FERRAMENTAS UTILIZADAS NO BRASIL PARA AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO DOS PRINCIPAIS TRANSTORNOS MENTAIS EM UNIVERSITÁRIOS – UMA REVISÃO

SCALES USED IN BRAZIL TO EVALUATE AND DIAGNOSE THE MAIN MENTAL DISORDERS IN UNIVERSITY STUDENTS – A REVIEW

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.11217189


Dania Lemos Dionízio1
Pedro Moacyr Chagas Brandão Júnior2


Resumo:  

Introdução: O trabalho é parte de uma pesquisa de pós-graduação em Ensino de Ciências e Saúde de uma universidade do Brasil e problematiza o contexto atual em saúde mental, em que muitos estudantes universitários sofrem psiquicamente, principalmente no contexto dos cursos de saúde. Segundo avaliação da OMS (Organização Mundial de Saúde) em 2019, cerca de 1 bilhão de pessoas eram portadoras de um transtorno mental, e a prevalência, desde então, é crescente. Objetivo: identificar as ferramentas (escalas e questionários) mais comumente utilizadas no Brasil, para avaliação e rastreio diagnóstico em pesquisas envolvendo pacientes portadores de transtornos mentais comuns (TMC). Método: para este estudo de revisão, foram selecionadas 41 publicações por meio do portal de periódicos CAPES com sua extensa base de dados. Resultados e Discussão: foram demonstradas as escalas mais utilizadas na prática clínica e nas pesquisas científicas, traduzidas e validadas para o português do Brasil: QSG-12 (Questionário de Saúde Geral), Escala de Ansiedade e Depressão de Beck, DASS-21 (Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse), ISSL (Inventário de Sintomas de Estresse para adultos), MBI (Inventário para Burnout de Maslach). Conclusão: os instrumentos utilizados para o rastreio e diagnóstico de psicopatologias comuns são eficazes no rastreamento e avaliação dos principais TMC dos estudantes universitários e podem servir a intervenções de educação em saúde, auxiliando os envolvidos no ensino em saúde a identificarem as diversas formas de manifestação do sofrimento, possibilitando o adequado encaminhamento.

Palavras-chave: Transtornos mentais. Escalas. Diagnóstico. Qualidade de vida.

Abstract: 

Introduction: The work is part of postgraduate research in Science and Health Teaching at a university in Brazil and problematizes the current context in mental health, in which many university students suffer psychically, especially in the context of health courses. According to an assessment by the WHO (World Health Organization) in 2019, around 1 billion people had a mental disorder, and the prevalence has been increasing since then. Objective: to identify the tools (scales and questionnaires) most commonly used in Brazil for assessment and diagnostic screening in research involving patients with common mental disorders (CMD). Method: for this review study, 43 publications were selected through the CAPES journal portal with its extensive database. Results and Discussion: the scales most used in clinical practice and scientific research were demonstrated, translated and validated into Brazilian Portuguese: QSG-12 (General Health Questionnaire), Beck Anxiety and Depression Scale, DASS-21 (Depression Scale, Anxiety and Stress), ISSL (Stress Symptom Inventory for adults), MBI (Maslach Burnout Inventory). Conclusion: the instruments used for screening and diagnosing common psychopathologies are effective in tracking and evaluating the main CMDs of university students and can serve as health education interventions, helping those involved in health education to identify the different forms of manifestation of the disorder. suffering, enabling appropriate referral.

Keywords: Mental disorders. Scales. Diagnosis. Quality of life.

Introdução: O relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado em 2022 foi a maior revisão sobre a saúde mental mundial desde 2019. Segundo a pesquisa, cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo possuem algum tipo de transtorno mental. A desigualdade social, a guerra, a crise climática e a pandemia de Covid-19 são grandes ameaças à saúde global. De acordo com o Ministério da Saúde (Brasil), a depressão e a ansiedade aumentaram mais de 25% apenas no primeiro ano da pandemia.

O número de adultos jovens universitários do curso de medicina adoecidos mentalmente têm aumentado de forma bastante expressiva (Lopes, 2022). Dados de prevalência com base em artigos publicados sobre o tema no Brasil até 2022, contabilizam médias de: Ansiedade: 20 a 40% ; Depressão: 15 a 30% ; Estresse: 30 a 60% ; Burnout: 10 a 50%. Parte desses alunos, já se encontram em sofrimento emocional ao adentrar na universidade, outros adquirem a psicopatologia no transcorrer do curso, resultando em baixo rendimento acadêmico, devido a afastamentos para tratar surtos agudos, trancamentos de matrícula ou para submissão a longas terapias psiquiátricas, além de queda acentuada da qualidade de vida dos estudantes (Lopes, 2022). 

Os transtornos mentais comuns são caracterizados por disfunções na atividade cerebral que afetam o comportamento, a cognição (o pensamento), o estado emocional e o humor de uma pessoa. São os mais frequentes e menos graves entre os transtornos mentais, e são relacionados a grande sofrimento mental, dificuldades nos relacionamentos e perda de qualidade de vida. Cada transtorno tem os seus sintomas específicos, mas, geralmente, os seguintes sinais devem ser observados: mudanças de humor repentinas; alterações no comportamento; problemas para expressar ideias; dificuldade para se concentrar e raciocinar; dificuldades para conviver com outras pessoas (Lopes, 2022 ; Risal, 2012).

Dentre os transtornos mentais mais prevalentes entre os estudantes universitários no Brasil, destacam-se: ansiedade, depressão; estresse e Burnout (Boaventura, 2021).

Não há apenas uma causa para o desenvolvimento de transtornos mentais, eles são de natureza multifatorial (Braga, 2018), destacando-se fatores: 

Genéticos: relacionados ao histórico familiar, isto é, a carga genética;

Psicossociais: situações de estresse, ambiente social, escolar ou profissional, vida familiar;

Ambientais: problemas enfrentados na comunidade, no trabalho, violência ou abusos;

Biológicos: situações de anormalidades do sistema nervoso central.

Tais transtornos referem-se à situação de saúde de pessoas que apresentam sintomas de depressão, ansiedade ou sintomas somáticos, sem, entretanto, preencher os critérios formais para o diagnóstico de tais transtornos segundo o DSM-5 RT (Diagnostic and Statiscal Manual of Mental Disorders – fifth ed, RT, 2013). 

Nesse contexto, o rastreio e identificação dos estudantes portadores de transtornos mentais, assume crucial importância para uma avaliação oportuna do estado psíquico e, por conseguinte, promover um encaminhamento, tratamento e seguimento desses alunos de maneira adequada. Em vista disso, a utilização de instrumentos para investigar e diagnosticar pacientes portadores de psicopatologias se faz necessária, com o uso de escalas e questionários padronizados e validados para o idioma brasileiro.

Método: para este estudo de revisão, foi feita uma busca bibliográfica para analisar os artigos sobre o tema proposto. Para tal, a pesquisa foi realizada através do Portal de Periódicos CAPES, que possui uma extensa base de dados, como PubMed/Medline, SciELO e Lilacs. Os descritores utilizados no título dos artigos foram os seguintes: “diagnóstico”, “transtornos mentais”, “escalas”, “qualidade de vida”, “qualidade de vida”, “estudantes universitários”.

Critérios de inclusão: os artigos selecionados foram escritos em português e inglês, publicados entre novembro de 2022 e novembro de 2023. Publicações em datas anteriores, eleitas para participação no estudo, foram apenas aquelas que deram origem à validação das escalas ou questionários para o português do Brasil. 

Critérios de exclusão: artigos publicados em outro idioma que não inglês ou português; artigos duplicados; artigos que versavam sobre o tema qualidade de vida, sem, contudo, focar na utilização de escalas para rastreio diagnóstico; artigos que não permitiram acesso gratuito para serem baixados na íntegra.

A pesquisa foi realizada em três fases: (a) triagem de títulos e resumos: nesta fase, foram excluídos os artigos que não se adequavam à temática estudada; (b) nesta fase foram descartados os artigos em duplicidade; (c) busca dos artigos, dissertações ou teses que deram origem à validação das escalas e questionários para rastreio dos TMC para o português do Brasil. Portanto, dos 337 resultados preliminares obtidos da busca no portal CAPES, após a triagem mencionada, foram selecionados 41 artigos para a construção deste trabalho. 

Resultados e Discussão:

Na vida diária, experienciamos emoções passageiras como apreensão, aflição, estresse e angústia, que são normais e não devem ser confundidas com transtornos de ansiedade, depressão ou estresse crônico. Esses, são condições patológicas com critérios diagnósticos específicos e requerem avaliação cuidadosa por profissionais especializados.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmam que 9,3% da população brasileira sofre de ansiedade e que 1 em cada 4 pessoas no país sofrerá com algum transtorno mental ao longo da vida. Uma pesquisa realizada pela Vittude, plataforma online voltada para a saúde mental no trabalho, aponta que 37% das pessoas estão com estresse extremamente severo, enquanto 59% se encontram em estado máximo de depressão e a ansiedade atinge níveis mais altos, chegando a 63% (Ministério da Saúde – Brasil). 

As escalas e questionários são ferramentas fundamentadas em base teórica científica, que traduzem a manifestação clínica dos afetos em termos técnicos. Elas fornecem parâmetros que ajudam profissionais de saúde a avaliar a intensidade do sofrimento de uma pessoa e seu impacto no cotidiano.

É necessário atender aos requisitos de validade e precisão à sua aplicação (sensibilidade e especificidade satisfatórias). Dentre as mais utilizadas estão:

Questionário de Saúde Geral (QSG-12): é a versão mais curta do Questionário de Saúde Geral original que, anteriormente, continha 60 itens (Goldberg e Williams, 1972). É um instrumento utilizado para avaliar a saúde geral e o bem-estar das pessoas, cabível para profissionais de diversas áreas e, em muitos estudos, aplicado concomitantemente à outras escalas, como a Escala de Sonolência Diurna de Epworth, Questionário dos Valores Básicos, Inventário para Burnout de Maslach, com bons índices de sensibilidade e confiabilidade (Sousa, 2023 ; Moreira, 2022 ; Soares, 2023 ; Patrício, 2021 ;  Oliveira, 2023).  Esta versão contém 12 itens igualmente distribuídos entre positivos e negativos, como tristeza, nervosismo, dificuldade para dormir, perguntas relacionadas à capacidade de realizar atividades e tarefas diárias e percepção da saúde. É utilizado frequentemente como uma ferramenta de triagem para detectar sintomas de saúde mental e problemas emocionais dentro de um contexto clínico. Foi validada para o Brasil por Borges & Argolo, em 2002. 

Escala ou Inventário de Ansiedade de Beck (BAI): foi criada pelo Aaron Beck. É um questionário de autorrelato com 21 questões de múltipla escolha, utilizado para medir a severidade da ansiedade de um indivíduo adulto ou adolescente​​. É de fácil e rápida aplicação e descreve sintomas comuns em quadros de ansiedade em pacientes de forma geral, das mais diversas ocupações e em ambientes extremamente variáveis, como demonstrado em muitos estudos (Júnior, 2023 ; Rodrigues, 2019 ; Costa, 2020 ; Júlio, 2022). É uma das ferramentas mais utilizadas no mundo, tanto na prática clínica, quanto na pesquisa científica, em múltiplos cenários e situações, uma vez que a prevalência dos transtornos de ansiedade apresentou um aumento exponencial estimulado pela pandemia (Malavolta, 2023 ; Morais, 2023 ; Santos, 2023). Cada item avalia sintomas e comportamentos relacionados à ansiedade, incluindo sintomas físicos, cognitivos e emocionais (Velten, 2022 ; Nogueira, 2021 ; Nunes, 2022). A cada item é atribuída uma pontuação de 0 a 3, de acordo com a variação da intensidade do sintoma. Os itens somados podem variar de um escore de 0 a 63. Pontuações mais elevadas no escore final indicam graus mais intensos de ansiedade. A validação da versão em português do Brasil da BAI foi realizada por Quintão e Prieto, em 2013​​.

Escala de Depressão de Beck (BDI-II): ou BDI, criada por Beck & Steer, em 1993. É uma escala sintomática de depressão, constituída por 21 itens de múltipla escolha, que caracterizam sintomas e atitudes com manifestações comportamentais cognitivas, afetivas e somáticas da depressão (Nunes, 2022 ; Bruzeguini, 2023). A soma dos escores dos itens resulta em um escore total, que equivale à intensidade da depressão, podendo ser classificada como mínima, leve, moderada e grave. A versão em português (por Cunha, 2001) foi testada em adultos e adolescentes de amostras clínicas e da população geral, apresentando resultados satisfatórios de fidedignidade e validade, com excelente aplicabilidade (Gomes-Oliveira, 2012). Muitos trabalhos de pesquisa a utilizam, com grande número de publicações após a pandemia (Cao Ch, 2023). A validação da versão brasileira em português do Inventário de Depressão de Beck-II (BDI-II) foi conduzida por Marcio Henrique Gomes-Oliveira, em 2012.

Questionário DASS-21: a escala de Depressão, Ansiedade e Estresse foi criada por Levibond e Levibond, em 1995. É uma versão mais curta do DASS-42, que é um questionário mais extenso. É amplamente utilizado em pesquisas e na prática clínica para avaliar o bem-estar emocional e identificar sintomas relacionados à depressão, ansiedade e estresse, com resultados fidedignos após ajustes na versão e adaptação para diferentes países (Cao Ch, 2023). Composto por 21 perguntas em subescalas compostas por 3 domínios (depressão, ansiedade e estresse), com respostas tipo Likert, com 5 graduações de respostas: 0 – não se aplicou nada a mim; 1 – aplicou-se a mim algumas vezes; 2 – aplicou-se a mim muitas vezes; 3 – aplicou-se a mim a maior parte das vezes. O escore total de pontos poderá categorizar o paciente em normal ou portador de ansiedade / depressão / estresse leve, moderado, grave ou muito grave.  A versão brasileira foi validada por Tucci e Vignolla, em 2013. 

Inventário de sintomas de Estresse para adultos de Lipp (ISSL): instrumento adotado em muitas pesquisas e trabalhos clínicos na área do estresse, o ISSL fornece uma medida objetiva da sintomatologia do estresse em jovens acima de 15 anos e adultos, com alta confiabilidade e o tipo de sintoma predominante entre as pessoas que atendem aos critérios de estresse, conforme demonstrado por vários estudos (Tinoce, 2022 ; Oliveira, 2023 ; Paula, 2022, Malheiros, 2023). Foi validado para o português do Brasil em 1994, por Lipp e Guevara. Sua aplicação leva cerca de 10 minutos e pode ser realizada individualmente ou em grupos de até 20 pessoas. Esta ferramenta avalia os sintomas físicos e psicológicos experimentados nas últimas 24 horas, na última semana e no último mês, e permite estabelecer um diagnóstico preciso sobre a ocorrência do estresse e a fase em que se encontra (alerta, resistência, quase exaustão e exaustão), além de demonstrar se a sintomatologia é predominantemente física ou psicológica. No total, o ISSL apresenta 37 itens de natureza somática e 19 referentes aos aspectos psicológicos, já que os sintomas muitas vezes se repetem, diferindo somente na intensidade e seriedade. A aplicação do ISSL é prática e fácil, e a correção é feita de acordo com as instruções do Manual do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL).

Inventário para Burnout de Maslach (MBI): criada por Christina Maslach e Susan E. Jackson, em 1981 e validada para o Brasil por Tamayo e Tróccoli, em 1997. Utilizada para avaliar o burnout, definido como uma síndrome psicológica decorrente da forte tensão emocional crônica associada ao estresse ocupacional severo. As manifestações da síndrome do burnout incluem perda progressiva de energia e de satisfação, caracterizado especialmente pela falta de compromisso no trabalho, com atitudes e condutas negativas em relação aos colegas, clientes e chefia. Como já demonstrado em diferentes trabalhos, o MBI possui 3 versões, um para os profissionais cujo trabalho possui caráter assistencial (Lima, 2022 ; Borges, 2023), a segunda é para as pessoas que trabalham com o ensino (Barreto, 2022 ; Nassar, 2022) e, a terceira, é para os demais grupos que não se enquadram em nenhum dos anteriores. É composto por 3 subescalas: de exaustão emocional, de despersonalização e de realização pessoal. Sua pontuação total reflete a intensidade ou a gravidade da exaustão emocional, a despersonalização e a realização pessoal, respectivamente. Duas de suas versões são constituídas por 22 itens cada, distribuídos entre os fatores de Exaustão Emocional (9 itens), Despersonalização (5 itens) e Realização Pessoal (8 itens). Cada item está acompanhado por uma escala de resposta de 7 pontos (de nunca até todos os dias) que mede a frequência de sentimentos relacionados à síndrome.

Escala de Sonolência Diurna de Epworth (ESE): criada por Murray, em 1991. É uma ferramenta de autorrelato usada para avaliar a probabilidade de cochilar ou adormecer em diferentes situações do dia a dia, isto é, mede o grau de sonolência diurna de uma pessoa. A sonolência diurna excessiva é uma queixa comum e afeta cerca de 10 a 25% da população geral. Relaciona-se com a perda da capacidade de concentração, com prejuízo no aprendizado e no rendimento laboral, irritabilidade e piora da qualidade de vida, como demonstrado em diferentes estudos (Sousa, 2023 ; Lima, 2023). Ademais, essas pessoas possuem maior risco de acidentes de trânsito e de trabalho. A ESSE é constituída por 8 itens para os quais a pontuação poderá variar de 0 a 3, de acordo com a chance de adormecer em determinadas situações. O escore total varia de 0 a 24 e a classificação ocorre da seguinte forma: 0 a 5: sonolência diurna mínima ; 6 a 10: sonolência diurna leve ; 11 a 12: sonolência diurna moderada   ;   13 a 24: sonolência diurna grave. Foi validada para o português do Brasil em 2009, por Bertolazi et al.

Conclusão e Considerações finais: dada a alta prevalência de TMC na população de alunos universitários, o uso de instrumentos práticos e validados que possibilitem o rastreio e auxiliem no diagnóstico desse grupo de doenças, é imprescindível, uma vez que permitirá:

– Diagnóstico precoce: é crucial diagnosticar prontamente um TMC em estudantes, pois dessa forma, há chance de uma intervenção precoce, o que ajuda a evitar complicações mais graves a longo prazo.

– Impacto acadêmico: identificar esses transtornos em tempo hábil, ajuda a minimizar o impacto negativo no desempenho acadêmico dos alunos, uma vez que o estudante poderá ser encaminhado para seguimento e terapia especializados.

– Bem-estar emocional: o diagnóstico precoce possibilita um melhor suporte emocional e psicológico, o que auxilia os estudantes na lida com o estresse e a pressão do ambiente universitário.

– Prevenção de crises: ao identificar os sintomas precocemente, é possível prevenir episódios de crise dos estudantes e apoiá-los no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento eficazes.

– Apoio personalizado: o diagnóstico de um TCM permite um suporte mais personalizado e direcionado, com acesso a serviços de apoio, terapia e outros recursos específicos.

– Prevenção do isolamento: identificar um TCM ajuda a prevenir o isolamento social e promove conexões mais profundas entre os estudantes e a comunidade acadêmica. 

Referências:

1. Associação Psiquiátrica Americana. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: DSM-5 TR. 5.ed. Arligton: Publicação Americana, 2023. 

2. Barreto MFC, Galdino MJQ, Fernandes FG, Martins JT, Marziale MHP, Haddad MCFL. Workaholism e burnout entre docentes de pós graduação stricto sensu. Ver Saude Publica. 2022; 56:48. Disponível em: https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2022056003883. Acesso em: 30 de novembro 2023.

3. Bertolazi AN, FAgondes SC, Hoff LS, Pedro VD, Barreto SSM, Johns MW. Validação da escala de sonolência de Epworth em português para uso no Brasil. J Bras Pneumol, v. 35, n. 9, pág. 877-883, 2009.  

4. Boaventura MA, et al. Doenças mentais mais prevalentes no contexto da atenção primária no Brasil: uma revisão de literatura. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v.4, n.5, p. 19959-19973 sep./oct. 2021. DOI:10.34119/bjhrv4n5-121.

5. Borges JLN, et al. Entre o cuidar e o adoecer: a síndrome de Burnout nos agentes comunitários de saúde durante a pandemia de Covid-19. R. Gest. Anál., Fortaleza, v. 12, n. 2, p. 7-20, maio/ago, 2023. e-ISSN 2359-618X. Doi:10.12662/2359-618xregea.v12i2.p7-20.2023. ISSN 1984-7297. 

6. Braga, Flávia Cristina. Depressão em adolescentes e jovens universitários: revisão bibliográfica de prevalência, caracterização e causa. Trabalho de Conclusão do Curso (Graduação em Farmácia-Bioquímica) Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, 2018.

7. Bruzeguini MV, et al. Instrumentos de rastreio e diagnóstico de transtornos depressivos utilizados na atenção primária: uma revisão integrativa. Rev Bras Med Fam Comunidade, Rio de Janeiro, 2023, 18(45), p. 3817. Disponível em: https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3817. Acesso em: 30 de novembro 2023.

8. Cao C-h, Liao X-l, Gamble JH, Li L-L, Jiang X-Y, Li X-D, Griffiths MD, Che, I-H, Lin C-Y. Evaluating the psychometric properties of the Chinese Depression Anxiety Stress Scale for Youth (DASS-Y) and DASS-21. Child and Adolescent Psychiatry and Mental Health, [S.l.], v. 17, 106, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s13034-023-00655-2. Acesso em: 30 de novembro 2023.

9. Costa DS. Sintomas de Depressão, Ansiedade e Estresse em Estudantes de Medicina e Estratégias Institucionais de Enfrentamento. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 44 (1): e-040, 2020.

10. Gomes-Oliveira MH, Gorenstein C, Lotufo Neto F, Andrade LH, Wang YP. Validation of the Brazilian Portuguese version of the Beck Depression Inventory-II in a community sample. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 34, n. 4, p. 389-394, 2012.

11. Governo Federal; Ministério da Saúde; Conselho NAcional de Saúde. Transtornos mentais e adoecimento no ambiente de trabalho: como enfrentar. 2023. Disponível em: https://conselho.saude.gov.br/ultimas-noticias-cns/2971-27-04-live-transtornos-mentais-e-adoecimento-no-ambiente-de-trabalho-como-enfrentar. Acesso em:30 de novembro 2023.

12. Julio RS, Lourenção LG, Oliveira SM, Farias DHR & Gazetta CE. Prevalência de ansiedade e depressão em trabalhadores da Atenção Primária à Saúde. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 30, e-2997, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2526-8910.ctoAO22712997. Acesso em: 30 de novembro 2023. 

13. Júnior EG, et al. Habilidades Sociais Profissionais e Indicadores de Ansiedade e Depressão em Gestores. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 41, e-221850, pág. 1-12, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-3703003221850. Acesso em: 30 de novembro 2023. 

14. Lima BJS, et al. Síndrome de Burnout: uma análise dos médicos na linha de frente da Covid-19 em Sergipe. Brazilian Journal of Infectious Diseases, v. 26, n. S1,101996, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.bjid.2021.102074. Acesso em: 30 de novembro 2023.

15. Lima RJCP, Batalha MA, Ribeiro CCC, Lima Neto PM, Silva AAM, Batista RFL. Fatores de risco comportamentais modificáveis para DNT e sono em adolescentes brasileiros. Revista de Saúde Pública, v. 57, 60, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2023057004957. Acesso em: 30 de novembro 2023.

16. Lipp MEN, Guevara AJH. Validação empírica do Inventário de Sintomas de Stress (ISS). Estudos de Psicologia, v. 2, n. 3, pág. 43 – 49, 1994. 

17. Lopes FM, et al. Transtornos mentais comuns em estudantes universitários: uma revisão sistemática da literatura. Psicologia em Pesquisa, v.16, pág. 1-23, 2022.  DOI: 10.34019/1982-1247.

18. Malavolta VC, et al. Distanciamento social pela pandemia de Covid-19: impactos na percepção do zumbido crônico, ansiedade, depressão e suas relações. Audiol Commun Res. v. 28, e-2685, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2317-6431-2022-2685pt. ISSN 2317-6431. Acesso em: 30 de novembro 2023. 

19. Malheiros PC, Vanderlei AD, Brum EHM de. Meditação para estresse e ansiedade em universitários: um ensaio clínico randomizado. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 47, n. 1, e-025, 2023. DOI: https://doi.org/10.1590/1981-5271v47.1-20220021.

20. Morais ER, et al. Sintomas de ansiedade e depressão em acadêmicos de fisioterapia durante a pandemia da Covid-19. Movimenta, v. 2, pág. 1-14, e-20220019, 2023. Goiânia, Ed. UEG.

21. Moreira JS, et al. Saúde mental no transporte rodoviário de carga: olhar ao caminhoneiro. Revista Psicologia e Saúde, pág. 133-145, 2022.

22. Ministério da Saúde. OMS divulga relatório mundial de saúde mental: transformar a saúde mental para todos. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/oms-divulga-informe-mundial-de-saude-mental-transformar-a-saude-mental-para-todos/ . Acesso em: 30 de novembro 2023.

23. Nassar LM, et al. Síndrome de Burnout em estudantes de medicina de uma universidade federal de São Paulo. Revista Íbero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 2, pág. 1279-1292, abr/jun, 2022. e-ISNN: 1982-5587. DOI: https//doi.org/10.21723/riaee.v17i2.14849.

24. Nogueira EG, et al. Avaliação dos níveis de ansiedade e seus fatores associados em estudantes internos de Medicina. Revista Brasileira de Educação Médica, v.45, n. 1, e-017, 2021. DOI: Disponível em: https://doi.org/10.1590/1981-5271v45.1-20200174. Acesso em: 30 de novembro 2023.

25. Nunes D, Menezes MS, Faro A. Rastreamento domiciliar da sintomatologia depressiva em Aracaju. Revista de Psicología, v. 31, n. 2, p. 1-13, 2022. ISSN 0716-8039 e-SSN 0719-0581. Disponível em: www.revistapsicologia.uchile.cl. Acesso em: 30 de novembro 2023.

26. Nunes JKVRS, Figueiredo VMES de, Santos JVS, Mendes NML das, Figueiredo Neto JA de. Anxiety and depression in medical students: a cross-sectional study. Revista de Medicina, 101(6), e-195874, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v101i6e-195874. Acesso em: 30 de novembro 2023.

27. Oliveira LPA, Oliveira LG & Carvalho HB. Risk and protective factors for the development of stress in the Federal Highway Police. Estudos de Psicologia (Campinas), 40, e210194, 2023. Disponível em: https://doi. org/10.1590/1982-0275202340e210194. Acesso em: 30 de novembro 2023.

28. Oliveira TAA, et al. General Health Questionnaire (GHQ12): new evidence of construct validity. Ciência e Saúde Coletiva, v. 28(3), pág. 803-810, 2023. 14. Borges LO, Argolo JCT. Adaptação e validação de uma escala de bem-estar psicológico para uso em estudos ocupacionais. Avaliação Psicológica, v. 1, pág. 17-27, 2002. 

29. Organização Pan-Americana de Saúde. Uma Nova Agenda para a Saúde Mental nas Américas: Relatório da Comissão de Alto Nível da Organização Pan-Americana da Saúde sobre Saúde Mental e COVID-19; 2023. ISBN 978-92-75-12722-3 (PDF). Disponível em: http://doi.org/10.37774/9789275127223 Acesso em: 30 de novembro 2023.

30. Patrício DF, Barbosa SC, Silva RP, Silva RF. Dimensões de burnout como preditoras da tensão emocional e depressão em profissionais de enfermagem em um contexto hospitalar. Cad Saúde Colet, 2021;29(4):575-584. https://doi. org/10.1590/1414-462X202129040441.

31. Paula LS, et al. Frequência de estresse materno e de risco psíquico em recém-nascidos que foram hospitalizados em unidade de terapia intensiva neonatal. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, v. 22, n. 4, pág. 793-801 out-dez., 2022. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/1806-9304202200040004. Acesso em: 30 de novembro 2023.

32. Quintão S, Delgado AR, Prieto G. Validity Study of the Beck Anxiety Inventory (Portuguese version) by the Rasch Rating Scale Model. Psicologia: Reflexão e Crítica, v. 26, n.2, pág. 305-310, 2013.

33. Risal A. Transtornos mentais comuns. Jornal Médico da Universidade de Katmandu, Katmandu,v.3, pág. 213-217, junho de 2012. DOI: 10.3126/kumj.v9i3.6308.

34. Rodrigues MDS, et al. Transtorno de Ansiedade Social no Contexto da Aprendizagem Baseada em Problemas. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 1, pág. 65-71, 2019.

35. Santos QC, et al. Desesperança em mulheres privadas de liberdade e sua correlação com sintomas de depressão e ansiedade. Enfermeria global, v. 22(2), pág. 23-63, 2023.

36. Soares AKS, et al. Dependência do smartphone: relação entre procrastinação, saúde geral e valores humanos. Quaderns de Psicologia, v. 25, n.1, e-1834, 2023. ISNN: 0211-3481. Disponível em: https://doi.org/10.5565/rev/qpsicologia.1834. Acesso em: 30 de novembro 2023.

37. Sousa EA de, et al. Qualidade de sono e sonolência diurna em estudantes universitários: testando um modelo explicativo. Ciências Psicológicas, v. 17, n. 2. e-2630, jul/dez, 2023. ISSN em línea 1688-4221. DOI: 10.22235/cp.v17i2.2630.

38. Tamayo MR, Tróccoli BT. Construção e validação fatorial da Escala de Caracterização do Burnout (ECB). Estudos de Psicologia (Natal), v. 14, n. 3, pág. 213-221, 2009. 

39. Tinoco VC, et al. Estresse em mães com filhos diagnosticados com Autismo. Revista Psicologia e Saúde, v. 14, n. 4, out./dez. pág. 35-42, 2022. Disponível em: http://dx.doi.org/10.20435/pssa.v14i4.2023. ISSN: 2177-093X. Acesso em: 30 de novembro 2023.

40. Velten DB, Thomes CR, Miotto MHMB. Presença de ansiedade em docentes universitários do curso de Odontologia da Universidade Federal do Espírito Santo em tempos de pandemia. Rev Odontol UNESP. 2022;51:e20220001. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1807-2577.00122. Acesso em: 30 de novembro 2023.

41. Vignola, Rose Claudia Batistelli. Escala de depressão, ansiedade e estresse (DASS): adaptação e validação para o português do Brasil. 2013. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências da Saúde, Universidade Federal de São Paulo, Santos.


1Mestranda em Ensino de Ciências e Saúde, UNIGRANRIO, Universidade do Rio Grande, Duque de Caxias, RJ – dania.dionizio@uniceplac.edu.br https//ORCID.org/0000-0003-0751-7021
2Docente do Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciências e Saúde – UNIGRANRIO, Universidade do Rio Grande, Duque de Caxias, RJ – pedro.moacyr@unigranrio.edu.br
https://orcid.org/0000-0001-8004-0798