ESTRATÉGIAS LÚDICAS VOLTADAS PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7930704


Verlandiuson Gomes de Oliveira1


Resumo: O objetivo da pesquisa foi propor estratégias lúdicas voltadas para o ensino de matemática no ensino fundamental II. Enquadrou-se num desenho de campo não experimental, nível descritivo sob a modalidade de projeto factível. A amostra foi composta por seis (6) professores do ensino fundamental II de uma escola Pública na zono oeste da cidade de Manaus-AM/Brasil. A técnica aplicada foi o survey e o instrumento o questionário. Concluiu-se que há carência na aplicação de estratégias lúdicas, que os professores reconhecem que o ensino da matemática deve ser orientado de forma prática e através do uso de jogos, mas não possuem as estratégias necessárias ou não sabem como aplicar. Essa realidade sustentou a proposta de formar uma série de estratégias lúdicas.

Palavras chave: Estratégias lúdicas. Ensino de matemática. Ensino Fundamental II;

1 Introdução

A educação é um componente essencial na transformação de cada ser humano. Ao educar-se, uma pessoa adquire novos conhecimentos, portanto, a educação deve ser de qualidade, eficiente e eficaz, que se confunde com as novas gerações, transformações, inovações e comunicações imperativas, que se identifica com o desenvolvimento socioeconômico e político do país.

Esta ideia vai ao encontro do que estabelece a Constituição da República do Brasil de 1988 em seu artigo 205 que toda pessoa tem direito a uma educação integral, de qualidade, permanente, em igualdade de condições e oportunidades, sem outras limitações que não as derivadas das suas aptidões, vocação e aspirações.

Desta forma, o modelo educacional deve ser capaz de se adaptar a um mundo em mudança, complexo e incerto, onde constantemente aparecem avanços nos sistemas de informação e teorias que dão uma nova abordagem ao processo educacional. Isso é evidente no ambiente de trabalho, caracterizado por métodos de produção inovadores que exigem recursos humanos altamente qualificados e tecnificado, capaz de abordar o sistema produtivo com uma visão como um todo, onde procedimentos, estratégias inovadoras e criativas são uma constante. De acordo com esta abordagem, a educação fica em desvantagem devido a vários fatores como: abandono escolar, deficiência de aprendizagem, falta de estratégias que promovam cenários didáticos condizentes com as necessidades dos alunos, baixo desempenho acadêmico, falta de motivação, baixa auto-estima em alguns alunos, enfim, problemas de diversas natureza. Em consonância com o exposto, Veiga apud Lugo (2013, p. 296) apontou o seguinte: “a evasão escolar é resultado de um sistema educacional que não está funcionando bem.

Quanto ao desenvolvimento da etapa do ensino fundamental no subsistema de educação básica, o Ministério da Educação estabeleceu em primeiro lugar os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e depois a Base Nacional Curricular Comum (BNCC) que especifica as diretrizes a seguir para o desenvolvimento do conteúdo programático.

As autoridades institucionais e, sobretudo, os professores são responsáveis pela sua implementação e formação de um cidadão apto a agir com valores de justiça social e paz, sendo um agente da mudança no contexto em que vive. Dentro dessas perspectivas, é fundamental que as crianças se apropriem do conhecimento matemático ao longo de seu desenvolvimento pessoal e profissional para que possam aplicá-lo em qualquer contexto.

A esse respeito, a BNCC afirma que: existem áreas do conhecimento como a Área de Matemática, Ciências Naturais e Sociedade, onde a matemática é concebida como implicação de interligação com as ciências, cuja finalidade é ser geradora de mudanças de transformações tendentes à libertação do ser humano, pois o domínio da linguagem matemática influenciará significativamente na tomada de decisões, na construção e até na resolução de problemas individualmente e coletivamente.

Daí a importância de ensinar da matemática, o de colaborar na formação de indivíduos integrais, com personalidade autocrítica diante de suas próprias situações. Segundo o BNCC. 

Ao atingir esses objetivos, o ensino de matemática deve seguir com o conteúdo programático e o nível linguístico de meninos e meninas. Então, atividades como contar, medir, estimar, jogar, explicar e demonstrar são importantes no processo de orientação e aprendizagem da matemática, aliada ao desenvolvimento de processos como representar, sintetizar, generalizar, abstrair, conjecturar e comunicar, entre outros. Por esta razão, a função social atribuída a escola entre um de seus princípios básicos, o da responsabilidade de desenvolver o potencial matemático essencial de crianças e adolescentes. Para isso, é importante ter um professor que conheça estratégias que respondam eficientemente a diferentes problemas, auxiliando o aluno a gerar diversas formas de pensamentos lógicos e abstratos para responder com eficácia aos inúmeros processos matemáticos presentes no contexto circundante.

Sobre esta ideia, destaca-se o estudo realizado por Pinto (2013), onde afirma que as necessidades de formação dos cidadãos se estendem para além da primeira escolaridade e estendem-se ao longo da vida. Consequentemente, no campo da educação, a formação acadêmica contínua do professor é uma prioridade em exercício para a assimilação e adaptação da sala de aula diante das mudanças que a sociedade impõe.

Particularmente na área de matemática, a atualização permanente do professor da educação básica é essencial devido às demandas derivadas tanto do meio social e pessoal quanto do profissional. Também sugere que, no caso da área de matemática, é preciso superar o convencionalismo tradicional. O contributo desta formação permite garantir que os educadores da área da matemática são exigidos no desenvolvimento de competências pedagógicas para fazer face às atuais tendências desta era do conhecimento, tendo assim a responsabilidade de formar o aluno na resolução de problemas relacionados ao ambiente educacional, ao contexto de trabalho e à vida cotidiana.

Nesta mesma ordem de ideias, a presente investigação coincide com o problema exposto na tese de Rivero (2012) onde se explica que o ensino da matemática tem enfrentado sérios problemas devido ao fato de ser ensinado de forma abstrata;

Desta forma, a metodologia usada, não é o mais adequado, o aprendizado dele tem focado na repetição de informações sem entendê-las e na aplicação de metodologias mecânicas, o que dificulta o aluno resolver problemas e, portanto, dar resultados corretos ao realizar exercícios matemáticos.

Em resposta a este problema, a pesquisa de Rivero (2012) se propôs a analisar as estratégias didáticas para o desenvolvimento do pensamento lógico-matemático em alunos do Ensino Fundamental Os resultados da referida investigação determinaram que quando o professor aplicava estratégias didáticas no ensino de matemática, 44,1% dos alunos aumentaram consideravelmente o desenvolvimento lógico-matemático, razão pela qual foram recomendados a participar de oficinas psicoeducativas. Dessa forma, o estudo de Rivero (2012) se relaciona com a presente investigação. Pois expõe a necessidade em torno da gestão de estratégias didáticas adequadas para o ensino da matemática. Portanto, sugere que os professores participem de diversas oficinas, cursos ou outras reuniões pedagógicas que eles permitir apropriar-se de métodos pedagógicos inovadores de forma a melhorar o seu trabalho educativo.

Em outra ordem de ideias, mas tendo em conta o exposto, é também de realçar nesta investigação o fato de que todo conhecimento é construído. Assim, o professor deve assumir o papel de mediador e promotor de cenários didáticos chave para promover um processo de análise e construção reflexiva. Desta forma, o aluno está constantemente construindo seu próprio conhecimento.

A esse respeito, Matos (2000, p. 24) considera que: “o professor é um mediador não de forma declarativa, na verdade, ele deve assumir o desafio de se envolver na construção do conhecimento na aula. Dentro da práxis pedagógica integradora, o papel do professor deve ser percebido como promotor da aprendizagem, motivador e sensível”.

Portanto, o professor deve entender que a matemática é fundamental no desenvolvimento intelectual das crianças, que essa ciência as ajuda a serem lógicas com base em um processo de raciocínio ao seu crescimento. Além disso, é parte fundamental de sua vida em sociedade.

Nesse sentido, a escola deve promover um ambiente harmônico e confiável para todos os participantes do evento educacional, onde o ensino é didático e dinâmico. Ou seja, um espaço onde o aluno é capaz de criar seu próprio conhecimento por meio da aprendizagem significativa, que segundo Ausubel (1986, p. 34) “ocorre quando o sujeito consegue relacionar as novas informações com seus conhecimentos prévios”.

Esta correspondência acontece quando o sujeito tem ou demonstra interesse pelo assunto a ser tratado, desta forma o aprendizado será efetivo, duradouro e interessante. Em suma, o novo conhecimento se estabelece de forma não arbitrária, uma vez que o sujeito percebe a utilidade do que estão aprendendo.

É por esse motivo que o ensino da matemática deve ser pautado na aprendizagem significativa e que permita ao professor, por meio do uso de estratégias didáticas, ser um mediador entre o novo conhecimento e o que o aluno já possui. A esse respeito, Piaget apud Ramos (2013, p. 3) estabelece em sua teoria do funcionamento da inteligência, dois processos: um de assimilação, como a maneira pela qual um organismo encontra um estímulo do ambiente em termos deda organização atual, e o outro processo de acomodação referiu-se à modificação da organização atual em resposta à demanda do meio”.

Isso permitirá que os alunos adquiram conhecimentos de forma simples e  dinâmico, porque os novos aprendizados serão tão complexos de alcançar por uma noção anterior previamente obtida; ou seja, o ensino de matemática não deve ser comportamental com métodos pré-escritos nos textos, pois o professor como elo entre conhecimento e aprendizes e valendo-se de suas habilidades como pesquisador, deve investigar e experimentar quais são as estratégias, metodologias e ferramentas para gerar uma aprendizagem eficaz da matemática.

No entanto, vale ressaltar que, para qualquer bom professor, o fato de transmitir conteúdo aos seus alunos é aparentemente simples, mas há aspectos envolvidos que dificultam essa importante tarefa, como os tipos de aprendizagem, o contexto social e familiar dos alunos e todos os fatores que criam uma realidade complexa e impedem o alcance dos objetivos e competências estabelecidos no planejamento.

Em resposta ao que foi dito acima, é necessário apontar as vantagens da aplicação de estratégias de aprendizagem significativa nos processos de ensino e no desempenho acadêmico do aluno. Por esta razão pode-se dizer que o professor é o primeiro a utilizar novas estratégias no ensino da matemática. Assim, a metodologia mais adequada para o ensino de alunos do ensino fundamental é a brincadeira, definida por Flinchum (1988) apud Monteiro e Alvarado (2001, p. 20) como aquela que “proporciona ao aluno a liberdade de liberar a energia que reprimiu”.

Portanto, como o jogo é considerado uma estratégia pertinente no ensino fundamental, esta pesquisa teve como base a construção de uma estratégia de ensino para segundo a perspectiva de Dias (2002, p. 9), que afirma:

Considere os recursos gerais de estagiários (nível de desenvolvimento cognitivo, conhecimento prévio, fatores motivacionais, entre outros): as características são descritas para preparar as estratégias de aprendizado. Tipo de domínio do conhecimento em geral e do conteúdo curricular em particular a ser abordado: é preciso ter clareza sobre o objetivo de aprendizagem e o conteúdo curricular exigido. Os objetivos a serem alcançados, bem como as atividades cognitivas e pedagógicas que o aluno deve realizar para alcançá-los: ser claro sobre o objetivo a ser alcançado, bem como as atividades cognitivas ou pedagógicas necessárias para isso. Acompanhamento constante do processo de ensino (das estratégias de ensino utilizadas), bem como do processo e aprendizagem do aluno: acompanhar constantemente os resultados ao longo da aplicabilidade da estratégia. Determinar o contexto intersubjetivo (conhecimento já compartilhado), criado com os alunos: determinar o conhecimento já transmitido e criado pelos alunos até aquele momento do processo de ensino.

Portanto, os jogos são atividades que despertam o interesse dos alunos do ensino fundamental e os mantêm focados em realização de determinadas ações e objetivos, é também um espaço que permite descarregar o excesso de energia que podem tirar proveito da criação de novas estruturas de conhecimento. Nesse sentido, os participantes do evento lúdico podem assumir o processo educativo como algo lúdico e inovador em seu desenvolvimento. Por sua vez, Vygotsky (1971) apud Dias (2002, p. 38) afirma que:

O jogo é um espaço para a construção de uma semiótica e possibilita o desenvolvimento do pensamento conceitual e teórico, considerando que a criança a partir de suas experiências vai formando conceitos, com caráter descritivo e referencial na medida em que estão circunscritos às características físicas do objetos.

Em decorrência do problema levantado acima e dadas as vantagens apontadas sobre as atividades lúdicas na aprendizagem, surgem as seguintes questões: Que estratégias os professores usam no ensino de matemática para o ensino fundamental II? Qual a viabilidade do uso de jogos como estratégia de ensino na área matemática? Como elaborar estratégias lúdicas para o ensino de matemática?

A partir dessas questões, estabeleceu-se o seguinte objetivo geral: propor estratégias lúdicas voltadas para o ensino de matemática no ensino fundamental II em uma escola pública da zono Oeste de Manaus.

Para atingir esse objetivo geral, propomos a seguir os seguintes objetivos específicos: diagnosticar a necessidade de estratégias voltadas para o ensino de matemática no ensino fundamental II. Assim procedeu-se determinar a viabilidade da proposta, a fim de projetar estratégias lúdicas voltadas para o ensino de matemática.

Portanto, a presente investigação focada na concepção de estratégias lúdicas voltadas para o ensino de matemática utilizado pelos professores da referida instituição, implementando o jogo como principal metodologia para a conquista de uma aprendizagem significativa e o desenvolvimento integral do aluno. Deve-se ressaltar a importância deque os alunos estão interessados em matemática e sentir vontade. Para alcançar essa motivação, é pertinente propor atividades contextualizadas de acordo com a idade e interesses. Essa proposta educacional se traduz em um benefício generalizado para os professores, pois fornece novos conhecimentos sobre estratégias lúdicas que são de grande auxílio na abordagem da disciplina de matemática. Beneficia também os alunos porque lhes proporciona um professor capacitado para ministrar com eficácia os conteúdos programáticos da área.

Além disso, considera-se a relevância pedagógica do estudo, pelo fato de considerar o jogo como uma estratégia de ensino, representando uma ferramenta que favorece um processo educacional onde alunos e professores estão envolvidos, promovendo assim cenários didáticos contextualizados e atrativos para os alunos. .

2 Material e Método

A pesquisa realizada foi de natureza quantitativa, assumiu um desenho de campo não experimental, os dados foram coletados diretamente do contexto abordado, neste caso o objeto de estudo inclui os professores de matemática de um escola pública da região Oeste da cidade de Manaus-AM/Brasil.

Da mesma forma, baseou-se em um pesquisa descritiva, pois foi necessário descrever, registrar, analisar e interpretar as atividades a serem realizadas para promover a atuação da equipe diante de uma comunicação institucional e descrever as estratégias de comunicação efetivas já existentes na instituição. Da mesma forma, foi enquadrado na modalidade de projeto viável, definida como a elaboração e desenvolvimento de uma proposta de modelo operacional viável visando a solução de problemas, ou necessidades das organizações ou grupos sociais; Pode referir-se à formulação de políticas, programas, tecnologias, métodos ou processos

Em continuidade com a ideia anterior, o presente estudo foi desenvolvido em resposta a 3 fases em correspondência com os objetivos específicos estabelecidos: em primeiro lugar, a fase de diagnóstico definida como uma reconstrução do objeto de estudo e tem como objetivo detectar situações onde é revelado o precisa fazer  Ao final desta fase, foi possível obter as informações necessárias para a proposta e seguimos com o seguinte objetivo: promover mudanças no ensino de matemática através de criar experiências ou cenários de aprendizagem significativas. Em seguida, foi realizado o estudo de viabilidade, definido a possibilidade de desenvolver um projeto, tendo em conta a necessidade detectada, benefícios, recursos humanos, técnicos, financeiros, estudos de mercado. De referir ainda que foi analisada a natureza técnica e econômica, donde se concluiu que esta investigação não implica despesas elevadas para a sua implementação e na parte institucional encontra-se anexada ao respetivo currículo. Portanto, pode-se dizer que é viável. Um, uma vez concluído o diagnóstico e determinada a viabilidade, foi elaborada a proposta, que necessariamente gerou uma terceira fase de investigação.

Com relação à população e objeto de estudo, esta foi composta por seis (06) professores de matemática do ensino fundamental II de uma escola pública da zona Oeste da cidade de Manaus-AM/Brasil. 100,00% da população foi tomada. Por ser de fácil acesso ao pesquisador, portanto, constituiu-se em estudo censitário, ou seja, sem amostra de estudo, mas sim abrangendo toda a população. A esse respeito, Arias (2006, p. 83) afirma que, “se a população, devido ao número de unidades integrantes, for acessível em sua totalidade, não será necessário extrair uma amostra. Consequentemente, será possível investigar ou obter dados de toda a população” (p. 83)

Quanto à seleção de técnicas e instrumentos para coletar informações foi utilizada a técnica de survey, que segundo Martins (2010, p. 123):  “destina-se a obter dados de várias pessoas cujas opiniões são de interesse do pesquisador”. Através deste inquérito foi possível conhecer as opiniões, atitudes e comportamentos de várias pessoas em correspondência com um determinado conteúdo. Além disso, como instrumento de coleta de dados, foi aplicado um questionário de perguntas fechadas. Foi estruturado por questões dicotômicas com apenas duas opções de resposta (Sim e Não). Foi validado pelo julgamento de vários especialistas e a confiabilidade obtida foi de Kr=0,96 segundo a fórmula de Kuder Richardson, para a qual o instrumento foi definido como confiável, o que permitiu prosseguir com o percurso metodológico (MARITNS, 2010).

3 Resultados e Discussão

Uma vez que a coleta dos dados, tabelas de distribuição de frequência e gráficos foram construídos para cada item com os resultados obtidos. Os quatro itens mais relevantes são descritos a seguir.

Para começar, no item número 2 onde se pergunta ao respondente se o ensino da matemática é importante na aprendizagem de áreas acadêmicas complementares na formação integral dos alunos do ensino fundamental II? Foi demonstrado que de um total de 6 professores pesquisados, que representam 100,00%, eles afirmaram a importância do ensino da matemática como área complementar. Isso pode ser visto no gráfico a seguir.

GRÁFICO 1 – Importância da matemática

Pesquisa de Campo (2023)

Nesse sentido, Vygotsky apud Dias (2002, p. 12) considera que o conhecimento não é um objeto que se passa de um para o outro, “mas se constrói por meio de operações e habilidades cognitivas que são induzidas na interação social”. Visto desta forma, no domínio do ensino de áreas acadêmicas complementares, o conteúdo será sempre desenvolvido partindo do mais simples para o mais complexo, tendo como particularidade que o conhecimento adquirido, uma vez processado, não seja esquecido, porque a experiência faz não vêm dos objetivos, mas de sua ação sobre eles.

 Em seguida, no item 4, foi perguntado aos professores: você inclui alguma estratégia de ensino em seu planejamento diário para aprender matemática? Como resultado, evidencia-se que, de um total de 6 professores inquiridos, 17,00% por cento deles, correspondendo a apenas um deles, afirmam incluir algumas estratégias de ensino no seu planeamento diário enquanto os outros 5, ou seja, 83,00% restante não se aplica ao acima mencionado. Isso pode ser visto no gráfico a seguir.

GRÁFICO  2 – Inclusão de estratégia de ensino

Fonte: Pesquisa de Campo (2023)

Com base nos resultados obtidos em quanto à inclusão de estratégias de ensino, a esse respeito Dias (2002, p. 69) aponta que: “as estratégias selecionadas pelo professor devem garantir uma alta eficácia, quando usadas como suporte na dinâmica do processo de ensino e aprendizagem, devem ser incluídos no início, durante e no final de uma sessão pedagógica”.

De acordo com esta última ideia, elevando em consideração o resultado obtido no item 4, é preciso considerar a relevância que tem no momento do ensino, tendo bom planejamento com o qual o professor pode orientar, orientar e apoiar no cumprimento das fases de uma sessão pedagógica, tendo as respetivas estratégias já definidas e previamente preparadas.

O ato de planejar é, portanto, a organização do trabalho diário após um diagnóstico de habilidades e conhecimentos prévios que é feito ao aluno para detectar pontos fortes ou deficiências em suas habilidades e, assim, focar a aula de maneira mais precisa. Isso facilita o alcance de competências e objetivos previamente estabelecidos.

 Outro item relevante nesta pesquisa foi o de número 8: Você motiva seus alunos a alcançar o conteúdo por meio de estratégias lúdicas? Nesse caso, 83,00% dos entrevistados responderam que não motivam seus alunos por meio de estratégias lúdicas. Isso pode ser visto com mais clareza no Gráfico 3 apresentado seguir.

Fonte: Pesquisa de Campo (2023)

Nesse sentido, Piaget (1986, p. 115) afirma que: “O brincar faz parte da inteligência da criança, representa a assimilação funcional ou reprodutiva da realidade de acordo com cada estágio evolutivo do indivíduo”. Isso significa que as habilidades sensório-motoras, simbólicas ou de raciocínio são consideradas aspectos essenciais no desenvolvimento do indivíduo, pois condicionam a origem e a evolução do jogo.

Outra questão relevante é a correspondente ao item 10: Você considera que ao utilizar o jogo como estratégia de ensino, os alunos obtêm habilidades necessárias para adquirir o conhecimento pretendido? Pelos resultados do item, representados no Gráfico 4, fica evidente que de um total de 6 professores pesquisados, que representam 100,00 por cento deles, afirmam que os alunos podem desenvolver habilidades necessárias ao utilizar o jogo como estratégia de ensino em sala de aula.

GRÁFICO 4 – Habilidades necessárias para adquirir o conhecimento esperado

Fonte: Pesquisa de Campo (2023)

De acordo com o exposto, Yturralde (2009, p. 85) aponta que: Os jogos lúdicos podem estar presentes em diferentes fases do processo de aprendizagemdo ser humano É evidente ovalor educativo que o jogo lúdico tem e na escola em geral, promove o desenvolvimento psicossocial, a conformação da personalidade, valores de evidência, podem ser orientados para a aquisiçãode conhecimento, abrangendo uma ampla gama de atividades, prazer, alegria, criatividade e conhecimento interagem. (pág.85)

Assim, dada a versatilidade e a ampla variedade de possibilidades de aprendizagem oferecidas pelo fato de brincar, torna esta atividade uma oportunidade valiosa ao abordar conteúdos matemáticos, pois desperta motivação, interesse e prazer no aluno que participa deste tipo de atividade, obtendo assim experiências significativas, conhecimento, desenvolvimento de competências e habilidades, entre outros aspectos.

4 Conclusão

Uma vez realizado o diagnóstico e análise dos dados com base nos objetivos norteadores da pesquisa proposta, bem como a análise das respostas dadas pelas unidades selecionadas por meio do questionário aplicado, foi possível demonstrar e concluir o seguinte:

Os professores que compõem a população de estudo da presente investigação, utilizam uma diversidade de técnicas e estratégias pedagógicas baseadas na prática repetitiva de atividades pouco significativas, como cópia ou transcrição à mão, repetição, leitura não completa de livros didáticos, entre outros.

Deduziu-se deste estudo que os docentes da instituição não desenvolvem em suas aulas estratégias lúdicas que promovam o desenvolvimento criativo, originalidade e inovação no ensino da matemática. Dessa forma, o aluno fica limitado na conquista de uma aprendizagem significativa, o que induz a valorização da matemática e sua facilidade e aplicabilidade em diversas áreas do conhecimento.

Para isso, os jogos compõem uma série de estratégias lúdicas que têm como objetivo, a aquisição de conhecimento e aprendizagem por meio de atividades desinteressadas, onde o aluno adquire vários fatores de motivação e aprende com o mínimo de dificuldade. O papel do professor, neste caso como conselheiro e mediador, consiste em planejar e executar uma série de técnicas e estratégias pedagógicas que facilitem e motivar o participante a aprender de forma divertida e harmoniosa. Também é adequado desenvolver e utilizar recursos didáticos que oportunizem aos alunos a expressão dos resultados obtidos no curso. Processo cognitivo. Em poucas palavras, a utilização dessas estratégias e recursos favorece o processo de ensino-aprendizagem, promovendo maior desempenho acadêmico nos alunos.

Vale destacar também o efeito positivo que pôde ser observado nos professores, durante e após a experiência na implementação dos jogos como estratégia para o ensino da matemática. Segundo alguns deles, foi uma experiência satisfatória. Pode ser descritodita experiência como um momento de encontro entre o conhecimento matemático e a pedagogia, onde o professor pode ousar inovar, propor novos processos, mais dinâmico e aberto a diferentes possibilidades. Desta forma, o professor cumpre fornece ferramentas didáticas, permitindo que os alunos atinjam os objetivos definidos na modalidade.

É importante ressaltar que as atividades planejadas em sala de aula merecem ser realizadas de forma prazerosa e harmoniosa, pois se trata de um fenômeno complexo e multifatorial com elementos externos ao aluno, como são o ambiente familiar, a escola e os professores; ou elementos internos como fatores físicos, cognitivos, afetivos, de personalidade, de vontade, de motivação, entre outros.

Da mesma forma, o professor é um fator que contribui para o crescimento e desenvolvimento de seus alunos, e uma de suas funções é mediar e auxiliar no processo de ensino e aprendizagem. Lá, os alunos desenvolvem seus conhecimentos, habilidades, habilidades e atitudes em ambientes recreativos, exercitam seu potencial Além disso, eles participam de atividades recreativas. Por este motivo, recomenda-se o professor a dominar o saber pedagógico que consiste em saber, fazer agir.

Em relação ao último objetivo da pesquisa, foi evidenciada uma estreita relação entre o jogo como estratégia lúdica e o ensino de matemática. É por isso que o desenho de estratégias lúdicas voltadas para o ensino da matemática estimula o aluno a gostar das atividades, principalmente porque o jogo, em qualquer uma de suas manifestações pedagógicas, é uma estratégia que permite manter a atenção, o gosto, a motivação e o interesse dos alunos, alcançando atividades ativas. Participação e feedback constante, favorecendo aspectos como convivência social, melhoria na resolução de problemas operações matemáticas, superando a apatia produzida pelo método tradicional de ensino, o gosto pela permanência na instituição, o desenvolvimento integral.

Dadas as conclusões acima, recomenda o uso de estratégias de ensino baseadas em jogos que facilitem a compreensão sobre a solução de operações matemáticas nos primeiros anos do ensino fundamental. Esta recomendação é feita porque o jogo como estratégia tem um caráter inovador, motivador, promove o amor pela matemática e é uma forma de produzir aprendizagem de forma natural, criativa, autêntico e espontâneo por parte dos aprendizes.

5 Referências

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MATOS, M. Resiliência. Brasília. Ministério da Educação, 2007.

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Piaget, J. A formação do símbolo na criança. Fundo da Cultura Econômica (edição original de 1959). Brasília: MEC, 1986.

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YTURRALDE, E.     O brincalhão e o aprendizado. São Paulop: Zenit, 2009.


1O autor é doutor em Ciências da Educação pela Universidad Del Sol do Paraguay