MOTIVATIONAL FACTORS THAT INFLUENCE ADHERENCE AND ADHERENCE TO WALKING
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7478356
Tecylane Kalyne do Nascimento Viana1
Ruth Raquel Soares De Farias2
Rodrigo Almeida Damasceno3
RESUMO
A busca por uma melhor qualidade de vida tem crescido nos últimos anos no Brasil e em todo o mundo, entretanto ainda é muito grande a percentagem de pessoas que não praticam atividades físicas, seja em decorrência das tarefas do dia a dia, ou por falta de incentivo, acompanhamento e desinformação sobre os benefícios que manter-se ativos faz bem para a saúde. Diante disso, levantou-se o seguinte questionamento:
Quais fatores motivacionais influenciam a prática da caminhada? Nesse sentido, o objetivo geral desse estudo foi verificar os pontos positivos e os fatores que motivam as pessoas realizarem caminhada como atividade física. Desse modo, os objetivos específicos foram: Investigar o perfil de pessoas que pratica caminhada regularmente e de iniciantes e quais fatores motivacionais contribuíram para a prática de atividade física; identificar os principais benefícios e possíveis riscos para o praticante da caminhada; observar o processo de evolução na saúde dos praticantes de caminhada; e por fim, apresentar quais fatores são motivadores, bem como, os aspectos que fazem o praticante se manter na caminhada. A elaboração do presente estudo no que diz respeito ao procedimento, utilizou a pesquisa bibliográfica descritiva, de cunho explicativo e documental. A pesquisa utilizou-se a abordagem qualitativa. No que cerne aos objetivos, optou-se pela pesquisa exploratória. No que diz respeito aos
resultados, o estudo atual, fatores psicológicos, sociais e físicos parecem ser igualmente importantes para todos. A consciência do que leva um indivíduo a buscar um determinado tipo de atividade física, ou seja, um objetivo bem definido, e vivenciar seus benefícios psicológicos, parece ser a base para mantê-lo razoavelmente ativo e com autoestima elevada.
Palavras-chave: Caminhada. Qualidade de vida. Motivação.
ABSTRACT
The search for a better quality of life has grown in recent years in Brazil and Around the world, however is still very large the percentage of people who do not practice physical activities, whether due to the day-to-day tasks, or lack of incentive, monitoring and misinformation about the benefits that staying active is good for health. Therefore, the following question was raised: What motivational factors influence the practice of walking? Thus, the general objective of this study was to verify the positive points and factors that motivate people to walk as physical activity. Thus, the specific objectives were: To investigate the profile of people who walk regularly and beginners and which motivational factors contributed to the practice of physical activity; identify the main benefits and possible risks for the practitioner of walking; observe the process of evolution in the health of the practitioners of walking; and finally, present what factors are motivating, as well as the aspects that make the practitioner keep walking. The elaboration of this study with regard to the procedure, used the descriptive
bibliographical research, of explanatory and documentary nature. The research used a qualitative approach. At the heart of the objectives, we opted for exploratory research. With regard to the results, the current study, psychological, social and physical factors seem to be equally important for everyone. The awareness of what leads an individual to seek a certain type of physical activity, that is, a well-defined goal, and experience its psychological benefits, seems to be the basis to keep him reasonably active and with high self-esteem.
Keywords: Walking. Quality of life. Motivation.
1. INTRODUÇÃO
A busca por uma melhor qualidade de vida tem crescido nos últimos anos no Brasil e em todo o mundo, entretanto ainda é muito grande a percentagem de pessoas que não praticam atividades físicas, seja em decorrência das tarefas do dia a dia, ou por falta de incentivo, acompanhamento e desinformação sobre os benefícios que manter-se ativos faz bem para a saúde.
O corpo necessita estar sempre em movimento para manter-se saudável e atividades físicas como a caminhada e a dança, são exercícios considerados de impacto moderado e fácil adaptação ao praticante, indicado para quem está iniciando ou até mesmo para aqueles que ficaram afastados algum tempo da prática de esportes e pretendem voltar a se exercitar SILVA, 2021).
Nos desportos recreativos, onde o objetivo é o bem-estar do praticante, as diferentes motivações, interesses e comportamentos são observados na vanguarda das investigações comportamentais em diferentes faixas etárias. Na área da reabilitação desportiva, trabalha na prevenção ou intervenção em lesões desportivas.
Nas propriedades fundamentais da prática profissional, examina-se os processos fundamentais envolvidos na atividade física, bem como ações educativas relacionadas aos princípios e procedimentos psicológicos, enquanto a clínica lida diretamente com questões psicológicas que podem afetar a prática. As intervenções dependem das circunstâncias do desempenho, pois o campo do esporte é amplo (FOLLE, 2015).
O artigo publicado pela Revista Veja em 2018, traz um estudo realizado pelo Ministério da Saúde nos anos de 2006 a 2017, onde aponta um crescimento de 24,1% na prática de atividades físicas no Brasil. Dentre as atividades físicas praticadas, a caminhada liderou o ranking com 33,6% de pessoas que escolhem esta atividade para se exercitarem em seu dia a dia, superando esportes como o futebol e artes marciais.
A mesma pesquisa mostrou que os homens lideram os números com 43,4%, jovens com idade dentre 18 a 24 anos somam 49,1%, em seguida os de 25 a 34 anos somam um percentual de 44,2%. Os números mostram que essas pessoas fazem ao menos vinte e dois minutos de exercício físico em dias alternados durante a semana, que é o recomendado pela Organização Mundial de Saúde. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018).
Com base no Ministério da Saúde (2006) o exemplo das cidades saudáveis, com o projeto que teve como marco a cidade de Toronto Canadá no ano de 1978, algumas cidades brasileiras começaram a desenvolver programas de promoção de atividades físicas como propósito de promover hábitos mais saudáveis para a população demonstrando os benefícios que exercitar-se traz para a saúde e longevidade. Com isso o Brasil através da Portaria no2.608, de 28 de dezembro de 2005, que aprovou a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), já incluía promoção de atividades físicas na sua agenda nacional. Destinando recursos a todos os estados da federação para que estes possam investir em projetos locais de incentivo à prática de atividades físicas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o sedentarismo causa em média cinco milhões de mortes por ano em todo o mundo e que poderiam ser evitadas se a população. Diante disso e do atual momento pelo qual o mundo está passando por conta da pandemia do COVID-19, foi lançado em Genebra no dia vinte e seis de novembro de 2020, o plano com novas diretrizes sobre atividade física e comportamento sedentário. O plano visa incentivar as pessoas a se tornarem mais fisicamente ativas (OPAS, 2020).
A caminhada além de ser uma atividade aeróbica, ajuda na prevenção de várias doenças cardiovasculares, em acidente vascular cerebral (AVC), reduz os níveis de colesterol, hipertensão, contribuindo para manter o seu peso ideal e melhorando o seu condicionamento físico. Sua prática não exige um espaço físico fechado, podendo ser realizada em qualquer local. É importante, porém que antes de iniciar qualquer atividade física mesmo a caminhada, o indivíduo procure a ajuda de um profissional, onde este pode avaliar através de exames clínicos possíveis riscos à sua saúde, qual o melhor exercício e como devem ser realizados (INSTITUTO ONCOQUIA, 2012).
Nesse sentido, esse estudo justificou-se pela necessidade vista pela pesquisadora em esclarecer os benefícios da prática regular da caminhada, bem como mostrar alternativas que visam incentivar e motivar as pessoas a praticar atividades físicas, visto que, o sedentarismo é um dos principais fatores responsáveis pelas doenças cardíacas e vasculares, além de outras que podem ser fatais ou deixar sequelas, podendo ser evitadas a partir da atividade física. Diante disso, levantou-se o seguinte questionamento: Quais fatores motivacionais influenciam a prática da caminhada?
Desse modo, o objetivo geral desse estudo foi verificar os pontos positivos e os fatores que motivam as pessoas realizarem caminhada como atividade física. Desse modo, os objetivos específicos foram: Investigar o perfil de pessoas que pratica caminhada regularmente e de iniciantes e quais fatores motivacionais contribuíram para a prática de atividade física; identificar os principais benefícios e possíveis riscos para o praticante da caminhada; observar o processo de evolução na saúde dos praticantes de caminhada; e por fim, apresentar quais fatores são motivadores, bem como, os aspectos que fazem o praticante se manter na caminhada.
2 METODOLOGIA
A metodologia consiste em detalhar o processo de construção de um trabalho, ou seja, é o método que utilizamos para fazer uma pesquisa onde se busca descrever o tipo de pesquisa e todos os recursos utilizados que objetivam no sentido de se obter os resultados do estudo, como livros, artigos, sites de internet e outros que se considerem importantes na abordagem do tema proposto.
A elaboração do presente estudo no que diz respeito ao procedimento, utilizou a pesquisa bibliográfica descritiva, de cunho explicativo e documental, onde se utilizará como base a revisão da literatura realizada a partir dos materiais elaborados, principalmente livros, pesquisas e artigos científicos, para que os pesquisadores possam abranger uma gama mais ampla de fenômenos. Para Elisa Gonçalves (2001), esse é o tipo de pesquisa realizada de acordo com a fonte de informação, nesta classificação os tipos de pesquisa são agrupados de acordo com a natureza da fonte utilizada.
Para o desenvolvimento dessa pesquisa utilizou-se a abordagem qualitativa considera que existe uma relação entre o mundo e o sujeito além daquela traduzida em números. Tendo em vista que essa modalidade de pesquisa é descritiva, e o pesquisador tende a analisar seus dados indutivamente. Para essa abordagem de pesquisa, há subjetividades e nuances que não são quantificáveis por si só. De acordo com Prodanov, Cleber Cristiano (2013, p. 128): “O ambiente natural é fonte direta para coleta de dados, interpretação de fenômenos e atribuição de significados”.
No que cerne aos objetivos, optou-se pela pesquisa exploratória, cujo intuito é fornecer mais informações sobre o tema que será abordado de modo que seja possível o seu melhor entendimento, explanação e orientação, estabelecendo maior familiaridade com a questão central abordada, para fornecer dados básicos que possam contribuir para o desenvolvimento do projeto, com pesquisas aprofundadas sobre o objeto proposto (PRADANOV, 2013, p. 128).
Os dados empíricos que fundamentaram o resultado do trabalho foram obtidos com base em levantamentos de pesquisa bibliográfica e/ou documental, utilizando artigos, periódicos bases online: Lilacs, Scielo, Google Acadêmico e livros encontrados na internet e impressos, que serão base para a fundamentação dos benefícios da prática de atividade física, tendo como foco principal a “caminhada” para uma vida mais saudável, buscando descrever os aspectos motivacionais que influenciam na realização dos exercícios físicos.
Os critérios de inclusão artigos, pesquisas, livros e demais materiais de autores considerados relevantes durante o processo de pesquisa e disponibilizados na integra gratuitamente entre os anos de 2017 a 2022, bem como em sites da internet, em língua portuguesa. Foram excluídos durante o processo de estudo os materiais que não cumprirem os critérios de inclusão, matérias de língua estrangeira, matérias sem acesso na integra.
Quanto ao procedimento de coleta de dados a análise documental, através do uso de materiais como livros, revistas virtuais, artigos e outros documentos diversos, onde buscou-se através da pesquisa obter o máximo de informações sobre o tema proposto. Para Guindani (2009) o uso de documentos para a pesquisa traz uma riqueza de informações, já que elas podem ser utilizadas em várias áreas de ciências humanas e sociais, aproximando o entendimento do objeto na sua contextualização histórica e sociocultural.
Para a realização da busca, foram utilizadas as bases de dados Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrievel System Oline (MEDLINE), Google Acadêmico, Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
No que diz respeito aos resultados, foi realizada a análise dos 10 artigos selecionados de acordo com eixos temáticos, dividindo-os em categorias de discussão. Os artigos elencados através do levantamento nas bases de dados estão representados no quadro 01, abaixo:
Quadro 01: Artigos Científicos
Fonte: Autoria própria.
A análise visa identificar os autores e suas contribuições na produção científica relacionada entre 2017 e 2022, a pesquisa foi realizada com a base de 10 artigos publicados em revistas diversas dentro da temática abordada que se relaciona aos fatores motivacionais que influenciam na adesão e aderência da caminhada e importância da atividade física.
3.1 QUALIDADE DE VIDA E A PRÁTICA DA ATIVIDADE FÍSICA
Segundo Gama (2018) estudos realizados vêm mostrando que a atividade física é um recurso de suma importância para um retardo da degeneração provocada pelo envelhecimento, possibilitando assim que pessoas que a realizam passam a ter uma melhor qualidade de vida e longevidade.
Nessa seara, quando se trata de qualidade de vida, automaticamente alia-se a atividade física e para que se entenda um pouco mais sobre, “é definida como: todo movimento corporal produzido pela musculatura esquelética, que resulte em um gasto energético maior do que nos níveis de repouso” (GONÇALVES, 2021).
Com base em Gama (2018) a atividade física é aceita como agente preventivo e terapêutico de diversas enfermidades. No tratamento de doenças cardiovasculares e crônicas, a atividade física tem sido apontada como principal medida não farmacológica, assumindo aspecto benéfico e protetor.
Neste sentido, ao engajar-se em um programa de atividade física ocorre uma melhora do bem-estar do indivíduo e também do seu grau de satisfação profissional. Praticar atividade física, de maneira sistematizada seja ela no ambiente de trabalho ou não traz benefícios à maior parte dos componentes estruturais e funcionais do sistema musculoesquelético, aumentando a capacidade funcional e, consequentemente, melhorando a qualidade de vida (SILVA, 2021).
Com base em Gama (2018) a atividade física é aceita como agente preventivo e terapêutico de diversas enfermidades. No tratamento de doenças cardiovasculares e crônicas, a atividade física tem sido apontada como principal medida não farmacológica, assumindo aspecto benéfico e protetor.
A prática de atividade física está presente na vida da maior parte das pessoas, sejam elas mais, ou menos ativas. Pela procura de melhorar sua saúde física e mental. Muitas pesquisas são destinadas a identificar os inúmeros benefícios que a atividade física pode proporcionar. As oportunidades para indivíduos adultos serem fisicamente ativos podem ser classificadas em quatro domínios: no lazer, no trabalho, no deslocamento para o trabalho e nos afazeres domésticos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007).
A inatividade física e o baixo nível de condicionamento têm sido considerados fatores de risco para a mortalidade prematura tão importante quanto fumo, dislipidemia, diabetes e hipertensão arterial. Para a qualidade de vida de um indivíduo é importante prevenir e retardar o desenvolvimento prematuro de problemas de saúde, prolongando as porções saudáveis e independentes da vida.
O interesse ou a simples curiosidade por uma atividade física está normalmente associado à ocupação do tempo livre (atividades recreativas) ou à saúde e bem-estar físico, psíquico e social, respondendo assim às necessidades individuais e sociais, proporcionando uma melhor qualidade de vida (SILVA, 2021).
A caminhada é entendida como algo benéfico, sendo de muita importância a sua realização para alguns tratamentos contra doenças, pelos seus variados benefícios. Ela ajuda no tratamento e prevenção de agravos e promoção de saúde. Dentre os exercícios físicos a caminhada é possivelmente a mais indicada, sobretudo as pessoas que tenham doenças crônicas degenerativas. Uma pessoa fisicamente ativa melhora a sua autoestima, previne doenças, e melhora sua qualidade de vida (BASSO, 2020).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (2006) a atividade regular reduz o risco de mortes prematuras, doenças do coração, acidente vascular cerebral, câncer de cólon e mama e diabetes tipo II, atua na redução ou prevenção da hipertensão arterial, previne o ganho de peso (reduzindo o risco de obesidade) auxilia na prevenção ou diminuição da osteoporose, promove bem-estar, reduz estresse, a ansiedade e a depressão.
3.2 A CAMINHADA
A população atualmente está se habituando a um estilo de vida adaptado ao sedentarismo, pela facilidade que a ciência e tecnologia proporcionada para as pessoas associarem ao comodismo. Não é mais preciso levantar para trocar de canal na televisão, as luzes possuem sensores, os portões são eletrônicos, dentre muitos outros objetos que facilitam a vida das pessoas, como descreve o autor Gonçalves (2021).
Dentro desta sociedade, a atividade física acaba sendo deixada de lado, por simples fato do exercício não transmitir a mesma sensação de satisfação e motivação em que é encontrada nesses prazeres do sedentarismo. O sedentarismo caracterizado pela falta de prática de atividade física efetuada em um processo continuo, atualmente é considerado tão prejudicial a saúde quanto qualquer outro tipo de doença, (OMS, 2006).
Caminhar torna a pessoa mais ativa, além de ser um exercício que não exige um local especializado para sua prática, assim, a caminhada pode ser realizada por qualquer pessoa e a qualquer momento, além de estar ligada a saúde e ao bom desenvolvimento do corpo é apontada como um dos principais recursos em caso de perda de peso (SILVA, 2021).
A caminhada é recomendada principalmente para quem deseja iniciar uma atividade física ou para aqueles que estão há algum tempo afastados dos exercícios.
Entretanto, para que se obtenha êxito é necessário um planejamento e foco como em tudo o que se propõe fazer, assim não se sentirá desmotivado e propenso a desistir (BASSO, 2020).
Silva (2021) complementa que a caminhada melhora o condicionamento físico, além de ser um importante aliado na prevenção de doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, combate a obesidade e auxilia no fortalecimento dos músculos evitando quedas especialmente em idosos, ajuda a melhorar a autoestima, depressão e quando praticada em grupos ajuda a promover novas amizades. A caminhada requer disciplina e para tanto o indivíduo precisa sentir-se motivado, já que por natureza o homem é um ser condicionado a agir de acordo com os motivos que o leva a tomar decisões, mesmo em relação a si.
3.3 ASPECTOS MOTIVACIONAIS INFLUENCIADORES DA CAMINHADA
Com o intuito de melhor conhecer diversos aspectos sobre os fatores motivacionais, Gonçalves (2021) tentam relacionar a motivação à prática de atividades físicas ao gênero e a idade, aspectos que poderiam interferir na motivação do sujeito em praticar atividades físicas. Um estudo realizado por Silva (2021), destaca os principais aspectos motivacionais para a adesão a prática da atividade física, são eles: Manter-se em boa forma; melhorar o condicionamento físico; aumenta o bem-estar físico e psicológico; melhorar o estado de saúde e Prazer em realizar a atividade física. Esses objetivos variam de acordo com o público, sendo em crianças, adolescentes, adultos ou idosos, como também pelo gênero.
A psicologia define motivação como sendo a reunião das razões pelas quais alguém age de certa forma em um processo que dá origem a uma ação consciente. Este processo pode ser também definido como o exame das razões levando à escolha por algo que se propõe a executar com maior empenho do que em outras determinadas tarefas (TRUCCOLO, 2018).
Truccolo (2018) relatam quanto às comparações relacionadas à idade, a motivação à prática de atividade física relacionada à competitividade e superação de limites diminui significativamente com a idade, em contraposição a motivação relacionada à saúde e ao abandono do sedentarismo que aumenta significativamente com o passar dos anos.
Huggler (2019), explica que grande papel da motivação deriva da necessidade de explicar e analisar os motivos que conduzem determinadas ações, porque variam e porque se perpetuam ou não. Silva (2021) que considera que os motivos não são imutáveis, podendo alterar-se com o tempo, com novas experiências vividas, com determinados acontecimentos, com o contexto sociocultural e outros fatores diversos. Essas mudanças podem ocorrer na escola de acordo com as atividades que são ministradas; se existe adesão dos adolescentes é interessante que os conteúdos continuem sendo os mesmos para não causar desmotivação dos praticantes, é preciso respeitar a faixa etária dos alunos, e é preciso estimular cada fase de desenvolvimento com atividades variadas e motivadoras.
Na motivação intrínseca, participa o prazer em realizar uma atividade, na qual se vivencia uma aprendizagem, que cria uma sensação de satisfação em desenvolver ou dominar uma habilidade específica com algum grau de dificuldade, e estimulada por bons sentimentos. A motivação extrínseca é a apreciação pelos resultados, valorizando e aceitando o comportamento, mesmo quando não é divertido. A motivação surge de estímulos e estresse, onde o comportamento que motiva vem de fatores externos. Os aspectos que mais motivam as pessoas a praticarem atividade física são manter a boa forma e a saúde, melhorar a condição física, aumentar a saúde física e mental e o prazer de se exercitar (TREVELIN, 2018).
Para o desenvolvimento do talento atlético, atividades bem planejadas são experiências intrinsecamente motivadoras, gratificantes e divertidas para alguns atletas; para outros, é a prática de treinamento estabelecido que pode ser desagradável e projetado para melhorar o desempenho. Tarefas competitivas promovem motivação nos atletas, enquanto o condicionamento e aperfeiçoamento técnico e tático são vistos como relevantes e substanciais, exigindo esforço e concentração, podem se tornar desagradáveis e estressantes se elaborados por meio de exercícios isolados e repetitivos, sem treinamento intenso durante os primeiros anos de carreira esportiva, o que torna a experiência esportiva repleta de diversão (FOLLE,2015).
Gama (2018) diz que o bem-estar físico é sem dúvidas a principal área de ação da educação física, devido ao fato de promover satisfação tanto no aspecto físico quanto mental, assim, o bem-estar tende a se refletir na vontade diária de praticar suas atividades, bem como auxiliar no processo de relação e interação com outras pessoas durante a prática de atividades físicas.
No esporte, os psicólogos são responsáveis por melhorar os aspectos mentais que interferem no desempenho e na excelência atlética, principalmente no apoio ao controle emocional e na interação com as equipes. A atuação profissional vai além do atendimento clínico que se concentra apenas na preparação mental dos atletas, sendo fundamental a atenção ao seu bem-estar (TREVELIN, 2018).
Quando se trata de ansiedade, é importante usar estratégias para lidar com ela. Os atletas devem entendê-lo e aprender maneiras de controlá-lo para um desempenho ideal. Compreender o impacto das emoções na performance e no comportamento atlético do atleta é extremamente importante, e os estados emocionais negativos precisam ser alvo de atenção, pois se não confrontados podem gerar pensamentos indesejados que podem diminuir a autoconfiança e aumentar os níveis de ansiedade, o que pode prejudicar desempenho atlético e aptidão do atleta Saúde mental (FOLLE, 2015).
Ainda de acordo com Castro Neto (2021) a caminhada por ser um exercício aeróbico aumenta a capacidade da circulação de oxigênio nos músculos, facilitando a circulação dos angue através das artérias e veias, com isso o indivíduo se torna menos propenso a doenças cardiovasculares que podem causar infartos levando-o à morte.
A caminhada é entendida como algo benéfico, sendo de muita importância a sua realização para alguns tratamentos contra doenças, pelos seus variados benefícios. Ela ajuda no tratamento e prevenção de agravos e promoção de saúde. Dentre os exercícios físicos a caminhada é possivelmente a mais indicada, sobretudo as pessoas que tenham doenças crônicas degenerativas. Uma pessoa fisicamente ativa melhora a sua autoestima, previne doenças, e consequentemente melhora sua qualidade de vida (GAMA, 2018).
3.4 A IMPORTÂNCIA DA CAMINHADA NA PREVENÇÃO DE DOENÇA
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), apontam que a caminhada por se tratar de exercício aeróbico que utiliza o oxigênio como geração de energia para os músculos ajuda na circulação rendendo grandes benefícios para a saúde, prevenindo doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral, controla o nível de colesterol de colesterol ruim – LDL, diabetes, auxilia na perda de peso, melhora o sono, além de aumentar os níveis de serotonina e endorfina responsáveis pela sensação de bem estar e felicidade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018).
De acordo com Gonçalves (2021) a prática de caminhada está entre os exercícios mais recomendados para os idosos, por sua praticidade, baixo custo e baixa complexidade de execução. Geriatras e pesquisadores indicam a caminhada, por sua eficiência principalmente em pessoas com alguma comorbidade como é o caso das fibromialgias, que são mais comuns de surgirem em pessoas com idade acima dos sessenta anos, bem como doenças cardiorrespiratórias, já que com a liberação do oxigênio no corpo melhora a condição de circulação e uma melhor qualidade de vida.
Para Castro Neto (2021) a caminhada é o exercício mais democrático que existe, visto que, qualquer pessoa pode praticar, devendo-se atentar àqueles que detenham algum problema sério de articulações principalmente que afetem os quadris, pés e joelhos. A caminhada deve assim como todas as atividades físicas ser praticada regularmente e tomando os devidos cuidados. A caminhada além de proporcionar uma melhor qualidade de vida, também ajuda no bom funcionamento do corpo e autoestima.
Em tempos de pandemia a prática de exercício físico também é muito importante, principalmente aqueles com menor intensidade, onde a caminhada está inclusa, pois além de ajudar à circulação através do oxigênio liberado, beneficia também a população identificada como o fator de risco que têm maior chances de ter o quadro agravado em casos de infecção por COVID-19, onde podemos citar os idosos, e pacientes com comorbidades como os diabéticos, hipertensos, asmáticos, entre outros (SILVA, 2021).
3.5 RELAÇÃO ENTRE A PSICOLOGIA E A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA
De acordo com o Conselho Federal de Educação Física (2004), a evolução da indústria de bens de consumo tem deixado a vida cada vez mais confortável, de modo que o aparato tecnológico e informacional contribui para que, a cada dia, as pessoas façam menos movimento, aumentando, consequentemente, o risco ao sedentarismo. O sedentarismo, caracterizado pela ausência de AF regular, atualmente é considerado tão prejudicial à saúde quanto qualquer outro tipo de doença, podendo acarretar um custo econômico a médio e longo prazo, para o indivíduo, a família e para a sociedade (CONFEF, 2004).
Nesse sentido, pesquisas sobre motivação à prática de AF tornam-se relevantes, a fim de viabilizar futuros estudos que visam minimizar o sedentarismo entre a população. A motivação, um processo psicológico básico que auxilia na compreensão das diferentes ações e escolhas individuais, é um dos fatores determinantes do modo como uma pessoa se comporta (CASTRO NETO, 2021).
Como possíveis mecanismos de ação da atividade física na função cognitiva, existem indícios de que a mesma estimule eventos neuro protetores, neuroplasticidade (i.e., capacidade do sistema nervoso se reorganizar, adaptando-se a novos estímulos) e melhore o estado de saúde das praticantes, beneficiando habilidades cognitivas. Nesse sentido, o exercício físico aumenta o fluxo sanguíneo cerebral, que por sua vez induz a neuro gênese e a sinaptogênese. Partindo do pressuposto de que as voluntárias não estavam habituadas à rotina de intervenção, as variações das atividades e do percurso de caminhada durante o estudo podem ter levado à formação de novos circuitos neurais, aumentando a reserva cognitiva (GAMA, 2018).
Além disso, a prática regular de atividade física pode ter reduzido o perfil inflamatório e o risco cardiovascular, que são fatores de risco associados ao declínio cognitivo. Existe, portanto, um contexto multifatorial possivelmente associado à melhora cognitiva observada neste estudo. Ressalta-se que as ausências de biomarcadores e de neuroimagem não permitem a determinação de um mecanismo causal específico (SILVA, 2021).
Embora a aderência ao treinamento físico seja um desafio, existem indícios que ajudam a entender esse resultado, como a socialização, além das sessões terem quando realizadas em ambientes abertos e arborizados, pois a prática de atividade física em parques naturais favorece à aderência e à percepção de tranquilidade (GONÇALVES, 2021), características fundamentais à assiduidade dos praticantes. As interações promovidas pelas sessões de treinamento são capazes de estimular a formação de novas amizades e de melhorar aspectos emocionais, cognição e idosos como o humor e sintomas depressivos, representando um alento ao isolamento social frequentemente observado na velhice. Houve também o estabelecimento de relações sociais que transcenderam o ambiente destinado à prática de caminhada, consistindo em um ganho social inestimável.
Segundo o estudo realizado por Silva (2020) sobre a prática de atividade física com idosos, houve grande efeito na comparação da atenção e da velocidade de processamento da informação, possivelmente resultante da prática de atividade física. Esse é um resultado importante, tendo em vista que o aperfeiçoamento dessas habilidades representa ganhos relevantes às interações socioambientais. Afinal, o declínio cognitivo pode comprometer o julgamento e a tomada de decisão, fazendo com que o idoso tenha dificuldade em atividades com abundância de estímulos
sensoriais, como atravessar uma rua movimentada ou dirigir durante tráfego intenso.
Por isso, essas habilidades cognitivas estão diretamente associadas à segurança e à autonomia do idoso, que, quando preservadas ou aprimoradas, permitem respostas mais rápidas e assertivas em relação aos problemas circunstanciais do dia a dia. Desse modo, a melhora das funções executivas indicaria maior capacidade de planejamento e execução, o que está diretamente relacionado à autonomia do idoso (SILVA, 2020).
A atividade física melhora a atenção seletiva e a velocidade de processamento da informação de mulheres idosas destreinadas, além de apresentar resultados promissores sobre as funções executivas. Diante disso, a caminhada pode ser considerada fator de proteção contra os efeitos deletérios do envelhecimento, sobretudo à função cognitiva. Como aplicações práticas, foi apresentada uma proposta factível de ocupação do espaço público em benefício da população idosa, além da validação de práticas bastante disseminadas nas comunidades brasileiras, como a caminhada e o alongamento.
Nesse sentido, verifica-se que, existem estratégias que podem auxiliar no maior engajamento dos praticantes, como a realização de atividades físicas em ambientes abertos e o incentivo à formação de círculos de amizade, que aumentam a motivação de cada pessoa. Evidenciando que a adoção de um estilo de vida mais saudável, com ações simples e efetivas, pode ajudar a manter a integridade física e psicológica no processo de envelhecimento.
4 CONSIDERAÕES FINAIS
A adesão a caminhada deve-se principalmente a fatores extrínsecos e visa melhorar ou manter a saúde. As pessoas procuram caminhar por diversos motivos, como orientação médica e até mesmo influência da mídia, com o objetivo de conscientizar sobre hábitos de vida mais saudáveis e melhorar sua composição corporal e qualidade de vida por meio do controle do estresse. O fato de o fator condicionamento ter encabeçado a lista era esperado e justifica nossa hipótese, pois na maioria dos estudos analisados o fator condicionamento físico se destacou como o principal destaque da maioria das práticas de atividade física devido aos seus benefícios associados à melhora do estado de saúde.
O fenômeno da motivação é muito complexo, sendo identificado a partir das diferenças individuais, fruto de experiências acumuladas, e está diretamente relacionada à história de cada indivíduo. Além da motivação intrínseca, os fatores extrínsecos dos indivíduos também motivam suas ações e escolhas.
A motivação para realizar uma atividade diz respeito ao esforço de um indivíduo para dominar uma tarefa, atingir um limite, superar obstáculos, superar os outros e orgulhar-se de seus talentos. Para planejar intervenções efetivas no campo da atividade física, é necessário compreender as motivações dos grupos, bem como os fatores relacionados à prática de atividade física no cenário da pesquisa.
Além disso, no nível individual, devem ser identificadas intenções e motivações para adotar e manter um estilo de vida fisicamente ativo. Conforme constatado neste estudo, a prática da corrida atrai muitos praticantes devido ao gasto calórico decorrente e à obtenção e manutenção de uma aparência atraente que tornam as mulheres altamente adeptas ao esporte.
A prescrição de exercícios é um aspecto relacionado à adesão a um programa. Se os promotores de saúde querem que as pessoas participem e permaneçam nos programas propostos, eles também devem promover atividades que gerem felicidade, realização e mantenham as pessoas interessadas. Acredita-se que a compreensão desses motivos possibilitará o desenvolvimento de um programa de atividade física atraente e eficaz que levará a uma maior adesão.
No estudo atual, fatores psicológicos, sociais e físicos parecem ser igualmente importantes para todos. A consciência do que leva um indivíduo a buscar um determinado tipo de atividade física, ou seja, um objetivo bem definido, e vivenciar seus benefícios psicológicos, parece ser a base para mantê-lo razoavelmente ativo e com autoestima elevada.
Os resultados obtidos neste estudo podem ser usados em incentivo para estimular a pratica e novos programas de caminhada, pois pode-se analisar os reais fatores motivadores dos participantes e, assim, abordá-los de forma mais direta e concreta. Novos estudos poderiam ser realizados com amostras maiores e diferenciar o sexo e as faixas etárias estudadas, bem como os motivos pelos quais os indivíduos buscam manter a motivação (persistência) para caminhar, adquirindo conhecimentos mais específicos para os profissionais que praticam atividades de caminhada.
REFERÊNCIAS
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1Faculdade de Ensino Superior do Piauí, Brasil
E-mail: tecylane_kalyne@hotmail.com
2ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0988-0900
Faculdade de Ensino Superior do Piauí, Brasil
E-mail: ruthraquelsf@gmail.com
3ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9849-113X
Faculdade de Ensino Superior do Piauí, Brasil
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