REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202411151720
Patrícia Viliane da Costa Faria
Orientadora: Prof.ª Dra. Melina Yasuoka
RESUMO
A equoterapia é uma técnica que utiliza o cavalo como meio de intervenção entre cavalo e paciente, atuando com pessoas que possuem necessidades especiais nas áreas cognitivas, afetiva, sensorial ou motora. Este método terapêutico é composto por uma equipe de médicos veterinários, médicos, psicólogos, fisioterapeutas e um profissional de equitação. Este trabalho é uma revisão de literatura sobre a equoterapia, destacando as características físicas e comportamentais dos equinos, a pista apropriada para a prática da equoterapia, a importância do andamento do cavalo para que o paciente tenha uma melhora significativa e para garantir sessões seguras. O movimento do passo, em particular, ajuda o paciente a sentir suas emoções e a fortalecer sua conexão com o animal.
Palavras-chave: equoterapia; equinos, autismo; paciente homem e animal.
ABSTRACT
Equine therapy is a technique that uses horses as a means of intervention between horse and patient, working with people who have special needs in the cognitive, affective, sensory or motor areas. This therapeutic method is composed of a team of veterinarians, doctors, psychologists, physiotherapists and a riding professional. The work is a literature review on equine therapy, highlighting the physical and behavioral characteristics of horses, the appropriate track for equine therapy, the importance of the horse’s gait so that the patient has a significant improvement and that the session is safe, the pace that helps the patient feel their emotions and their connection with the patient.
Keywords: equine therapy; autism; patient man and animal.
1. INTRODUÇÃO
O primeiro grupo de prática de equoterapia foi criado em 1917 no Oxford University Hospital, com o objetivo de cuidar de soldados feridos que retornavam da Primeira Guerra Mundial, acreditando-se que era fundamental proporcionar momentos de lazer e quebrar a monotonia do tratamento. Essa prática, contudo, já era adotada anteriormente por Asclepíades da Prússia (124 a.C.), que recomendava o uso de cavalos para tratar pacientes com caquexia, edema, epilepsia, paralisia, apoplexia, sonolência, loucura e febre (HORNE; CIRILL0, 2005).
No Brasil, o termo “Equoterapia” foi difundido pela Associação Nacional de Equoterapia (Ande-Brasil), fundada em 1989 no Distrito Federal, em Brasília. O tratamento é considerado aprovado pelo Conselho Federal de Medicina (Parecer n.º 6/97) (Medeiros; Dias, 2002; Ande, s.d.). Desde o início do projeto no país, as pessoas com deficiência têm sido o principal foco dos estudos, dado o impacto positivo que a prática proporciona ao desenvolvimento físico, social e emocional dos praticantes (Leitão et al, 2004).
A equoterapia é um método de tratamento que utiliza uma abordagem interdisciplinar por meio do cavalo, abrangendo áreas de saúde, educação e equitação para promover o desenvolvimento global de pessoas com condições médicas, deficiência ou necessidades especiais. O cavalo é utilizado por ser um animal dócil, grande e poderoso, permitindo que seja manipulado e montado. Assim, cavalo e cavaleiro estabelecem uma relação afetiva, promovendo interações harmoniosas e ações mútuas (Becheva et al., 2016).
Segundo Severo (2010), na equoterapia, é essencial considerar as qualidades dos movimentos do cavalo para o trabalho proposto. Os fundamentos para os níveis de adestramento e para a teoria do treinamento básico devem atender ao seguinte princípio: o cavalo deve mover-se para frente, com força e relaxamento, apresentando andaduras suaves e puras, que promovam prazer e conforto ao cavaleiro.
2. METODOLOGIA
No desenvolvimento do trabalho, foram realizadas buscas em diversas fontes, incluindo artigos científicos no Google Acadêmico e SciELO, com a revisão de 15 artigos, além de livros, revistas especializadas e sites confiáveis. O objetivo foi reunir e analisar informações relevantes sobre o tema, garantindo uma base teórica sólida para o desenvolvimento do estudo, com o intuito de abordar a importância da relação cavalo-paciente e as características físicas e comportamentais dos equinos.
3. REVISÃO DE LITERATURA
A equoterapia é um método educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem multidisciplinar nas áreas da saúde, visando ajudar pessoas com deficiência. Trata-se de uma estratégia terapêutica que promove diversos benefícios para a saúde (Sônego et al 2018). A estimulação dos sistemas sensoriais é viabilizada pela equoterapia, onde a propriocepção e o sistema vestibular são ativados pelo ritmo e pelo balanço do cavalo, enquanto o sistema visual é estimulado pela visão ampliada a partir da altura do cavalo (Castilho et al., 2018).
Segundo Fonseca (2004), a hipoterapia é uma abordagem baseada exclusivamente no movimento do cavalo, em que as respostas são apresentadas pelos próprios pacientes conforme as estratégias solicitadas pelos profissionais especializados em neurodesenvolvimento. Durante o atendimento, o terapeuta analisa a possibilidade de alterar o ritmo e/ou a direção do cavalo, fatores que promovem ajustes tônicos, melhorando a postura, fortalecendo a musculatura e, consequentemente, trabalhando respiração, cognição e outros aspectos.
Renée de Lubersac, fundadora da Terapia com Cavalos na França, publicou junto a Lallery (1996 apud Escobar, 2019) que o praticante de equoterapia pode modificar condutas agressivas ao se relacionar com o cavalo, percebendo-o como um companheiro próximo, especialmente ao ter a oportunidade de interagir com o animal a pé, cuidando ou passeando com ele.
Quando o praticante se conecta efetivamente com o cavalo, estabelecendo uma relação de troca e confiança, cria-se um espaço de autodescoberta e espelhamento facilitado pelo cavalo. Um terapeuta, ao mediar essa relação, pode contribuir para o aumento da autoconsciência do praticante.
Freitas (2020) sugere que o simples contato entre uma pessoa em dificuldade e um cavalo não constitui, por si só, uma terapia, mas pode ter efeito terapêutico. Como um processo de psicoterapia, requer-se a presença de um terapeuta, formando o terceiro elemento essencial para a prática.
3.1 Médico veterinário na equoterapia
Flores (2009) afirma que o médico veterinário é responsável pela avaliação dos animais, sendo o único profissional capacitado para verificar a saúde de um cavalo terapeuta. O veterinário exerce a função de orientador, informando e ensinando sobre os cuidados básicos de saúde e higiene, bem como as particularidades do animal. Ele também deve participar do desenvolvimento e acompanhamento do projeto, realizando avaliações frequentes e estabelecendo cuidados higiênico-sanitários, como a obediência aos calendários de vacinação e vermifugação.
Os co-terapeutas devem trabalhar com um veterinário familiarizado com o tratamento terapêutico, pois essa atuação alia saúde à fisiologia e ao comportamento animal, estimulando ainda mais a interação entre o animal e o paciente. A saúde geral dos animais utilizados na terapia é um aspecto importante, visando garantir tanto o bom desempenho e bem-estar animal quanto a prevenção de doenças zoonóticas. Cuidados especiais de higiene, como banho diário, vacinações adequadas e desparasitação, não devem ser negligenciados. Para tornar o tratamento mais confortável, sem comprometer a saúde do paciente, são necessários cuidados específicos com a pele e os pelos do animal (Anderline; Anderline, 2007).
Desde a formação teórica até a participação em sessões e treinamentos, os veterinários devem realizar pesquisas extensivas antes de serem considerados aptos a aplicar esse conhecimento na prática. Eles também devem estar integrados a uma equipe que participe ativamente da rotina de tratamento, incluindo o condutor, o instrutor de equitação e o próprio animal (Revista Veterinária, 2011)
3.2 Tipos de Cavalo para Equoterapia
Não existe uma raça específica para o trabalho em equoterapia. De qualquer forma, algumas características básicas devem ser consideradas na escolha do cavalo ideal (Ande-Brasil, 2018).
O cavalo deve possuir três marchas regulares: passo, trote e galope. O centro de gravidade, localizado sob o garrote (figura 1), deve estar equilibrado. O equilíbrio do cavalo aproxima o praticante do centro de gravidade do animal, de forma que o corpo do cavalo pareça alinhado, com ombros e calcanhares em linha reta. Um cavalo desequilibrado pode inclinar-se para a frente (quando as patas traseiras são maiores que as dianteiras), deslocando o centro de gravidade para frente, o que pode resultar em uma posição mais confortável para o cavaleiro, mas que inclina o tronco para frente. O inverso também pode ocorrer.
O cavalo ideal deve ser de tamanho médio, com cerca de 1,5 m de altura no garrote, evitando o cansaço do auxiliar lateral que acompanha o praticante. Deve apresentar uma antemão larga e musculosa, tornando a montaria mais confortável. O garrote não deve ser muito proeminente, prevenindo lesões no praticante e facilitando o manuseio. O flanco deve ter uma circunferência adequada para evitar abdução significativa dos membros inferiores do cavaleiro. A parte posterior do cavalo (postmão) deve ser larga, musculosa e confortável, ajudando o cavaleiro a manter uma postura correta.
Em algumas deficiências específicas, o cavalo pode ser escolhido com base na inclinação da quartela. Uma inclinação alta permite uma marcha mais suave, enquanto uma inclinação baixa proporciona passos mais rígidos e equilíbrio mais difícil (Ande-Brasil et al., 2018).
De acordo com Walter e Vendramini (2000), o cavalo para equoterapia deve ser: um atleta, com andamentos suaves e harmônicos, passo ritmado e cadenciado de baixa frequência, com possibilidade de alta e baixa velocidade sem alteração na cadência. Além disso, deve possuir bom engajamento natural, linhas corporais harmônicas e um bom aprumo.
3.3 Características físicas dos equinos
De acordo com Bucheve e Savini (1996), a escolha do cavalo adequado é fundamental para o desenvolvimento da equoterapia. A docilidade é o pré-requisito mais importante. Se for macho, o animal deve ser castrado. Ele não deve apresentar elevado escore corporal, pois isso prejudica sua agilidade e a qualidade da montaria para o praticante. Deve ter idade superior a 10 anos e ser treinado para ser montado tanto pelo lado direito quanto pelo esquerdo. A altura não deve ultrapassar 1,5 m, e o ângulo da quartela deve ser o mais próximo de zero. A raça do cavalo não é relevante.
Em relação ao cavalo e ao ambiente, é importante que o terapeuta conheça ambos, bem como os estímulos que eles oferecem. Além disso, deve compreender os movimentos do cavalo e os tipos de andamentos, seja quando o praticante está montado em sela ou em manta, ou posicionado em decúbito ventral ou dorsal. Todas essas variáveis, bem como os diversos tipos de terreno que podem ser utilizados, devem ser consideradas, pois oferecem estímulos úteis ao praticante.
A prática demonstra que os cavalos mais adequados para a equoterapia são aqueles de estatura baixa. A altura do cavalo não deve ultrapassar um metro e meio, medida do chão até a cernelha, para evitar o cansaço do auxiliar lateral que acompanha o praticante (Uzun et al., 2005). Os cavalos devem ter idade superior a cinco anos, por estarem suficientemente desenvolvidos e experientes. No entanto, cavalos mais velhos podem se cansar facilmente e apresentar problemas articulares, resultando em menor qualidade de movimento (All Eloving et al., 1999).
3.4 Características comportamentais dos equinos
Para garantir o sucesso do tratamento equoterápico, a escolha correta do animal é imprescindível. Dessa forma, segundo Arantes et al. (2006), é desejável que o animal possua características que permitam um contato adequado com o paciente. As características desejáveis incluem docilidade, obediência, relação de confiança com o praticante, resistência, rusticidade, facilidade de adaptação ao ambiente, além de grande peso corporal, para atender pacientes obesos. O animal também deve aceitar bem o contato e o toque e demonstrar comportamento de disponibilidade para ajudar (Arantes et al., 2006).
Fica, portanto, claro que o temperamento dos animais utilizados nas sessões, bem como os comportamentos que apresentam, são de grande importância. Observa-se que esses comportamentos podem variar devido a fatores externos e internos que estejam em constante mudança ou que se apresentem inconsistentes com a normalidade, levando o animal a exibir comportamentos que não seriam considerados típicos da espécie (Severo et al., 2010).
É imprescindível a avaliação dos comportamentos normais e anormais (estereotipados) dos equinos, conforme evidenciado em estudos tanto nacionais quanto internacionais. No Brasil, várias pesquisas foram realizadas por Crizanto (2002), Rezende (2006), Vieira (2006), Leal (2007), Pagliosa et al. (2008) e Gontijo et al. (2014), destacando os principais comportamentos em equinos submetidos à estabulação. McDonnell e Haviland (1995) descreveram diversos comportamentos por meio da formulação de um etograma específico para a espécie equina.
De acordo com Konieczniak et al. (2014), os cavalos em liberdade passam cerca de 16 horas pastando, aproximadamente quatro horas interagindo com outros indivíduos da mesma espécie e o restante do tempo em repouso. Dessa forma, animais sem atividades e distrações podem desenvolver comportamentos atípicos, conhecidos como estereotipias. Para alguns autores, a estereotipia é parte do processo adaptativo dos animais em resposta ao estresse, já que, mesmo apresentando esses comportamentos atípicos, os animais não apresentam mudanças nas concentrações de cortisol, o que seria um indicativo de estresse. Isso sugere que o animal pode estar adaptado às situações às quais está exposto (Gontijo et al., 2014).
Figura 1 – Terminologia das diferentes regiões do equino – Junho de 2024.
Fonte: Adaptado de Hipologando (2015).
3.5 Andamento dos equinos
O cavalo possui três tipos naturais de movimentação: passo, trote e galope. O passo é a forma essencial de locomoção na equitação e é com ele que realizamos a maior parte das atividades de equoterapia. Trata-se de uma marcha suave e regular, na qual sempre há pelo menos um membro em contato com o chão (não há momento de suspensão). Apresenta um ritmo constante, em quatro tempos, e é uma marcha simétrica, o que significa que os movimentos de um lado do animal são reproduzidos de forma igual e simétrica do outro lado em relação ao eixo do corpo. Sendo a andadura mais lenta, as reações que provoca são mais suaves e lentas, gerando menor impacto no cavaleiro e efeitos mais duradouros. Isso permite uma observação e análise mais aprofundada por parte da equipe que auxilia o praticante (Wickert et al., 1999).
Nas andaduras do cavalo, os membros devem ser analisados quanto à sustentação, elevação e suspensão. Diz-se que os membros sustentam quando o animal está parado e seus membros estão em contato com o solo, suportando toda a sua massa corporal. A elevação ocorre quando o animal está em movimento e um ou mais membros não tocam o solo. Já a suspensão acontece quando todos os membros estão fora do solo, como durante o salto (Severo, 2010).
A mecânica do movimento natural do cavalo implica que ele mova sempre os quatro membros na mesma ordem, iniciando pela perna dianteira direita (AD), seguida pela perna traseira esquerda (PE), depois a perna dianteira esquerda (AE) e, por fim, a perna traseira direita (PD), completando o ciclo ao recomeçar com a perna dianteira direita, iniciando um novo passo em sua transição (figura 2)
Figura 2 – Marcha do cavalo.
3.6 O Passo
A principal marcha utilizada na equoterapia é o passo. Essa marcha específica envolve um movimento rítmico e cadenciado, com pelo menos um membro sempre em contato com o solo. É uma marcha simétrica que se caracteriza por um leve movimento de oscilação causado pelos movimentos do pescoço, resultando em um ritmo mais lento (Ande, 2018; Wickert, 1999).
Conforme Severo (2010), na andadura ao passo, o cavalo move seus membros de forma alternada, de modo que quatro batidas distintas podem ser ouvidas ao tocar dos cascos no chão. Por exemplo: a primeira batida corresponde ao anterior direito; a segunda ao posterior esquerdo; a terceira ao anterior esquerdo; e a quarta ao posterior direito. Assim, dois ou três membros estão sempre no solo ao mesmo tempo, permitindo que o cavalo passe de um membro para o outro, sem ocorrer tempo de suspensão. Dessa forma, resultam-se oito diferentes apoios simétricos, dois a dois Ainda segundo o autor, por ser uma andadura simétrica e compassada, o passo mobiliza todo o corpo de forma equilibrada, sem causar impactos prejudiciais à coluna vertebral do praticante, além de promover equilíbrio corporal, percepção muscular e estímulo dos sentidos primários em geral.
Figura 3 – O passo é uma andadura a quatro tempos e oito apoios (os números em círculo indicam as batidas) Regulamento de adestramento 2011.
Fonte: Confederação Brasileira de Hipismo, 2011.
3.7 Pista apropriada para equoterapia
O modelo ideal para a prática de equoterapia leva em consideração os seguintes requisitos.
A localização precisa ser um ambiente seguro, tranquilo e de fácil acesso para o praticante. É importante que o local ofereça contato com a natureza, promovendo estímulos visuais que favoreçam o bem-estar do praticante e o ajudem a entrar em sintonia com a terapia, distante de poluição auditiva e visual que possa interferir nos resultados. O solo não deve ser de asfalto nem de pedregulho; a pista deve ser de areia, com no máximo dez centímetros de profundidade, e estar mais compactada do que fofa, completamente plana. As dimensões da pista devem ser de 20 x 40 metros.
Não é recomendável o uso de picadeiro na equoterapia, pois o animal andará em círculos, o que pode causar desvios na coluna do praticante e sobrecarregar apenas um lado do corpo, proporcionando um estímulo unilateral. É essencial que o cavalo se mova em linha reta para favorecer a simetria do movimento (Walter; Vendramini et al., 2000).
3.8 Relação ser humano e cavalo
Sobre a relação entre ser humano e cavalo, Uzun (2005) afirma: “o convívio com esse animal possibilita a tomada de consciência do poder individual que, muitas vezes, fica adormecido em algumas pessoas”. No contato com eles, sentimos acolhimento, ficamos mais atentos ao que estamos sentindo e a como estamos sentindo. Isso nos traz para o momento presente, onde podemos atuar, agir, criar, mudar e nos encontrar, reassumindo nosso poder pessoal. Esse é um relato comum entre as pessoas que convivem com cavalos e aquelas que participam da Terapia Assistida por Equinos (TAE).
Alcançar limites pessoais melhora o bem-estar emocional de uma pessoa, incluindo autoestima, independência e felicidade. Adquirir essas qualidades ocorre ao “caminhar com o cavalo”, que, através de sua capacidade de proporcionar memórias sensório-motoras e emocionais profundas, ajuda a desenvolver equilíbrio, visão, dinâmica e movimento, restaurando a imagem corporal e a alegria de viver do cavaleiro (Uzun, 2005). Um equilíbrio entre saúde física e mental é essencial para sustentar a vida humana (Minayo et al., 2000).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A equoterapia é um método de tratamento multifacetado que oferece uma ampla gama de benefícios. Sua importância reside na capacidade de alcançar objetivos terapêuticos por meio da interação com o cavalo de forma eficaz e, muitas vezes, agradável, promovendo melhorias significativas na qualidade de vida dos praticantes.
Os veterinários desempenham um papel fundamental nesse processo, garantindo que o cavalo esteja saudável, bem treinado e preparado para contribuir de maneira eficaz no tratamento. A colaboração entre veterinários, terapeutas e outros profissionais é essencial para o sucesso e a segurança da equoterapia. O veterinário é responsável por assegurar que os cavalos estejam fisicamente saudáveis e livres de doenças, o que inclui realizar exames regulares, monitorar a condição física dos animais e administrar tratamentos quando necessário. Cavalos saudáveis são indispensáveis para uma terapia eficaz e segura.
Em situações de emergência médica ou problemas inesperados durante as sessões de equoterapia, o veterinário exerce papel crucial ao fornecer cuidados imediatos e adequados aos cavalos.
A seleção dos cavalos para a equoterapia requer uma avaliação cuidadosa e minuciosa, geralmente realizada por um profissional experiente em equoterapia e por um veterinário. Um cavalo bem selecionado contribui significativamente para a eficácia do tratamento, proporcionando ao paciente uma experiência positiva e gratificante. Em relação ao temperamento e comportamento, cavalos com temperamento calmo e paciente são os preferidos para a equoterapia. Eles devem ser confiáveis, amigáveis e capazes de lidar com diversos estímulos e situações sem ficarem agitados. Cavalos com personalidades tranquilas têm maior probabilidade de oferecer aos pacientes uma experiência segura e confortável.
O andamento dos equinos é um componente vital na equoterapia, pois oferece benefícios terapêuticos variados, desde a estimulação neuromuscular até a promoção do equilíbrio e da coordenação. A escolha e o ajuste do andamento devem ser feitos com cuidado para maximizar os benefícios aos pacientes, garantindo segurança e conforto durante as sessões de terapia.
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