REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10078080
Arthur Henrique Ferreira Crasto; Artur Raimundo Fonseca da Silva; Diogo Daniel Santana de Souza; Eduardo Guerra Fontes Filho; Euri Charles Andrade da Silva; Letícia Moraes da Mesquita Pimentel Maia; Odacy Welington da Silva Junior; Taciane Chaves
Resumo
Esta pesquisa tem como objetivo analisar os benefícios e desafios do ESG, termo usado para se referir a boas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa, afim levar para as empresas, medidas de operações com foco em sustentabilidade. Além disso, pretende-se investigar como a integração efetiva dos princípios ESG, pode impactar as empresas, bem como o seu nome no mercado. Serão examinadas estratégias bem-sucedidas de implementação do ESG em empresas de diversos setores, visando fornecer insights valiosos para gestores e líderes empresariais que buscam promover práticas sustentáveis e responsáveis em suas operações. Sendo um tema cada vez mais recorrente, as organizações buscam maneiras de implementação de modelos e maneiras de aperfeiçoamento de processos. A sigla em inglês para Environmental, Social and Corporate Governance, (ambiente, social e governança corporativa), é um conjunto de políticas utilizados para orientar empresas, investimentos e escolhas de consumo focadas em sustentabilidade. O critério adotado é focado em três grandes pilares, representados por cada letra da sigla: Ambiente (Enviromental), Social (Social) e Governança corporativa (Governance), alinhado a eles, é possível verificar se determinada empresa é, além de financeiramente saudável e lucrativa, social e ambientalmente consciente. Com o foco em sustentabilidade, bem como seus impactos nas empresas, a importância deste estudo reside na crescente relevância do ESG no mundo corporativo, orientando decisões de empresas e investidores, além de contribuir para o debate acadêmico sobre o tema. Em uma sociedade, onde as empresas têm o lucro como prioridade e motivo para manter o negócio, bastando um aumento, mesmo que pouco, na cadeia de produção afetaria o meio ambiental como, por exemplo, a extração de recursos naturais, o aumento na produção de lixo e descartes no meio ambiente. Com análise no relatório Who Cares Wins, para discursão do tema, a pesquisa mostra a importância de tratar o assunto com cuidado, devido ao conteúdo de seus temas, levando em conta suas particularidades de cada pilar que faz parte do ESG. Pesquisas anteriores indicam que as empresas que sinalizam comportamento sustentável, normalmente são maiores em tamanho e tem resultados financeiros maiores do que seus pares.
Palavras chaves: sustentabilidade. Investimentos. meio ambiente.
1. Introdução
Nos últimos anos, o conceito de ESG (Environmental, Social and Governance) tem ganhado destaque no mundo corporativo, influenciando as decisões das empresas em relação a práticas e desempenho. De acordo com (Reis, 2023), as preocupações ambientais e sociais têm aumentado e que, a ascensão das práticas ESG nas companhias é o maior indício disso. (Costa, 2022), afirma, que A gestão integrada e sistêmica na adoção do contexto do ESG abre uma agenda que traz impactos positivos para as empresas, sendo sinônimo de eficiência nas companhias. Conforme (Checon; Bianca, 2021), empresas com maior nível de distribuição de valor adicionado para o Governo (distribuição representada pelos impostos federais, estaduais e municipais) têm scores mais baixos nos pilares Ambiental e Social, mas aquelas que distribuem um maior percentual do valor adicionado a seus funcionários são mais bem avaliadas nesses pilares.
Esse conceito engloba uma ampla gama de questões, desde emissões de carbono até práticas trabalhistas e transparência nas operações (Irigaray, Stocker, 2022). Essa abordagem orienta o papel e a responsabilidade das empresas em relação a fatores ambientais, sociais e de governança corporativa. Uma atualização da estratégia orientada para a sustentabilidade deve permitir tanto um ambiente mais saudável quanto um negócio melhor e mais resiliente (Mitchell; Varley, 2022). Embora o termo ESG tenha mais ganhado destaque a partir de 2005, com o relatório “Who Cares Wins” das Nações Unidas, suas bases teóricas frequentemente se relacionam com a Responsabilidade Social Empresarial (RSE) ou Responsabilidade Social Corporativa (RSC), uma discussão que remonta a 1953 com o livro “Social Responsibilities of the Businessman” de Howard Bowen, que defendia que as empresas têm responsabilidades além de suas obrigações legais e econômicas.
Embora o ESG (Environmental, Social and Governance) seja amplamente reconhecido como uma abordagem valiosa para a sustentabilidade corporativa, existem várias críticas notáveis. Uma delas é o fenômeno do “greenwashing”, onde as empresas podem promover uma imagem de sustentabilidade sem necessariamente adotar práticas sustentáveis em suas operações internas. onde as empresas podem promover uma imagem de sustentabilidade. Além disso, as ações e decisões das empresas podem ter consequências sociais e ambientais significativas que não são necessariamente contabilizadas em suas avaliações de ESG.
Se por um lado é bom que questões ambientais passem a ocupar um espaço maior de debates na sociedade, por outro é necessário destacar que o sentido em que tais expressões são utilizadas é diferente não apenas do ponto de vista semântico, mas principalmente ideológico (Pagotto, 2013). Por fim, há um debate em curso sobre a relação entre o desempenho em ESG e o desempenho financeiro das empresas. Embora algumas pesquisas sugiram uma correlação positiva, outras não encontram uma relação clara. Essas críticas destacam a complexidade do ESG e os desafios que as empresas enfrentam ao tentar implementar práticas sustentáveis.
2. Fundamentação Teórica
ESG é um conjunto de critérios e práticas que as empresas adotam para avaliar e melhorar seu desempenho em questões ambientais, sociais e de governança. Ela se tornou cada vez mais importante nos negócios devido ao aumento da conscientização sobre questões sustentáveis, éticas e de responsabilidade corporativa.
2.1 Princípios Ambientais, Sociais e de Governança
Tem como objetivo fundamental orientar as empresas na busca por um desempenho sustentável e responsável em todas essas áreas.
2.1.2 Princípios Ambientais (E – Environmental):
Os princípios ambientais da sustentabilidade se relacionam com a ideia de manter algo útil e duradouro ao longo do tempo. O conceito de desenvolvimento sustentável foi introduzido em 1987 pela “Comissão Mundial do Desenvolvimento e Meio Ambiente”, que definiu que isso significa atender às necessidades da geração atual sem prejudicar a capacidade das gerações futuras de atenderem às suas próprias necessidades. (Guimarães, 2021)
Melhorar o desempenho ambiental em empreendimentos comerciais é desafiador, pois envolve vários interessados, desde o projeto até a operação. Algumas escolhas sustentáveis na construção, como equipamentos de baixo consumo de água e sistemas de ar-condicionado eficientes, podem aumentar os custos. Os inquilinos nem sempre se preocupam em manter essas características sustentáveis, a menos que vejam benefícios diretos. No entanto, ações do Gerente de Facilidades, como economia de energia, redução de emissões de carbono e conservação de recursos, podem garantir a manutenção dessas características. (Guimarães, 2021)
Um bom Gerenciamento de Facilidades pode contribuir para os objetivos sustentáveis das empresas em todas as fases do empreendimento, desde o design até a operação. Os Gerentes de Facilidades devem considerar questões ambientais como gestão de resíduos, consumo de energia e pegada de carbono, bem como questões de governança para garantir transparência nas decisões. (Guimarães, 2021).
2.1.3 Princípios Sociais (S – Social):
Os princípios sociais têm como foco as questões relacionadas à saúde, segurança no trabalho e outros aspectos sociais nas empresas. Destaca-se a importância dessas questões nos relatórios socioambientais das empresas, especialmente aquelas relacionadas à saúde e segurança no trabalho, devido às leis e normas bem estabelecidas globalmente. (Guimarães, 2021)
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é mencionada como uma agência da ONU que busca promover condições de trabalho dignas e seguras, destacando que milhões de pessoas morrem a cada ano devido a acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. (Guimarães, 2021)
As causas fundamentais de doenças ocupacionais são identificadas, incluindo métodos de trabalho inseguros, ambientes hostis, desorganização no trabalho e uso inadequado de tecnologia. A definição de saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS) como um estado completo de bem-estar físico, mental e social é mencionada, e enfatiza-se a importância da vigilância em saúde no Brasil. (Guimarães, 2021)
2.1.4 Princípios Governança (G – Governance):
Esse princípio envolve como uma empresa é administrada, com foco em transparência, ética, conformidade e sustentabilidade a longo prazo. Isso inclui a estrutura de liderança, transparência financeira, ética nos negócios e responsabilidade com partes interessadas.
Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGCA), a governança corporativa é o sistema que direciona, monitora e incentiva as empresas e organizações, envolvendo relacionamentos entre sócios, conselhos, diretores e outras partes interessadas, com o objetivo de preservar e otimizar o valor econômico a longo prazo. (Guimarães, 2021)
3. Metodologia
Este trabalho consiste em uma revisão bibliográfica explicativa, com um método de pesquisa que envolve a busca, avaliação crítica e síntese do conhecimento existente sobre um determinado tópico.
Para elaborar este estudo, foram utilizados artigos encontrados nos bancos de dados dos seguintes sites: Pubmed, Scielo, Google Acadêmico, Bireme e Lilacs, em ambos os idiomas, português e inglês, de acordo com os objetivos da pesquisa e o protocolo de revisão previamente desenvolvido.
Foram escolhidos artigos relacionados ao tema em questão. Os critérios de exclusão incluíram artigos duplicados, artigos que não estavam disponíveis na íntegra, resenhas, anais de congressos, monografias, teses, editoriais, artigos que não tratavam diretamente do tema deste estudo e artigos publicados fora do período de análise. Para organizar a análise dos artigos, foi criada uma tabela que incluiu informações como autores, ano de publicação, título, tipo de estudo e objetivo.
5. Considerações Finais
Em conclusão, para esclarecer as considerações finais, resgata-se que as empresas que aplicam medidas dos princípios ESG, a fim de conscientizar-se sobre as questões ambientais que se agravam diariamente no nosso planeta e põe em risco a qualidade de vida das futuras gerações, ao aplicarem medidas que reduzam a emissão de GEE (gases de efeito estufa), as empresas contribuirão para o desenvolvimento sustentável, mantendo a competitividade no seu respectivo setor e sustentabilidade financeira. O aumento da cultura organizacional comprometida com as práticas ESG, tomada de decisões estratégicas até a educação e conscientização de todos os membros da equipe.
Empresas que se mostrem mais interessadas na gestão ambiental, responsabilidade social e uma gestão coorporativa, possui uma maior probabilidade de atrair clientes e investidores. Sendo assim, não sendo apenas uma escolha ética, mas também uma estratégia de negócio. Com a emergência de uma economia mais sustentável, é inevitável os papeis das organizações em desempenhar uma agenda voltada a ESG.
Em um mundo cada vez mais conectado com o digital, é importante a conscientização sobre as questões que o ESG trata, não sendo mais apenas uma opção, e sim uma necessidade de ser implantada nas organizações, para que se crie uma cultura organizacional mais sustentável. Em uma última análise, o ESG é uma forma de manifestação de ideias, responsabilidades e também de compromisso com um futuro sustentável. Ressaltando que os benefícios do uso da prática ESG nas organizações, vão além dos ganhos financeiros, moldando um futuro com uma maior sustentabilidade.
6. Referências Bibliográficas
REIS, Tiago ESG: o que é? Entenda tudo sobre essa sigla – São Paulo, 2023. Disponível em: <https://www.suno.com.br/guias/esg/>. Acesso em: 25 de setembro de 2023.
COSTA, Ricardo et al. ESG–OS PILARES PARA OS DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE. RECIMA21-Revista Científica Multidisciplinar-ISSN 2675-6218, v. 3, n. 9, p. e391920-e391920, 2022. Disponível em: <https://recima21.com.br/index.php/recima21/article/view/1920/1485> Acesso em 25 de setembro de 2023.
CHECON-BIANCA, Bianca Quirantes; DE FÁTIMA SANTANA-VERONICA, Verônica. A Demonstração do Valor Adicionado e suas implicações como medida de ESG. 2021. Disponível em: <https://anpad.com.br/uploads/articles/120/approved/0d770c496aa3da6d2c3f2bd19e7b9d6b.pdf> Acesso em 27 de setembro de 2023.
IRIGARAY, Hélio Arthur Reis; STOCKER, Fabricio. ESG: novo conceito para velhos problemas. Cadernos EBAPE. BR, v. 20, p. 1-4, 2022. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/cebape/a/YKyfRmPDHhtGm3LG8jW6DQM/>. Acesso em 25 de setembro de 2023.
Mitchell G, Varley S. Construir Uma Estratégia Para proporcionar Crescimento e Sustentabilidade. EY PARTHENON, 18 de novembro de 2022 .Disponível em: <https://www.ey.com/pt_br/real-world-strategy/how-your-corporate-strategy-can-deliver-both-growth-and-sustainability>. Acesso em: 18 setembro de 2023.
PAGOTTO, Erico Luciano. Greenwashing: os conflitos éticos da propaganda ambiental. 2013. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. Disponível em: < https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100134/tde-22072013-141652/publico/DissertacaoFinal.pdf> Acesso em 27 de setembro de 2013.
Guimarães, Martha Tavanielli Princípios ESG e o Gerenciamento de Facilidades: aplicação em uma empresa de tecnologia / M. T. Guimarães — São Paulo, 2021. p 29 – 86. Disponível em: <https://repositorio.usp.br/directbitstream/db0b7d26-8711-413d-8487-ab1677057235/MarthaTavanielliGuimaraes%20MBAPCC.pdf> . Acesso em: 18 setembro de 2023.