REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.8368115
Jéssica de Sousa
Vanessa Gama da Silva
Lillian Tavares de Lima
David Silva dos Reis
RESUMO
Introdução: As preocupações com a nutrição e a alimentação estão relacionadas com uma série de fatores associados ao envelhecimento, uma vez que as alterações fisiológicas, sociais e psicológicas que as pessoas vivenciam ao longo da vida conduzem a alterações na dieta e nos hábitos alimentares. Metodologia: Este artigo trata-se de uma revisão bibliográfica com artigos dos últimos 5 anos. Com objetivo de trazer informações acerca do equilíbrio nutricional e emocional na terceira idade, com ênfase na ansiedade. Resultados: Tanto na saúde física como emocional, um idoso que tenha acesso ao longo da vida a uma alimentação saudável que contenha todos os nutrientes e proteínas necessários, de diversas formas e sem défices, certamente terá uma melhor resposta na vida mesmo que tenha um histórico de doença. ao longo dos anos. Conclusão: A deterioração da saúde mental devido a sintomas de depressão e ansiedade tem sido associada ao risco de desnutrição em idosos. O risco de subnutrição e desnutrição é comum em idosos com sintomas depressivos.
Palavras- chave: nutrição, idosos, ansiedade, saúde.
ABSTRACT
Introduction: Concerns about nutrition and diet are related to a number of factors associated with ageing, since the physiological, social and psychological changes that people experience throughout life lead to changes in diet and eating habits. Methodology: This article is a literature review of articles from the last five years. The aim is to provide information about nutritional and emotional balance in old age, with an emphasis on anxiety. Results: In terms of both physical and emotional health, an elderly person who has access throughout life to a healthy diet that contains all the necessary nutrients and proteins, in various forms and without deficits, will certainly have a better response in life even if they have a history of illness over the years. Conclusion: The deterioration of mental health due to symptoms of depression and anxiety has been associated with the risk of malnutrition in the elderly. The risk of undernutrition and malnutrition is common in elderly people with depressive symptoms.
Keywords: nutrition, elderly, anxiety, health.
INTRODUÇÃO
Sabe-se que os idosos constituem a parcela da população mundial que mais cresce e, diferentemente dos países desenvolvidos, o envelhecimento da população brasileira tem ocorrido de forma mais rápida e evidente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de idosos está aumentando significativamente em todo o mundo, e estima-se que até 2050, aproximadamente 22% da população total terá mais de 60 anos (TRENNEPOHL, 2020).
O conceito de envelhecimento fortaleceu-se ao longo do tempo porque é um processo vital inevitável, caracterizado por alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas às quais todo ser humano está sujeito. Portanto, nos últimos anos, a busca por informações úteis para a saúde sobre alimentação adequada dos idosos tem aumentado e feito da nutrição um dos principais fatores (FERREIRA, 2022).
Observa-se que a nutrição ganha cada dia mais espaço no mercado de trabalho, portanto a nutrição desempenha um papel importante no processo de envelhecimento. Portanto, o objetivo deste estudo é destacar a eficácia da nutrição na velhice, para melhorar a qualidade de vida física e mental dos idosos (DOS SANTOS, 2021).
Desta forma, este estudo tem por objetivo trazer informações acerca do equilíbrio nutricional e emocional na terceira idade, com ênfase na ansiedade.
Trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa realizada no período de julho a setembro de 2023, através de pesquisas nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), PubMed via Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Google Scholar. Com artigos em português e inglês de 2018 a 2023. Foram utilizados os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): nutrição, idosos, ansiedade, saúde.
DESENVOLVIMENTO
A nutrição como parte da promoção da saúde tornou-se um foco importante dos cuidados de saúde e da prevenção de doenças. O conhecimento nutricional inclui compreender a importância de seguir uma dieta adequadamente balanceada e que inclua todos os nutrientes essenciais (FERREIRA, 2023).
Em seus campos interdisciplinares, a gerontologia aborda esse eixo e foca em diferentes aspectos como prevenção da saúde nas redes, políticas públicas e entretenimento, trabalho e lazer. De acordo com a Lei do Idoso, o idoso deve gozar de todos os direitos humanos básicos, sem limitar a proteção integral, assegurando por lei ou de outra forma todas as oportunidades e condições de prevenção da saúde física e mental, bem como moral, intelectual, espiritual e social, melhoria das condições de liberdade e dignidade (DA SILVA MORAIS, 2021)
Em termos de considerações nutricionais, do ponto de vista da vulnerabilidade, sabemos que a sarcopenia é um problema constante. Essa condição é caracterizada pela diminuição da massa muscular e da funcionalidade e está associada a diversas disfunções e doenças sistêmicas que acometem os idosos, sendo um dos parâmetros utilizados para definir a síndrome da fragilidade geriátrica por apresentar maior risco de quedas, causa incapacidade, dependência e hospitalização frequente. As limitações funcionais podem impedir o processo de fazer compras e cozinhar, colocando em risco a segurança alimentar e nutricional da pessoa molhada, que deve se adaptar a esse processo e tornar-se dependente de outras pessoas para obter e preparar ou escolher, comprar alimentos, alimentos industriais e de fácil preparo (DA SILVA MORAIS, 2021).
Em pacientes com depressão, uma das principais causas de incapacidade no mundo, é uma doença mental que pode ser indiretamente descrita como a condição mental e física de uma pessoa, cujos principais sintomas são tristeza constante, habituação e instabilidade, falta de energia, nervosismo, ansiedade, desinteresse por atividades que antes eram prazerosas, baixa autoestima, falta de sono, diminuição do apetite. Diversas vezes os especialistas trataram esses sintomas abertos com cautela (FERREIRA, 2023).
Estudos têm demonstrado que os estados de ansiedade estão relacionados à alimentação inadequada, portanto substâncias bioativas oferecidas como suplementos nutricionais auxiliam como forma de tratamento para os estados de ansiedade. O consumidor está exposto a uma dose maior de compostos bioativos contidos em alimentos que normalmente são consumidos junto com a alimentação (DE ANDRADE, 2018).
A pesquisa liga a patologia aos sistemas de neurotransmissores que se manifestam em disfunção. Semelhante ao neurotransmissor serotonina (5HT), produzido pelo aminoácido triptofano, o sistema serotoninérgico desempenha um papel importante em funções orgânicas como motilidade gastrointestinal, função plaquetária, regulação hidroeletrolítica, regulação da sede e do apetite e regulação alimentar. consumo, equilíbrio energético e regulação de emoções e processos comportamentais (DE ANDRADE, 2018).
A ansiedade e a depressão podem estar associadas a uma dieta inflamatória, ao consumo insuficiente de alimentos açucarados, gordurosos, ao baixo consumo de frutas e vegetais, portanto uma alimentação saudável com compostos bioativos pode ter um efeito protetor no tratamento destas doenças. Os ácidos graxos poliinsaturados, como o ômega-3, também possuem funções nutricionais e reguladoras que, em equilíbrio com o ômega-6, atuam como antiinflamatórios e melhoram a depressão. Dentre os minerais, destacamos o magnésio, que está envolvido no funcionamento de diversos neurotransmissores, hormônios e membranas das células nervosas. Além disso, seu consumo está associado a níveis mais baixos de marcadores inflamatórios que influenciam no desenvolvimento da doença (DA ROCHA, 2020).
Uma alimentação saudável é uma das formas mais importantes de melhorar a saúde, uma alimentação saudável significa um equilíbrio entre a natureza e os alimentos frescos, muitas frutas e vegetais e alimentos ricos em minerais e vitaminas. Inclui também comportamentos e hábitos alimentares consistentes que são úteis para apoiar e manter a saúde física e mental (ALVES, 2021).
Porém, nos últimos anos os hábitos alimentares da população mudaram significativamente, a população tem consumido mais alimentos processados e ultraprocessados com baixo teor nutricional e alto teor energético, como resultado a quantidade de ambos os alimentos aumentou. consumo de alimentos de conveniência fora de casa (por exemplo, fast food) e tamanhos de porções que incentivam o consumo excessivo. O consumo de alimentos de origem animal também aumentou, assim como o consumo de óleos e adoçantes calóricos. O consumo excessivo de alimentos e bebidas não saudáveis também tem sido associado ao aumento do consumo de componentes alimentares mais saudáveis, incluindo alimentos ricos em nutrientes e de baixo valor energético, como legumes, grãos e outros vegetais (ALVES, 2021).
A alimentação é uma importante fonte de recuperação energética, manutenção e controle de muitas doenças ou mesmo do seu aparecimento. A alimentação também é de fundamental importância nos processos psicológicos. Alguns estudos são feitos sobre a deficiência de vitaminas, que perturba especialmente o estado emocional de uma pessoa. Aumentaram principalmente devido à pandemia, pois o isolamento agravou os problemas nutricionais de muitos idosos devido à má nutrição devido à falta de opções nutricionais, como a falta de frutas, legumes e verduras frescas. e muitas vezes não têm em quem confiar para suprir suas necessidades (DA SILVA MORAIS, 2021).
Os cuidados com a ingestão devem ser em todas as fases da vida, principalmente na velhice, quando a alimentação adequada se torna um fator muito difícil, pois problemas fisiológicos e emocionais estão diretamente relacionados entre si, o que pode de alguma forma fragilizar a alimentação. Por isso, é preciso ter mais atenção, pois, por exemplo, a absorção dos nutrientes fica um pouco mais difícil nessa fase. Circunstâncias como hábitos alimentares, crenças/religião, costumes, tabus e a escolha de alimentos saborosos e com pouco tempo de preparo podem afetar diretamente a nutrição e trazer malefícios ou benefícios à saúde dessas pessoas (FERREIRA, 2022).
Descobriu-se que os efeitos da ansiedade e da depressão são modulados pela qualidade da dieta, portanto, recomenda-se uma dieta saudável com vegetais, frutas, grãos integrais, laticínios com baixo teor de gordura, peixe e azeite para aliviar os sintomas. e sinais inflamatórios dessas doenças (DA ROCHA, 2020).
A nutrição desempenha um papel importante no desenvolvimento do envelhecimento, no desenvolvimento de doenças, disfunções e deficiências relacionadas com a idade. Portanto, a avaliação e o acompanhamento da nutrição dos idosos são necessários para receberem ajuda adequada e, assim, planejarem melhor as atividades de saúde. Assim, é possível compreender que o consumo alimentar mais saudável na velhice pode melhorar problemas fisiológicos, psicológicos e nutricionais. Portanto, é importante compreender os fatores que influenciam essa dieta, pois ao amenizar essas condições, os problemas de saúde dos idosos podem ser minimizados. (FERREIRA, 2022).
Adoçantes artificiais
A administração de adoçantes artificiais a animais induz ansiedade. Os efeitos ansiolíticos dos adoçantes são provavelmente devidos aos seus efeitos prejudiciais no microbioma e na inflamação. Demonstrou-se que os efeitos negativos de alguns adoçantes no metabolismo sistémico são causais em modelos animais e humanos, embora as vias exactas sejam desconhecidas. Por exemplo, o aspartame administrado a ratos aumentou os níveis de hormonas de stress na amígdala dos animais. O aspartame também pode bloquear o transporte de precursores de dopamina e serotonina para o cérebro e aumentar os níveis de neurotransmissores excitatórios, alterando a química cerebral em direção à ansiedade. Nos humanos, os adoçantes artificiais têm sido associados a problemas neuropsiquiátricos, incluindo ansiedade. Também foi sugerido que pessoas com problemas de saúde mental podem ser particularmente sensíveis aos efeitos nocivos dos adoçantes artificiais. Por exemplo, um ensaio cruzado randomizado e controlado por placebo, concebido para avaliar o efeito do aspartame no humor, foi interrompido prematuramente devido a reações graves em pacientes com histórico de depressão, que está altamente associada à ansiedade (NORWITZ, 2021).
Carboidratos
Uma tendência observada nos estudos sobre carboidratos foi a associação entre maior consumo de carboidratos simples ou refinados, dietas com maior índice glicêmico ou ingestão de açúcar e maior ansiedade. Esta associação foi descrita em vários estudos animais e observacionais. Da mesma forma, 75% dos 12 estudos em animais e o único estudo em humanos sobre os efeitos dos adoçantes artificiais (aspartame, sacarina e sorbitol) relataram um aumento nos sintomas de ansiedade. Um estudo observacional relatou uma associação entre fibras e ansiedade; Num acompanhamento de longo prazo, dois a três anos após a conclusão de um programa de aumento de fibras, pacientes com síndrome do intestino irritável relataram uma redução nos sintomas de ansiedade (AUCOIN, 2021).
Estudos sobre carboidratos mostram que o alto consumo de açúcar e carboidratos refinados pode contribuir para sintomas de ansiedade; No entanto, um grande número de ensaios é desenhado de forma transversal, o que impede conclusões sobre causalidade. São necessários estudos intervencionistas que avaliem os efeitos de diferentes ingestões de carboidratos em participantes com transtornos de ansiedade. Em termos de mecanismo, há evidências de que a regulação saudável da glicose no sangue é um fator importante no bem-estar mental. Essa associação pode explicar as associações encontradas nesta revisão entre fatores que melhoram o controle da glicemia e reduções nos sintomas de ansiedade. Isso inclui menor consumo de açúcar e carboidratos refinados, maior teor de fibras, refeições regulares e restrição calórica (AUCOIN, 2021).
Proteínas
As evidências do papel da proteína nos sintomas de ansiedade são preliminares. Há evidências que sugerem que a proteína dietética adequada, e particularmente o triptofano adequado, pode ser importante na melhoria dos sintomas de ansiedade. Os aminoácidos atuam como blocos de construção para a síntese de neurotransmissores e o triptofano é necessário para a produção de serotonina. O papel estabelecido da serotonina na patogênese dos transtornos de ansiedade pode explicar os possíveis danos associados à insuficiência de proteína e triptofano na dieta (AUCOIN, 2021).
Esta evidência é reforçada pelo facto de muitos participantes diagnosticados com transtorno de ansiedade terem participado nos estudos de intervenção incluídos nesta revisão. Estudos experimentais em humanos utilizaram doses suplementares de triptofano variando de 250 mg por dia (sementes de abóbora) a 3 gramas por dia. Embora essas doses sejam consideradas abaixo do nível associado a efeitos colaterais como prurido, náusea e alterações na urina foram relatados em um estudo usando 3 g/dia. O triptofano não deve ser usado com medicamentos serotoninérgicos, como ISRSs/IRSNs, devido ao risco de síndrome da serotonina. As fontes alimentares de triptofano incluem ovos, soja, sementes, peixe e carne (AUCOIN, 2021).
Glúten
O glúten pode causar inflamação, causando “intestino permeável”. As proteínas do glúten aumentam a expressão da zonulina, o que aumenta a permeabilidade intestinal. Compostos imunoestimulantes, como o LPS, vazam do intestino para a corrente sanguínea, causando inflamação. Na doença celíaca, a proteína zonulina é superexpressa, o que por sua vez está associado a fobias sociais, transtornos de pânico e outras formas de ansiedade. Além da doença celíaca, a zonulina tem sido implicada como biomarcador para distúrbios psiquiátricos como autismo, transtorno de déficit de atenção e esquizofrenia (ROBEA, 2023).
Mesmo em pacientes com transtornos de ansiedade sem relatos de distúrbios gastrointestinais, os níveis sanguíneos de zonulina e LPS são elevados em comparação com controles não ansiosos. Isto é consistente com a hipótese de que o glúten pode causar contaminação do “intestino permeável” com inflamação e ansiedade, e sugere que pacientes ansiosos podem ser particularmente sensíveis ao glúten. Atualmente, foi demonstrado que uma dieta sem glúten reduz a ansiedade apenas em pessoas com doença celíaca. No entanto, dada a ligação mecanicista ao “intestino permeável” e as ligações entre a zonulina e a doença mental e os níveis de zonulina e a ansiedade, pensamos que é prudente adicionar uma dieta sem glúten ao arsenal de tratamentos metabólicos para a ansiedade (ROBEA, 2023).
Ômega 3
Os ácidos graxos ômega-3, especialmente os ácidos graxos ômega-3 de cadeia longa, ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA), são poderosas moléculas sinalizadoras antiinflamatórias que sustentam o microbioma e são importantes para a cognição e saúde mental. saúde. A evidência direta de que os ômega-3 são saudáveis além de suas fontes dietéticas vem da comparação de ratos geneticamente modificados que podem biossintetizar gorduras ômega-3 e/ou ômega-6. Embora os mecanismos pelos quais os ácidos graxos ômega-3 ajudam a abordar a base metabólica da ansiedade sejam variados, eles provavelmente incluem a melhoria do equilíbrio do microbioma, a redução da inflamação e o equilíbrio da neuroquímica. Em relação aos humanos, Green et al. mostraram que os níveis de EPA e DHA nos eritrócitos diminuíram de 18 a 34% em pacientes com transtorno de ansiedade social. Além disso, existe uma correlação inversa entre os níveis destes ácidos graxos ômega-3 e a gravidade da ansiedade. Outros fizeram observações semelhantes, e estas associações baseiam-se em ensaios intervencionistas. Um estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo com 68 estudantes de medicina descobriu que 12 semanas de ingestão de ômega-3 reduziram a ansiedade em 20%. Este estudo também descobriu que uma proporção mais baixa de ômega-6/ômega-3 previu níveis mais baixos de marcadores inflamatórios e ansiedade. Finalmente, uma meta-análise de 19 ensaios clínicos envolvendo 2.240 participantes de onze países concluiu que os tratamentos com ómega-3 são eficazes na redução da ansiedade (DEANE, 2021).
Cúrcuma
A cúrcuma é provavelmente o tempero mais pesquisado para a saúde do cérebro. Seu componente ativo, a curcumina, tem sido estudado como tratamento para a doença de Alzheimer, doença de Parkinson, depressão, transtornos de ansiedade e a própria ansiedade. A curcumina tem muitos mecanismos de ação, incluindo a melhoria do ecossistema microbiano intestinal número, reduzindo a inflamação ao inibir os inflamassomas, alterando os níveis de dopamina, serotonina e cortisol e regulando o microRNA e histona. Vários ensaios randomizados, duplo-cegos e controlados por placebo demonstraram que a suplementação de curcumina pode reduzir a ansiedade em pacientes humanos. A suplementação de curcumina durante 8 semanas reduziu a ansiedade em pacientes diabéticos. Um estudo transversal em 30 indivíduos obesos também descobriu que a suplementação de curcumina durante 30 dias reduziu os índices de ansiedade. E uma meta-análise de cinco estudos mostrou um efeito global significativo da curcumina na ansiedade, com um grande efeito (SAHOO, 2021).
Vitamina D
A produção endógena de vitamina D é muitas vezes insuficiente. Também é difícil obter vitamina D suficiente dos alimentos. Mesmo utilizando os números mais favoráveis para a vitamina D no leite, seria necessário consumir cinco galões de leite integral por dia para atingir as 600 UI recomendadas, apesar de muitos médicos acreditarem que doses mais elevadas podem ser ideais. Ao nível da população, estima-se que a deficiência de vitamina D nos Estados Unidos seja de 77%, tornando os baixos níveis de vitamina D uma epidemia hormonal. No cérebro, a vitamina D regula a homeostase do cálcio e os canais iônicos, a secreção de neurotransmissores, incluindo dopamina e serotonina, e o fator de crescimento nervoso e BDNF. Acredita-se também que os benefícios da vitamina D sejam mediados pelo seu papel na formação do microbioma e na redução da inflamação. Níveis baixos de vitamina D estão associados a vários transtornos mentais, incluindo esquizofrenia, depressão e ansiedade. Um estudo de associação descobriu que os níveis de vitamina D em pacientes com vários transtornos de ansiedade eram 60% menores que o controle (CASSEB, 2019).
RESULTADOS
Tanto na saúde física como emocional, um idoso que tenha acesso ao longo da vida a uma alimentação saudável que contenha todos os nutrientes e proteínas necessários, de diversas formas e sem défices, certamente terá uma melhor resposta na vida mesmo que tenha um histórico de doença ao longo dos anos. A alimentação é uma importante fonte de recuperação energética, manutenção e controle de muitas doenças ou mesmo do seu aparecimento. A alimentação também é de primordial importância nos processos psicológicos. Vários estudos foram realizados sobre a deficiência de vitaminas, cuja falta afeta principalmente as emoções de uma pessoa. Aumentaram principalmente devido à pandemia, pois o isolamento coloca muitos idosos em risco de problemas nutricionais devido à má nutrição devido à falta de opções nutricionais, como acesso a frutas, legumes e vegetais frescos. e muitas vezes não há ninguém em quem confiar para satisfazer estas necessidades (DA SILVA MORAIS, 2021).
Evidências científicas coletivas sobre alimentação, nutrição e ansiedade sugerem que os ácidos graxos n-3 marinhos e os peixes gordurosos são benéficos. Em relação aos micronutrientes, há evidências de que o magnésio, o zinco, certas vitaminas (isto é, vitaminas B, vitamina C e vitamina E), os aminoácidos lisina e arginina e suplementos multivitamínicos e minerais podem ser úteis na prevenção e tratamento da ansiedade. Assim, uma alimentação saudável que atenda às recomendações dietéticas e nutricionais pode ajudar a reduzir a ansiedade. Uma dieta saudável fornece micronutrientes magnésio, zinco e certas vitaminas (por exemplo, vitamina B, vitamina C e vitamina E) e ácidos graxos n-3, que têm um efeito benéfico na ansiedade (KRIS-ETHERTON, 2021).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A deterioração da saúde mental devido a sintomas de depressão e ansiedade tem sido associada ao risco de desnutrição em idosos. O risco de subnutrição e desnutrição é comum em idosos com sintomas depressivos. Por outro lado, a obesidade é um estado nutricional inadequado e também pode estar associada à depressão e à ansiedade. Os sintomas depressivos também são considerados fatores de risco para uma alimentação inadequada, que por sua vez resulta de um desequilíbrio entre a ingestão de nutrientes e as necessidades nutricionais. Assim, a nutrição desempenha um papel importante na saúde mental e, portanto, também nos transtornos psiquiátricos.
REFERÊNCIAS
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