ESPIRITUALIDADE SOB O OLHAR DA PSICOLOGIA POSITIVA PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL E PREVENÇÃO DO COMPORTAMENTO SUICIDÁRIO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8022844


Italo da Costa Capistrano
ORCID: 0009-0001-9123-8887


RESUMO

O morrer por suicídio revela-se um grave problema de saúde pública mundial, a estima-se que aproximadamente 800 mil pessoas tiram a própria vida a cada ano. Embora, tenha etiologia multifatorial, destaca-se epidemiologicamente a presença de transtornos mentais em 80% dos casos, sendo o transtorno depressivo dentre estes, o fator de risco mais prevalente. Avaliando-se os seguintes aspectos: O crescimento das taxas de morte por suicídio nas Américas; O grande aumento de publicações sobre a mais emergente linha teórica da Psicologia, que é a PP (Psicologia Positiva), e esta ter surgido através de uma demanda diante do transtorno depressivo e ter o Sentido de vida, e aqui considerada Espiritualidade como construto, estes estão no recorte desse artigo. Portanto, o trabalho com objetivo descritivo se propõe, por uma abordagem qualitativa e revisão bibliográfica narrativa, debruçar-se para estudar os benefícios da Espiritualidade para promoção da saúde mental, analisando-a pelo viés da Psicoterapia Positiva, braço terapêutico da Psicologia Positiva, levantando-se contribuições desta ciência do bem-estar e diretamente uma de suas técnicas clínicas, o Mindfulness – traduzido geralmente por Atenção Plena, para a saúde mental, estudando a sua correlação com o transtorno depressivo, um dos fatores de risco mais proeminentes para o suicídio e então, avaliar as possíveis contribuições de viver uma vida com mais propósito, sendo assim, mais espiritual e transcendente, utilizando-se da ferramenta terapêutica do Mindfulness como uma premissa importante para psicologia positiva. Percebeu-se que esta técnica ligada ao construto espiritualidade pode ser mais um recurso pujante para o enfrentamento desse desafio grande desafio social, o comportamento suicidário. Espera-se que surjam reflexões significativas que orientem novas políticas, não só públicas, mas também privadas, promovendo-se os benefícios de viver uma vida com mais sentido e transcendente para aumentar a conscientização global sobre esse embate social.

Palavras-chave: Mindfulness, Psicologia Positiva, Prevenção ao suicídio, Espiritualidade, Saúde mental

ABSTRACT

Dying by suicide is a serious public health problem worldwide, and it is estimated that approximately 800,000 people take their own lives each year. Although it has a multifactorial etiology, the presence of mental disorders stands out epidemiologically in 80% of cases, with depressive disorder being the most prevalent risk factor among these. Evaluating the following aspects: The growth of suicide death rates in the Americas; The great increase in publications on the most emerging theoretical line of Psychology, which is PP (Positive Psychology), and this having arisen through a demand in the face of depressive disorder and having the Meaning of life, and here considered Spirituality as a construct, these are in the excerpt of this article. Therefore, the work with a descriptive objective proposes, through a qualitative approach and a narrative bibliographical review, to study the benefits of Spirituality for the promotion of mental health, analyzing it through the perspective of Positive Psychotherapy, the therapeutic arm of Positive Psychology, raising contributions from this science of well-being and directly one of its clinical techniques, Mindfulness – generally translated as Mindfulness, for mental health, studying its correlation with depressive disorder, one of the most prominent risk factors for suicide and then, to evaluate the possible contributions of living a life with more purpose, therefore, more spiritual and transcendent, using the therapeutic tool of Mindfulness as an important premise for positive psychology. It was noticed that this technique linked to the spirituality construct can be another powerful resource for facing this great social challenge, suicidal behavior. It is expected that significant reflections will emerge that guide new policies, not only public, but also private, promoting the benefits of living a life with more meaning and transcendence to increase global awareness about this social struggle.

Keywords: Mindfulness, Positive Psychology, Suicide prevention, Spirituality, Mental health

Introdução  

 De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o morrer por suicídio configura-se como um grave problema de saúde pública, visto que a cada 40 segundos uma pessoa morra por suicídio no mundo, a cada 3 segundos uma pessoa sofre psiquicamente por tentativa de suicídio, atentando contra a própria vida e a cada ano, aproximadamente 800 mil pessoas tiram a própria vida, Os dados revelam-se por si só grande impacto global, e essa tragédia tem afetado a vida de muitas pessoas, como familiares, amigos e colegas daqueles que morrem por suicídio em todo mundo, mas infelizmente ainda há a problemática da subnotificação, pois estima-se que muitos casos não são relatados por diversos motivos, entre um destes, o preconceito. (WHO, 2021)

 A espiritualidade pode estar relacionada a valores universais, como a ética, a justiça, a compaixão e a solidariedade (OLIVEIRA, 2018). De acordo com a psicóloga e pesquisadora Luciana Oliveira (2018), a espiritualidade pode ajudar a lidar com as dificuldades da vida, promovendo um sentido de propósito e significado. Além disso, a espiritualidade pode ser vista como um recurso para a promoção da resiliência e da capacidade de adaptação a situações desafiadoras, como vê-se por exemplo, no comportamento suicidário, visto que neste, um dos fatores de risco significativos é a falta de esperança e de sentido de viver diante de uma forte dor (ARRIETA, 2018). Segundo Arrieta (2018), a espiritualidade pode ser vista como uma fonte de significado e propósito capaz de auxiliar o ser humano a lidar com as adversidades e a construir um sentido mais forte de esperança e otimismo, sendo esta uma dimensão humana importante e já definida pela OMS como um determinante de saúde importante para o bem estar integral do ser, pois a espiritualidade é um constructo que envolve a busca por um significado mais profundo da vida e pelo sentido da existência, que transcende as práticas religiosas específicas e que pode ser encontrada em diversas formas de expressão, como por exemplo, na prática da meditação, e no recorte desse trabalho, na prática de atenção plena, uma técnica significativa adotada em todas as sessões da psicoterapia positiva, o braço terapêutico da Psicologia Positiva. Destarte, a espiritualidade pode ser vista como um recurso para a promoção da saúde mental e física, que pode ajudar a lidar com as dificuldades da vida, promover um sentido de propósito e significado, e promover a resiliência e a capacidade de adaptação a situações desafiadoras como o terrível embate social e de gravidade mundial, que é o morrer por suicídio.

 Assim, este trabalho propõe como objetivo principal a reflexão sobre a valorização do viver através do sentido e do propósito encontrados em uma vida mais espiritualizada e transcendente, dos benefícios da técnica de Mindfulness, ressaltando a Psicoterapia Positiva (PPT), o braço terapêutico da Psicologia Positiva, já que esta prima pelo florescimento do ser humano e das diversas instituições sociais de forma integral, bem como a promoção do bem estar mundial. Pretende-se também, aqui, levantar dados bibliográficos sobre as estratégias de Mindfulness, que tem sido traduzido como atenção plena, como possíveis aliadas diante do enfrentamento do transtorno depressivo maior, um dos fatores de risco mais proeminente diante de comportamentos suicidários, já que este tem prevalência em 80% dos casos de morte por suicido quando correlacionadas aos transtornos mentais. Entretanto, faz-se necessário evidenciar que essa temática é complexa, e não deve ser associada apenas aos transtornos mentais, pois estamos diante de um fenômeno social de difícil compreensão, por ser tão multifatorial e tão pouco causal, que é a morte por suicídio. (SELIGMAN, 2019; MELEIRO, CORREA, 2018; BACHMANN, 2018).

 Percebe-se a relevância desse artigo, pois diante do crescimento das taxas de morte por suicídio e por este caracterizar-se um problema de saúde global, sobretudo na população jovem, vê-se a necessidade de contínua pesquisa sobre este fenômeno multifatorial, levantando-se hipóteses sobre caminhos que possam ser percorridos pela comunidade acadêmica, e pelas instituições públicas e privadas para diminuição drástica das taxas de morte através do comportamento suicidário, do qual o transtorno depressivo aparece com prevalência de 80% dos transtornos mentais que são fatores de risco para a morte por suicídio, e este tem a desesperança e a falta de prazer e de sentido de vida como sintomas. Destarte, a Técnica de Mindfulness utilizada na psicoterapia positiva que valoriza a espiritualidade como constructo, mostra-se mais um recurso significativo para o enfrentamento desse grande desafio, que tem se mantido como uma das principais causas de morte no mundo. O intuito desse trabalho é que pesquisas como esta possam suscitar reflexões potentes para o surgimento de novas políticas públicas e privadas e que se promova nova conscientização a nível global sobre a urgência desse embate social.

Referencial teórico e Métodos 

 Em sua metodologia, o presente trabalho se caracteriza como uma pesquisa de abordagem qualitativa, pois priorizou a compreensão e a interpretação de um fenômeno multifatorial e complexo como o suicídio e a ampliação do olhar de uma técnica que tem se destacado na academia e na mais recente linha teórica da Psicologia, o Mindfulness, partícipe de todas as sessões da Psicoterapia Positiva que tem como objetivo gerar florescimento mundial através da descoberta principal sobre o sentido da vida, uma vida com propósito, revelada pela espiritualidade e transcendência. Ao considerar o significado que os outros autores dão às suas práticas, optou-se pela revisão bibliográfica narrativa como coleta de dados, pois este procedimento de coleta revela explicitamente o universo de contribuições científicas de autores diversos sobre um tema específico, bem como os dados coletados serem predominantemente descritivos e os pesquisadores responsáveis serem o principal instrumento no procedimento de pesquisa. Sendo assim, de acordo com seus objetivos a pesquisa classifica-se como descritiva, devido ao seu alcance e por ter o alvo de descrever os fatos e fenômenos pesquisados, de forma a obter informações a respeito daquilo que já se definiu como problema a ser investigado, proporcionando principalmente como sua maior contribuição, novas visões sobre uma realidade já conhecida, não estando interessada em apresentar os porquês dos fenômenos, apenas as características descrevendo e analisando o objeto de pesquisa por uma realidade já prefigurada como um caso de problema de saúde global.  (TRIVIÑOS, 2008).

Espiritualidade

  A espiritualidade é um conceito amplo e multidimensional que envolve a busca por um significado mais profundo da vida e pelo sentido da existência (OLIVEIRA, 2018). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a espiritualidade é definida como uma dimensão da saúde que se relaciona com a busca por significado e propósito na vida, por meio de valores, crenças e práticas que podem envolver ou não uma religião específica (OMS, 2013). 

 A espiritualidade pode ser vista como uma dimensão humana que transcende as práticas religiosas específicas, e que pode ser encontrada em diversas formas de expressão, como a natureza, a música, a arte, o mindfulness e o engajamento social (OLIVEIRA, 2018). Segundo Hillesheim e Santos (2017), a espiritualidade pode ser vista como um recurso para a promoção da saúde mental e física, e pode promover a sensação de bem estar, resiliência e qualidade de vida. 

Espiritualidade no mundo hodierno 

 O conceito de espiritualidade no hodierno vem sendo amplamente discutido e compreendido de diferentes formas. De acordo com a psicóloga e pesquisadora Luciana Oliveira (2018), a espiritualidade é vista como uma dimensão humana que envolve a busca por um significado mais profundo da vida e pelo sentido da existência. Nesse sentido, a espiritualidade pode estar relacionada à busca por valores universais, como a ética, a justiça, a compaixão, a solidariedade e a transcendência. Segundo Hillesheim e Santos (2017), a espiritualidade pode ser vista como um recurso para a saúde mental e física, e pode promover a sensação de bem-estar, resiliência e qualidade de vida. Por outro lado, é importante ressaltar que o conceito de espiritualidade não está necessariamente relacionado a qualquer prática religiosa, mas sim a uma vida transcendente, que se revela por viver uma vida mais significativa.

Embora muitas religiões possam estar envolvidas na busca por significado, serem um dos caminhos para e transcendência, a espiritualidade pode ser vista como uma dimensão que é para além de qualquer manifestação religiosa, pois segundo o psicólogo e pesquisador Rafael Arrieta (2018), a espiritualidade na contemporaneidade pode ser vista como um fenômeno que se apresenta de forma plural, diversa e aberta, presente em diferentes esferas da vida, como na família, no trabalho, na educação, na saúde e na cultura. Então, o conceito de espiritualidade no mundo hodierno envolve a busca por um significado mais profundo da vida e pelo sentido da existência, relacionado a valores universais, sendo um importante recurso para a saúde integral do ser humano e pode ser um dos fatores protetivos contra o morrer por suicídio, sendo validada como constructo pela Organização Mundial da Saúde.

Espiritualidade como dimensão do Ser Humano é reconhecido um determinante de saúde pela OMS

 A espiritualidade é um aspecto importante da vida humana que tem sido associado à saúde de forma integral desde que a OMS em 1988 incluiu a dimensão espiritual no conceito integral e multifatorial de saúde, remetendo essa dimensão ao significado e ao sentido da vida, e não limitando-a a qualquer tipo de prática religiosa. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a espiritualidade é o conjunto de todas as emoções e convicções de natureza imaterial, promovendo a idéia de que há mais no viver do que pode ser percebido ou compreendido plenamente (VOLCAN; SOUZA; MARI; LESSA, 2003).

 No zeitgeist atual, a psicologia positiva tem se voltado ao estudo dos benefícios da espiritualidade para promoção da saúde mental, e a integração do ser humano como um ser bio-psico-socio-espiritual. Saúde mental para Lancetti e Amarante (2006), seria definida como uma “mente saudável” e esta, reflete o movimento contínuo do sujeito em busca do bem estar, e de modos de vida que o sustentem diante das adversidades do cotidiano e que possam ajudá-lo num processo de mudança e produção da subjetividade, como busca a estratégia do Mindfulness na Psicologia Positiva e não como mera ausência de doenças. Essa visão está próxima da noção de “qualidade de vida” (MINAYO; HARTZ; BUSS, 2000).

 Segundo Puchalski e Ferrell (2010), a espiritualidade é uma dimensão da experiência humana que se relaciona com a busca por significado e propósito na vida, bem como com a conexão com algo maior que o indivíduo. A literatura científica tem mostrado que a espiritualidade é um dos fatores determinantes da saúde e, estudos indicam que pessoas espiritualizadas possuem menor risco de desenvolver doenças crônicas, como hipertensão arterial e diabetes, bem como maior resiliência frente a eventos estressores e diante de dores crônicas, além de apresentarem melhores taxas de sobrevida em casos de doenças graves (MOREIRA-ALMEIDA; LOTUFO NETO; KOENIG, 2006). Além disso, a espiritualidade tem sido associada à redução de sintomas de ansiedade e depressão, sendo este último um dos principais fatores de risco para o suicídio, bem como à melhoria da qualidade de vida em pacientes com doenças crônicas (FERREIRA-VALENTE; PAIS-RIBEIRO; JAENSEN, 2011). De acordo com Koenig (2012), a espiritualidade pode influenciar a saúde por meio de diversos mecanismos, como a promoção de comportamentos saudáveis, a melhoria do sistema imunológico, a redução da resposta inflamatória, a regulação do estresse e a promoção da resiliência. Além disso, a espiritualidade pode proporcionar um senso de significado e propósito na vida, construído pela Psicologia Positiva, que por sua vez, pode ajudar na adaptação e enfrentamento de situações difíceis, como é o caso do comportamento suicidário. Desta forma a espiritualidade pode ser considerada um determinante da saúde, sendo capaz de influenciar tanto a saúde física quanto a saúde mental. Portanto, é importante que os profissionais de saúde estejam atentos a essa dimensão da vida humana, incluindo-a nas práticas de cuidado e promoção da saúde. 

Mindfulness como técnica para transcendência

  O Mindfulness é uma técnica de meditação que tem sido amplamente estudada e utilizada em diversas áreas, incluindo a psicologia positiva e outras abordagens da ciência psicológica. Segundo Kabat-Zinn (2003), considerado por muitos o fundador da técnica, o Mindfulness pode ser definido como “a consciência que emerge ao prestar atenção, de propósito, ao momento presente, sem julgamentos” (p. 145). Essa técnica tem sido aplicada em diversas áreas da saúde mental, como forma de reduzir o estresse, a ansiedade e a depressão. Além disso, tem se mostrado eficaz em melhorar a atenção e o foco, bem como a qualidade do sono (CRESWELL; LINDSAY, 2014). Em termos de aplicação clínica, o Mindfulness tem sido utilizado em diversos contextos e abordagens psicológicas, como terapia cognitivo comportamental, terapia comportamental dialética e principalmente na psicoterapia positiva (PPT), berço terapêutico da Psicologia Positiva (HOFMANN et al., 2010). Desta forma o Mindfulness, comumente traduzido por técnica de atenção plena, é uma técnica de meditação que tem se mostrado bem eficaz na promoção da saúde mental, redução do estresse e ansiedade, melhorando integralmente a qualidade de vida. Por essa razão sua aplicação tem se expandido em diversas áreas clínicas e de saúde, tornando-se uma ferramenta valiosa na prática clínica. 

O Mindfulness e práticas espirituais 

 O Mindfulness tem sido associado a muitas práticas espirituais, uma delas é o Budismo, qual tem sido mais disseminada, porém, é uma técnica secular que pode ser utilizada por qualquer pessoa, independente de sua crença religiosa (KABAT-ZINN, 2003). Embora não seja considerada uma prática religiosa, o Mindfulness tem sido descrito como um caminho para aumentar a conexão do ser espiritual, visto que a prática de estar presente no momento atual pode levar a uma maior consciência da existência e conexão com algo maior do que a própria individualidade, e isso significa transcender. (KABAT-ZINN, 2003; SHAPIRO; CARLSON, 2009). De acordo com Shapiro e Carlson (2009), o Mindfulness pode ser um meio para experimentar uma sensação de unidade com algo maior do que o self, o próprio eu, o que é frequentemente descrito como uma experiência espiritual. Isso não implica necessariamente em uma conexão com uma divindade ou religião específica, mas sim em uma sensação de conexão com algo maior do que a própria individualidade. Além disso, estudos têm mostrado que a prática de Mindfulness pode levar a um aumento no senso de significado e propósito de vida, o que está relacionado à espiritualidade e é capaz de ser fator protetivo diante do comportamento suicidário (GARLAND et al., 2015). 

 Embora o Mindfulness não seja uma prática religiosa, ele tem sido associado à espiritualidade e pode ser uma ferramenta para conectar-se com algo maior do que o seu próprio ego. A prática tem sido relacionada a um maior senso de significado e propósito de vida, além de uma maior compaixão e aceitação em relação a si mesmo e aos outros. (Shapiro & Carlson, 2009).

 A Psicologia Positiva e a Espiritualidade

 A Psicologia Positiva, sobretudo, a PPT – Psicoterapia Positiva – é um campo de estudo que surgiu na década de 1990 com o objetivo de compreender e promover o desenvolvimento humano em suas diversas dimensões (SELIGMAN; CSIKSZENTMIHALYI,, 2000). Essa abordagem busca estudar as emoções positivas, as forças pessoais, as virtudes e os valores que contribuem para o bem-estar psicológico e emocional das pessoas. 

 De acordo com Seligman e Csikszentmihalyi (2000), a Psicologia Positiva é definida como “o estudo científico dos processos que contribuem para o florescimento humano, bem-estar e felicidade”. Dessa forma, a abordagem busca compreender como as pessoas podem desenvolver suas potencialidades, emoções positivas e atitudes construtivas, visando promover uma vida plena e satisfatória. A espiritualidade é uma das áreas que a Psicologia Positiva vem se dedicando a estudar, especialmente na relação com o bem-estar psicológico e emocional. Estudos mostram que a espiritualidade pode trazer benefícios para a saúde mental e emocional, contribuindo para a prevenção de doenças mentais, como transtorno depressivo, que tem prevalência de 80% dos casos de suicídio (MILLER; THORESEN, 2003). 

 A Psicologia Positiva e a espiritualidade caminham juntas para promoção da saúde mental, buscando uma compreensão mais ampla e completa do ser humano e como ele pode desenvolver sua plenitude e felicidade. Para Kumar et al. (2013) a espiritualidade tem sido cada vez mais reconhecida como um importante aspecto da vida humana e pode ser compreendida como a busca por um sentido de conexão com algo maior, que pode incluir uma força ou energia divina, a natureza ou a comunidade, bem como uma simples manifestação constante de gratidão. A Psicologia Positiva é um campo da psicologia que se concentra no estudo dos aspectos positivos da experiência humana, incluindo a espiritualidade. Essa abordagem busca entender como a espiritualidade pode contribuir para o bem-estar, a saúde e a resiliência das pessoas. Um estudo de Emmons e McCullough (2003) examinou a relação entre a gratidão e o bem-estar subjetivo, concluindo que a gratidão pode contribuir para a redução do estresse e da depressão e para o aumento da satisfação com a vida. 

 A gratidão pode ser uma forma de espiritualidade, na medida em que permite que as pessoas se conectem com um senso de gratidão em relação à vida e às coisas boas que acontecem ao seu redor. A espiritualidade também pode estar relacionada à resiliência em face de dificuldades. Pesquisas mostram que as pessoas que têm crenças espirituais fortes e uma prática espiritual regular podem ser mais capazes de lidar com eventos traumáticos e estressantes, como doenças graves e perdas pessoais (KUMAR et al., 2013). Miller (2009) destaca que a espiritualidade pode contribuir para o bem-estar psicológico das pessoas, ajudando-as a encontrar significado e propósito na vida. 

 A espiritualidade também pode fornecer um senso de direção e orientação para as pessoas em momentos de incerteza e mudança, além de ajudar na tomada de decisões importantes. Por fim, a espiritualidade também pode estar relacionada à felicidade, havendo assim correlação negativa com a depressão e com o comportamento suicidário, pois estudos mostram que pessoas que se consideram espirituais relatam níveis mais altos de satisfação com a vida e bem-estar subjetivo (KUMAR et al., 2013). Portanto, a espiritualidade sob o olhar da Psicologia Positiva é vista como um aspecto importante para a promoção da saúde mental e do bem-estar, podendo contribuir para a resiliência, a gratidão, o significado e propósito na vida e a felicidade. 

 De acordo com a American Mindfulness Research Association (2022) a cada ano cresce o número de artigos publicados com a temática e benefícios do Mindfulness, técnica da PPT e construto valorizado para enlevo da Espiritualidade humana, havendo clara notoriedade percebida pela comunidade científica, pois houve um salto enorme nos artigos publicados sobre Mindfulness entre o ano 2000, com apenas 10 para o ano de 2021, com 1362 artigos, o que mostra a importância e o destaque dessa temática para saúde integral e mundial, que não pode parar por aqui.

 A Psicologia Positiva tem se debruçado frequentemente para estudar o constructo da espiritualidade, uma vez que pesquisas mostram que a espiritualidade pode ser um importante fator para a promoção da saúde mental e prevenção do comportamento suicidário (WILLIAMS et al., 2018). Para a Psicologia Positiva, a espiritualidade pode ser definida como uma dimensão da vida que envolve a busca por significado e propósito, a conexão com algo maior que o indivíduo e a expressão de valores pessoais (MILLER; THORESEN, 2003). Alguns estudos têm mostrado que a espiritualidade está positivamente associada a diversos fatores que promovem a saúde mental, como maior resiliência, bem-estar subjetivo, satisfação com a vida, otimismo e menor nível de estresse (KOENIG, 2012; KUMAR et al., 2013). Além disso, a espiritualidade também pode ter um papel importante na prevenção do comportamento suicidário, pois as pesquisas sugerem que a espiritualidade pode ser um fator protetor contra o comportamento suicida, uma vez que indivíduos que possuem maior nível de espiritualidade tendem a apresentar menor impulsividade, maior resiliência, maior senso de significado e propósito na vida, maior senso de conexão com os outros e com o mundo, além de maior habilidade em lidar com as emoções negativas (KUMAR et al., 2013; MILLER; THORESEN, 2003). 

Mindfulness e a Espiritualidade para promoção de significado

 A prática do Mindfulness, uma técnica que consiste em estar consciente do momento presente, sem julgamentos e com uma atitude de aceitação, é freqüentemente associada à espiritualidade e tem sido estudada pela Psicologia Positiva como uma forma de promover a saúde mental e prevenir o comportamento suicidário (WILLIAMS et al., 2018), pois as descobertas científicas sugerem que a prática do Mindfulness pode aumentar a resiliência, diminuir a impulsividade, melhorar a regulação emocional, o que pode contribuir para a prevenção do comportamento suicida (DEYO et al., 2019;

HOFMANN et al., 2010). Em suma, a espiritualidade pode ser uma importante dimensão da vida humana para a promoção da saúde mental e prevenção do comportamento suicidário. A Psicologia Positiva tem avançado nas pesquisas sobre a espiritualidade e suas implicações para a saúde mental, e a prática do Mindfulness tem se mostrado uma forma eficaz de promover a conexão espiritual e prevenir comportamentos suicidas, pois a espiritualidade é associada ao conceito de sentido de vida. Isso porque, para muitas pessoas, a busca por uma conexão espiritual pode oferecer uma sensação de propósito e significado em suas vidas. 

A espiritualidade e a Psicologia Positiva, alguns resultados

 A Psicologia Positiva tem investigado a relação entre espiritualidade e sentido de vida, e estudos têm mostrado que pessoas mais espiritualizadas tendem a ter um maior senso de propósito e significado em suas vidas. Uma pesquisa realizada por Debats et al. (2010) com estudantes universitários na Holanda investigou a relação entre espiritualidade e sentido de vida. Os resultados mostraram que quanto maior a espiritualidade dos participantes, maior era seu sentido de vida. Outro estudo realizado por Duffy et al. (2017) com adultos norte-americanos também encontrou uma relação positiva entre espiritualidade e sentido de vida. A espiritualidade pode oferecer uma perspectiva mais ampla e profunda em relação à vida e aos desafios que enfrentamos, o que pode ajudar as pessoas a encontrar um propósito maior em suas experiências. 

 Segundo Miller (2004), a espiritualidade pode oferecer uma compreensão mais profunda da vida, uma sensação de conexão com algo maior do que nós mesmos e uma crença em um propósito maior em nossas vidas. Além disso, a espiritualidade também pode ajudar as pessoas a enfrentar momentos difíceis e a lidar com emoções negativas, como a tristeza e a ansiedade. Segundo Wong et al. (2010), a espiritualidade pode ajudar as pessoas a encontrar significado em experiências difíceis e a enfrentar a adversidade com resiliência e esperança. Portanto, a espiritualidade pode desempenhar um papel importante na busca pelo sentido de vida e na promoção de uma vida com propósito e significado. Para muitas pessoas, a conexão espiritual pode oferecer uma perspectiva mais profunda e significativa em relação à vida e ao mundo ao seu redor promovendo saúde integral, que é um conceito que abrange a saúde física, mental, emocional e espiritual, reconhecendo a interconexão entre elas. 

 A abordagem da saúde integral considera a pessoa como um todo, não apenas seus sintomas ou doenças, mas sua vida como um todo e as influências ambientais, sociais, culturais e espirituais em sua saúde. A psicologia positiva tem sido uma das abordagens que buscam compreender e promover a saúde integral. A partir dessa perspectiva, é importante olhar para além da ausência de doenças e sintomas, e direcionar o olhar para os recursos e potencialidades da pessoa, buscando sua realização e plenitude em diferentes áreas da vida. Nesse sentido, a espiritualidade pode ser um fator importante para a promoção da saúde integral.

 Alguns estudos também sugerem que a espiritualidade pode estar associada a melhores resultados de saúde física. Por exemplo, em um estudo realizado com pacientes com câncer de mama, aqueles que relataram maiores níveis de espiritualidade apresentaram menos sintomas depressivos e uma melhor qualidade de vida. No entanto, é importante notar que a espiritualidade não é uma panaceia e não deve ser vista como um substituto para o cuidado médico e psicológico adequado. Em vez disso, ela pode ser vista como um complemento e forte auxílio a esses cuidados, ajudando as pessoas a encontrar um significado e propósito na vida e a lidar com os desafios que enfrentam. Sendo assim, a espiritualidade pode ser um fator importante para a promoção da saúde integral, ajudando as pessoas a encontrar um sentido de vida e conexão com algo maior do que elas mesmas e suas dores. 

 A espiritualidade pode ajudar as pessoas a lidar com sentimentos de isolamento, solidão e desesperança. Alguns estudos têm mostrado que a espiritualidade pode estar associada a comportamentos saudáveis, como uma dieta balanceada, atividade física regular e sono adequado. A espiritualidade também pode estar relacionada a comportamentos de saúde mental positivos, como práticas de meditação mindfulness, que têm sido associadas à redução do estresse e da ansiedade. Importante lembrar que a espiritualidade não precisa estar necessariamente ligada a qualquer religião específica, já que as pessoas que se consideram espiritualizadas podem encontrar significado e conexão em várias áreas da vida, como na natureza, na arte ou nas relações interpessoais, até mais que outros que se dizem religiosos e seguem alguma doutrina religiosa. 

 A espiritualidade pode ajudar a lidar com questões existenciais, tais como a morte, o sofrimento e a solidão, bem como fornecer um senso de comunidade e conexão, também fatores protetivos frente ao comportamento suicidário. Pesquisas têm mostrado uma associação positiva entre a espiritualidade e a saúde mental em diferentes faixas etárias. Em outro estudo, Koenig et al. (2012) constataram que a espiritualidade estava positivamente associada ao bem-estar psicológico em uma amostra de adultos mais velhos. Outra pesquisa realizada por Gauthier et al. (2016) descobriu que a espiritualidade estava associada a níveis mais baixos de depressão e ansiedade em estudantes universitários.

Considerações Finais 

Embora o Primeiro Congresso Brasileiro de Psicologia Positiva tenha ocorrido em outubro de 2014 (CFP, 2014), a Psicologia Positiva ainda não tem sido implantada efetivamente como disciplina nas grades curriculares dos cursos de graduação de Psicologia no Brasil, reservando-se maior espaço à esta área do saber científico apenas lugares de discussões em cursos de extensão, ou marcando presença nas especializações em cursos de pós graduação. Destarte, muitos poderiam se beneficiar do resgate proposto pela Psicologia Positiva, que é a valorização das forças e virtudes humanas, uma delas, muito reforçada por essa ciência psicológica é a espiritualidade, para alcançar a promoção do florescer individual e social, focando, sobretudo no que dá certo e não apenas tentando “tratar” os mais variados transtornos mentais.  Consideramos que a espiritualidade pode desempenhar um papel importante na prevenção do comportamento suicida, especialmente quando se trata de encontrar significado e propósito na vida. A busca por significado e propósito é uma necessidade humana básica e pode ser um fator protetor contra pensamentos suicidas. A espiritualidade pode fornecer uma base para essa busca, ajudando as pessoas a encontrar significado e propósito em suas vidas. De acordo com a psicóloga clínica Cheryl Sawyer, “quando as pessoas têm um senso de conexão com algo maior que elas mesmas, seja isso Deus, a natureza ou a humanidade, elas têm uma fonte de significado que pode sustentá-las mesmo quando enfrentam adversidades.” A espiritualidade pode ajudar as pessoas a encontrar um senso de significado e propósito, o que pode ser particularmente importante para aqueles que lutam com problemas de saúde mental. 

Um estudo de 2019 publicado na revista Spirituality in Clinical Practice mostrou que pessoas com níveis mais altos de espiritualidade e religiosidade tinham menor probabilidade de ter pensamentos suicidas. Os pesquisadores sugerem que isso pode ser devido à proteção que a espiritualidade fornece contra o isolamento social, o desespero e a falta de esperança. A espiritualidade também pode ajudar a fornecer uma fonte de resiliência em momentos de crise e estresse. Em um estudo de 2020 publicado na revista Journal of Religion and Health, os pesquisadores descobriram que pessoas com alta espiritualidade tinham maiores níveis de resiliência emocional e habilidades de enfrentamento diante do estresse. Isso sugere que a espiritualidade pode ajudar as pessoas a lidar melhor com os desafios da vida, o que pode reduzir o risco de comportamento suicida. Em resumo, a espiritualidade pode desempenhar um papel importante na promoção da saúde mental e prevenção do comportamento suicida, ajudando as pessoas a encontrar significado e propósito em suas vidas, fornecendo uma fonte de proteção contra o isolamento social e o desespero e oferecendo uma fonte de resiliência em momentos de crise e estresse. 

Constatamos que a pessoa com clareza em seu sentido de vida, é um ser mais espiritualizado e assim, tem maior bem-estar e felicidade pela ótica da psicologia positiva e, portanto, há uma correlação negativa entre a Espiritualidade e o transtorno depressivo, um dos principais fatores de risco para tentativas de suicídio. Visto também que as intervenções baseadas na técnica do Mindfulness reduzem os fatores associados ao risco de suicídio e podem dar contorno na neurobiologia da depressão, conclui-se assim, que as práticas de Mindfulness, diante do constructo espiritualidade, praticada e valorizada em cada sessão da Psicologia Positiva podem configurar estratégias eficientes no processo psicoterápico e, portanto, contribuem para a redução do risco de suicídio, impactando diretamente o bem-estar físico, emocional, mental e, sobretudo, transcendental do ser humano, o que se revela ponto em comum com a busca pelo florescimento humano pela Psicoterapia da Psicologia Positiva, mostrando-se assim, estratégia eficaz para promoção da saúde mental e preventiva diante desse complexo fenômeno social, que é o morrer por suicídio. 

Referências  

ARRIETA, R. Espiritualidade e psicologia positiva: visões integrativas para o bem-estar. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 38, n. 2, p. 392-405, 2018.

BAETZ, M., BOWEN, R.,JONES, G. R. (2006). Spirituality and mental health: Canadian perspectives. Canadian Journal of Psychiatry, 51(5), 357-364. 

CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: método qualitativo, quantitativo e misto. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.

CRESWELL, J. D., & Lindsay, E. K. (2014). How does mindfulness training affect health? A mindfulness stress buffering account. Current directions in psychological science, 23(6), 401-407

DEBATS, D. L. et al. Spirituality, life meaning and personal well-being: contributions to mental health. Journal of Psychology and Theology, v. 38, n. 4, p. 227–236, 2010. 

DEYO, B. M. et al. Mindfulness-based interventions for veterans with posttraumatic stress disorder: Systematic review and meta-analysis. Journal of Rehabilitation Research & Development, v. 56, n. 3, p. 301–318, 2019. 

DUFFY, R. D. et al. Examining the relationship between spirituality, meaning in life, and career adaptability. Journal of Career Assessment, v. 25, n. 2, p. 278– 292, 2017.

EMMONS, R. A.; MCCULLOUGH, M. E. Counting blessings versus burdens: an experimental investigation of gratitude and subjective well-being in daily life. Journal of Personality and Social Psychology, v. 84, n. 2, p. 377–389, 2003. 

FERREIRA-VALENTE, M. A., PAIS-RIBEIRO, J. L., & JENSEN, M. P. (2011). Validity of four pain intensity rating scales. PAIN, 152(10), 2399–2404. https://doi.org/10.1016/j.pain.2011.07.005

GARLAND, E. L., FARB, N. A., GOLDIN, P. R., & Fredrickson, B. L. (2015). Mindfulness broadens awareness and builds eudaimonic meaning: A process model of mindful positive emotion regulation. Psychological Inquiry, 26(4), 293314.

GAUTHIER, J., ET AL. Spirituality and Mental Health: A Review. Canadian Journal of Psychiatry, v. 61, n. 6, p. 286-295, 2016. 

GRAY, N., & HSU, H. (2019). The association between religious/spiritual factors and suicidal ideation and behaviors: A systematic review and meta-analysis. Spirituality in Clinical Practice, 6(1), 1-17. 

HILLESCHEIM, N.; SANTOS, A. T. A espiritualidade como recurso para a saúde mental: uma revisão integrativa. Revista da Abordagem Gestáltica, v. 23, n. 3, p. 321-332, 2017.

HILL, P.C., ET AL. Conceptualizing spirituality and religion for healthcare. Journal of Health Care Chaplaincy, v. 11, n. 3-4, p. 57-70, 2000. 

HOFMANN, S. G., et al. (2010). The effect of mindfulness-based therapy on anxiety and depression: A meta-analytic review. Journal of consulting and clinical psychology, 78(2), 169-183. 

KABAT-ZINN, J. (2003). Mindfulness-based interventions in context: Past, present, and future. Clinical psychology: Science and practice, 10(2), 144-156

KIM, B. S. K., Cepero, J., & Jang, Y. (2020). The role of religiosity and spirituality in building resilience against racial discrimination among Black Americans. Journal of Religion and Health, 59(2), 984-998.

KOENIG, H. G. (2012). Spirituality, health, and medicine: research findings and  implications for clinical practice. Southern Medical Journal, 105(7), 342-346. 

KOENIG, H.G., ET AL. Religion, spirituality, and health: the research and clinical implications. ISRN Psychiatry, v. 2012, p. 278730, 2012. 

KUMAR, S. et al. Spirituality and mental health. Industrial Psychiatry Journal, v. 22, n. 2, p. 87–92, 2013. 

MILLER, W. R. O poder da espiritualidade: como incluir a dimensão espiritual em tratamentos de saúde mental. Porto Alegre: Artmed, 2009. 

MILLER, L. O poder da espiritualidade: como a espiritualidade pode curar feridas emocionais. Rio de Janeiro: Sextante, 2016. 

MILLER, W. R.; THORESEN, C. E. Spirituality, religion, and health: an emerging research field. American Psychologist, v. 58, n. 1, p. 24-35, 2003. 

MILLER, W. R. A força da espiritualidade: por uma psicologia e uma psiquiatria mais humanas. Porto Alegre: Artmed, 2004. 

MOREIRA-ALMEIDA, A., LOTUFO NETO, F., & KOENIG, H. G. (2006). Religiousness and mental health: A review. Revista Brasileira de Psiquiatria, 28(3), 242–250. https://doi.org/10.1590/S1516-44462006005000006 

NELSON, C. J. et al. Spirituality, religion, and depression in prostate cancer patients. Supportive Care in Cancer, v. 21, n. 12, p. 3219–3225, 2013.

OLIVEIRA, L. A dimensão da espiritualidade na atualidade. Psicologia USP, v. 29, n. 3, p. 404-413, 2018.

PAIS-RIBEIRO, J. L. Health, spirituality and religion. Journal of Religion and Health, v. 52, n. 3, p. 532-550, 2013. 

PARGAMENT, K.I., KOENIG, H.G., PEREZ, L.M. The many methods of religious coping: development and initial validation of the RCOPE. Journal of Clinical Psychology, v. 56, n. 4, p. 519-543, 2000.

POWERS, T. A.; KOENIG, H. G. Spirituality, religion, and mental health. Journal of Nervous and Mental Disease, v. 202, n. 9, p. 635–641, 2014.

PUCHALSKI, C. M., & FERRELL, B. (2010). Making Health Care Whole: Integrating Spirituality into Patient Care. Templeton Foundation Press.

RODRIGUES, A. A. Espiritualidade e saúde: uma revisão da literatura. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, v. 11, n. 38, p. 1-9, 2016. 

SAWER, C. (2018). The role of spirituality in mental health. The Canadian Journal of Psychiatry, 63(6), 456-460

SELIGMAN, M. E. P.; CSIKSZENTMIHALYI, M. Positive psychology: an introduction. American Psychologist, v. 55, n. 1, p. 5-14, 2000. 

SELIGMAN, Martin E.P. Florescer: uma nova compreensão da felicidade e do bem- estar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

SELIGMAN, M. E. P. (2011). Flourish: A Visionary New Understanding of Happiness and Well-being. Simon and Schuster. Walsh, R., & Vaughan, F. (Eds.). (2013). Paths beyond ego: The transpersonal vision. TarcherPerigee. 

SELIGMAN, Martin E.P. Felicidade Autêntica: use a psicologia positiva para alcançar todo seu potencial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2019.

SILVA, N. P.; CARVALHO, R. T. Espiritualidade e saúde mental: uma revisão integrativa da literatura. Revista de Enfermagem Referência, n. 2, p. 141–150, 2016. 

SHAPIRO, S. L., & CARLSON, L. E. (2009). The art and science of mindfulness: Integrating mindfulness into psychology and the helping professions. American Psychological Association.

SNYDER, C.R; LOPEZ, S.J. Psicologia Positiva: uma abordagem científica e prática das qualidades humanas. Porto Alegre: Artmed, 2009.

TEASDALE, JD. SEGAL, Z. Williams, JM. Como a terapia cognitiva previne a recaída depressiva e por que o treinamento de controle atencional (atenção plena) deve ajudar?Comportar Res Ther. 1995 janeiro; 33(1):25-39.

TRIVIÑOS, A, N, S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

TURECKI, G. BRENT D, A. Suicídio e comportamento suicida. Lanceta, v. 387, p.1227– 39, 19  mar. 2016.

VIEIRA, M, M, F. ZOUAIN, D, M. Pesquisa qualitativa em administração: teoria e prática. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005.

WHO. Global Health Estimates 2019: deaths by cause, age, sex, by country and by region, 2000–2019. Geneva: World Health Organization.

WHO. Prevenção do suicídio: um imperativo global. Organização Mundial de Saúde, 17 agost, 2014.

WHO. LIVE LIFE: Um guia de implementação para a prevenção do suicídio nos países. Organização Mundial de Saúde, 17 jun, 2021.

WHO.Um guia de implementação para a prevenção do suicídio nos países. Geneva: World Health Organization. Disponível em: https://apps.who.int/iris/handle/10665/341726. Acesso em: 08 set. 2022.

WHO. Suicídio. World Health Organization,17 jun. 2021. 

WONG, P. T. P. et al. Handbook of Multicultural Perspectives on Stress and Coping. New York: Springer, 2010. https://doi.org/10.1590/S1413-294X2012000300016


ORCID: 0009-0001-9123-8887