ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO BASEADAS EM KOLB E AUSUBEL: MEDINDO A APRENDIZAGEM EXPERIENCIAL E SIGNIFICATIVA

ASSESSMENT STRATEGIES BASED ON KOLB AND AUSUBEL: MEASURING EXPERIENTIAL AND MEANINGFUL LEARNING

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12740911


José Pedro de Azevedo
Lúcia Helena da Silva Paz
Maria Cláudia Luís de Azevedo


Resumo

Este artigo tem por objetivo explorar diferentes estratégias de avaliação que se baseiam nas teorias de Kolb e Ausubel, examinando como essas abordagens podem ser implementadas de maneira prática e eficaz nas salas de aula contemporâneas. Ao integrar princípios de aprendizagem experiencial e significativa na avaliação educacional, esperamos destacar não apenas a importância de medir o conhecimento dos alunos, mas também de promover uma aprendizagem que seja profunda, reflexiva e aplicável ao mundo real. Ao fazer isso, contribuímos para um debate contínuo sobre as melhores práticas de avaliação que maximizam o potencial educacional de cada aluno. Kolb propõe um ciclo de aprendizagem que inclui experiência concreta, reflexão, conceituação abstrata e experimentação ativa, enquanto Ausubel destaca o aprendizado significativo através da integração de novos conhecimentos com conceitos pré-existentes na estrutura cognitiva dos alunos. O artigo discute como essas teorias informam a criação de instrumentos avaliativos que não apenas medem o conhecimento adquirido, mas também a profundidade da compreensão e a capacidade de aplicação prática dos alunos. Estratégias como portfólios de aprendizagem, mapas conceituais e projetos de aprendizagem são exploradas como formas de promover uma avaliação mais abrangente e alinhada com os objetivos educacionais de desenvolver habilidades críticas e autônomas nos estudantes. A implementação eficaz dessas estratégias requer um planejamento adaptativo e um desenvolvimento contínuo dos educadores, visando criar ambientes de aprendizagem que preparem os alunos não apenas para testes acadêmicos, mas também para desafios reais da vida e da carreira.

Palavras-chave: Avaliação educacional. Aprendizagem experiencial. Aprendizagem significativa.

1 INTRODUÇÃO

A avaliação desempenha um papel crucial no processo educacional, indo além de simplesmente verificar o aprendizado dos alunos para orientar o desenvolvimento de práticas pedagógicas eficazes. Ela proporciona informações sobre o progresso dos estudantes, a eficácia dos métodos de ensino e as necessidades individuais de aprendizagem, influenciando diretamente as decisões dos educadores. Neste artigo, exploraremos estratégias de avaliação fundamentadas nas teorias de David Kolb (1984) e David Ausubel (2003), dois pensadores cujas contribuições revolucionaram a compreensão da aprendizagem experiencial e significativa.

David Kolb é conhecido por seu modelo de aprendizagem experiencial, que propõe um ciclo de quatro estágios: experiência concreta, observação reflexiva, conceituação abstrata e experimentação ativa. Esse ciclo sugere que o aprendizado eficaz ocorre quando os alunos passam por esses estágios de maneira contínua, integrando a experiência prática com a reflexão, a teorização e a aplicação prática. Kolb argumenta que a aprendizagem não é um processo linear, mas sim um ciclo dinâmico onde os indivíduos aprendem melhor quando estão engajados ativamente na experimentação e na reflexão sobre suas experiências.

Por outro lado, David Ausubel desenvolveu a teoria do aprendizado significativo, que contrasta com o aprendizado memorístico. Ausubel postula que a aprendizagem é mais eficaz quando os novos conhecimentos são integrados de forma significativa com conceitos relevantes que o aluno já possui em sua estrutura cognitiva. Isso é facilitado pelo uso de organizadores prévios que ajudam a ancorar os novos conteúdos em um contexto mais amplo de conhecimento existente. Ao criar conexões significativas entre o novo e o conhecido, Ausubel argumenta que os alunos são capazes de compreender e reter informações de maneira mais profunda e duradoura.

Ambas as teorias de Kolb e Ausubel oferecem fundamentos teóricos sólidos para a concepção de estratégias de avaliação que vão além da simples mensuração de conhecimento superficial. Ao aplicar essas teorias, os educadores podem criar instrumentos avaliativos que não apenas medem o conhecimento adquirido, mas também a profundidade da compreensão dos alunos e sua capacidade de aplicar esse conhecimento em novos contextos. Isso promove uma avaliação mais abrangente e significativa, alinhada com os objetivos educacionais de desenvolver habilidades de pensamento crítico, resolução de problemas e aprendizagem autônoma.

O objetivo deste artigo é explorar diferentes estratégias de avaliação que se baseiam nas teorias de Kolb e Ausubel, examinando como essas abordagens podem ser implementadas de maneira prática e eficaz nas salas de aula contemporâneas. Ao integrar princípios de aprendizagem experiencial e significativa na avaliação educacional, esperamos destacar não apenas a importância de medir o conhecimento dos alunos, mas também de promover uma aprendizagem que seja profunda, reflexiva e aplicável ao mundo real. Ao fazer isso, contribuímos para um debate contínuo sobre as melhores práticas de avaliação que maximizam o potencial educacional de cada aluno.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Teoria do Aprendizado Experiencial de Kolb

David Kolb desenvolveu o modelo do ciclo de aprendizagem experiencial como uma estrutura teórica para entender como os indivíduos aprendem através da experiência. Este modelo é composto por quatro estágios interligados que formam um ciclo contínuo de aprendizagem. Para Kolb (2014), o conhecimento é o resultado da interação entre teoria e experiência, e é por meio dessa relação dialógica, entre conceitos abstratos e experiência, que a aprendizagem e o desenvolvimento humano acontecem. A experiência sozinha não é suficiente para aprender, para isso é preciso refletir sobre a experiência e ser capaz de fazer generalizações, formulando conceitos que podem ser aplicados em novas situações.

O ciclo começa com a experiência concreta, onde o aprendiz se envolve ativamente em uma atividade específica ou situação real. Esta fase é fundamental porque coloca o aluno em contato direto com o objeto de estudo ou com o problema a ser resolvido. A experiência concreta pode variar desde a participação em simulações, experimentos práticos até atividades de campo ou interações sociais significativas. O principal objetivo deste estágio é proporcionar uma base sólida para a aprendizagem, garantindo que os alunos tenham uma experiência real e palpável sobre o tema em questão. Jacobsohn (2003) enfatiza  que  os  estilos de  aprendizagem  mudam com  o  passar  do  tempo, ressalta  ainda  que cada  indivíduo  tem  uma  maneira  singular  de  aprender,  portanto, o método aplicado  com  uma  pessoa  não  significa  que  atenderá a  outra.

Após a experiência concreta, Kolb enfatiza a importância da reflexão sobre essa experiência. Durante o estágio de observação reflexiva, os alunos são encorajados a analisar e avaliar o que aconteceu durante a experiência. Isso envolve considerar não apenas as ações e eventos que ocorreram, mas também os sentimentos, percepções e pensamentos que surgiram durante o processo. A reflexão crítica neste estágio ajuda os alunos a extrair significado e insights pessoais da experiência, identificando tanto o que funcionou bem quanto as áreas que podem ser melhoradas.

Com base na reflexão sobre a experiência concreta, os alunos são desafiados a fazer conexões conceituais e teóricas no estágio de conceituação abstrata. Neste estágio, os conceitos e princípios emergentes da experiência são explorados e teorizados. Os alunos podem consultar teorias existentes, textos acadêmicos ou discutir conceitos com colegas e professores para ampliar sua compreensão. A conceituação abstrata visa proporcionar uma estrutura conceitual mais ampla e sistemática que ajude a explicar e contextualizar a experiência vivida.

O último estágio do ciclo de aprendizagem experiencial é a experimentação ativa. Aqui, os alunos têm a oportunidade de aplicar ativamente os conceitos teóricos desenvolvidos na fase anterior. A experimentação ativa pode ocorrer através de projetos práticos, simulações adicionais, resolução de problemas ou outras formas de aplicação prática do conhecimento adquirido. Este estágio não apenas reforça a compreensão dos conceitos teóricos, mas também permite que os alunos testem suas ideias, enfrentem novos desafios e desenvolvam habilidades práticas relevantes.

O modelo do ciclo de aprendizagem experiencial de Kolb é valorizado não apenas por sua simplicidade e acessibilidade, mas também por sua capacidade de integrar diferentes formas de aprendizagem. Ao enfatizar a continuidade e a

ciclicidade do aprendizado, Kolb destaca que a aprendizagem eficaz não é linear, mas dinâmica e iterativa. Essa abordagem não apenas incentiva os alunos a aprender fazendo, mas também a refletir criticamente sobre suas experiências, a teorizar sobre o conhecimento adquirido e a aplicá-lo de maneira prática e significativa.

Em suma, o modelo do ciclo de aprendizagem experiencial de Kolb oferece uma estrutura robusta para entender como os indivíduos aprendem e desenvolvem habilidades ao longo do tempo. Ao incorporar experiências concretas, reflexão crítica, conceituação abstrata e experimentação ativa, os educadores podem projetar ambientes de aprendizagem que promovam uma compreensão profunda e duradoura dos conteúdos. Essa abordagem não só enriquece a experiência educacional dos alunos, mas também os prepara melhor para enfrentar desafios complexos e contribuir de forma significativa em suas comunidades e profissões.

Teoria do Aprendizado Significativo de Ausubel

David Ausubel é conhecido por sua teoria do aprendizado significativo, que se diferencia substancialmente do aprendizado por memorização. Para Ausubel, o aprendizado é considerado significativo quando os novos conhecimentos são integrados de maneira substantiva e relevante aos conceitos já existentes na estrutura cognitiva do aluno. Isso implica que o aluno não apenas memoriza informações de forma isolada, mas as relaciona com conceitos prévios, criando uma rede de conhecimento interconectada e significativa.

Ausubel introduziu o conceito de “organizadores prévios” como uma ferramenta crucial para facilitar o aprendizado significativo. Os organizadores prévios são informações ou conceitos que servem como âncoras cognitivas, ajudando os alunos a estabelecer conexões entre o novo conteúdo e o conhecimento já adquirido. Esses organizadores podem ser apresentados antes do novo conteúdo ser introduzido, fornecendo um contexto que prepara os alunos para assimilar e integrar o novo material de maneira mais eficaz.

Um dos princípios centrais da teoria de Ausubel é que o aprendizado significativo promove uma compreensão mais profunda e duradoura dos conteúdos, em comparação com a simples repetição ou memorização mecânica. Quando os alunos conseguem relacionar novas informações com conceitos que já possuem em sua estrutura cognitiva, eles são capazes de atribuir significado ao que estão aprendendo. Isso não apenas facilita a retenção a longo prazo, mas também promove a aplicação do conhecimento em diferentes contextos e situações.

Além disso, Ausubel enfatiza que o aprendizado significativo é facilitado quando os educadores são capazes de identificar os conhecimentos prévios dos alunos e ajustar suas estratégias de ensino para construir sobre esses conhecimentos existentes. Isso requer uma abordagem personalizada e adaptativa que considere as diferenças individuais de aprendizagem e promova um ambiente de aprendizagem onde os alunos se sintam motivados a explorar e conectar novos conhecimentos com suas experiências pessoais.

Em resumo, a teoria do aprendizado significativo de Ausubel destaca a importância de criar um ambiente educacional que estimule a construção ativa do conhecimento pelos alunos. Ao integrar organizadores prévios, relacionar novos conhecimentos com conceitos já familiares e promover uma compreensão profunda dos conteúdos, os educadores podem potencializar o aprendizado dos alunos e prepará-los melhor para enfrentar desafios acadêmicos e aplicar seus conhecimentos de forma eficaz na vida real.

3 METODOLOGIA 

A metodologia adotada neste artigo baseia-se em uma revisão abrangente da literatura sobre as teorias de aprendizagem de David Kolb e David Ausubel. Sendo exploradas publicações acadêmicas, livros, artigos de pesquisa e outras fontes relevantes que detalham o ciclo de aprendizagem experiencial de Kolb e a teoria do aprendizado significativo de Ausubel. Permitindo assim um entendimento profundo dos conceitos-chave, dos estágios de aprendizagem propostos por cada teoria, bem como das estratégias educacionais recomendadas para aplicação prática.

Com base na revisão da literatura, foram identificadas e selecionadas estratégias de avaliação alinhadas com as teorias de Kolb e Ausubel. Isso inclui métodos de avaliação formativa e somativa que visam medir não apenas o conhecimento superficial, mas também a compreensão profunda e a aplicação do conhecimento. Foram consideradas técnicas como questionários reflexivos, análise de portfólios, projetos práticos, estudos de caso e outras formas de avaliação que incentivem a reflexão crítica, a integração de teoria e prática, e a aplicação significativa do aprendizado.

Estratégias de Avaliação Baseadas em Kolb e Ausubel

1. Portfólios de Aprendizagem

Os portfólios de aprendizagem emergem como uma estratégia robusta e eficaz para avaliar o aprendizado experiencial, alinhando-se diretamente com o modelo proposto por David Kolb. Nesse método, os alunos compilam uma coleção organizada de seus trabalhos, reflexões e projetos ao longo do tempo, criando um registro contínuo e multifacetado de seu desenvolvimento acadêmico e pessoal. Ao contrário das avaliações pontuais tradicionais, os portfólios permitem que os alunos não apenas documentem seu progresso, mas também façam conexões significativas entre suas experiências práticas e os conceitos teóricos discutidos em sala de aula.

Kolb (1984) preconiza que o conhecimento advindo da transformação experiencial do indivíduo ocorre a partir da prática, no caso da aprendizagem do adulto, tornando-se mais efetiva quando vivenciada de maneira direta e profunda. A essência dos portfólios reside na capacidade de os alunos refletirem sobre suas próprias aprendizagens. Essa prática de reflexão crítica não apenas consolida o entendimento dos conteúdos, mas também promove uma aprendizagem integrada, onde os alunos são incentivados a aplicar teorias aprendidas em contextos reais e a revisar suas abordagens conforme novas experiências são incorporadas. Dessa forma, os portfólios não são apenas um repositório de evidências, mas uma ferramenta dinâmica que apoia o ciclo de aprendizagem experiencial de Kolb, onde a experiência concreta é registrada, reflexões são feitas, conceitos são conceitualizados e experimentações são integradas de maneira contínua e iterativa.

Além de proporcionar uma visão holística do progresso dos alunos, os portfólios também capacitam os educadores a avaliar o desenvolvimento individual de cada aluno ao longo do tempo. Isso permite ajustes no ensino para melhor atender às necessidades específicas de aprendizagem de cada aluno, promovendo um ambiente educacional mais personalizado e responsivo. Portanto, os portfólios de aprendizagem não apenas fortalecem a avaliação formativa, mas também fomentam uma cultura de aprendizagem contínua e autônoma, preparando os alunos não apenas para testes acadêmicos, mas para desafios reais da vida e da carreira.

2. Mapas Conceituais

Os mapas conceituais destacam-se como uma ferramenta eficaz para avaliar o aprendizado significativo, conforme proposto por David Ausubel. Esses diagramas visuais permitem que os alunos representem hierarquicamente conceitos e suas interrelações de maneira clara e organizada. Na prática da avaliação, os mapas conceituais desempenham um papel crucial ao proporcionar uma estrutura visual onde os alunos podem demonstrar como integraram novos conhecimentos aos conceitos préexistentes em sua estrutura cognitiva. 

De acordo com Ausubel (2003), na Teoria da Aprendizagem Significativa (TAS), o processo de aprender precisa fazer sentido para o aprendiz.  Ao construir um mapa conceitual, os alunos não apenas organizam informações, mas também revelam a profundidade de sua compreensão. Cada conceito no mapa é conectado de forma a

mostrar como ideias relacionadas se encaixam e como o novo conhecimento é assimilado e integrado ao que já é conhecido. Essa capacidade de fazer conexões significativas entre os conteúdos aprendidos não só demonstra a aprendizagem superficial de fatos, mas também a habilidade de aplicar e transferir conceitos em diferentes contextos.

Os mapas conceituais são, portanto, uma ferramenta flexível e adaptável que pode ser utilizada em uma variedade de disciplinas e níveis educacionais. Eles não apenas facilitam a avaliação da aprendizagem em termos de retenção de informações, mas também promovem uma análise mais profunda e crítica dos conceitos. Além disso, os educadores podem usar os mapas conceituais como uma forma de feedback formativo, identificando lacunas na compreensão dos alunos e orientando intervenções educacionais direcionadas para fortalecer o aprendizado significativo.

Em resumo, os mapas conceituais não são apenas uma ferramenta de avaliação, mas também um meio poderoso para fomentar a aprendizagem significativa ao encorajar os alunos a construir conexões entre ideias, ampliar suas perspectivas e desenvolver uma compreensão mais profunda e integrada dos conteúdos educacionais.

3. Projetos de Aprendizagem

Os projetos de aprendizagem representam uma abordagem avaliativa inovadora que integra elementos fundamentais do ciclo de aprendizagem experiencial de Kolb com os princípios da aprendizagem significativa de Ausubel. Nesse método, os alunos são desafiados a investigar, planejar e executar projetos que exigem a aplicação prática de conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula. Ao envolver os alunos em atividades que simulam situações reais ou que exigem soluções criativas para problemas complexos, os projetos de aprendizagem não apenas avaliam o conhecimento dos alunos, mas também promovem habilidades de pensamento crítico, colaboração e resolução de problemas.

A avaliação dos projetos de aprendizagem vai além da simples análise dos resultados finais. Ela incorpora uma avaliação contínua do processo de aprendizagem, onde os alunos são incentivados a refletir sobre suas experiências ao longo do projeto. Essa reflexão crítica não apenas ajuda os alunos a entenderem melhor suas próprias estratégias e decisões, mas também a integrarem conceitos abstratos com as situações práticas enfrentadas durante o projeto. Dessa forma, os projetos de aprendizagem não só avaliam a profundidade da compreensão dos alunos, mas também sua capacidade de aplicar efetivamente o aprendizado em contextos reais e variados.

Além de fornecer uma avaliação autêntica e contextualizada do aprendizado dos alunos, os projetos de aprendizagem são altamente motivadores, pois permitem que os alunos assumam um papel ativo na construção de seu próprio conhecimento. Eles oferecem oportunidades para que os alunos desenvolvam habilidades de autodireção, resolução de problemas complexos e comunicação eficaz, competências essenciais para o sucesso acadêmico e profissional.

Em resumo, os projetos de aprendizagem representam uma abordagem avaliativa dinâmica que não só se alinha com as teorias de Kolb e Ausubel, mas também enriquece significativamente a experiência educacional dos alunos ao integrar teoria e prática de maneira integrada e reflexiva.

4 IMPLEMENTAÇÃO E CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS

A implementação eficaz de estratégias de avaliação baseadas nas teorias de Kolb e Ausubel requer um planejamento cuidadoso e adaptativo que leve em consideração as características individuais dos alunos e a natureza dos conteúdos a serem ensinados. É fundamental proporcionar oportunidades significativas para que os alunos vivenciem experiências práticas e reflitam de maneira crítica sobre suas aprendizagens. Essa abordagem não apenas fortalece o ciclo de aprendizagem experiencial proposto por Kolb, mas também facilita a construção de conexões conceituais sólidas, alinhadas com os princípios do aprendizado significativo de Ausubel.

Um aspecto crucial para a implementação bem-sucedida dessas estratégias é a formação contínua dos professores. Os educadores precisam ser capacitados não apenas na teoria por trás dessas abordagens, mas também em como aplicá-las de maneira coerente e eficaz em suas práticas pedagógicas. Isso inclui o desenvolvimento de habilidades para projetar atividades que estimulem a reflexão dos alunos, o uso de organizadores prévios para facilitar a integração de novos conhecimentos e a implementação de métodos avaliativos que capturem não apenas o conhecimento adquirido, mas também a profundidade da compreensão dos alunos e sua capacidade de aplicação prática.

Outra estratégia é a avaliação diagnóstica proposta por David Ausubel, uma abordagem educacional que se concentra em entender profundamente o conhecimento prévio dos alunos antes de iniciar o processo de ensino-aprendizagem. Ausubel, um psicólogo cognitivo renomado, enfatizou a importância de conectar novos conteúdos ao que os alunos já sabem, a fim de facilitar a aprendizagem significativa. Nesse contexto, a avaliação diagnóstica serve como uma ferramenta inicial para identificar e compreender esses conhecimentos prévios de forma detalhada. 

Ao descobrir o que os alunos já entendem sobre um tema específico, os educadores podem ajustar suas estratégias de ensino, criando conexões relevantes e eficazes entre conceitos prévios e novos. Essa abordagem não apenas promove um aprendizado mais profundo e significativo, mas também ajuda a personalizar a experiência educacional de acordo com as necessidades individuais dos alunos, melhorando assim o engajamento e a retenção do conhecimento ao longo do tempo.

Além disso, a adaptação das estratégias de avaliação ao contexto específico da sala de aula e às necessidades individuais dos alunos é essencial. Isso pode envolver a personalização das atividades de aprendizagem, o uso de tecnologias educacionais que suportem a aprendizagem experiencial e significativa, e a colaboração com os próprios alunos para construir métodos de avaliação que sejam relevantes e significativos para eles.

Portanto, a implementação eficaz de estratégias de avaliação baseadas em Kolb e Ausubel não se resume apenas a seguir um conjunto de diretrizes teóricas, mas requer uma abordagem dinâmica e adaptativa que valorize a participação ativa dos alunos, a reflexão crítica e a construção contínua de conhecimento tanto por parte dos educadores quanto dos aprendizes.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando as estratégias de avaliação baseadas nas teorias de Kolb e Ausubel, é evidente que esses modelos teóricos oferecem um quadro robusto para promover uma avaliação mais profunda e significativa na educação. Ao integrar o ciclo de aprendizagem experiencial de Kolb, que enfatiza a importância da prática reflexiva e da aplicação ativa do conhecimento, com os princípios do aprendizado significativo de Ausubel, que destaca a conexão dos novos conhecimentos com o conhecimento pré-existente dos alunos, os educadores podem criar ambientes de aprendizagem que não apenas medem o aprendizado superficial, mas também promovem uma compreensão profunda e duradoura dos conteúdos.

A implementação prática dessas estratégias requer um compromisso contínuo com o desenvolvimento profissional dos educadores, garantindo que eles estejam adequadamente capacitados para aplicar esses modelos de forma eficaz em suas práticas pedagógicas. Além disso, é crucial adaptar as estratégias de avaliação ao contexto específico da sala de aula e às necessidades individuais dos alunos, promovendo uma aprendizagem personalizada e centrada no aluno.

Ao adotar essas abordagens, os educadores não apenas melhoram a qualidade da avaliação educacional, mas também capacitam os alunos a se tornarem aprendizes autônomos, críticos e capazes de aplicar seus conhecimentos de maneira significativa em diversos contextos. Portanto, o uso consciente e reflexivo das teorias de Kolb e Ausubel na avaliação educacional não apenas fortalece o processo de ensino-aprendizagem, mas também contribui para o desenvolvimento integral dos alunos como indivíduos capazes de enfrentar os desafios do mundo contemporâneo de forma informada e eficaz.

REFERÊNCIAS

AUSUBEL, D. P. Aquisição e Retenção de Conhecimentos: Uma Perspectiva Cognitiva.  Lisboa: Plátano, 2003.

JACOBSOHN, L.   V. O   potencial   de   utilização   do   e-learning   no   desenvolvimento   de competências   do administrador: considerando o estilo de aprendizagem do aluno de graduação.  2003.  232f.  Tese (Doutorado em Administração de Empresas) –Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, FEA/USP,São Paulo, 2003.

KOLB, D. A. Experiential learning: experience as the source of learning and development2nd ed. New Jersey, USA: Pearson Education, 2014.

KOLB, D. A. Experimental learning: experience as the source of learning and development. New Jersey: Prentice-Hall, Englewood Cliffs, 1984.