REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202507111737
Sissy Maria dos Anjos Mendes1
Alisson de Melo Moraes2
Luca André Ferreira da Costa2
Ronivaldo Soares Araújo2
Mariseth Carvalho de Andrade3
RESUMO
Este estudo teve como objetivo investigar a prevalência de más oclusões em crianças e identificar suas causas e fatores associados. A pesquisa foi um estudo transversal prospectivo, realizado entre setembro e novembro de 2024 na Clínica-escola de Odontologia do UNIFAMAZ. Os dados foram coletados por meio de anamnese, exame clínico e análise de prontuários de 52 crianças com idades entre 5 e 12 anos. Foram utilizados métodos de estatística descritiva e inferencial, com o software BioEstat 5.4, Teste G Aderência com nível de significância de 5%. Os resultados mostraram que 50% das crianças apresentaram má oclusão. As alterações mais comuns foram sobremordida (23,1%), mordida aberta (9,6%) e apinhamento dentário (9,6%). Os hábitos orais deletérios mais prevalentes incluíram roer unhas (55,8%), respiração bucal (40,4%) e bruxismo (23,1%). A análise revelou também que 59,6% dos participantes eram do sexo feminino e 40,4% se autodeclararam pardas. Destacou-se que fatores como hereditariedade, hábitos orais e condições ambientais influenciam o desenvolvimento de más oclusões. Os resultados reforçam a relevância do diagnóstico precoce das más oclusões e do acompanhamento odontológico regular durante a transição dentária, promovendo o desenvolvimento adequado das estruturas faciais. A pesquisa sugere a implementação de medidas preventivas e educativas, além de contribuir para a formulação de políticas públicas em saúde bucal e aprimoramento das práticas odontológicas pediátricas. Conclui-se que a prevalência de más oclusões na amostra é significativa, ressaltando a necessidade de intervenções precoces e estratégias preventivas.
Descritores: má oclusão, saúde bucal e oclusão dentária.
ABSTRACT
This study aimed to investigate the prevalence of malocclusions in children and identify their causes and associated factors. The research was a prospective cross-sectional study conducted between September and November 2024 at the UNIFAMAZ School of Dentistry Clinic. Data were collected through anamnesis, clinical examination, and analysis of the records of 52 children aged 5 to 12 years. Descriptive and inferential statistical methods were applied using BioEstat 5.4 software, with the G-test for goodness-of-fit at a 5% significance level. Results showed that 50% of the children presented malocclusions, with the most common issues being overbite (23.1%), open bite (9.6%), and dental crowding (9.6%). The most prevalent deleterious oral habits included nail-biting (55.8%), mouth breathing (40.4%), and bruxism (23.1%). The analysis also revealed that 59.6% of participants were female, and 40.4% self-identified as mixed-race. Factors such as heredity, oral habits, and environmental conditions were found to influence the development of malocclusions. The findings underscore the importance of early diagnosis, regular dental monitoring during the transition phase, and the adoption of preventive measures to promote proper facial structure development. This study contributes to the formulation of public health policies in oral health and the improvement of pediatric dental practices, highlighting the need for early interventions and preventive strategies.
Keywords: malocclusion, oral health, dental occlusion.
RESUMEN
Este estudio tuvo como objetivo investigar la prevalencia de maloclusiones en niños e identificar sus causas y factores asociados. La investigación fue un estudio transversal prospectivo realizado entre septiembre y noviembre de 2024 en la Clínica-Escuela de Odontología de UNIFAMAZ. Los datos se recopilaron mediante anamnesis, examen clínico y análisis de historiales médicos de 52 niños con edades entre 5 y 12 años. Se utilizaron métodos de estadística descriptiva e inferencial, con el software BioEstat 5.4 y el Test G de bondad de ajuste con un nivel de significancia del 5%. Los resultados mostraron que el 50% de los niños presentaron maloclusión, siendo las alteraciones más comunes la sobremordida (23,1%), mordida abierta (9,6%) y apiñamiento dental (9,6%). Los hábitos orales deletéreos más prevalentes incluyeron morderse las uñas (55,8%), respiración bucal (40,4%) y bruxismo (23,1%). Además, el análisis reveló que el 59,6% de los participantes eran del sexo femenino y el 40,4% se autodeclararon de raza mixta. Factores como la herencia, los hábitos orales y las condiciones ambientales influyen en el desarrollo de maloclusiones. Los resultados destacan la importancia del diagnóstico temprano, el seguimiento odontológico regular durante la transición dentaria y la adopción de medidas preventivas para promover el desarrollo adecuado de las estructuras faciales. Este estudio contribuye a la formulación de políticas públicas en salud bucal y al perfeccionamiento de las prácticas odontológicas pediátricas, resaltando la necesidad de intervenciones tempranas y estrategias preventivas.
Descriptores: maloclusión, salud bucal, oclusión dental.
INTRODUÇÃO
Alterações na oclusão se inicia na infância, podendo aumentar de intensidade e prevalência de acordo com as condições do ambiente bucal de cada hospedeiro. Suas consequências podem afetar a curto e longo prazo a qualidade de vida das crianças acometidas e de seus responsáveis1.
As oclusopatias abrangem uma variedade de alterações no crescimento e desenvolvimento dos músculos e ossos maxilares que possuem potencial para alterar a posição dos dentes e, como resultado, causar problemas estéticos e funcionais afetando a fala e a mastigação, além de influenciar na autoestima do indivíduo2. Diante disso, o conhecimento sobre a etiologia das oclusopatias torna-se crucial para prevenir ou detectar esses desvios, tendo em vista a dificuldade no tratamento para a correção de possíveis problemas3.
Nesse prisma, as oclusopatias são patologias de caráter multifatorial que comprometem o desenvolvimento craniofacial durante seu período de maturação, que acontece ao longo da infância e adolescência, e podem ser fatores preditivos para a dentição permanente e acarreta empecilhos funcionais, físicos e psicológicos ao indivíduo4.
Assim, é de extrema importância conhecer os fatores de risco envolvidos na determinação das maloclusões em indivíduos no período de transição dentária, pois, estas podem interferir no crescimento e desenvolvimento normais das estruturas faciais, modificando não somente sua morfologia, mas também a função do sistema estomatognático, necessitando de intervenções mais invasivas futuramente5.
O presente estudo tem por objetivo investigar e analisar a prevalência de más oclusões em crianças, identificando suas principais causas e fatores associados.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo do tipo transversal prospectivo, realizado por meio de entrevistas e análises concomitantes de prontuários, com crianças de 5 a 12 anos atendidas na Clínica-escola de Odontologia do UNIFAMAZ. A pesquisa foi conduzida durante os meses de setembro a novembro de 2024, em atendimentos rotineiros do estágio supervisionado na Clínica-escola de Odontologia.
O estudo foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética através do CAAE: 62108522.4.0000.5701 e pela Direção da Clínica-escola de Odontologia do UNIFAMAZ. Somente após a obtenção dessas autorizações, os responsáveis legais das crianças participantes foram convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), garantindo o cumprimento das exigências éticas e legais vigentes.
A pesquisa foi desenvolvida em etapas. A primeira etapa consistiu no levantamento bibliográfico realizado em bases de dados como BVS, Medline, PubMed e SciELO, utilizando as palavras-chave “má oclusão”, “saúde bucal” e “oclusão dentária”, isoladamente e em combinação, sem restrições de idioma ou quantidade de artigos.
Na segunda etapa, foi realizado o cálculo amostral para uma população finita, considerando o número médio de pacientes atendidos semanalmente e o erro amostral.
Cálculo da amostra para uma população finita Amostra Aleatória Simples:
n – amostra calculada
N – População
Z – variável normalmente padronizada associada ao nível de confiança
p – verdadeira probabilidade do evento e erro amostral
O cálculo amostral resultou na amostra mínima de 36 pacientes, tendo sido alcançado um número 52 de participantes.
A terceira etapa foi dedicada à coleta de dados, que ocorreu na Clínica-escola do UNIFAMAZ. Nessa fase, foram realizadas anamnese, considerando o uso do índice de Foster e Hamilton e exame clínico na cadeira odontológica, utilizando espátula de madeira para afastamento dos tecidos moles e visualização da oclusão dentária. Além disso, fichas de coleta e formulários de avaliação clínica foram preenchidos, enquanto dados registrados nos prontuários odontológicos dos pacientes também foram analisados. A coleta foi conduzida por graduandos de odontologia, durante o estágio supervisionado em clínica integrada pediátrica.
Os critérios de inclusão para o estudo abrangeram pacientes infantis de 5 a 12 anos matriculados na Clínica-escola de Odontologia do UNIFAMAZ, com bom condicionamento geral e autorização formal para participação na pesquisa, mediante a assinatura pelos responsáveis legais. Os critérios de exclusão foram pacientes com perda dentária que impossibilitasse a avaliação da oclusão dentária.
Na quarta etapa, os dados coletados foram organizados e formatados no Google Forms e exportados para o software Microsoft Excel 2016. A análise estatística incluiu a estatística descritiva, com apresentação dos resultados em tabelas e gráficos, e a estatística inferencial, realizada no software BioEstat 5.4. O Teste G Aderência foi utilizado para avaliação das variáveis univariadas, e o nível de significância adotado foi α = 0,05 (5%), com valores significantes sinalizados por asterisco.
RESULTADOS
A vigente pesquisa avaliou 52 crianças, sendo 31 do sexo feminino (59,6%) e 21 do sexo masculino (40,4%). A idade variou entre 5 e 12 anos, com média aritmética de 8.4 anos, sendo a faixa etária entre 07 e 08 anos a mais incidente (30.8%) seguida dos pacientes com idade entre 11 e 12 anos (25,0%).
Com relação à autodeclaração de raça/cor, 21 crianças (40,4%) identificaram-se como pardas, 14 (26,9%) dos pacientes analisados como brancas, 7 crianças (13,5%) como pretas e 10 crianças com auxílio de seu respectivo responsável (19,2%) não souberam ou preferiram não se identificar tendo em vista a não identificação com nenhuma cor.
A análise da escolaridade da população estudada revelou uma predominância de crianças em idade escolar com diferentes níveis de instrução. Dentre os participantes, 9 crianças (17.3%) estavam matriculadas no ensino infantil e 15 cursavam o ensino fundamental incompleto (28.8%). Contudo, verificou-se uma expressiva parcela de 25 crianças sem informações registradas sobre a escolaridade (48.1%), conforme mostra a Tabela 1.
Tabela 1: Pacientes segundo o perfil epidemiológico, UNIFAMAZ, 2024

Fonte: Protocolo aplicado; Teste G Aderência
Ressalta-se, também, os hábitos analisados que podem influenciar o desenvolvimento de oclusopatias nos pacientes infantis analisados da clínica escola. Os seguintes resultados que foram encontrados; em relação ao hábito de roer unhas: das 52 crianças analisadas, 29 crianças apresentaram tal hábito, que resulta em aproximadamente 55,8%, já em relação ao hábito de babar durante o sono: 25 crianças foram avaliadas, sendo que 50,0% exibiram esse hábito, respiração bucal: observada em 21 crianças (40,4%). Já quando analisados o hábito de morder objetos observou-se presente em 10 crianças entre as analisadas, totalizando (36,6%), morder os lábios: registrado em 12 crianças (23,1%). Ademais, o bruxismo também observado em 12 crianças (23,1%), uso de chupeta: 10 crianças (19,2%) relataram ter utilizado chupeta, sucção digital (chupar o dedo): comportamento identificado em 7 crianças (13,5%), interposição de língua: hábito observado em 3 crianças (5,8%). O gráfico abaixo mostra esses resultados avaliados sob o cálculo do tamanho amostral.
Gráfico 1: Pacientes segundo os hábitos bucais deletérios, UNIFAMAZ, 2024

Fonte: Protocolo aplicado
As informações obtidas durantes os meses da pesquisa evidenciam uma prevalência variável de hábitos orais entre as crianças estudadas, tendo em vista a diferença dos hábitos bucais, anatomia facial, genética e formação psicossocial sendo relevante destacar que muitos desses comportamentos possuem potencial impacto no desenvolvimento de oclusopatias, reforçando a importância de estratégias preventivas e terapêuticas adequadas para evitar com que o quadro evolua para uma patologia maior, como também evitar com que o indivíduo sofra com problemas estéticos, fonéticos e emocionais no futuro.
Dos 52 participantes analisados, verificou-se que a prevalência de má oclusão foi de 50%, com 26 crianças apresentando algum tipo de desarmonia oclusal. Por outro lado, os outros 50% não demonstraram alterações, conforme gráfico 2. Esses dados evidenciam uma distribuição equilibrada entre os grupos e ressaltam a importância de investigações adicionais para compreender os fatores associados à ocorrência de má oclusão nessa população.
Gráfico 2: Pacientes segundo a proporção de má oclusão, UNIFAMAZ, 2024

Fonte: Protocolo aplicado
Quanto ao tipo de oclusão, foram identificadas as seguintes características entre as 52 crianças avaliadas: Sobremordida está presente em 12 crianças (23,1%), sobressalência registrada em 3 crianças (5,8%), mordida cruzada posterior detectada em 2 crianças (3,8%). Além disso, pode se ressaltar relevante prevalência de mordida aberta identificada em 5 crianças (9,6%), que não fez parte da pesquisa, mas evidencia-se necessidade de tratamento, como mostra a tabela 2.
Tabela 2: Pacientes segundo o tipo de má oclusão, UNIFAMAZ, 2024

Fonte: Protocolo aplicado
DISCUSSÃO
O presente estudo avaliou 52 crianças para investigar a prevalência de oclusopatias. A amostra foi composta predominantemente por crianças do sexo feminino (59,6%) e da cor parda (40,4%), representando um panorama diverso da população infantil. Entre as crianças analisadas, 50,0% apresentaram má oclusão, destacando-se como uma condição frequente nessa faixa etária.
Ainda que o índice de Foster inclua a análise da chave do canino, a maioria dos pacientes avaliados estava em dentição mista, com os caninos ainda em processo de erupção. Isso impossibilitou a avaliação dessa chave específica, porém não comprometeu o resultado final da classificação no índice.
Segundo um estudo realizado em Campo Grande/MS6, foram examinadas 752 crianças ao total, de ambos os sexos, com faixa etária de 6 a 12 anos. E obtiveram como resultado a prevalência de maloclusões de 87,68% (659 crianças), sendo considerado um percentual alto.
A presente pesquisa analisou os tipos de maloclusões e sua prevalência, tendo a mordida profunda, também conhecida como sobremordida, a que mais prevaleceu entre as crianças. Obtido o resultado percentual de 73% (ambos os sexos).
Assim, comparado à vigente pesquisa, sugere-se que há um prevalecimento de sobremordida dentre as maloclusões, já que no estudo feito a mesma foi responsável por 23,1% do total, correspondente a 12 crianças.
As alterações oclusais mais prevalentes foram a sobremordida (23,1%) e a mordida aberta (9,6%). Resultados semelhantes são reportados em um trabalho sobre prevalência de sobremordida em crianças de 6 a 12 anos7, que apontaram a sobremordida como a má oclusão mais comum em crianças com dentição mista. Esses achados refletem a influência de fatores como hereditariedade e hábitos orais deletérios, incluindo sucção digital e interposição de língua, ambos associados à mordida aberta.
Além disso, foram identificadas sobressalência (5,8%) e mordida cruzada posterior (3,8%). Estudos como o da Mordida cruzada posterior e suas implicações no desenvolvimento infantil8, enfatizam que a mordida cruzada posterior, embora menos frequente, pode causar assimetrias faciais e prejudicar o desenvolvimento das arcadas dentárias.
Os hábitos orais deletérios foram amplamente observados, sendo o mais prevalente o ato de roer unhas (55,8%). Esse comportamento, descrito no estudo dos pacientes atendidos na clínica escola de uma Instituição Federal de Ensino Superior9, é frequentemente associado à ansiedade infantil e pode impactar negativamente o desenvolvimento oclusal. Outros hábitos observados incluem respiração bucal (40,4%), morder objetos (36,6%), morder os lábios (23,1%) e bruxismo (23,1%). A respiração bucal, em particular, tem sido associada a alterações craniofaciais, como apontado no estudo sobre relação entre hábitos bucais deletérios e alterações craniofaciais em crianças10, devido ao reposicionamento da língua e à interferência no crescimento maxilofacial. A sucção digital (13,5%) e o uso de chupeta (19,2%) também foram hábitos frequentes. Estudos prévios, como o de impacto da sucção digital na dentição mista: uma revisão11. demonstram que essas práticas podem contribuir para alterações como mordida aberta e sobremordida, reforçando a necessidade de orientações precoces para interrompê-las.
Outro aspecto relevante foi a interposição de língua, identificada em 5,8% das crianças. Segundo a análise do trabalho displasias verticais, mordida aberta anterior: tratamento e estabilidade12, esse hábito está diretamente relacionado a problemas como mordida aberta e desequilíbrios musculares orofaciais, que podem comprometer funções como a deglutição e a fala.
A determinação da prevalência das más oclusões entre os pacientes atendidos forneceu uma visão abrangente da distribuição desse problema na população estudada, através da análise estatística descritiva e analítica dos dados coletados, foi possível perceber a relevância dessa condição dentro da amostra, evidenciando a importância de estratégias de prevenção mais eficazes, além da necessidade de um acompanhamento contínuo das crianças, para que se possa atuar precocemente e evitar que tais distúrbios evoluam para condições mais graves, que demandem tratamentos mais invasivos
Comparando com a literatura, a prevalência de má oclusão encontrada neste estudo (50,0%) é semelhante à média global relatada no trabalho prevalência de más oclusões em crianças: revisão sistemática13, que estimam que cerca de 50% a 60% das crianças em idade escolar apresentam alguma má oclusão. Isso reforça a importância de intervenções precoces para prevenir complicações futuras e promover um desenvolvimento orofacial saudável.
Os resultados deste estudo corroboram achados de outras pesquisas que associam hábitos orais deletérios ao desenvolvimento de oclusopatias. Por exemplo: relataram que a sobremordida é frequentemente associada ao uso prolongado de chupeta e sucção digital7, semelhante aos achados deste trabalho10.
Através do uso do índice de Foster e Hamilton, foi possível não apenas realizar um diagnóstico preciso das alterações oclusais, mas também fornece orientações sobre a necessidade de intervenções precoces, com vistas à prevenção de complicações a longo prazo. A identificação precoce das más oclusões é um passo crucial na odontologia pediátrica, pois permite a implementação de tratamentos corretivos mais simples e eficazes, evitando o agravamento de problemas que poderiam afetar negativamente a saúde bucal, estética e a funcionalidade do sistema estomatognático da criança.
Logo, esses achados enfatizam a importância de uma abordagem multidisciplinar no acompanhamento infantil, envolvendo odontopediatras, ortodontistas e fonoaudiólogos. Programas de educação em saúde, aliados ao diagnóstico precoce, são essenciais para minimizar o impacto das más oclusões e melhorar a qualidade de vida das crianças.
CONCLUSÃO
A análise dos tipos de más oclusões, a partir das quatro medidas específicas propostas pelo índice chave de caninos, sobressalência, sobremordida e mordida cruzada posterior revelou a diversidade de desvios oclusais presentes na amostra estudada, de más oclusões em crianças atendidas na clínica-escola de Odontologia do UNIFAMAZ, utilizando índice de Foster e Hamilton, possibilitando uma compreensão mais detalhada sobre as características desses distúrbios na população infantil atendidas na clínica do Centro Universitário Metropolitano da Amazônia.
A avaliação criteriosa desses parâmetros permitiu classificar as oclusopatias de forma objetiva, ajudando a identificar as necessidades específicas de tratamento para cada tipo de desvio identificado.
Em suma, os resultados deste estudo reforçam a importância da detecção precoce das más oclusões e do acompanhamento odontológico regular durante o período de transição dentária, a fim de promover o desenvolvimento adequado da dentição e das estruturas faciais. A implementação de medidas preventivas e educativas, aliada a um diagnóstico precoce e preciso, são fundamentais para a promoção da saúde bucal das crianças, garantindo não apenas a correção dos desvios oclusais, mas também o bem-estar físico e psicológico dos indivíduos afetados.
Assim, a identificação dos tipos de oclusopatias e a análise de sua prevalência podem servir como base para a formulação de políticas públicas em saúde bucal, além de contribuir para o aprimoramento das práticas clínicas na área da odontologia pediátrica.
AGRADECIMENTOS
Gostaríamos de expressar nossa profunda gratidão à UNIFAMAZ pelo apoio e pelas oportunidades proporcionadas ao longo desta jornada acadêmica e de pesquisa. Agradecemos especialmente à Dra. Sissy Mendes, que nos orientou, e à professora Marizeth Carvalho, que atuou como coorientadora. Somos imensamente gratos pela dedicação, orientação e conhecimento compartilhados, que foram cruciais para o desenvolvimento desta pesquisa.
Reconhecemos também a parceria dos colegas, cuja colaboração e troca de experiências enriqueceram significativamente essa caminhada. Estendemos nosso agradecimento às pessoas que contribuíram para a realização da coleta de dados, dedicando tempo e apoio indispensáveis para a concretização deste trabalho.
Por fim, deixamos nosso agradecimento especial às amigas de outro TCC, pelo incentivo e suporte incondicional, que foram verdadeiras parceiras ao longo de todo o processo. A todos que, de alguma maneira, contribuíram para essa trajetória, nosso muito obrigado!
REFERÊNCIAS
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1Doutora em Genética Médica e Biomolecular pela Universidade Federal do Pará (UFPA) Docente do curso de odontologia do UNIFAMAZ.
2Graduando(s) em Bacharelado em Odontologia pelo Centro Universitário da Amazônia (UNIFAMAZ), Belém-Pará, Brasil.
3Doutoranda em Ensino em Saúde na Amazônia (UEPA) e Docente do curso de odontologia do UNIFAMAZ