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Dr. Yves de Souza (RJ)
Coordenador do curso de fisioterapia da Universidade Veiga de Almeida (UVA/RJ), Doutorando em Ciências Médicas (Reabilitação Pulmonar) – UERJ, Visiting Scholar in Rehabilitation Sciences – KU Leuven (Bélgica), Membro da ASSOBRAFIR, American Thoracic Society e European Respiratory Society.
O estado global de saúde que todos estamos vivendo nos trouxe novas experiências. Sem duvida nenhuma, todos nós aprendemos uma lição (ou várias lições) durante esse tempo. Uma das lições principais, que sem duvida foi aprendida por todos é o avanço tecnológico e sua importância no nosso cotidiano. Não estou falando apenas de redes sociais e mídia de fácil acesso. Estou falando da oportunidade de realizar feitos incríveis, com qualidade e segurança através da internet. Um desses feitos incríveis é o atendimento fisioterapêutico.
Desde março, de forma muito eficiente, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) permitiu de forma excepcional que através de teleconsulta, teleconsultoria e telemonitoramento (1), os fisioterapeutas de todo o Brasil continuassem seu trabalho, obviamente, com os pacientes que fosse elegíveis para esse perfil de atendimento. Uma possibilidade única, que de tão única pegou maioria dos profissionais de surpresa, e justamente eles (me incluo) que foram doutrinados que a não presencialidade era impossível, agora, sem nenhum treinamento prévio, sem vivência durante sua formação na academia, estavam liberados para usar desses meios em seus atendimentos.
Se você se sente incluído nessa história, saiba que não foi assim só conosco. Todos os profissionais se sentiram assim, em outros momentos, alguns avanços tecnológicos também foram introduzidos na nossa vida de forma repentina, gerando um discreto desconforto em aprender do zero, mas com um grande benefício ao final. Esse benefício, no atual momento é a evolução da fisioterapia, aquela que juramos defender e proporcionar durante todo o exercício profissional!
Outros países já faziam (2–6). Eu mesmo tive oportunidade de participar de algumas pesquisas nessa modalidade de assistência. Alguns grupos no Brasil já têm pesquisas bem avançadas nessa área. Mais uma vez é impossível não citar o trabalho do Laboratório de Pesquisa em Reabilitação Pulmonar da UVA/RJ (LAPERP), que através de aplicativo de mensagens ofereceu reabilitação pulmonar para pacientes respiratórios crônicos, e mostrou que naquele grupo, os benefícios na capacidade de exercício, qualidade de vida e diminuição dos sintomas proporcionaram melhora dos paciente (7). Os estudantes tem uma percepção de valor incrível. Em momento nenhum se sentirão minimizados pelo uso da tecnologia, eles sempre se sentiram empoderados a usar os meios virtuais para pôr em prática tudo que aprenderam na academia.
Para pacientes que atendam os critérios de inclusão e segurança deste tipo de atendimento, utilizando de sigilo, assim como em uma consulta presencial, e resguardando todos os preceitos éticos e toda a segurança oferecida por meios tecnológicos apropriados, nada mais justo que preparar a geração atual para o futuro, que já começou e é uma realidade irremediável. Afinal, qual a função de nós, professores, se não formar nossos alunos, melhor do que fomos formados? Precisamos entender que a tecnologia é nossa parceira, e que quando bem utilizada, promove um acesso realmente universal a saúde.
Se você quer entender de que forma a tecnologia pode ser usada na fisioterapia, baseada em evidências científicas e na experiência de grandes profissionais, venha participar do XXIII COBRAF, e dentro deste imperdível congresso, participe do 1st International Seminar on Innovative Learning and Healthcare Approaches in Physical Therapy.
Referências e Leitura Complementar:
- Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. RESOLUÇÃO No 516. Brasil; 2020.
- Holland AE, Mahal A, Hill CJ, Lee AL, Burge AT, Cox NS, Moore R, Nicolson C, O\’Halloran P, Lahham A, Gillies R, McDonald CF. Home-based rehabilitation for COPD using minimal resources: a randomised, controlled equivalence trial. Thorax. 2017 Jan;72(1):57-65. doi: 10.1136/thoraxjnl-2016-208514.
- Holland AE. Telephysiotherapy: time to get online. J Physiother. 2017 Oct;63(4):193-195. doi: 10.1016/j.jphys.2017.08.001.
- Rogers JM, Duckworth J, Middleton S, Steenbergen B, Wilson PH. Elements virtual rehabilitation improves motor, cognitive, and functional outcomes in adult stroke: evidence from a randomized controlled pilot study. J Neuroeng Rehabil. 2019 May 15;16(1):56. doi: 10.1186/s12984-019-0531-y.
- Russell TG, Buttrum P, Wootton R, Jull GA. Internet-based outpatient telerehabilitation for patients following total knee arthroplasty: a randomized controlled trial. J Bone Joint Surg Am. 2011 Jan 19;93(2):113-20. doi: 10.2106/JBJS.I.01375.
- Agostini M, Moja L, Banzi R, Pistotti V, Tonin P, Venneri A, Turolla A. Telerehabilitation and recovery of motor function: a systematic review and meta-analysis. J Telemed Telecare. 2015 Jun;21(4):202-13. doi: 10.1177/1357633X15572201.
- Leal L, Gonçalves D, Azevedo J, et al. Use of a simple telecoaching pulmonary rehabilitation protocol for COPD patients. In: Physiotherapists. European Respiratory Society; 2019:PA1260. doi:10.1183/13993003.congress-2019.PA1260