ENTRE O ESPORTE “NA” ESCOLA E O ESPORTE “DA” ESCOLA: UM DIÁLOGO COM FRANCISCO EDUARDO CAPARROZ

BETWEEN SPORTS “AT” SCHOOL AND SPORTS “OF” SCHOOL: A DIALOGUE WITH FRANCISCO EDUARDO CAPARROZ

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202412031906


Walber Tiago de Morais Martins1


Resumo

Este trabalho tem por objetivo estabelecer um diálogo com Francisco Eduardo Caparroz. Como dado empírico para nossas análises tomaremos como base os estudos realizados pelo mesmo, em seu livro “Entre a Educação Física na Escola e a Educação Física da Escola”, publicado em 2007, no qual infere uma análise sobre os elementos que compõem as características da Educação Física na Escola e da Escola. Como hipótese para nosso estudo identificamos que existe a possibilidade de, de forma análoga, extrairmos os sentidos e significados da relação entre a Educação Física na Escola e a Educação Física da Escola. Este estudo configura-se metodologicamente enquanto uma pesquisa qualitativa do tipo análise de conteúdo. Sendo assim, poderemos contribuir para um trato pedagógico diferente do usual, capaz de produzir uma cultura escolar de esporte que, ao invés de reproduzir as práticas hegemônicas atreladas ao esporte institucionalizado, possa estabelecer um confronto e contraposição de saberes, atribuindo novos sentidos/significados ao esporte praticado no ambiente escolar. Para constatar nossa hipótese e alcançar nosso objetivo, traçamos como objetivos específicos: 1) Realizar leitura atenta e pormenorizada da referida obra; 2) Procurar as relações e nexos existentes entre a Educação Física da e na Escola segundo Francisco Eduardo Caparroz; e 3) Estabelecer relação análoga entre a Educação Física da Escola e o Esporte da Escola. Compreendemos que com esta pesquisa, abre-se a possibilidade de outros trabalhos nessa perspectiva de análise e, além disso, pode trazer para linha de estudo do curso de licenciatura em Educação Física da Universidade Estadual da Paraíba, a saber, pensamento pedagógico da Educação Física Brasileira, elementos que auxiliem em novas sínteses.

Palavras-chave: Esporte; Escola; Educação; Educação física.

1. INTRODUÇÃO

O esporte desempenha um papel para o desenvolvimento físico, cognitivo e social dos estudantes. Para além de sua função educativa, o esporte também carrega um potencial transformador, contribuindo para a formação integral dos indivíduos. Neste contexto, o esporte “na” escola emerge como uma prática que transcende as aulas de Educação Física, ganhando relevância como ferramenta pedagógica e de inclusão social. Porém, para que sua implementação seja eficaz, é necessário dialogar sobre as condições estruturais e organizacionais, ou seja, o porte “da” escola. 

Francisco Eduardo Caparroz, em suas contribuições para o campo da Educação Física e do esporte escolar, destaca a relação intrínseca entre as práticas esportivas e o contexto em que são desenvolvidas. O autor aborda questões que vão desde os objetivos pedagógicos do esporte até os desafios enfrentados pelas escolas, como a falta de infraestrutura, recursos humanos e apoio institucional. O autor convida à reflexão sobre como essas condições afetam a vivência esportiva e, por extensão, o impacto dessa vivência na formação dos estudantes. 

O conceito de esporte “na” escola, conforme discutido por Caparroz (2007), aponta para práticas educativas planejadas, integradas ao currículo escolar e voltadas para o desenvolvimento global do aluno. Essas práticas contrastam com abordagens competitivas ou excludentes, frequentemente associadas ao esporte de alto rendimento. No entanto, para que o esporte “na” escola alcance seus objetivos educacionais, é necessário que o porte “da” escola, ou seja, sua capacidade de oferecer suporte adequado, seja considerado. Esta relação entre prática e estrutura é o ponto de partida para discutir o tema central deste trabalho. 

Ao se debruçar sobre essa questão, percebe-se que a infraestrutura das escolas desempenha um papel determinante na promoção do esporte. Escolas que dispõem de espaços adequados, materiais esportivos em boas condições e profissionais qualificados têm maior probabilidade de implementar programas esportivos eficazes. Por outro lado, a carência desses elementos pode limitar as possibilidades de participação dos estudantes, perpetuando desigualdades sociais e regionais no acesso ao esporte. Portanto, discutir o esporte na escola sem considerar o porte da escola seria negligenciar aspectos estruturais que impactam diretamente o sucesso das políticas e práticas educativas. 

Frente ao exposto, o objetivo desta pesquisa foi explorar e aprofundar o diálogo entre o esporte “na” escola e o porte “da” escola, analisando como esses dois aspectos se inter-relacionam no contexto educacional. Por meio da revisão da literatura e da análise das contribuições de Francisco Eduardo Caparroz, busca-se compreender como as condições estruturais da escola podem influenciar a vivência esportiva e, em última instância, o processo de formação integral dos estudantes. 

A metodologia adotada para esta pesquisa foi a de natureza qualitativa, com foco em uma abordagem bibliográfica. Os dados foram analisados por meio da técnica da análise de conteúdo, que permitiu identificar padrões, categorias e significados presentes nos textos selecionados. Como dado empírico para análise, foi utilizada a obra de Caparroz (2007), ora intitulada de “Entre a educação física na escola e a educação física da escola”, a qual infere sobre os elementos que compõem as características da Educação Física na Escola e da Escola. 

Justifica-se a relevância desta pesquisa por destacar a importância do esporte como parte do processo educativo e por evidenciar os desafios estruturais que as escolas enfrentam para implementar práticas esportivas de qualidade. Ao dialogar com as ideias de Francisco Eduardo Caparroz, pretende-se contribuir para a formulação de políticas públicas e práticas pedagógicas que valorizem o esporte como um elemento transformador, promovendo a inclusão, o desenvolvimento integral e a redução de desigualdades no ambiente escolar.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 UM BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO FÍSICA E DO ESPORTE MODERNO: UM ENTENDIMENTO INDISPENSÁVEL AO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Acreditamos ser necessário iniciar este trabalho buscando o entendimento sobre o passado recente da Educação Física no ambiente escolar, seu conceito, suas finalidades e consequências à instituição escola. Teremos como base para esse entendimento o clássico da Educação Física, o livro Coletivo de Autores (1992) com objetivo de compreender o seu percurso histórico, tendo assim um entendimento mais amplo sobre sua influência na escola. 

O Coletivo de Autores (1992, p. 33) conceitua Educação Física como sendo“uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais como: jogo, esporte, dança, ginástica, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal”.

Podemos depreender sobre a referida citação que a Educação Física é uma disciplina que trata do conhecimento da cultura corporal no ambiente escolar a partir de alguns conteúdos, como o jogo, a dança, a ginástica, o esporte e outros. Porém, o Coletivo de Autores levanta uma observação de fundamental relevância para tal prática pedagógica, uma vez que enfatiza um entendimento amplo e não específico. 

Não distante disso, o Coletivo de Autores (1992, p. 34) nos adverte para a necessidade de compreender sua prática para transformá-la. Logo, expõe: Todavia responder a pergunta “o que é Educação Física?” exige uma análise criteriosa e rigorosa do que a Educação Física vem sendo. Uma teoria da prática pedagógica denominada Educação Física vai, necessariamente, ocupar-se da tensão entre o que vem sendo e o que deveria ser, ou seja, da dialética entre o velho e o novo. Mas, o que a Educação Física vem sendo (IDEM, p. 34). 

Iniciaremos o entendimento sobre a Educação Física escolar remontando o seu percurso histórico no Brasil, objetivando oferecer uma fundamentação teórica para melhor compreensão do que a Educação Física foi o que ela desenvolvia e pra quem desenvolvia. 

Recorremos ao Coletivo de Autores (1992) para resgatarmos o passado recente da Educação Física, sendo assim poderemos conceituá-la não de maneira estática, mas sim de maneira continuada, não como uma foto, e sim como um filme. 

No início do século XX foi marcante na Educação Física escolar os métodos ginásticos e métodos militares, com esses métodos a Educação Física era disciplina meramente prática, o fruto de uma disciplina escolar com esses moldes não oferecia o desenvolvimento do conhecimento científico, percebemos que pouco contribuia para a formação de uma identidade pedagógica. Após o fim do Estado Novo, surgem algumas tendências na tentativa de se firmarem na instituição escola, temos como exemplo o Método da Educação Física Desportiva Generalizada divulgada no Brasil por Auguste Listelo, esta tendência tem grande destaque uma vez que era estimulada por vários países da Europa como elemento predominante da cultura corporal. 

A partir da influência européia sobre a cultura corporal, sendo esta estimulada por meio do esporte, temos a possibilidade de estabelecer um entendimento quanto ao seu desenvolvimento no ambiente escolar. Tal influência se mostrou muito forte, uma vez que a Educação Física subordinou-se a reprodução de determinadas formas de esporte e as reproduziu no ambiente escolar, dessa forma tínhamos a Educação Física na escola e não a Educação Física da escola, o esporte por meio da Educação Física na escola tornou-se uma extensão das instituições esportivas. 

Nessa trajetória é evidente que a Educação Física sofreu forte influência dessas instituições, assumindo e reproduzindo suas práticas, compondo vários modelos de (corpo), primeiro com a instituição médica fomentando um corpo higiênico/eugênico, depois a instituição militar com um corpo dócil e disciplinado e por fim a instituição esportiva, produzindo uma idéia de corpo esportivo, competitivo, acrítico. Esse gene da Educação Física predominou em sua estrutura, expressando-se em todos os ambientes as características das instituições que a formou. 

Ao analisar a produção científica a partir da década de 80 Caparroz (2007) expõe que essa produção fica apenas no campo da denúncia, acreditamos ser assertiva essa afirmação, porém não discordamos de alguns autores, tais como: Carmen Lúcia, Celi Taffarel, Castellani Filho, Maria Elizabeth, Micheli Ortega e Valter Bratch, que em seus estudos traziam a tona as práticas que eram desenvolvidas a partir da Educação Física nos moldes acríticos, sendo este entendimento indispensável para transformação da referida disciplina. 

Este breve histórico fornece base teórica para melhor compreendermos o que a Educação Física foi, o que ela produziu e pra quem produziu. A partir dessa compreensão podemos estabelecer uma relação ao conteúdo esporte. 

Compreendemos que ao estabelecermos uma relação análoga entre a Educação Física ao esporte, também é necessário conceituá-lo assim como fizemos com a Educação Física. 

Ao traçarmos uma rápida e relevante trajetória histórica percebemos que a cultura corporal nas sociedades primitivas estava relacionada às ações de sobrevivência, na Grécia antiga relacionava-se com adorações aos deuses. E na atualidade, onde surge? Qual a essência do esporte moderno? Sobre o esporte moderno, temos segundo Elias apud Sávio (2005, p. 75). 

O esporte moderno surge na Inglaterra no século XVIII; Surge da transformação de jogos populares; Da Inglaterra, se espalha por todo o mundo e torna-se a principal expressão da cultura corporal e das ocupações de lazer. 

Segundo Bracht apud Sávio (2005, pg.18) o esporte vem sendo hegemonicamente conceituado e tratado da seguinte maneira: 

Refere-se a uma atividade corporal de movimento com caráter competitivo surgida no âmbito da cultura européia por volta do século XVIII, e que expandiu-se para todos os cantos do mundo. No seu desenvolvimento consequentemente no interior desta cultura, assumiu o esporte suas características básicas que podem ser sumariamente resumidas em: competição, rendimento físico-técnico, recorde, racionalização e cientifização do treinamento. 

Logo, entendemos que a cultura corporal, construída historicamente a partir de seus conteúdos, pode e deve se apresentar nas aulas de Educação Física escolar de várias outras maneiras e com perspectivas distintas da perspectiva meramente técnica. 

Sendo assim, percebemos que da mesma forma que a Educação Física vinha sendo tratada ambiguamente devido a vários fatores externos (uma Educação Física na escola e outra Educação Física da escola) o mesmo aconteceu com o esporte. Porém este último influenciou a área de tal modo que passou a se tornar elemento hegemônico da cultura 10 corporal. O esporte transforma-se assim no objetivo e o conteúdo da Educação Física escolar e estabelece uma nova relação passando de professor-instrutor para professor-treinador. 

Ora, a Educação Física através do esporte nessa perspectiva tornou-se um meio viável para o desenvolvimento do exercício de alto rendimento, tendo como objetivos a eficiência, o esforço e a seletividade. Sendo assim, surge uma contraposição entre duas possibilidades de esporte escolar, uma primeira que seria o esporte na escola que traz em sua bagagem os mesmos objetivos do esporte mídia, competição, desempenho e outra que seria o esporte da escola, na tentativa de romper com tais objetivos. 

Logo, um esporte com objetivos específicos de uma educação formal e não técnica, não no sentido de aperfeiçoamento das capacidades corporais, muito menos na revelação de atletas. A partir do exposto neste primeiro capítulo buscamos uma alternativa mais satisfatória para conceituarmos a Educação Física e o esporte, não dando apenas um conceito técnico e sim uma compreensão explicativa capaz de dizer não apenas o que é, mas como foi. Posteriormente, discutiremos com maior profundidade essas duas possibilidades de esporte. 

2.2 CONDENAR OU DEFENDER O ESPORTE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR? 

Tomando por base as observações feitas no capítulo anterior, onde identificamos as relações e nexos existentes entre a Educação Física e o esporte moderno em seu passado recente. Nesse segundo capítulo entendemos ser necessário estabelecermos uma relação análoga entre a Educação Física na escola e o esporte na escola, na tentativa de constatarmos, interpretarmos e principalmente julgarmos possíveis problemas a seu respeito. 

Iniciaremos expondo o entendimento de Caparroz (2007, p. 141) sobre a produção da década de 1980 e a influência de tais instituições em relação à Educação Física escolar. 

A produção teórica da década de 1980, aqui estudada, ao operar crítica sobre a incorporação e o desenvolvimento da Educação Física enquanto componente curricular, redundam em análises que explicitam a condição de marginalidade em que essa disciplina se encontrava no currículo. Esse entendimento parece ser decorrência das críticas operadas em relação à influência externa, dadas pelas instituições militar, médica e desportiva à Educação Física no interior da escola. 

É sobre a relação entre o esporte na escola e a Educação Física na escola que passamos a nos deter a partir de agora. Porém levantamos uma questão na tentativa de alcançarmos esses objetivos: devemos condená-lo ou defendê-lo nas aulas de Educação Física escolar? 

Para que seja possível responder essa pergunta e terminamos este capítulo com respostas ou pelo menos com novas possibilidades inacabadas, devemos aceitar em primeiro nu lugar que o esporte é um fenômeno social marcante, que entusiasma não só indivíduos, mas toda uma comunidade, toda uma nação, para tal afirmação sobre a relevância do esporte no meio social recorremos ao entendimento de Hugo e Marco (2009, p. 28) “O esporte constitui- se hoje, sem dúvida nenhuma, num dos mais importantes objetos de análises, não apenas das ciências do esporte, mas de múltiplas abordagens literárias”. 

Essa pergunta e afirmação colocam o esporte como sendo uma prática social muito rica e diferenciada de sentidos e significados e isso ocasiona alguns desvios de finalidades, o que queremos dizer com desvios de finalidades é o mesmo que perguntar: Será que o sentido que estabeleço com a prática esportiva assemelha-se com o que quero desenvolver com uma prática esportiva voltada para uma educação formal? Uma vez que o nosso foco é o esporte desenvolvido nas aulas de Educação Física escolar. 

Procuraremos pensar empiricamente sobre esses sentidos e significados que o esporte apresenta, baseando-se na referência supracitada, e a partir do pensar, objetivamos melhor interpretar e compreender esse fenômeno social tão complexo. 

Foi possível depreender de forma análoga a Educação Física na escola, que o conteúdo esporte na escola, quando prioriza o desenvolvimento do exercício de alto rendimento, tendo como objetivos a eficiência, o esforço e a seletividade, essa possibilidade de esporte desarticula-se com a proposta da instituição escola, logo, de uma educação formal. 

O Coletivo de Autores (1992, p. 24) expõe que a finalidade da Educação Física que tem como meta o desenvolvimento da capacidade física é: 

Apoia-se nos fundamentos sociológicos, filosóficos, antropológicos, psicológicos e, enfaticamente, nos biológicos para educar o homem forte, ágil, apto, empreendedor, que disputa uma situação social privilegiada na sociedade competitiva de livre concorrência: a capitalista. Procura através da educação, adaptar o homem à sociedade, alienando-o da sua condição de sujeito histórico, capaz de interferir na transformação da mesma. 

Em consequência o Coletivo de Autores (1992, p. 24) expõe que ao priorizar tal perspectiva podemos constatar que: “Nessa linha de raciocínio pode-se constatar que o objetivo é desenvolver a aptidão física. O conhecimento que se pretende que o aluno aprenda é o exército de atividades corporais que lhe permita atingir o máximo de sua capacidade física.”

Ainda sobre a relação, segundo o Coletivo de Autores (1992, p. 37) a Educação Física ao priorizar o desenvolvimento da aptidão física a partir do esporte prioriza um método tecnicista de formação. “E assim que, por possuírem idênticos pressupostos como, por exemplo, a racionalização de meios em busca de eficiência e eficácia, a identidade esportiva da Educação Física escolar é fortalecida pela pedagogia tecnicista”. 12 

É inevitável pensarmos no esporte na escola sem pensarmos na Educação Física na escola uma vez que esta última era e é a disciplina que trata deste conteúdo com maior relevância nas aulas. Logo, se torna necessário identificarmos como a Educação Física influenciou as práticas pedagógicas. 

No primeiro capítulo onde tratamos o passado recente da Educação Física, vimos segundo a obra supracitada, que o histórico da mesma é uma base teórica de peso para estabelecermos de forma empírica tal analogia, porém afunilaremos esta discussão em relação ao esporte, na tentativa de justificar que tais objetivos do esporte na escola é estimulado a partir de significações externas, ou seja, dadas socialmente. Para tal objetivo, podemos depreender a partir de Leontiev (1981) apud Coletivo de Autores (1992, p. 41: “As significações não são eleitas pelo homem, elas penetram as relações com as pessoas que formam sua esfera de comunicações reais. Isso quer dizer que o aluno atribui um sentido próprio às atividades que o professor lhe propõe. Mas essas atividades têm uma significação dada socialmente, e nem sempre coincide com a expectativa do aluno.”

A Educação Física na escola e o esporte na escola foram e são caracterizados como tal devido ao trato dos seus métodos e consequentemente seus objetivos. Esse trato surge a partir de significações dadas socialmente, influenciadas por práticas hegemonicamente impostas. Sendo assim, a essência da prática desenvolvida por esse tipo de esporte era e é o esforço, eficiência, o exercício de alto rendimento, objetivando assim o desenvolvimento da aptidão física. Sobre a relação entre a escola e o esporte na escola, temos uma explicação a partir do Coletivo de Autores (1992, p. 37): 

Essa influência do esporte no sistema escolar é de tal magnitude que temos, então, (não o esporte da escola, mas sim o esporte na escola. Isso indica a subordinação da Educação Física aos códigos/sentido da instituição esportiva, caracterizando-se o esporte na escola como um prolongamento da instituição esportiva: esporte olímpico, sistema desportivo nacional e internacional. Esses códigos podem ser resumidos em: princípios de rendimento atlético/desportivo, competição, comparação de rendimento e recordes, regulamentação rígida, sucesso no esporte como sinônimo de vitória, racionalização de meios e técnicas etc.

Nessa perspectiva o esporte, enquanto conteúdo da Educação Física na escola é tratado pedagogicamente de maneira meramente técnica, não que a técnica seja desprezível, mas a técnica pela técnica pouco contribui para o processo de formação do indivíduo aluno, do cidadão, do ser humano participativo, crítico, analítico, questionador identificador, transformador. Logo, percebemos o quanto é devastador para o processo de formação do indivíduo essa perspectiva de educação. 

Esses são apenas alguns aspectos da relação entre a Educação Física e o esporte, porém, essa relação culmina em práticas que claramente se manifestam no ambiente escolar 13 de forma inversa, desarticulada e errônea, é nesse cenário que a Educação Física na escola trata o esporte, sendo assim não é exagero afirmar que nessa perspectiva a escola juntamente com uma de suas disciplinas “Educação Física” não estão servindo a sociedade como um todo e sim, em sintonia com as instituições esportivas. 

A crítica que levantamos é que a escola através da Educação Física assume códigos e sentidos estabelecidos pelas instituições esportivas e os reproduz. Logo, o esporte que acontece na escola a partir da Educação Física com essa perspectiva, não está a serviço da sociedade e sim da instituição esportiva, quando em suas aulas transmite os valores de tais instituições. 

Sendo assim, percebemos que o esporte na escola é resultado da reprodução acrítica humana, que se apropriou ao longo dos anos de tais sentidos/significados, competitivo, de rendimento, pela execução impecável, pela seletividade e por que não pela exclusão e acabou por ser introduzida no ambiente escolar. 

Nesse sentido discutimos os principais elementos do esporte na escola, enfatizando que o mesmo ao ser tratado nas aulas de Educação Física escolar apresentava em seu gene características contrárias aos objetivos da escola, ou seja, (o esforço, a técnica, a eficiência, o exercício de alto rendimento, objetivando o desenvolvimento da aptidão física). 

É de uma imensa necessidade a constatação, interpretação e principalmente o julgamento sobre as diferentes manifestações do esporte, isso se apresenta ao nosso entendimento como um ponto importante que deve ser constatado não apenas pelos alunos nas aulas de Educação Física escolar quando abordado o tema esporte, mas também por todo corpo de profissionais que lidam com esse processo de intermediação do conhecimento. 

Encerraremos nossa reflexão retomando o questionamento realizado em seu início, devemos condenar ou devemos defender o esporte nas aulas de Educação Física escolar? 

A partir do exposto verifica-se uma discordância entre a instituição escola democrática e a Educação Física na escola juntamente com o esporte na escola, enfim, no que se refere a esses objetivos mencionados anteriormente não achamos exagero constatá-los, interpretá-los e Julgá-los, como sendo objetivos contrários à escola democrática. 

Ao término deste capítulo alcançamos um melhor entendimento sobre o esporte na escola, quando ressaltamos ser de fundamental importância para os alunos e professores a necessidade de constatação e interpretação constante desse fenômeno social chamado esporte, dessa forma não nos subordinaremos inconscientemente aos sentidos/significados e objetivos atrelados de forma desarticulada à instituição escola, logo, o importante é: que perspectiva de esporte que devemos desenvolver nas aulas de Educação Física escolar? 

2.3 ESPORTE DA ESCOLA: REAFIRMANDO A MUDANÇA DE FOCO NO AMBIENTE ESCOLAR 

Neste terceiro capítulo, discutiremos o esporte da escola na perspectiva da abordagem crítico-superadora, sob o foco da escola como instituição democrática, sendo esta parte integrante do todo social que deve servir aos interesses populares garantindo um bom ensino, preparando o aluno para o mundo, proporcionando-lhe a aquisição dos conteúdos concretos e significativos, fornecendo-lhe instrumentos para a sua inserção no contexto social de forma organizada, ativa, crítica e transformadora. Logo, buscaremos nas considerações finais da obra de Caparroz (2007, p. 141) o norte para nossa discussão. 

A denúncia dessa condição marginal é a base que leva os autores da década de 1980 a sugerirem saídas para a Educação Física, não só para superar a marginalização da área no currículo como também para produzir um acerto de contas como passado. Esse terreno constitui-se no ponto de partida para a discussão sobre a verdadeira identidade da área. Negando os elementos constituidores e conformadores da incorporação e desenvolvimento da Educação Física como componente curricular no seu passado e presente (imperfeito), essa geração passa a discutir o que deveria fazer (o futuro mais que perfeito) da área. 

O mesmo relata a necessidade de saltarmos para fora em busca da identidade perdida, expondo a importância de pensarmos no que deveria ser e não apenas no que foi, tentaremos estabelecer relação análoga entre uma Educação Física da Escola e o esporte da Escola, desta forma subsidiamos ainda que em proporção muito pequena este tão grandioso salto para fora. 

A partir do entendimento do capítulo anterior, verificamos que o importante não é negar ou condenar o esporte nas aulas de Educação Física escolar, mas sim, que perspectiva de esporte iremos desenvolver. Para tal afirmação recorremos ao entendimento de Sávio (2005, p. 15) onde o mesmo relata sobre outra perspectiva de esporte. 

A negação do esporte não vai no sentido de aboli-lo ou fazê-lo desaparecer ou então, negá-lo como conteúdo das aulas de EF. Ao contrário, se pretendemos modificá-lo é preciso exatamente o oposto, é preciso tratá-lo pedagogicamente. É claro que, quando se adota uma perspectiva pedagógica crítica, este “tratá-lo pedagogicamente” será diferente do trato pedagógico dado ao esporte a partir de uma perspectiva conservadora de educação. 

Partindo do pressuposto que a exclusão do trato com o conteúdo esporte em outras perspectivas é em decorrência da superficialidade de tal conhecimento, ou até mesmo a ausência deste e também de várias abordagens metodológicas, causando diferentes objetivos a serem desenvolvidos, entendemos que tudo isso acaba comprometendo a ação pedagógica do professor frente ao conteúdo esporte. 

Essa prática compromete o papel do professor de Educação Física escolar, uma vez que tal papel vai além da idéia de ensinar os conteúdos de forma meramente técnica, inconsciente, subordinada apenas às reproduções de modelos dados socialmente. Ela é o principal meio de transformação do ser humano, pois é através de uma boa educação que o indivíduo vai adquirir bases para uma vida em sociedade, sabendo discernir, optar, analisar, criticar sobre o meio em que vive, e principalmente modificar. 

A prática pedagógica do professor tem atrás de si condicionantes sociopolíticos que configuram diferentes concepções de homem e de sociedade, logo, diferentes pressupostos sobre o papel da escola. 

Fica claro que o modo como os professores realizam seu trabalho, selecionam e organizam o conteúdo das matérias, ou escolhem técnicas de ensino e avaliação tem a ver com pressupostos teórico-metodológicos, explícita ou implicitamente. 

Tratar o esporte por meio da abordagem crítico-superadora possibilita vivências privilegiadas ao aluno, onde o mesmo remonta a efetiva construção do conhecimento, fazendo-o entender que a acumulação dos saberes se dá ao longo de todo percurso histórico, contribuindo para uma reflexão, um pensar crítico, aproximando-se das etapas desejadas (constatar, interpretar, compreender explicar e principalmente intervir na história humana), não reproduzindo de forma inconsciente outros sentidos/significados que sejam desarticulados da escola democrática. Não distante disso o Coletivo de Autores (1992, p.27) nos traz a importância sobre o entendimento amplo/histórico, pois sem tal entendimento as etapas supracitadas ficam comprometidas. 

Nesse sentido, o conhecimento é tratado de forma a ser retraçado desde sua origem ou gênese, a fim de possibilitar ao aluno a visão de historicidade, permitindo-lhe compreender-se enquanto sujeito histórico, capaz de interferir nos rumos de sua vida privada e da atividade social sistematizada. O conteúdo do ensino, obviamente, é configurado pelas atividades corporais institucionalizadas. No entanto, essa visão de historicidade tem um objetivo: a compreensão de que a produção humana é histórica, inesgotável e provisória. Essa compreensão deve instigar o aluno a assumir a postura de produtor de outras atividades corporais que, no decorrer da história, poderão ser institucionalizadas. 

Em consequência ao referido trato, o indivíduo deixa de ser reprodutor de práticas hegemonicamente impostas e passa a ser produtor de novas práticas, ou seja, de práticas que satisfaçam a necessidade da escola democrática, e juntamente suas próprias necessidades. O Coletivo de Autores (1992, p. 29) fala sobre a importância de tal perspectiva: 

Nessa perspectiva da reflexão da cultura corporal, a expressão corporal é uma linguagem, um conhecimento universal, patrimônio da humanidade que igualmente precisa ser transmitido e assimilado pelos alunos na escola. A sua ausência impede que o homem e a realidade sejam entendidos dentro de uma visão de totalidade. 16 Como compreender a realidade natural e social, complexa e contraditória, sem uma ms * reflexão sobre a cultura corporal humana? 

Para tal compreensão e consequentemente um trato pedagógico diferenciado faz-se necessário a apreensão dos vários significados atrelados ao esporte, e principalmente o Julgamento sobre os mesmos. Sendo assim, temos, segundo o Coletivo de Autores (1992, p. 26). 

Na perspectiva da reflexão sobre a cultura corporal, a dinâmica curricular, no âmbito da Educação Física, tem características bem diferenciadas das da tendência anterior. Busca desenvolver uma reflexão pedagógica sobre o acervo de formas de representação do mundo que o homem tem produzido no decorrer da história, exteriorizadas pela expressão corporal: jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, malabarismo, contorcionismo, mímica e outros, que podem ser identificados como formas de representação simbólica de realidades vividas pelo homem, historicamente criadas e culturalmente desenvolvidas. 

Ainda sobre tal perspectiva o Coletivo de Autores (1992, p. 28) aponta para tal tratamento pedagógico, expondo assim tais evidências: “Nessa perspectiva o Esporte, enquanto tema da cultura corporal, é tratado pedagogicamente na Escola de forma crítico-superadora, evidenciando-se o sentido e o significado dos valores que inculca e as normas que o regulamentam dentro de nosso contexto sócio-histórico.”

Percebe-se que, os vários conceitos construídos historicamente a respeito da Educação Física (médico, militar e desportista), acarretam em um caos tanto da área quanto de suas práticas, em especial sua prática pedagógica, este último sendo o mais sério, pois sem uma orientação clara e objetiva a respeito do direcionamento da Educação Física escolar e consequentemente dos seus conteúdos, as aulas acabam por serem apenas simulações, reproduções.

Esse caos que a área sofre é o que ocasiona a formulação de vários conceitos, logo, uma Educação Física na e outra da escola, idem aos seus conteúdos, todavia no ambiente escolar devemos ter bem definidas as metas a serem atingidas e consequentemente que tipo de Educação Física irá se desenvolver nesse ambiente, sendo assim, temos segundo Hugo e Marco (2009, p. 176). “O que me parece fundamental é que o esporte como presente na cultura, nas suas diferentes manifestações, precisa passar pela mediação pedagógica quando alçado ao currículo escolar”. 

Ora se essa mediação não acontece ou acontece de forma superficial, acabamos reproduzindo modelos impostos socialmente, pela mídia, pela instituição desportiva e entre outras mais, desarticulando-se aos objetivos da instituição escolar. “Ver nova compreensão sobre essa definição. Presente no Coletivo de Autores (2009). 

É preciso recuperarmos a dignidade pedagógica, a Educação Física na escolar ao fazer do conteúdo esporte um trampolim para o rendimento, a seletividade e a concorrência como meta a ser atingida, acaba contrariando os objetivos da instituição escolar. 

Possibilitar novas experiências para os alunos, visando à ampliação dos conhecimentos acerca do esporte, trará uma elevação do senso crítico, de conhecimentos, que se constroem através da historicidade, da realidade concreta, expressando seus sentidos e significados, oportunizando análises bem mais abrangentes e não exclusivamente reprodutoras, onde o ensino não fosse ministrado com fins modeladores, mas dentro de perspectivas de resistência e transformação. 

Dessa forma, acreditamos estar em concordância com Caparroz (2007) quando o mesmo aponta para a compreensão sobre Educação Física como sendo uma prática social e disciplina escolar no sentido restrito, tendo que buscar uma identidade ainda perdida. Todavia, para tal desafio faz-se necessário a constatação, a interpretação e o julgamento sobre a Educação Física e o esporte no ambiente escolar. 

Logo, se pretendemos dar outros rumos à Educação Física escolar, precisamos antes de tudo entender como foi inserida, por quem e quais objetivos, estabelecendo um entendimento claro sobre o que foi e o que deverá ser. Sendo assim, entendemos que a Educação Física não deve enfatizar práticas esportivas que reiterem o alto rendimento e a seleção de alunos, mas que passe a produzir uma cultura na qual haja um confronto de sentidos/significados, possibilitando a formulação de novas sínteses.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Realizamos no primeiro capítulo uma análise sobre a história recente da Educação Física, cujo objetivo foi estabelecer reflexões conceituais e de finalidades, entendemos ao término de nossas reflexões fundamentadas no Coletivo de Autores que responder o que é Educação Física só faz sentido, quando a preocupação é compreendê-la para transformá-la. Estabelecemos também um breve entendimento sobre o esporte moderno, quando procuramos verificar o seu surgimento, bem como foi tratado de maneira hegemônica ao longo da história. 

A partir deste entendimento já foi possível realizarmos um diagnóstico sobre a relevância de tal perspectiva, tanto da Educação Física quanto do esporte no ambiente escolar, verificamos a partir dessa breve e resumida trajetória explicativa do que a Educação Física e o 18 esporte moderno vinham sendo, como se apresentavam neste ambiente, o que produziam e pra quem produziam enquanto componente curricular. 

No segundo capítulo encaramos o desafio de estabelecer uma relação análoga entre a Educação Física na escola e o esporte na escola, na tentativa de aprofundarmos nossa interpretação, compreensão e principalmente julgamento sobre as várias manifestações que o fenômeno esportivo apresentava e apresenta no referido ambiente. 

Caparroz assim fez com a Educação Física e nos presenteou com essa obra, que nos permitiu e nos permite enxergar historicamente um momento fundamental para a Educação Física, e consequentemente para uma nova Educação Física. Temos segundo Caparroz (2007) duas representações de Educação Física; uma Educação Física na escola: formalismo e sentido genérico reproduzindo práticas a partir das influências externas, tais como: instituição médica, militar e desportiva, na tentativa de justificar uma possível cientificidade e uma Educação Física da escola cujo seu sentido é: prática social e disciplina escolar de forma restrita, logo em sintonia com os objetivos da instituição escola. 

O mesmo questiona a incorporação da Educação Física pela instituição escolar e como a mesma se desenvolveu, levanta críticas aos autores por entender que os mesmos focaram suas pesquisas apenas em fatores externos. Em contrapartida, foi e é possível se aproximar do Julgamento sobre a relevância de sua prática a partir desta produção que passa a denunciar a essência/síntese da Educação Física em seu modo acrítico, essa produção se mostra de fundamental relevância para o processo de transformação da Educação Física no ambiente escolar. No terceiro e último capítulo, tratamos do esporte da escola a partir da abordagem crítico-superadora, objetivando não excluí-lo muito menos abandoná-lo, mas darmos um tratamento contrário ao que verificamos em sua outra manifestação. 

Sendo assim, podemos depreender uma questão dialética entre o esporte na escola e o esporte da escola, quando percebemos que cada um tem seus objetivos próprios e também contrários um do outro. 

Em conclusão, percebemos que assim como a Educação Física vive um conflito de conceito, representado por uma Educação Física (na e da escola), o mesmo acontece com seu conteúdo esporte, representado por sua vez em esporte (na e da escola), essas várias formas de representações tanto da Educação Física quanto do esporte causam uma necessidade básica e indispensável ao professor de Educação Física escolar, onde este juntamente com todo corpo de profissionais da escola, tem o desafio de compreender a necessidade do aluno, da 19 comunidade e da sociedade em geral e não apenas de parte dela, deixando de privilegiar determinadas formas de conceitos e expressões. 

Podemos depreender a partir da obra de Caparroz (2007) que a Educação Física se mostrava naquele momento de forma ambígua devido às muitas abordagens pedagógicas e de resquício da sua má herança genética, ainda hoje podemos empiricamente concluir que essa disputa de finalidades e objetivos ainda é bem forte. Pois percebemos muitas perspectivas de esporte no ambiente escolar, discutimos o esporte na escola, onde este representa as instituições externas com seus objetivos e suas propostas desarticuladas a instituição escola, logo preocupada em um processo de educação não formal, discutimos também o esporte da escola, apresentando-se com objetivos semelhantes aos objetivos da instituição escola, logo em um processo de educação formal, onde deve traçar um caminho que possibilite a reinvenção do esporte, uma reorientação no seu sentido significado, logo proporcionando uma alteração no seu papel social. 

Nesse sentido, entendemos que o esporte da escola poderá ser desenvolvido com maior ênfase, subsidiando a transformação da Educação Física escolar. Nas análises do conteúdo aqui citado, procuramos empiricamente destacar a presença ou a ausência de características e objetivos que se assemelham com os objetivos de uma educação formal e democrática, logo de uma Educação Física para além da reprodução. 

Destaca-se a partir do exposto a necessidade de criticarmos as proposições pedagógicas da Educação Física na escola juntamente com o esporte na escola, onde estes dão sustentação a uma educação que defendem para a formação de homem um indivíduo acrítico, com a finalidade de reproduzir práticas hegemônicas, desarticuladas à instituição escola, logo práticas que vêm de fora da escola e não práticas que surgem da escola. 

Todavia, nós não desconsideramos a sua forma aqui criticada, pois entendemos que a constatação, interpretação e o julgamento sobre as várias formas do esporte, ficam mais acessíveis quando entendemos a Educação Física na escola e consequentemente o esporte na escola, que traz em sua bagagem seus sentidos/significados contrários aos objetivos de uma educação formal. Esperamos que este trabalho possa servir de norte para outras experiências acadêmicas e com certeza docentes, tanto no departamento de Educação Física da Universidade Estadual da Paraíba, quanto fora dele, estimulando a mediação de uma nova prática de ensino diferente da usual, esperamos também que sejam problematizados e amplamente discutidos, cujo teor deste trabalho foi exatamente este.

REFERÊNCIAS

ASSIS DE OLIVEIRA, Sávio. Reinventando o esporte: possibilidade da prática pedagógica. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 2005.

CAPARROZ, Francisco Eduardo. Entre a Educação Física na escola e a Educação Física da escola. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 2007.

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da Educação Física. São Paulo, Cortez, 1992.

LOVISOLO, Hugo; STIGGER, Marco Paulo. Esporte de Rendimento e Esporte na Escola. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 2009.

TRIVINOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa emeducação. São Paulo: Atlas, 1987. 175 p.


1Especialista formado pela Universidade Estadual da Paraíba, e-mail walbertiago575@gmail.com