análise financeira, gestão de caixa, planejamento tributário, gestão de riscos financeiros e investimentos. Ela é essencial para garantir a saúde financeira de uma empresa e maximizar o valor para os acionistas.
As principais atividades da gestão financeira incluem:
- Planejamento financeiro: envolve a definição de metas financeiras, a elaboração de um plano estratégico para alcançá-las e a projeção das necessidades financeiras futuras.
- Análise financeira: consiste em avaliar a situação financeira atual da empresa por meio de demonstrações financeiras, índices e métricas financeiras. Isso ajuda a identificar pontos fortes, fraquezas, oportunidades e ameaças financeiras.
- Gestão de caixa: abrange o controle, monitoramento e otimização dos fluxos de caixa da empresa. Isso inclui o gerenciamento de recebimentos, pagamentos, contas a receber e contas a pagar, para garantir que haja liquidez adequada para as operações diárias.
- Planejamento tributário: envolve a gestão dos aspectos fiscais da empresa, buscando minimizar a carga tributária dentro dos limites legais. Isso pode incluir a identificação de incentivos fiscais, a escolha de estruturas fiscais adequadas e a conformidade com as obrigações fiscais.
- Gestão de riscos financeiros: refere-se à identificação, avaliação e mitigação de riscos financeiros que possam afetar negativamente a empresa. Isso pode incluir riscos de mercado, riscos de crédito, riscos operacionais e riscos regulatórios.
- Investimentos: envolve a análise e seleção de oportunidades de investimento que possam gerar retornos financeiros para a empresa. Isso pode incluir investimentos em ativos tangíveis, como equipamentos e propriedades, bem como investimentos financeiros, como ações, títulos e fundos mútuos.
A gestão financeira é crucial para empresas de todos os tamanhos e setores, pois ajuda a garantir a estabilidade financeira, a sustentabilidade e o crescimento a longo prazo. Uma boa gestão financeira pode ajudar a empresa a tomar decisões, evitar problemas financeiros, aproveitar oportunidades de crescimento e alcançar seus objetivos estratégicos.
Segundo Gitman (2004, p.4) “podemos definir finanças como arte e a ciência de administrar fundos” 3. Assim, a gestão financeira ajudam na estabilidade das empresas.
DESAFIOS
A gestão financeira enfrenta diversos desafios que podem impactar a eficiência e o sucesso das empresas. Lidar com esses desafios requer habilidades de gestão financeira, conhecimento atualizado do mercado, análise rigorosa e adaptabilidade às mudanças. Alguns dos principais desafios incluem:
- Tomada de decisões acertadas: Os gestores financeiros devem tomar decisões complexas e estratégicas, como investimentos, financiamentos, orçamentação e gestão de riscos. Essas decisões podem ter impacto significativo no desempenho financeiro da empresa, e é fundamental tomar escolhas informadas e acertadas.
- Mudanças econômicas e de mercado: As condições econômicas e as flutuações dos mercados financeiros podem apresentar desafios para a gestão financeira. Mudanças nas taxas de juros, flutuações cambiais, volatilidade dos preços das commodities e incertezas políticas podem afetar as operações financeiras e exigir ajustes na estratégia financeira da empresa.
- Gestão de fluxo de caixa: A gestão eficiente do fluxo de caixa é fundamental para a saúde financeira de uma empresa. Desafios como ciclos de caixa longos, sazonalidade das receitas e despesas imprevistas podem impactar a disponibilidade de caixa e a capacidade de pagar fornecedores, salários e outras obrigações financeiras.
- Financiamento adequado: Garantir o financiamento adequado é um desafio para muitas empresas. É necessário identificar fontes de financiamento apropriadas e obter capital suficiente para investimentos, crescimento e operações diárias. Isso pode envolver a negociação com instituições financeiras, a captação de recursos junto a investidores ou o uso de instrumentos financeiros como empréstimos, linhas de crédito ou emissão de ações.
- Gestão de riscos financeiros: A gestão de riscos financeiros envolve a identificação, avaliação e mitigação de riscos que possam afetar negativamente a empresa. Riscos financeiros, como volatilidade de preços, risco de crédito, risco de liquidez e risco operacional, exigem estratégias adequadas de gestão de riscos para reduzir suas consequências e proteger a empresa de perdas financeiras significativas.
- Evolução tecnológica: A rápida evolução tecnológica traz oportunidades e desafios para a gestão financeira. Por um lado, a automação e a digitalização podem otimizar processos financeiros e melhorar a eficiência. Por outro lado, as empresas precisam acompanhar as mudanças tecnológicas e investir em sistemas e infraestrutura adequados para garantir a segurança dos dados financeiros e a integração eficiente de novas tecnologias.
As empresas que conseguem enfrentar esses desafios de forma eficaz têm mais chances de alcançar o sucesso financeiro a longo prazo.
Segundo Chiavenato (2008, p. 15), “atualmente nos novos negócios, a mortalidade precoce é elevadíssima, pois os riscos são inúmeros e os perigos não faltam4”.
Numa empresa pequena, muitas vezes não há um órgão especifico responsável pelo gerenciamento das operações financeiras, ficando essas atribuições distribuídas entre a contabilidade e o proprietário5.
A elaboração de planos financeiros e orçamentos cria direções estratégicas para a empresa, juntamente com ferramentas para monitorar o desempenho. Estas orientações devem incluir a definição de metas financeiras, a avaliação das discrepâncias entre os objetivos estabelecidos e a realidade financeira atual da empresa, e a formulação de estratégias necessárias para atingir esses objetivos6.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo teve o propósito de examinar o papel vital da gestão financeira em empresas brasileiras de pequeno porte e como a sua ausência pode afetar a sobrevivência dessas empresas nos primeiros cinco anos após a abertura. Conclui-se que a gestão financeira é crucial tanto para pequenos quanto para grandes negócios, pois ajuda a assegurar a sobrevivência e o crescimento da empresa, além de oferecer ao empreendedor uma visão clara do caminho que está trilhando.
2SEBRAI
3GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 10ª ed. São Paulo: Pearson, 2004
4CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: Dando asas ao espírito empreendedor. 2. Ed São Paulo: Saraiva, 2008
5SILVA, Edson. Como administrar o fluxo de caixa das empresas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
6MASIERO, Gilmar. Administração de empresas. 3. ed. Saraiva, 2012.
1Profissional trained to act and perform administrative activities related to people management processes, logistics operations, marketing management, sales and financas.