EXÉRESE DE CORPOS ESTRANHOS EM SEIO MAXILAR COM ASSISTÊNCIA DE VÍDEO  ENDOSCOPIA: BENEFÍCIOS DA TÉCNICA

EXCISION OF FOREIGN BODIES IN THE MAXILLARY SINUS WITH VIDEO ENDOSCOPY ASSISTANCE:  BENEFITS OF THE TECHNIQUE. 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11258518


Nyali Rosa de Castro;
Eduardo Stehling Urbano


RESUMO 

Apesar de ser incomum, a migração de corpos estranhos para o interior do seio  maxilar é uma das intercorrências em procedimentos odontológicos relatada na  literatura. A presença de um corpo estranho é capaz de induzir a inflamação da  mucosa sinusal, fazendo com que o paciente apresente sintomatologia semelhante à  sinusite não odontogênica. Nesses casos, faz-se necessária a intervenção cirúrgica  do seio maxilar, que deve ser realizada o mais breve possível, para reduzir as  possíveis complicações sinusais. Desde o fim do século XIX, são descritas técnicas  cirúrgicas, que evoluíram com o conhecimento científico. Nos dias atuais, as  abordagens endoscópicas são as mais aceitas para acessar o seio maxilar, pois  auxiliam na visualização da cavidade e permitem que os danos teciduais sejam  reduzidos, dessa forma, reduzindo o risco de complicações e a comorbidade pós operatória. Através de uma revisão de literatura, utilizando o método PRISMA,  objetivou-se identificar os benefícios apresentados pelos acessos endoscópicos em  relação aos acessos convencionais, como a técnica de Caldwell-Luc. Concluiu-se  através do estudo realizado, que o auxílio vídeo endoscópico, quando disponível, deve  sempre ser utilizado, pois melhora a qualidade cirúrgica e é benéfica ao paciente.  

Palavras-chave: Migração de Corpo Estranho; Procedimentos Cirúrgicos  Endoscópicos; Seio Maxilar. 

ABSTRACT 

Despite being uncommon, the migration of foreign bodies into the maxillary sinus is  one of the complications in dental procedures reported in the literature. The presence  of a foreign body is capable of inducing inflammation of the sinus mucosa, causing the  patient to present symptoms similar to non-odontogenic sinusitis. In these cases,  surgical intervention of the maxillary sinus is necessary, which should be performed as  soon as possible, to reduce possible sinus complications. Since the end of the 19th century, surgical techniques have been described, which have evolved with scientific  knowledge. Nowadays, endoscopic approaches are the most accepted for accessing  the maxillary sinus, as they help to visualize the cavity and allow tissue damage to be  reduced, thus tolerant to the risk of complications and postoperative comorbidity.  Through a literature review, using the PRISMA method, the objective was to identify  the benefits presented by endoscopic accesses in relation to conventional accesses,  such as the Caldwell-Luc technique. It was concluded from the study that the video  endoscopic aid, when available, should always be used, as it improves surgical quality  and is satisfactory to the patient. 

Keywords: Endoscopic Surgical Procedures; Foreign-Body Migration; Maxillary  Sinus. 

INTRODUÇÃO 

Os seios paranasais são cavidades preenchidas por ar, localizadas no interior  dos ossos do crânio, sendo o seio maxilar o maior deles.1,2 

O deslocamento de corpos estranhos para o interior dos seios paranasais é  uma situação de ocorrência incomum, entretanto, devido à proximidade com os dentes  superiores, o seio maxilar se torna o seio paranasal de maior relevância nesse  quesito.3 A presença de um corpo estranho (CE) pode provocar sintomatologia  semelhante à da sinusite não-odontogênica e a resolução do quadro depende da  exérese cirúrgica do corpo estranho.4 

Existem diversas técnicas cirúrgicas para abordar o seio maxilar e realizar a  exérese de corpos estranhos, sendo as técnicas endoscópicas as mais tecnológicas  e que parecem demonstrar mais benefícios.  

REVISÃO DE LITERATURA 

Desenvolvimento e anatomia e anatomofisiologia do seio maxilar e da cavidade nasal

Os seios paranasais são cavidades pneumáticas localizadas no interior dos  ossos do crânio, sendo eles: maxila, frontal, esfenóide e etmóide.2 O seio maxilar (SM) é o maior deles é o primeiro a se desenvolver.1 A pneumatização é um processo  fisiológico de formação de cavidades ou de células com ar no interior do tecido.5 

A pneumatização primária do seio maxilar ocorre por volta do 3° mês de vida intrauterina, enquanto o desenvolvimento secundário ocorre por volta do 5° mês de  vida intrauterina.6 Após o nascimento, o crescimento ou expansão do seio maxilar é  considerado bifásico, apresentando um período rápido de crescimento, entre o  nascimento e o terceiro ano, e posteriormente, entre os 7 e os 12 anos de idade. O  desenvolvimento do seio maxilar deverá terminar por volta dos 17 a 18 anos de idade.7 

Após o nascimento, a face continua a se desenvolver inferiormente e também  no sentido anteroposterior e o seio maxilar acompanha tal direção, ampliando cerca  de 2 mm a cada ano no sentido vertical e cerca de 3 mm de anterior para posterior.1 O crescimento do seio no sentido vertical está condicionado à erupção dos dentes,  enquanto no sentido anteroposterior depende do crescimento do túber da maxila.8 

Para que haja um pleno desenvolvimento do SM, duas condições são essenciais: 1) uma pressão intra sinusal ligeiramente positiva, devido tanto à  diferença de tamanho das aberturas nasais anteriores em relação às posteriores,  como ao papel defletor de ar exercido pelos cornetos que direcionam o ar expirado  em direção ao meato médio; 2) uma boa fisiologia da membrana de Schneider, que deve ter capacidade de expansão e, também, de reabsorção óssea para que o osso  maxilar possa ser escavado.7 

Quando os indivíduos perdem os dentes, o estímulo, que manteria a quantidade  óssea, desaparece. Como resultado, ocorre uma reabsorção do osso alveolar,  reduzindo-o em altura e espessura. Além disso, na região posterior do maxilar, a  capacidade osteoclástica do periósseo, adjacente à membrana sinusal é ativada após  a perda dentária, produzindo a pneumatização do seio maxilar, fenômeno esse que  torna a integridade do SM vulnerável devido a possíveis acidentes durante  procedimentos odontológicos em dentes posteriores superiores.7 

O seio maxilar apresenta forma piramidal com a base voltada para a cavidade  nasal e o ápice voltado para o osso zigomático.9 Possui quatro paredes: anterior,  posterior, superior e inferior (soalho), que correspondem às paredes do corpo da maxila, com exceção da parede inferior, que é formada pelo processo alveolar da  maxila.8 

Internamente, os seios paranasais são revestidos por um epitélio colunar  pseudo-estratificado ciliado.2 Especificamente no seio maxilar, essa membrana  mucosa composta por epitélio colunar pseudo-estratificado ciliado recebe o nome de  membrana de Schneider.6 

A membrana de Schneider possui glândulas seromucosas, que desempenham  um papel importante na defesa e proteção do SM e possui também, uma capacidade  osteogênica, esclarecendo a formação óssea sem a necessidade de enxertos.10 

A mucosa do SM é inervada pelos ramos alveolares superiores médio e  anterior, ramos do nervo infra-orbital, sendo este ramo do nervo maxilar. O primeiro  inerva a mucosa do seio na região correspondente ao processo zigomático da maxila  enquanto o segundo contribui para inervar a parede anterior do seio maxilar.1 

O complexo óstio-meatal é uma das principais vias de drenagem dos seios  paranasais. Na Figura 1, as estruturas anatômicas que compõe o complexo óstio meatal estão identificadas em um corte tomográfico coronal, sendo elas: seio frontal  (SF); seio maxilar (SM); infundíbulo do seio maxilar (inf); óstio do seio maxilar (o); bulla  etmoidal (BE); septo nasal (SN); corneto inferior (CI); corneto médio (CM); recesso  frontal (cabeça de seta); processo uncinado (seta); meato médio (seta tracejada);  hiato semilunar (contorno de seta).11 

Figura 1: Anatomia do complexo ostiomeatal anterior em condições de normalidade.

Fonte: RIELLO e BOASQUEVISQUE, 2008 – adaptação.

O óstio do seio maxilar está localizado imediatamente abaixo do assoalho da  órbita. Um possível mecanismo de formação dos óstios acessórios é a obstrução do  óstio primário por sinusite maxilar ou por fatores anatômicos e patológicos no meato  médio resultando na ruptura de áreas membranosas conhecidas como fontanelas.12 

Existem várias funções desempenhadas pelos seios paranasais, como: 1)  reduzem o peso do crânio, 2) protegem as estruturas intraorbitais e intracranianas em  caso de traumas, absorvendo parte do impacto, 3) participam do crescimento facial,  4) condicionamento do ar inspirando, aquecendo-o e umedecendo-o, 5) contribuem  para secreção de muco, 6) promovem o isolamento térmico do encéfalo, 7) equilibram  a pressão na cavidade nasal durante as variações barométricas, 8) são coadjuvantes  no sentido do olfato.1 

A localização do óstio maxilar (OM) em um nível mais alto em relação ao soalho  do seio, dificulta a drenagem do seio maxilar com a cabeça na posição ereta. A  drenagem do seio é feita, então, por atividade ciliar, por meio de um movimento  espiral, tendo como centro o óstio; e também por pressão negativa produzida no seio  durante a inspiração.8 

Há dois canais principais de drenagem dos seios paranasais: 1) A unidade  óstio-meatal, sistema que drena os seios frontal, maxilar e etmoidais anterior e médio,  composta pelo óstio do seio frontal, o recesso frontal, o óstio do seio maxilar, o  infunfíbulo, o processo uncinado, a bulla etmoidal, o hiato semilunar, a concha nasal  e o meato médios; 2) O recesso esfenoetmoidal, que drena apenas as células etmoidais posteriores e os seios esfenoidais.13 

As múltiplas vias aéreas que o compõem a unidade óstio-meatal são divididas  em cinco passagens. Das cinco, as três primeiras passagens são responsáveis pela  drenagem dos seios maxilares. O primeiro, o OM, está localizado na face  superomedial do seio maxilar. O óstio conduz à segunda passagem, o infundíbulo  etmoidal, que conduz o muco do SM para o meato médio através da terceira  passagem, o hiato semilunar. A obstrução de qualquer uma dessas passagens  interconectadas resulta em doença do SM.12 

Na parede lateral da cavidade nasal encontram-se as conchas nasais. As  conchas nasais superiores e médias são projeções ósseas do osso etmoide e as conchas nasais inferiores constituem ossos separados. Podem existir conchas  supremas. Abaixo de cada concha nasal encontram-se reentrâncias denominadas  meatos nasais. São três meatos: superior, médio e inferior.8 

O meato nasal superior localiza-se abaixo da concha nasal superior e nele pode  encontrar-se o forame esfenopalatino e nele ocorre a drenagem de algumas células  etmoidais.8 

A concha nasal média cobre o meato médio, onde se localiza a unidade  óstiomeatal, a mais complexa região da parede nasal lateral, e que drena os seios  paranasais frontais, maxilares e etmoidais anteriores e médios.13 O seio maxilar drena  para a cavidade nasal pelo OM no hiato semilunar.12 

O meato nasal inferior, abaixo da concha nasal inferior, recebe a abertura do  ducto nasolacrimal.12 

O processo uncinado é uma fina proeminência óssea revestida por mucosa e  possui uma extremidade livre em sua porção súpero-posterior. Lateralmente ao  processo uncinado, situa-se o infundíbulo, que conecta o óstio dos seios maxilares e  dos seios etmoidais ao hiato semilunar. A borda ínfero-medial da órbita define o limite  lateral do infundíbulo.13 

Presença de um corpo estranho no interior do seio maxilar  

Denomina-se corpo estranho todo e qualquer objeto ou estrutura que, de  alguma forma, esteja fora de seu local de costume ou a todo material incluído  acidentalmente ou propositalmente nos tecidos do organismo. Qualquer material, de  qualquer natureza, inclusive biológicos do próprio organismo podem constituir-se  como corpo estranho. São classificados como: 1) traumáticos, decorrentes de  acidentes ou violência ou 2) iatrogênicos, que ocorrem após procedimento cirúrgico,  quando são esquecidos ou deslocados materiais para o interior dos tecidos.14 

O deslocamento de corpos estranhos para o interior dos seios paranasais é  uma situação de ocorrência incomum, que, na grande maioria, ocorre em virtude de  acidentes automobilísticos, agressões por arma de fogo, distúrbios psiquiátricos ou  iatrogenias em procedimentos cirúrgicos. Os restos radiculares dos dentes posteriores  da maxila são os corpos estranhos mais frequentemente deslocados para o seio  maxilar. Contudo, existem outros corpos estranhos, de menor ocorrência, previamente relatados na literatura como palitos de madeira, óxido de zinco e eugenol, brocas  cirúrgicas, implantes dentários3, pontas de lápis, fragmentos de papel, fragmentos de  vidro e cones de guta percha14

Devido à proximidade com os dentes superiores, o SM se torna o seio  paranasal de maior importância na odontologia.15 A extração de molares superiores  pode provocar o deslocamento acidental de raízes ou fragmentos dentários para o  seio maxilar. A raiz palatina do primeiro molar superior é a mais frequentemente  envolvida, embora anatomicamente não seja a mais próxima do seio. Os casos de  deslocamento de dente inteiro envolvem, quase exclusivamente, os terceiros molares  superiores.16 

Além dos corpos estranhos já citados, a literatura relata também casos de  dentes erupcionados no interior do SM, sendo considerados corpos estranhos. O  processo de desenvolvimento dos dentes começa na quinta semana durante o  período embrionário e a erupção é o processo em que esses dentes migram de seus  locais de formação para o seu lugar funcional na cavidade oral. Às vezes, os dentes  podem residir em locais incomuns; isso é conhecido como erupção dentária  ectópica.17 A erupção ectópica em uma área não dentada, como o seio maxilar, é  muito rara.18 

Alguns fatores que explicam a erupção ectópica dentro do seio maxilar são: distúrbios do desenvolvimento, como fissura palatina causando deslocamento dos  dentes, trauma, infecção maxilar, apinhamento, fatores genéticos e alta densidade  óssea.18,19 

Dentre os exames de imagens utilizados para diagnóstico, de corpo estranho  em seio maxilar e planejamento cirúrgico, tem-se a incidência de Waters, perfil de  face, a ortopantomografia (panorâmica), que é o método mais utilizado, e a tomografia  computadorizada, que oferece vantagens como visão tridimensional e melhor nitidez,  frente às técnicas bidimensionais.20 

Dependendo da composição do material (endógeno ou exógeno) e sua  localização, o padrão de reação tecidual varia, mas na maioria dos casos o organismo  tende a eliminar o material por rejeição, dissolução ou reabsorção, ou resultar no  encapsulamento fibroso. A manutenção do corpo estranho pode, dependendo da natureza do mesmo a curto, médio ou longo prazo, provocar infecções,  sintomatologias dolorosas, etc.14 

A obstrução do óstio sinusal, parcial ou completa, resulta em estagnação de  secreções, queda do pH e da tensão de oxigênio dentro do seio. Estas alterações  favorecem o crescimento bacteriano, secreção estagnada causam inflamação  mucosa. Subsequentemente há prejuízo ao epitélio mucoso devido a enzimas  proteolíticas liberadas pelos leucócitos. Com o edema adicional da mucosa, a  obstrução do óstio sinusal é completa e o ciclo sinusal perpetua.21 

A sinusite odontogênica geralmente é unilateral e tem características semelhantes às de uma sinusite não odontogênica. Os principais sinais e sintomas  são: dor facial, dor de dente, dor nasal, secreção nasal, gotejamento pós-nasal,  obstrução nasal, desconforto facial e gengival e halitose. O sintoma mais comum,  presente na maioria dos pacientes acometidos por sinusite odontogênica, é a rinorreia  purulenta.4 

A sinusite maxilar aguda é caracterizada pela congestão da mucosa, com  secreção serosa ou mucosa, abundante. Este estado regride dentro de poucos dias e manifesta-se por dor ao nível do seio infectado e o paciente relata pressão ou peso  nas proximidades do seio afetado. Quando o quadro agudo não regride, instala-se a  sinusite purulenta, na qual o paciente relata dor intensa, corrimento de pus pela narina  correspondente e, geralmente, apresenta febre, mal-estar, fadiga e falta de apetite. A  sinusite crónica é caracterizada pela diminuição das dores e aumento do odor fétido.1 Tradicionalmente, as sinusites também podem ser classificadas pela duração dos  sintomas: a sinusite aguda dura menos que 4 semanas, enquanto a sinusite crônica  dura mais de 12 semanas, com ou sem exacerbações agudas.16 

No deslocamento de raízes ou elementos contaminados, seja por lesões  periapicais ou doença periodontal, o risco de infecção sinusal é maior que quando  comparado aos deslocamentos de elementos hígidos, podendo gerar, além dos  sintomas convencionais, reabsorção óssea circunjacente, dor em região periorbitária,  tumefação e presença de fístula oro-antral.22 A comunicação oro-antral (COA) é  caracterizada pela formação de acesso direto entre a cavidade bucal e o seio maxilar.  Com o decorrer do tempo, esse acesso passa a ser revestido por epitélio, sendo  chamado de fístula oro-antral (FOA).23 

Em casos de um terceiro molar superior ectópico no SM, existem três sintomas  que são encontrados em metade dos pacientes e levam a morbidade significativa: dor  local, inchaço e secreção nasal anterior ou posterior. Essa tríade é característica da  infecção crônica do terceiro molar superior ectópico e/ou do cisto associado. Outros  sintomas raros podem ocorrer, mas com pior prognóstico, principalmente em caso de  invasão orbitária ou craniana, resultando em diminuição da hipertensão intraocular,  hiposmia, sangramento ou empiema.24 O empiema maxilar é definido como uma  coleção purulenta dentro da cavidade sinusal, sendo que o pus não é proveniente de  suas paredes nem de sua mucosa, diferenciando-se assim da sinusite.1 

Um dente ectópico no interior do seio maxilar pode provocar a formação de um  cisto dentígero extenso, que pode circundar o dente ou a raiz e desenvolver uma FOA. A maioria dos cistos maxilares surge como resultado de defeitos no desenvolvimento  embriológico que ocorrem como anormalidades na fusão dos processos faciais ou no  desenvolvimento anormal do folículo dentário.18 

Entretanto, alguns pacientes com anormalidades do SM podem permanecer  assintomáticos e apenas a radiografia do seio revela o corpo estranho, visto que estes  podem permanecer dormentes no seio maxilar.18  

Técnicas cirúrgicas de acesso ao seio maxilar 

Existem diversas técnicas cirúrgicas para abordagem do seio maxilar e  remoção de corpos estranhos. Essas técnicas são: 1) abordagem alveolar (HARA et  al., 2018), 2) através de uma fístula oro-antral, 3) técnica de Caldwell-Luc, 4) técnica  da janela lateral, 5) abordagem endoscópica transoral e 6) abordagem endoscópica  transnasal.25 

A abordagem alveolar é uma técnica que envolve o alargamento do alvéolo  dental e é eficaz quanto o corpo estranho está na parte inferior do seio maxilar.26 A  técnica transalveolar só deve ser realizada quando sua abertura for maior que o objeto  deslocado e quando o mesmo estiver visível.27 A remoção de corpos estranhos pelo  alvéolo não permite boa visualização para realizar a sucção e a curetagem quando o  corpo estranho está ocultado pela mucosa sinusal. Nesses casos há risco de FOA  permanente, infecção e perda óssea provocada pelo alargamento do alvéolo, que  pode prejudicar posteriores reabilitações com implantes.28

A técnica cirúrgica de Caldwell-Luc (CL) para acesso do seio maxilar foi  desenvolvida em 1890, por George Caldwell e Henri Luc.20 É uma técnica cirúrgica  clássica de vasta utilização, realizada em situações de laceração da membrana  sinusal (possível contaminação do seio por flora bacteriana nasal) e obstrução do óstio  por corpos estranhos, quando a mucosa se apresenta irreversivelmente infectada e a  função mucociliar perdida.29 

São relatadas algumas complicações associadas ao acesso CL, como  epistaxe, injúria a periórbita, danos ao nervo óptico e ao globo ocular, FOA,  desenvolvimento de mucoceles do seio maxilar30, inchaço facial, dormência ou  parestesia nas bochechas e desconforto nos dentes e/ou gengivas31. O princípio  básico da técnica consiste em remover a fonte de infecção e todo o revestimento do  seio através de uma ampla janela óssea na região da fossa canina.32 

A técnica de Caldwell-Luc apresenta como vantagem a boa visualização do  campo operatório, porém é necessária a remoção de uma grande porção da parede  maxilar anterior e do revestimento epitelial do seio maxilar.30 

Na abordagem padrão de Caldwell-Luc, é realizada uma antrostomia meatal inferior (AMI) para melhorar a drenagem do seio.33 A antrostomia visa facilitar a  drenagem, aplicação de medicação, lavagem e visualização dos seios paranasais. É  realizada através do acesso cirúrgico de CL, sob anestesia geral ou local, e se baseia  numa incisão em região de fossa canina, em seguida, a membrana sinusal doente é  removida e outra abertura é criada no meato nasal inferior para permitir a contra drenagem intranasal através do meato inferior.34 

No entanto, a AMI apresenta desvantagens como tempo extra de operação,  alto índice de estenose e risco de dano ao ducto nasolacrimal e à artéria  esfenopalatina.31,33 Além disso, estudos posteriores demonstraram que a depuração  mucociliar continua em direção ao óstio maxilar natural após a AMI, constatando-se  que essa abordagem não fornece uma via de drenagem fisiológica.31 Perante tais  fatos, alguns autores descreveram a realização da técnica de Caldwell-Luc modificada  com redução ou ausência da AMI.33,35 

A técnica da janela lateral também é uma técnica de acesso conservadora, que  possibilita boa visão e permite a extração de corpos estranhos e lesões odontogênicas  do interior do seio maxilar. Quando a extensão da janela é grande, a reposição do fragmento é importante para manter a integridade da parede lateral do seio e impedir  a invasão de tecidos moles no local enxerto, evitando assimetria facial.28 

Entre 1970 e 1990, Messerklinger e Stammberger inauguraram a concepção  da cirurgia sinusal endoscópica funcional, mais conhecida pela sigla em língua inglesa  FESS (functional endoscopic sinus surgery).36 

Os métodos envolvendo o uso de um endoscópio para exérese de corpos estranhos no interior do SM incluem a dilatação do óstio natural (endoscopia nasal ou  NE) e/ou a inserção de um endoscópio por um pequeno orifício via fossa canina da  cavidade oral (endoscopia oral ou OE).26 

A FESS pode ser realizada sob anestesia local ou sob anestesia geral.  Seguindo a técnica de Messerklinger, para acessar o SM, deve ser realizar uma  incisão na base do processo uncinado e removê-lo completamente, procedimento  denominado unincectomia. Dessa forma, haverá exposição do infundíbulo e da bulla etmoidal. O OM localiza-se posteriormente ao processo uncinado e na mesma altura  da porção inferior da concha média. A ampliação do óstio deve ser feita até meio  centímetro anteriormente para evitar lesão ao ducto nasolacrimal. Se houver um óstio  acessório, este deverá ser unido ao óstio principal.37 

Outra opção de acesso à mucosa do SM é a sinoscopia maxilar através de uma  abordagem sublabial por punção da fossa canina. O ponto ideal de entrada anterior  no seio localiza-se na interseção da linha pupilar média com a linha horizontal na altura do assoalho da cavidade nasal. Realiza-se uma pequena perfuração na parede  anterior do seio maxilar, onde são inseridos os instrumentos endoscópicos.38 A Figura 2 representa o ponto ideal para o acesso ósseo.  

Figura 2: Ponto ideal para acesso ósseo na parede anterior da maxila.

 

Fonte: SCHNEIDER et al., 2013. 

Deve-se elevar cuidadosamente o periósteo sobre o osso para não lesar os  ramos do nervo infraorbital e nervo alveolar ântero-superior, resultando em dormência  facial. Além disso, é importante que o operador se atente às raízes dos dentes, sendo  que a punção óssea deve ser realizada acima delas, reduzindo os riscos de lesões  dentárias.38 

A força de retração necessária durante essa técnica é mínima e o tamanho e a  localização da maxilotomia podem ser adaptados à anatomia individual de cada  paciente e às características da doença.39 

Além disso, na técnica endoscópica transoral, o tamanho e a localização da  maxilotomia podem ser adaptados à anatomia individual de cada paciente e às  características da doença.38 

A sinoscopia maxilar e o procedimento de Caldwell-Luc são ferramentas  importantes para os profissionais considerarem em pacientes difíceis de tratar com  doença do seio maxilar, pois permitem ao cirurgião acessar e abordar tecidos  potencialmente alteradores da doença.38 

METODOLOGIA 

Esta revisão de literatura utilizou a estratégia PICO (acrônimo para População;  Intervenção, Controle e “Outcome”/Desfecho) para definir a pergunta e o foco da  pesquisa. Para realização desta revisão de literatura, a população incluída deveria ter o diagnóstico de um corpo estranho no interior do seio maxilar e deveria ser submetida  a procedimento cirúrgico para exérese do mesmo. A intervenção procurada eram os  procedimentos cirúrgicos de acesso ao SM com auxílio de vídeo endoscopia,  enquanto que o controle eram os procedimentos cirúrgicos convencionais de acesso  ao SM. O desfecho esperado é que a utilização de técnicas cirúrgicas endoscópicas  reduza complicações trans e pós-operatórias em relação às técnicas convencionais.  

Tabela 1 – Descrição dos componentes da estratégia PICO desta revisão de literatura. 

Acrônimo Definição Descrição
PopulaçãoPacientes com diagnóstico de corpo  estranho no interior do seio maxilar,  sintomáticos ou assintomáticos, que foram  submetidos a procedimento cirúrgico para  exérese. 
IntervençãoProcedimentos cirúrgicos de acesso ao  seio maxilar com auxílio de vídeo  endoscopia para exérese de corpo  estranho.
ControleProcedimentos cirúrgicos convencionais de  acesso ao seio maxilar, sem auxílio de  vídeo endoscopia.
Outcomes (Desfecho)Redução de complicações trans e pós cirúrgicas através do uso das técnicas  endoscópicas.

Fonte: Elaborada pelo autor (2023). 

Realizou-se um levantamento bibliográfico nas bases de dados: MEDLINE,  SciELO e Lilacs. As buscas dos estudos foram realizadas por meio de descritores  registrado no DeCS, sendo eles “seio maxilar”, “endoscopia”, “terceiro molar”, “corpo  estranho” e seus correspondentes em inglês “maxillary sinus”, “endoscopy”, “molar  third” e “foreing-body”, respectivamente.  

Esta revisão propôs-se a analisar relatos de caso e estudos retrospectivos que  relatavam intervenções cirúrgicas para exérese de corpo estranho em seio maxilar,  publicados nos últimos 10 anos (período de 2013 a 2023). 

Os critérios de inclusão utilizados foram: relatos de caso e estudos  retrospectivos realizados com seres humanos vivos; descrição da técnica cirúrgica  para exérese de corpo estranho no seio maxilar ou para tratamento de sinusite ou  cisto associados a um corpo estranho no seio maxilar; estudos publicados entre  janeiro de 2013 e janeiro de 2023; e estudos nas línguas inglesa, portuguesa e  espanhola.  

Os critérios de exclusão utilizados foram: revisões de literatura; estudos que  relatam abordagens cirúrgicas para tratamento de patologias do SM não associadas  à presença de um corpo estranho, como tumores, cistos e infecções fúngicas; estudos  que relatam remoção de CE em outras regiões de cabeça e pescoço que não o seio  maxilar, como seio frontal, seio etmoidal e fossa infratemporal. 

Foram encontrados, inicialmente, 3154 estudos no total, nas três bases de  dados utilizadas, através dos descritores selecionados. Inicialmente, 1958 estudos  foram excluídos, devido à publicação anterior a 2013, e 137 artigos foram excluídos,  pois eram duplicatas. Foi realizada a leitura do título e resumo de 1059 artigos, dois  quais 943 foram excluídos por não apresentar relação com o tema, por serem revisões  de literaturas, por descreverem técnicas cirúrgicas realizadas em outras regiões do  corpo que não o SM, por descreverem procedimentos em animais, cadáveres ou  práticas laboratoriais e por serem redigidos em outras línguas que não portugês,  inglês ou espanhol. Ao aplicar os critérios de inclusão e exclusão, 116 artigos foram  selecionados para leitura na íntegra; destes, 33 artigos foram excluídos, pois não  estavam disponíveis na íntegra. No total, foram lidos integralmente 83 artigos nos  quais foi realizada uma análise qualitativa. Na análise qualitativa, verificou-se se os  artigos que continham dados essenciais para realizar a revisão de literatura proposta,  sendo elas: sintomatologia decorrente do corpo estranho no seio maxilar, técnica  cirúrgica utilizada, espécie do corpo estranho removido e acompanhamento do  paciente por, no mínimo, 6 meses após a intervenção cirúrgico. Vinte e três estudos  foram excluídos por não apresentarem uma ou mais dessas informações. Dessa  forma, 60 estudos foram incluídos nesta revisão de literatura.  

O fluxograma PRISMA (Fig. 3) ilustra o processo de seleção de artigos para  realização desta revisão de literatura. 

Figura 3: Fluxograma PRISMA, ilustrando os critérios de inclusão e exclusão de estudos para  realização da revisão de literatura. 

FONTE: autoria própria. 

RESULTADOS  

Foram analisados 60 estudos no total, resultando em 252 casos de acessos  cirúrgicos ao seio maxilar para remoção de corpo estranho. 

Tabela 2 – Informações extraídas dos estudos analisados. 

Legenda: AJL = Abordagem da Janela Lateral; CB = Cementoblastoma Benigno; CL = Caldwell-Luc;  FOA = Fístula Oro-antral; NE = Endoscopia Nasal (nasal endoscopy); OE = Endoscopia Oral (oral  endoscopy); OZE = Óxido de Zinco e Eugenol; PAF = Projétil de Arma de Fogo.

Idade Número  de  casosGênero Corpo  EstranhoFOA Técnica  CirúrgicaComplicações Referência
17 Terceiro molar  ectópicoSim CL + endoscopia Não ABDOLLAHIF AKHI, 2012.19
47 Implante  dentalNão AJL Não FUSARI,  2013.40
53 Implante  dentalSim CL Não YAMASHITA,  2015.41
61 Implante  dental Não CL Não LAURETI,  2017.42
80 Implante de malar Não NE Epífora ipsilateral KIM, L.Y2017.43
42 Terceiro molar  deslocadoNão CL Não PRIMO,  2016.44
7-46 36-83 40 M: 23 F: 17Implante  dental Não:33 Sim: 7NE = 11 OE = 25 NE + OE = 4Não BENNARDO,  2022.45
47 33 Raiz dental Não CL modificada* Não ASMAEL,  2018.33
48 49 Implante  dental Não CL modificada + endoscopia Não BASSI, 2016.35
49 63 Implante  dentalNão OE Não KIM, S.M.,  2017.46
50 40 Implante  dental Não NE Não BRESCIA,  2017.47
51- 6134-65 11 M: 5 F: 6Implante  dentalNão: 8 Sim: 3NE = 7 NE + OE = 2 AJL = 2Infecção do local de acesso = 1; Infecção  persistente do  seio maxilar = 1BRESCIA,  2019.48
61- 7933-78 19 M: 12 F: 7Implante  dentalNão: 17 Sim: 2NE = 15 Conservador = 4Revisão cirúrgica = 1KIM, S.J., 2016.49
80- 8254-64 M: 2 Implante  dental Não NE Não BERBERI,  2022.50
83 72 Implante  dentalNão NE Não JIN, 2019.25
84- 9938-74 16 M: 9 F: 7Implante  dental Não NE Não MATTI,  2013.51
100 30 Raízes dentais Não OE Não GAO, 2016.52
101 64 Implante  dental Não OE Não DUNDAR,  2017.53
102- 12122-60 20 M: 9 F: 12Raízes dentais Sim = 3 Não = 17AJL = 18 AJL +  endoscopia = 2Não HU, 2015.28
122 38 Implante  dentalNão NE Não BIAFORA,  2014.54
123- 13328-48 11 M: 7 F: 4Terceiro molar ectópico +  cisto dentígeroNão OE = 5 NE = 6Não ABD EL FATTAH,  2021.55
134 46 Fragmento de  madeiraNão CL Não CRUZ, 2014.56
135 35 Resto  radicular Não CL Não MENESES,  2014.57
136 18 Fragmento de  vidroNão CL Não CERQUEIRA,  2016.20
137 73 Dente ectópico  + implante  dentalNão AJL Não FURUYA,  2015.58
138 27 Curativo de  OZESim Via alveolar Não DADHICH,  2021.59
139 19 Dente ectópico  + cisto  dentígeroNão CL Não DEMIRTAS,  2014.60
140 60 Broca cirúrgica Não NE Não HALLAK,  2021.61
141 27 Broca cirúrgica Não NE Não ARIMBRATHO DI, 2020.62
142- 14440-79 M: 1 F: 2Raiz dental  (1);  Implante  dental (1);  PAF (1)Sim = 2 Não = 1OE = 2 NE = 1Não POLO, 2019.63
145 30 Raiz dental Não NE Não ANANTHAPA DMANABHAN,  2022.64
146 33 Objeto  metálicoNão NE Não CAÑIBANO,  2019.65
147- 18228-72 36 M: 19 F: 17Implante  dentalNão AJL Não BIGLIOLI,  2014.66
183 23 Terceiro molar deslocadoNão CL Não AMORIM,  2015.15
184 53 Implante  dentalNão NE Não LEE e KIM,  2022.67
185 32 Terceiro molar  ectópico +  cisto dentígeroNão AJL Não ARICI, 2022.68
186 48 Raiz dental Não OE + NE Não WANG,  2018.69
187- 21036-88 24 M: 14 F: 10Implante  dentalSim: 5 Não: 19NE: 19 NE + OE: 5Não SAFADI,  2020.70
211 63 Material de  moldagemSim OE Não DENIZ,  2016.71
212- 23235-70 21 M: 10 F: 11Implante  dental Sim: 1 Não: 20Via alveolar: 1 CL: 5 AJL: 15Não SGARAMELL A, 2016.72
233 50 Prego Não NE Não GELARDI,  2020.73
234 50 Estaca de  madeiraNão OE Não LEE, W.S.,  2019.74
235 10 Agulha de  costuraNão Via alveolar Não SHAO, 2014.75
236 66 Fragmento  ósseoNão NE Não LEE, J.H.,  2021.76
237 49 Implante  dentalNão CL Não TAVARES,  2014.77
238 35 Implante  dentalNão OE Não NOGAMI,  2016.78
239 63 Implante  dentalNão NE Deglutição do  implanteYOON, 2019.79
240 29 Terceiro molar  ectópicoNão OE Não VITERBO,  2013.80
241 53 Implante  dentalNão NE Não LIM, 2017.81
242 21 Terceiro molar  ectópico +  cisto dentígeroNão CL Não GURUPRASA D, 2013.82
243 22 Terceiro molar  ectópico + CBNão CL Não CAVALCANTE , 2018.83
244 24 Terceiro molar  ectópico +  ceratocistoSim CL Não JENDI, 2019.4
245 38 Terceiro molar  ectópicoNão OE Não MAVRIQI,  2022.84
246 17 Terceiro molar  ectópico +  cisto dentígeroSim CL Não MAMATHA,  2014.85
247 17 Terceiro molar  deslocadoNão CL + guia  cirúrgicoNão LEMOS,  2020.86
248 26 Terceiro molar  deslocadoSim CL Não COELLO,  2018.87
249 14 2º e 3º molar  ectópicos Não CL Não QUESADA,  2016.88
250 34 PAF Não CL Não RODRIGUES,  2020.89
251 351FGuta-percha Sim NE Não KODUR,  2019.90
252 361FTerceiro molar  ectópicoNão CL Não VELÁZQUEZ,  2015.91

Fonte: Elaborada pelo autor (2023). 

Dentre os 252 corpos estranhos removidos, a maior incidência foi de implantes  dentais (73,1%), seguido de dentes ou raízes (12,2%) deslocados iatrogenicamente  para o interior do seio maxilar. Dentre todas as incidências relatadas, apenas 23 casos (11,9%) não foram causados por iatrogenia, sendo eles dentes ectópicos  erupcionados e corpos estranhos traumáticos como fragmento de madeira e de vidro,  projeteis de arma de fogo (PAF) e objetos metálicos. Dessa forma, observou-se que  87,7% dos casos foram causados por iatrogenia ou acidentes durante procedimentos  cirúrgicos.  

A técnica cirúrgica predominante foi a abordagem endoscópica transnasal,  utilizada em 36% dos casos. A abordagem endoscópica transoral foi utilizada em  16,7% dos casos, enquanto a associação da NE com a OE foi realizada em 4,4% dos  casos. A abordagem da janela lateral (AJL) foi muito utilizada, totalizando 30,5% das  abordagens. A técnica de Caldwell-Luc foi utilizada apenas em 25 casos, sendo que  em alguns desses casos a técnica foi modificada.  

Dentro das 252 abordagens cirúrgicas realizadas, foram relatados apenas 5 casos (2%) com algum tipo de intercorrência e/ou complicação. Em um dos casos que  apresentou complicação foi realizada a associação da NE com OE, enquanto que nos  demais casos (80%), a técnica cirúrgica utilizada foi exclusivamente a NE.  

Tabela 3 – Sinais e sintomas decorrentes da presença de um corpo estranho no seio maxilar.

Sinais e Sintomas Casos
Dor 73
Edema 17
Halitose 3
Odor nasal fétido 32
Obstrução nasal 57
Obstrução do óstio maxilar 33
Secreção mucopurulenta 61
Fístula oro-antral 31
Sinusite 63
Ausência de sintomas 128
Outros 17

Fonte: Elaborada pelo autor (2023). 

Do total de 252 pacientes, 128 (50,8%) eram assintomáticos e descobriram a  presença de um corpo estranho no seio maxilar através de achados radiográficos. Entre os pacientes sintomáticos, a dor (facial, dental ou cefaléia) foi o sintoma mais  comum, relatado por 58,9% dos pacientes, seguida da secreção mucopurulenta  (49,2%) e da obstrução nasal (45,9%). Dos 124 pacientes sintomáticos, apenas 63  tiveram o diagnóstico oficial de sinusite; os outros 49,2%, apesar de apresentarem  sinais e sintomas compatíveis com a sinusite, os estudos não confirmaram o  diagnóstico de sinusite.  

Foram relatados outros sinais e sintomas decorrentes do corpo estranho no  seio maxilar, mas que não se relacionam com sinusite, sendo eles: peri-implantite,  mobilidade de prótese implanto-suportada, uveíte, sangramento gengival, perda  dental, dor ocular, proptose, reabsorção endosteal no assoalho da órbita, hematoma,  febre, trismo, disfagia e assimetria facial.  

Tabela 4 – Tempo decorrido entre o diagnóstico de um corpo estranho no seio maxilar e sua remoção  cirúrgica. 

Tempo para remoção Casos
Menos de 24 horas 1
Entre 24 horas e 1 semana 6
Entre 1 semana e 1 mês 7
Entre 1 e 6 meses 48
Entre 6 meses e 1 ano 30
Entre 1 e 10 anos 37
Mais de 10 anos 5
Tempo não relatado 118

Fonte: Elaborada pelo autor (2023). 

Em alguns casos, foi relatado qual o tempo decorrido entre o momento do  diagnóstico de um CE no seio maxilar e a intervenção cirúrgica para sua remoção. 

Dentre os 134 casos que possuíam essa informação, apenas em 1 caso a intervenção  cirúrgica foi realizada em um período menor que 24 horas depois do diagnóstico. A  maioria (35,9%) das cirurgias foram realizadas em um período de 1 a 6 meses após o  diagnóstico e em 31,3% dos caos o paciente permaneceu com o corpo estranho  alojado no seio maxilar por mais de um ano. 

DISCUSSÃO  

É um consenso entre os autores, que a remoção de um corpo estranho  deslocado para o interior do seio deve ser realizada com urgência, no menor tempo  possível, para evitar complicações e evitar a necessidade de procedimentos mais  invasivos posteriormente. A manutenção do corpo estanho pode ocasionar  reabsorção óssea, inflamação da mucosa, comprometimento do fluxo mucociliar,  aspiração do CE e migração para outras cavidades.20, 33, 45, 92, 93 Em alguns casos, a  presença do CE pode ser assintomática, mas uma vez diagnosticada através de  achados radiográficos, deve ser removido no menor tempo possível.71 

Lee et al., 2019, ressalta ainda o risco de carcinogênese induzida pela presença  de um corpo estranho. A irritação repetitiva e prolongada provoca a liberação de  muitas citocinas e radicais livres de oxigênio, que podem induzir efeitos citotóxicos.  

Primo et al., 2016, descreve que o tempo ideal para exérese do corpo estranho  a partir de seu diagnóstico é de 4 a 6 semanas. A partir desse período de cicatrização  inicial, ocorre a formação de tecido fibroso ao redor do CE, deixando-o mais fixado na  membrana sinusal, o que dificulta a extração posterior. Esse dado indica um possível  atraso. Nesta revisão de literatura, apenas 14 pacientes realizaram a remoção em um  período menor que 4 semanas. nos diagnósticos.  

De acordo com Lee et al., 2021, aproximadamente 25% dos casos de sinusite  tem causas odontogênicas, similar ao relato de Ananthapadmanabhan, Noor e  Sritharan, 2022, que observou que 25 a 40% dos casos de sinusite crônica são  odontogênicas.  

Apesar da sintomatologia semelhante, a sinusite odontogênica apresenta  características microbiológicas específicas com a presença de Streptococcus, cocos gram-positivos anaeróbicos e bacilos gram-negativos anaeróbicos, microorganismos  que geralmente estão envolvidos em procedimentos cirúrgicos intraorais.49 

Tanto Hallak et al., 2021, como Hara et al., 2018, concluíram em seus estudos que casos iatrogênicos resultantes de tratamentos odontológicos respondem por mais  de 60% dos casos de corpos estranhos em seio maxilar e, aproximadamente, 25%  desses casos são causados por trauma.26 Ananthapadmanabhan, Noor e Sritharan, 2022, relata que 55% dos casos de sinusite odontogênica são causados por  iatrogenia. Na presente revisão de literatura, também foi possível observar que existe  uma predominância dos casos causados por iatrogenia ou acidentes em  procedimentos cirúrgicos, que resultaram em 87,7% dos casos. 

A instituição Japanese Academy of Maxillofacial Implants realizou uma  pesquisa sobre complicações perioperatórias na instalação de implantes e conclui que  15% dos casos envolviam a migração do implante para o seio maxilar.92 Esse número  de migrações é significante e corrobora com os dados encontrados nesta revisão de  literatura, em que 71,1% dos casos relatados eram de implantes dentais no interior do  SM. 

Hara et al., 2018, através da realização de uma revisão de literatura  sistemática, observou que, de acordo com as décadas, havia prevalência de um tipo  específico de corpo estranho encontrado no interior do seio maxilar. Nas décadas de  80 e de 90, houve predominância de raízes dentais encontradas dentro dos seios 

maxilares em relação aos outros corpos estranhos, como implantes, materiais  odontológicos e outros. Entretanto, a partir do ano de 2010, houve um aumento dos  casos de implantes dentais encontrados no interior do SM, que passaram a predominar em relação aos outros tipos de corpos estranhos.  

O aumento recente do uso de tratamentos com implantes é um fator que  justifica os relatos crescentes de corpo estranho no seio maxilar decorrente desse  procedimento.26 

Kluppel et al., 2010, propõe causas que podem justificar a migração dos  implantes, sendo elas: instalação de implantes dentários sem elevação do SM quando  há extensa pneumatização, inexperiência cirúrgica, aplicação de força excessiva  durante a inserção do implante, existência de perfuração não tratada da base antral. 

Embora as razões de luxação precoce do implante tenham sido descritas, os  mecanismos por trás da migração de implantes dentários para o seio maxilar vários  anos após a osseointegração são mais difíceis de entender. Três possíveis  explicações para a migração tardia de implantes são: reabsorção óssea provocada  por má distribuição das forças oclusais, mudanças de pressão nasal e reações  inflamatórias ao redor do implante (peri-implantite).40, 42 

Cirurgiões Dentistas, Cirurgiões Bucomaxilofaciais e Otorrinolaringologistas  podem atuar na remoção de corpos estranhos do interior do seio maxilar. A técnica  de escolha a ser utilizada será influenciada pelas habilidades individuais do cirurgião  que assumir o caso.24 

A crescente aceitação da cirurgia endoscópica dos seios paranasais como  método cirúrgico de primeira escolha no tratamento da maioria das sinusites crônicas  deve-se a alguns fatores, como: 1) melhor compreensão da fisiologia mucociliar na  manutenção da integridade funcional nasosinusal; 2) desenvolvimento de métodos de  endoscopia e tomografia computadorizada, que permitiram identificar as estruturas  anatômicas mais frequentemente envolvidas na origem e na manutenção crônica das  sinusites; 3) os bons resultados apresentados por diversos autores.94 

O desenvolvimento dos procedimentos cirúrgicos endoscópicos e assistidos  por endoscopia minimizou as complicações como danos nervosos e cicatrizes visíveis  após amplas incisões na pele78, a redução das intercorrências e complicações é  justificada pela melhor visão fornecida pelos equipamentos endoscópicos.48 A  utilização de tecnologias auxiliares para melhor visualização do seio maxilar torna o  procedimento menos invasivo, resultando em casos bem-sucedidos.93 

Shao et al., 2014, destaca outro benefício da FESS, que é a criação de  permeabilidade adequada do óstio maxilar natural.  

Com isso, nas últimas décadas, a FESS tem substituído a técnica de CL para  resolução de acometimentos nos seios paranasais, porque é eficaz e, geralmente,  menos invasiva.77 Dissecações teciduais mínimas resultam em dor e edema pós operatórios mínimos.55  

Sahin et al., 2020, realizaram um estudo retrospectivo comparando a  morbidade pós-operatória de pacientes submetidos a procedimento cirúrgicos através do acesso de CL e concluíram que a morbidade pós cirúrgica em técnicas menos  invasivas é significativamente menor. Três alterações da técnica foram realizadas em  diferentes pacientes, sendo elas: 1) o procedimento tradicional de Caldwell-Luc, 2) a  técnica de CL modificada com antrostomia reduzida associada à cirurgia endoscópica  do seio maxilar (ESS) e 3) a técnica de CL tradicional associada à ESS. Na técnica  tradicional, 63% dos pacientes apresentaram edema facial moderado ou severo e 40%  apresentaram desconforto na região da bochecha, enquanto entre os pacientes  submetidos ao acesso de CL com AMI reduzida e associação da ESS, apenas 3%  dos apresentaram o mesmo edema grave ou moderado e 6,25% apresentaram  desconforto na face.31 

Hu et al., 2015, também constatou que o edema facial em pacientes submetidos  à técnicas convencionais de acesso ao SM é acentuado. Os pacientes que foram  submetidos à abordagem da janela lateral apresentaram edema pós-operatório com  duração de até 3 meses.  

Para Hu et al., 2015, a abordagem transantral possui o benefício de manter a  morfologia do osso alveolar, o que é favorável aos implantes dentários.28 Entretanto,  alguns autores defendem que a manutenção do osso alveolar também pode ser  conquistada a partir de outras técnicas, como a AJL.48 

As principais limitações e dificuldades associadas a FESS pelos autores,  estavam relacionados ao custo da técnica e disponibilidade do aparato tecnológico  nos hospitais. Para Lemos, 2020, as técnicas assistidas por endoscópios exibem alto  custo no procedimento, o que dificulta a realização desta técnica no serviço público.  Dundar et al., 2017, justifica que, além da necessidade de equipamentos e  treinamento específicos, há a limitação do uso de objetos de menor dimensão que a  cavidade de entrada. 

Além das limitações tecnológicas e financeiras, são descritos fatores  anatômicos e fisiológicos que limitam a técnica FESS. Em casos que o paciente  apresenta FOA ou infecção alveolar, a FESS não é suficiente para o tratamento da  sinusite crônica e infecção óssea provocada pelo corpo estranho. Nessas situações,  a associação de uma abordagem endoscópica oral à cirurgia endoscópica permite a  exérese dos corpos estranhos no SM e o fechamento da FOA com retalhos. Em casos em que não há obstrução do óstio maxilar, a abordagem intraoral pode ser o  tratamento de escolha.45, 75 

Dentre os artigos analisados nessa revisão de literatura, houve apenas cinco relatos de intercorrências ou complicações pós-operatórias, sendo que duas estavam  associadas a FESS e uma estava relacionada à associação dos acessos oral e nasal.  KIM, L.Y. et al., 2017, relatou um caso de epífora ipsilateral após FESS, enquanto  Brescia et al., 2019, relatou um caso de infecção persistente do seio maxilar,  decorrente de FESS, e um caso de infecção no local da incisão cirúrgica, decorrente  de um acesso transoral. 

Brescia et al., 2017, considerou outras desvantagens da FESS, principalmente  através da técnica de antrostomia meatal média, sendo elas: impossibilidade de  remoção de corpos estranhos incorporados no osso maxilar e dificuldade de realizar  o procedimento em casos com a obstrução da fossa nasal, dificultando o acesso ao  meato médio. Segundo Abd El-Fattah et al., 2021, a antrostomia meatal média pode  ser realizada quando o CE está próximo ao complexo óstio-meatal na parede medial  ou superior do seio maxilar.  

Brescia et al., 2019, concluiu que para cada situação, a depender da  localização do corpo estranho e dos sintomas apresentados, existe uma técnica  cirúrgica mais adequada. Este autor criou, então, um fluxograma para auxiliar na  tomada de decisão quanto à técnica cirúrgica a se realizar em cada caso,ilustrado na  Figura 4. 

Figura 4: Fluxograma desenvolvido para auxiliar a escolha da técnica cirúrgica a ser utilizada,  dependendo das características do caso.

FONTE: BRESCIA et al., 2019 (adaptação). 

Legenda: CE = Corpo Estranho; FOA = Fístula Oro-Antral; OM = Óstio Maxilar. 

CONCLUSÃO 

A assistência endoscópica nos acessos cirúrgicos ao seio maxilar permite  melhor visualização do campo cirúrgico através de uma janela óssea reduzida e reduz  o tempo cirúrgico. Dessa forma, é considerada como uma abordagem minimamente  invasiva, ou seja, com menor movimentação de tecidos moles e menor remoção de  tecido ósseo, reduzindo a morbidade pós-operatória, principalmente a dor e o edema.  

Conclui-se, então, que o auxílio de instrumentais endoscópicos é muito  benéfico nos momentos trans e pós-operatórios, e, dessa forma, sempre que  disponível, deverá ser utilizado.  

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