FARMACÊUTICOS NA LINHA DE FRENTE: ABORDAGENS INOVADORAS PARA GERENCIAR A RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS EM IDOSOS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202410312004


Leonardo Rodrigues De Medeiros
Orientador: Michel Santos Da Silva


RESUMO

O objetivo geral do trabalho é avaliar abordagens inovadoras adotadas por farmacêuticos na gestão da resistência aos antibióticos em idosos, promovendo o uso racional desses medicamentos. A metodologia envolveu pesquisa bibliográfica com foco em publicações científicas de 2020 a 2024, buscando artigos sobre a atuação de farmacêuticos na resistência antimicrobiana. Foram selecionados artigos que tratavam diretamente do tema, utilizando palavras-chave como “farmacêuticos”, “antibióticos”, “idosos” e “inovação”. No desenvolvimento, o estudo destacou a importância da reconciliação medicamentosa, monitoramento da adesão ao tratamento e programas educativos para idosos e suas famílias. A reconciliação medicamentosa permite identificar interações e ajustar as terapias, evitando o uso indevido de antibióticos. Além disso, a utilização de ferramentas digitais auxilia no monitoramento em tempo real da adesão ao tratamento, promovendo ajustes conforme necessário. Os farmacêuticos desempenham um papel essencial na implementação de protocolos de uso racional de antibióticos. A conclusão enfatiza que o aumento da resistência aos antibióticos em idosos é um grande desafio de saúde pública, e a atuação dos farmacêuticos na linha de frente é fundamental para otimizar a terapia, prevenir complicações e controlar a resistência antimicrobiana.

Palavras-chave: farmacêuticos, resistência antimicrobiana, antibióticos, idosos.

ABSTRACT

The overall objective of this study is to evaluate innovative approaches adopted by pharmacists in the management of antibiotic resistance in the elderly, promoting the rational use of these drugs. The methodology involved a bibliographic search focusing on scientific publications from 2020 to 2024, looking for articles on the role of pharmacists in antimicrobial resistance. Articles that directly addressed the topic were selected, using keywords such as “pharmacists”, “antibiotics”, “elderly” and “innovation”. During the development, the study highlighted the importance of medication reconciliation, monitoring adherence to treatment and educational programs for the elderly and their families. Medication reconciliation allows the identification of interactions and adjustments to therapies, avoiding the misuse of antibiotics. In addition, the use of digital tools helps in real-time monitoring of adherence to treatment, promoting adjustments as necessary. Pharmacists play an essential role in the implementation of rational antibiotic use protocols. The conclusion emphasizes that the increase in antibiotic resistance in the elderly is a major public health challenge, and the role of pharmacists on the front line is essential to optimize therapy, prevent complications, and control antimicrobial resistance.

Keywords: pharmacists, antimicrobial resistance, antibiotics, elderly.

INTRODUÇÃO 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a definição de idoso varia conforme o nível socioeconômico do país, sendo no Brasil, por exemplo, indivíduos com 60 anos ou mais. O envelhecimento fisiológico torna o organismo do idoso mais vulnerável a doenças, especialmente infecções, como as do trato urinário (ITU), a segunda infecção mais comum no mundo, predominante em mulheres e com alta incidência entre idosos (BIZO, 2021; VAZ et al., 2020). 

Cerca de 150 milhões de pessoas são diagnosticadas com ITU anualmente, sendo 80 em cada 1.000 consultas no Brasil relacionadas a essa infecção. Em idosos, a ITU pode variar de bacteriúria assintomática a sepse, com diagnóstico dificultado pela falta de sintomas claros, levando frequentemente a tratamentos inadequados e à dificuldade na identificação de agravos clínicos (RODRIGUEZ-MAÑAS, 2020).

O uso racional de antibióticos é crucial na prática médica, especialmente entre pacientes idosos, que são mais vulneráveis devido ao aumento das condições crônicas e maior suscetibilidade a infecções. Com o crescimento da população idosa, o uso inadequado de antibióticos pode resultar em resistência antimicrobiana, reações adversas e interações medicamentosas complexas (PINHEIRO et al., 2024). 

Com o aumento da população idosa no Brasil, cresce a necessidade de um sistema de saúde capacitado para manejar o uso adequado de medicamentos, especialmente antimicrobianos, devido à alta prevalência de doenças crônicas nessa faixa etária. A prescrição inadequada, como o uso excessivo ou incorreto de antibióticos, é um problema de saúde pública que eleva a morbidade, mortalidade e custos. Nesse contexto, os farmacêuticos desempenham um papel crucial ao adotar abordagens inovadoras para gerenciar a resistência aos antibióticos, otimizando o tratamento, ajustando doses e minimizando efeitos adversos, garantindo um uso racional e eficaz dos medicamentos (SOARES, 2022). 

O envelhecimento da população resulta em um aumento significativo na incidência de doenças entre os idosos, tornando-os os principais usuários de cuidados de saúde, incluindo o uso de antimicrobianos. O manejo desses medicamentos é especialmente complexo nessa faixa etária devido a mudanças fisiológicas que alteram a farmacocinética e a farmacodinâmica. Nesse cenário, os farmacêuticos desempenham um papel vital na linha de frente, aplicando abordagens inovadoras para gerenciar a resistência aos antibióticos nesse grupo vulnerável (ANZOLIN et al., 2020). 

Eles colaboram na seleção adequada de medicamentos, ajustam as doses de acordo com as funções renal e hepática e monitoram possíveis reações adversas, o que contribui para a eficácia do tratamento e a redução das infecções hospitalares. A atuação dos farmacêuticos é crucial para a implementação de estratégias que evitem o uso indiscriminado de antimicrobianos, promovendo assim o uso racional e seguro desses medicamentos, o que é essencial para controlar a resistência bacteriana entre os idosos (PÓVOA et al., 2019).

O aumento dos casos de tuberculose entre os idosos, aliado à sua vulnerabilidade devido a comorbidades e resposta imunológica reduzida, destaca a importância dos farmacêuticos na linha de frente do combate à resistência aos antibióticos. Apesar da doença ser evitável e curável, o manejo eficaz em idosos é desafiador devido ao risco elevado de reações adversas pela polifarmácia e alterações fisiológicas (FRIERI et al., 2019). 

Nesse contexto, os farmacêuticos desempenham um papel crucial ao implementar estratégias inovadoras, como a personalização de tratamentos, monitoramento constante de interações medicamentosas e ajuste de doses, garantindo um uso seguro e racional de antibióticos, essencial para prevenir a resistência bacteriana (PINTO e FIGUEIREDO, 2021). 

JUSTIFICATIVA 

A grande preocupação com a resistência aos antibióticos, um problema de saúde pública que afeta especialmente a população idosa, que frequentemente necessita de tratamentos antimicrobianos devido a infecções recorrentes e condições crônicas. Os idosos apresentam particularidades, como o uso concomitante de múltiplos medicamentos e a diminuição da função imunológica, que os tornam mais suscetíveis a infecções resistentes.

A partir disso a relevância na atuação do farmacêutico na linha de frente é essencial, pois esse profissional possui o conhecimento necessário para orientar sobre o uso correto de antibióticos, desenvolver estratégias educativas e implementar práticas clínicas inovadoras que possam minimizar a resistência. O estudo visa, portanto, destacar a relevância de intervenções farmacêuticas e propor soluções baseadas em evidências para o manejo eficaz da resistência aos antibióticos entre idosos, contribuindo para uma prática de saúde mais segura e eficiente.

OBJETIVOS

Objetivo Geral

Avaliar abordagens inovadoras implementadas por farmacêuticos na gestão da resistência aos antibióticos em idosos, buscando otimizar o uso racional desses medicamentos. Pretende-se identificar estratégias eficazes de intervenção farmacêutica, promover a educação dos profissionais de saúde e dos pacientes, e contribuir para a minimização do impacto da resistência antimicrobiana nesse grupo etário vulnerável.

Objetivos Específicos 

  1. Avaliar o histórico de uso de antibióticos em pacientes idosos, identificando padrões de prescrição e possíveis casos de uso inadequado ou excessivo de antibióticos.
  2. Realizar a reconciliação medicamentosa em idosos, verificando interações medicamentosas e ajustando terapias, quando necessário, para evitar o uso indevido de antibióticos.
  3. Implementar programas de educação para idosos e suas famílias, orientando sobre o uso correto de antibióticos, a importância de seguir a prescrição médica, e os riscos da automedicação.
  4. Monitorar de perto a adesão ao tratamento antibiótico prescrito, ajustando doses e tratamentos conforme necessário, e utilizando abordagens inovadoras, como ferramentas digitais para acompanhar a evolução dos pacientes.
  5. Propor intervenções farmacêuticas em conjunto com a equipe de saúde, incluindo a revisão de prescrições e a implementação de protocolos de uso racional de antibióticos, com foco na prevenção da resistência antimicrobiana.

METODOLOGIA 

A metodologia da pesquisa bibliográfica foi desenvolvida com base na análise de publicações científicas disponíveis no Google Acadêmico, cobrindo o período de 2020 a 2024. Inicialmente, foi definido o tema central da pesquisa, que envolve a atuação dos farmacêuticos na gestão da resistência antimicrobiana em idosos. A partir dessa delimitação, foram selecionadas palavras-chave específicas, como “farmacêuticos”, “resistência antimicrobiana”, “idosos”, “antibióticos” e “abordagens inovadoras”, para orientar a busca de artigos.

A pesquisa foi realizada acessando o Google Acadêmico, onde as palavras-chave foram inseridas e os resultados filtrados para incluir apenas publicações do período de 2020 a 2024. Essa restrição temporal garantiu a inclusão de estudos atuais e relevantes. Após a busca, foram analisados os primeiros 50 a 100 resultados, com o objetivo de identificar os artigos mais pertinentes ao tema proposto. Nesse processo, foram priorizados artigos de revistas científicas indexadas e revisões sistemáticas, por fornecerem uma visão abrangente e embasada sobre o tema.

Os critérios de inclusão focaram em artigos que abordassem diretamente o tema da pesquisa, ou seja, que tratassem da atuação de farmacêuticos, resistência antimicrobiana e intervenções inovadoras. Estudos fora do período estabelecido ou que não oferecessem contribuições substanciais ao tema foram excluídos. Após a seleção dos artigos, foi realizada uma leitura crítica e aprofundada dos textos, com a extração das informações mais relevantes, como metodologias utilizadas, resultados obtidos e as conclusões apresentadas pelos autores.

DESENVOLVIMENTO

Avaliação do Uso de Antibióticos em Idosos: Reconciliação Medicamentosa e Programas Educativos para Prevenção de Uso Indevido

O uso inadequado de antibióticos em idosos conforme apresentado na figura 1 é um problema crescente e preocupante no cenário da saúde, uma vez que essa população é mais vulnerável a complicações decorrentes de prescrições errôneas. A avaliação cuidadosa do histórico de uso de antibióticos em pacientes idosos é essencial para identificar padrões de prescrição inadequada e evitar casos de uso excessivo ou ineficaz (CHRISTIANO e BOTTONI, 2022).  

Figura 1. Uso inadequado de antibióticos

Fonte: academiamedica, 2024

Muitos idosos, devido a comorbidades e ao uso de múltiplos medicamentos, estão sob maior risco de sofrer os efeitos adversos relacionados ao uso inadequado de antibióticos, como o aumento da resistência bacteriana. Assim, essa análise ajuda a estabelecer uma abordagem mais personalizada e segura para cada paciente (PINTO, 2022). 

A reconciliação medicamentosa é uma ferramenta crucial nesse processo. Ao revisar de maneira detalhada o histórico de medicamentos de cada paciente idoso, os profissionais de saúde podem identificar interações medicamentosas e ajustar as terapias, quando necessário, de forma a evitar o uso indevido de antibióticos (AMAZONAS, 2023). 

Essa prática reduz o risco de complicações, garante que o tratamento seja adequado às necessidades específicas do paciente e promove o uso racional dos medicamentos. A reconciliação também ajuda a evitar a duplicidade de terapias e a assegurar que as prescrições estejam alinhadas com as condições clínicas atuais do idoso (LIMA, 2024). 

Além dessas medidas clínicas, a educação desempenha um papel vital na prevenção do uso inadequado de antibióticos. Programas de educação voltados para idosos e suas famílias são fundamentais para conscientizar sobre o uso correto desses medicamentos (SILVA, 2023). 

Ensinar os pacientes sobre a importância de seguir a prescrição médica, completar o curso completo do tratamento e evitar a automedicação é essencial para garantir a eficácia do tratamento e prevenir complicações futuras, como a resistência bacteriana. O entendimento sobre os riscos associados ao uso incorreto de antibióticos empodera os pacientes a tomar decisões informadas sobre sua saúde (GALLO, 2021). 

A combinação da avaliação do histórico de uso de antibióticos, da reconciliação medicamentosa e da implementação de programas educativos cria um sistema robusto de segurança e prevenção. A colaboração entre os profissionais de saúde, os pacientes e suas famílias são essenciais para alcançarem uma utilização mais eficaz e segura dos antibióticos entre os idosos (SILVA, 2023). 

 Ao adotar essas práticas, é possível não apenas melhorar a qualidade de vida dos pacientes, mas também contribuir para a saúde pública, reduzindo a incidência de resistência antimicrobiana e promovendo o uso responsável de antibióticos (ANZOLIN et al., 2020). 

Reconciliação medicamentosa em idosos, verificando interações medicamentosas e ajustando terapias, quando necessário, para evitar o uso indevido de antibióticos.

A reconciliação medicamentosa em idosos é uma estratégia essencial para evitar interações medicamentosas e ajustar terapias de forma eficaz, especialmente no uso de antibióticos. De acordo com AMAZONAS (2023), essa prática envolve uma análise detalhada do histórico de medicamentos do paciente, permitindo que os profissionais de saúde identifiquem interações adversas e ajustem as terapias de acordo com as necessidades individuais. Dessa forma, a reconciliação medicamentosa contribui para o uso racional de antibióticos, evitando o uso excessivo ou inadequado desses medicamentos, o que pode resultar em resistência antimicrobiana.

A Tabela 1 apresenta os principais tipos de interações medicamentosas comuns entre antibióticos e outras classes de fármacos em idosos, destacando a importância de ajustes nas doses e a necessidade de acompanhamento contínuo.

Tabela 1. Principais interações medicamentosas em Idosos

Classe de AntibióticosInteração MedicamentosaEfeito Potencial
QuinolonasAntiácidosRedução da eficácia do antibiótico
AminoglicosídeosDiuréticos de alçaAumento da nefrotoxicidade
MacrolídeosEstatinasRisco de miopatia
PenicilinasAnticoagulantes oraisAumento do risco de sangramento

Fonte: Adaptado por Silva, 2023

Programas educativos são fundamentais para conscientizar os idosos e seus familiares sobre o uso correto de antibióticos, conforme discutido por SILVA (2023). Esses programas devem abordar a importância de seguir as prescrições médicas, completar os tratamentos e evitar a automedicação, que pode agravar a resistência bacteriana. A educação é um componente-chave para promover o uso seguro e eficaz de medicamentos entre os idosos.

O acompanhamento da adesão ao tratamento é um fator crítico para garantir que os pacientes sigam as orientações terapêuticas corretamente. Segundo BARROS (2022), o uso de ferramentas digitais para monitorar em tempo real a adesão dos pacientes ao tratamento tem se mostrado uma abordagem eficaz, permitindo ajustes imediatos nas terapias e garantindo um tratamento mais eficaz e seguro.

Implementar programas de educação para idosos e suas famílias, orientando sobre o uso correto de antibióticos, a importância de seguir a prescrição médica, e os riscos da automedicação

A implementação de programas de educação voltados para idosos e suas famílias desempenha um papel crucial na promoção do uso correto de antibióticos e na prevenção de problemas associados ao uso inadequado, como a automedicação e o desenvolvimento de resistência bacteriana. Esses programas têm como objetivo principal fornecer orientações claras e acessíveis sobre a importância de seguir rigorosamente as prescrições médicas, completando o ciclo completo de tratamento e evitando a interrupção precoce ou o uso indevido de antibióticos (BARROS, 2022). 

Esses programas devem ser estruturados de maneira a promover a conscientização dos pacientes e seus familiares sobre os riscos da automedicação, especialmente em uma população idosa mais vulnerável a complicações devido à polifarmácia e a condições crônicas associadas ao envelhecimento. Como destaca SILVA (2023), é fundamental que os pacientes compreendam que o uso inadequado de antibióticos pode levar ao agravamento das infecções, desenvolvimento de resistência bacteriana e aumento da morbidade.

Além disso, os programas devem incluir atividades educativas que expliquem como os antibióticos funcionam, quais são as consequências de seu uso inadequado, e quais práticas podem ser adotadas para garantir a eficácia do tratamento. O envolvimento ativo de farmacêuticos e outros profissionais de saúde é essencial para garantir que os pacientes recebam informações confiáveis e adaptadas às suas condições de saúde e capacidades cognitivas, como apontam ANZOLIN et al., (2020).

Esses esforços educativos podem ser complementados com o uso de tecnologias digitais, como aplicativos de monitoramento e lembretes eletrônicos, que ajudam os pacientes a seguir corretamente o cronograma de administração dos medicamentos. Além disso, essas ferramentas podem facilitar a comunicação direta com os profissionais de saúde, promovendo ajustes terapêuticos conforme necessário, garantindo assim a adesão ao tratamento e a minimização dos riscos de complicações (BARROS, 2022).

Monitoramento da Adesão ao Tratamento Antibiótico e Intervenções Farmacêuticas para a Prevenção da Resistência Antimicrobiana

O monitoramento próximo da adesão dos pacientes ao tratamento antibiótico é uma etapa fundamental para garantir a eficácia do tratamento e prevenir complicações decorrentes do uso inadequado dos medicamentos (SECUNDO et al., 2023).  Pacientes que não seguem corretamente a prescrição podem interromper o tratamento antes do tempo necessário, o que pode levar à recorrência da infecção e contribuir para o desenvolvimento da resistência antimicrobiana (MAGALHÃES e SILVA, 2023). 

Para evitar isso, ferramentas digitais, como aplicativos de saúde e lembretes eletrônicos, têm se mostrado úteis para acompanhar a evolução dos pacientes em tempo real, facilitando ajustes no tratamento conforme necessário. Essas abordagens inovadoras tornam o processo de monitoramento mais eficaz e acessível, permitindo uma comunicação direta e imediata entre os pacientes e os profissionais de saúde (BARROS, 2022). 

Além do uso da tecnologia, o farmacêutico desempenha um papel crucial na garantia da adesão ao tratamento. Ao propor intervenções farmacêuticas em colaboração com a equipe de saúde, o farmacêutico pode revisar as prescrições, verificar a dose e a duração adequadas do tratamento, e garantir que os antibióticos prescritos sejam os mais indicados para cada caso (MOREIRA e ARAÚJO, 2023). 

A revisão constante das prescrições permite ajustes oportunos, evitando o uso inadequado dos medicamentos e reduzindo o risco de efeitos adversos. Essas intervenções, quando bem implementadas, são essenciais para otimizar o tratamento antibiótico e garantir a segurança dos pacientes (BENTO, 2021). 

Outro aspecto importante é a implementação de protocolos de uso racional de antibióticos, que visam não apenas a correta prescrição e administração dos medicamentos, mas também a prevenção da resistência antimicrobiana. Esses protocolos, desenvolvidos e aplicados em conjunto com a equipe multidisciplinar de saúde, estabelecem diretrizes claras sobre quando e como os antibióticos devem ser utilizados, considerando fatores como a gravidade da infecção, o histórico do paciente e os resultados de exames laboratoriais (DUTRA, 2022). 

Ao seguir esses protocolos, o profissional farmacêutico garante que os antibióticos sejam prescritos de maneira criteriosa, minimizando o risco de resistência bacteriana e maximizando a eficácia do tratamento (SILVA, 2022). 

A adoção dessas estratégias coordenadas – o monitoramento da adesão ao tratamento, o uso de ferramentas digitais, e as intervenções farmacêuticas com protocolos claros – contribui significativamente para a prevenção da resistência antimicrobiana, um dos maiores desafios da saúde global (CASTRO; DEUNER e SANTOS, 2024). 

A resistência aos antibióticos compromete a capacidade de tratar infecções comuns, tornando-as potencialmente fatais. Portanto, o envolvimento ativo dos profissionais de saúde, em especial dos farmacêuticos, na gestão do uso adequado dos antibióticos é crucial para garantir a eficácia terapêutica e preservar a utilidade desses medicamentos essenciais para as gerações futuras (SILVA, 2022). 

Propor intervenções farmacêuticas em conjunto com a equipe de saúde, incluindo a revisão de prescrições e a implementação de protocolos de uso racional de antibióticos, com foco na prevenção da resistência antimicrobiana.

As intervenções farmacêuticas realizadas em conjunto com a equipe de saúde são fundamentais para garantir a eficácia do tratamento e a prevenção da resistência antimicrobiana, especialmente no contexto de uso de antibióticos em idosos. Essas intervenções devem se concentrar na revisão detalhada das prescrições, assegurando que as doses, os tipos de antibióticos e a duração do tratamento sejam apropriados às condições clínicas de cada paciente.

Um dos passos principais é a revisão criteriosa das prescrições médicas para identificar possíveis erros ou inadequações que possam comprometer a terapia. A análise farmacêutica deve considerar fatores como a função renal e hepática do paciente, especialmente em idosos, que apresentam variações fisiológicas que afetam a farmacocinética e a farmacodinâmica dos medicamentos. Conforme aponta MOREIRA e ARAÚJO (2023), a intervenção farmacêutica é essencial para ajustar as doses e garantir que o tratamento seja seguro e eficaz, evitando o uso inadequado ou excessivo de antibióticos.

Além disso, a implementação de protocolos de uso racional de antibióticos é uma medida crucial para prevenir a resistência antimicrobiana. Esses protocolos, desenvolvidos de forma colaborativa entre farmacêuticos e a equipe médica, estabelecem diretrizes claras sobre quando e como os antibióticos devem ser prescritos, considerando o tipo de infecção, a gravidade do caso, e os resultados de exames laboratoriais (DUTRA, 2022). A aplicação de protocolos ajuda a garantir que o tratamento seja personalizado e minimiza o risco de prescrição inadequada, um dos fatores que contribui para o aumento da resistência bacteriana.

As intervenções farmacêuticas também incluem o acompanhamento contínuo do paciente durante o tratamento, ajustando a terapia conforme necessário. O uso de ferramentas digitais e plataformas de monitoramento em tempo real pode auxiliar os profissionais de saúde a fazerem ajustes rápidos e eficazes, garantindo que o uso dos antibióticos esteja de acordo com as melhores práticas (BARROS, 2022). 

CONCLUSÃO

A importância crítica do papel dos farmacêuticos na linha de frente no gerenciamento da resistência aos antibióticos em idosos. Dada a crescente população idosa e a alta incidência de infecções neste grupo, torna-se essencial adotar práticas que promovam o uso racional de antibióticos. As estratégias inovadoras, como a reconciliação medicamentosa, o monitoramento da adesão ao tratamento e a implementação de programas educativos, mostraram-se fundamentais para prevenir o uso inadequado de antibióticos e, consequentemente, a resistência antimicrobiana.

A utilização de ferramentas digitais para acompanhar em tempo real o tratamento dos pacientes, bem como a colaboração com equipes multidisciplinares, garantem a eficácia das intervenções farmacêuticas. Essas medidas visam ajustar as terapias conforme as necessidades individuais dos pacientes idosos, minimizando riscos e complicações. Dessa forma, os farmacêuticos desempenham um papel central na promoção de uma saúde pública mais segura e eficiente, contribuindo para o controle da resistência bacteriana, que é um dos grandes desafios globais de saúde.

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