REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10841584
Alaíde Leandro da Silva1
Drª. Talita Carvalho Silva de Almeida2
O presente artigo é um relato de experiência acerca do que foi desenvolvido na 1ª Feira de Ciências e Matemática – I EUREKA, que proporcionou conhecimento em maneiras de empreender sendo sustentável na produção artesanal, visando obter renda e contribuir para o bem estar do planeta. O público do trabalho foram 16 turmas entre o 6º e 9º anos do Ensino Fundamental II. Teve como objetivo desenvolver ações usando recursos que darão subsídios financeiro e empreendedor, contribuindo de maneira sustentável na preservação do meio ambiente, obtendo assim lucros financeiros. A metodologia usada, neste artigo, foi desenvolvida em três momentos, sendo o primeiro: reunião entre professores, na qual levantou-se situações de consumo exagerado de produtos e o descarte inapropriado de resíduos que prejudicam o meio ambiente, culminado com uma sequência didática; o segundo momento foi o diálogo com os alunos, que levantou nomes de produtos descartados inapropriadamente e que podem ser reutilizados na produção de artesanato visando a geração de recurso financeiro, oportunizando aos jovens montar uma empresa fictícia; o terceiro momento, partiu-se para a elaboração do nome da empresa, logo marca, confecção dos produtos, valores monetários e comercialização na I EUREKA. Os materiais produzidos foram: bolsas de caixinhas de leite, objetos decorativos de madeira, biojoias de caroço de açaí e taças de garrafas de vidro. Conclui-se que a participação na I EUREKA que abordou o empreendedorismo através da educação Financeira de maneira significativa nas escolas, contribuiu para a formação de cidadãos críticos e conscientes.
Palavras-chave: Educação Financeira; Empreendedorismo; Sustentabilidade; Cidadãos conscientes.
Introdução
Os professores, juntamente com os alunos das turmas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental II, desenvolveram o projeto Empreendedorismo através da Educação Financeira na Escola: Sustentabilidade como foco norteador, com intuito de informar e conscientizar a comunidade escolar acerca de diversos problemas existente a partir do consumo inconsciente de produtos e o descarte inapropriado de embalagens, enfatizando maneiras de empreender e obter lucros financeiros na produção de produtos artesanais para serem comercializados na I EUREKA.
Tendo como objetivo desenvolver ações usando recursos que darão subsídios financeiro e empreendedor, contribuindo de maneira sustentável na preservação do meio ambiente, obtendo assim lucros financeiros. O estudo foi fundamentado em pesquisa bibliográfica e aplicada seguindo habilidades e competências da BNCC. A metodologia usada neste trabalho foi desenvolvida em três momentos: o primeiro foi a reunião entre professores, na qual levantou-se situações de consumo exagerado de produtos e o descarte inapropriado de resíduos que prejudica o meio ambiente, culminado com sequência didática que abordaram como principais tópicos: historicidades dos conceitos de sustentabilidade, empreendedorismo e a Educação Financeira, além do levantamento de ideias sobre o que poderia ser feito com diferentes produtos descartados.
O segundo momento foi o diálogo com os alunos, a partir do qual levantou-se nomes de produtos descartados inapropriadamente que poderiam ser trabalhados na produção artesanal visando a geração de recursos financeiro, oportunizando aos jovens montarem uma empresa fictícia visando a necessidades de comercialização dos produtos artesanais. A partir desse encontro, professores e alunos dialogaram e realizaram levantamentos sobre quais produtos seriam consumidos e os resíduos descartados em suas casas.
No terceiro momento, partiu-se para a elaboração do nome da empresa, logo marca, confecção dos produtos, valores monetários e comercialização na I EUREKA.
A proposta de montar uma empresa fictícia, teve como propósito orientar os alunos, de maneira prática, situações que envolvem as produções de artesanato, visando incentivar a caminhada na direção da autonomia financeira e do empreendedorismo.
As produções artesanais surgiram a partir do uso de embalagens, sementes de açaí e garrafas de vidro, foram os produtos, mas escolhidos entre os alunos, pois no município de Canaã dos Carajás produtos como esses são consumidos, diariamente. Os alunos produziram bolsas, objetos decorativos de madeira, taças de garrafa de vidro e biojoias, analisaram os gastos na produção dos artesanatos e com isso, levantaram valores de venda, visando lucros financeiro com a venda dos produtos na I EUREKA. Com isso, desenvolveram noções de Educação Financeira que lavarão para fora dos muros da escola. A culminância do projeto se deu na praça do Novo Horizonte, onde aconteceu a I EUREKA, no período de 02 e 03 de junho de 2022, quando foram expostos e vendidos os produtos artesanais.
As pesquisas sobre Empreendedorismo e Educação Financeira foram ampliadas com o estudo sobre o descarte de resíduos e reaproveitamentos, a partir da exibição de vídeos aos alunos, além dos momentos de diálogos em sala de aula além de oficinas de criação de produtos artesanais.
No primeiro momento os professores discutiram sobre o subtema da feira e que seria repassados aos alunos, várias sugestões foram levantadas, tais como: a reciclagem e reutilização usando o lixo que os próprios alunos tinham acesso dentro de suas próprias casas, sendo eles: embalagens de plásticos, garrafas, pedaços de madeira, caixinhas de suco e leite entre outros e visando produções significativas que os alunos poderiam produzir e comercializar através de ideias empreendedoras focando na sustentabilidade que ajudam com a preservação do nosso planeta. Então o subtema ficou como recorte “Sustentabilidade em ação, aproveitamento de madeira, plástico e papel na reutilização e transformação de objetos decorativos’’.
O corpo docente enfatizou diversas sugestões para produções, tais como: tapetes de plásticos e retalhos de tecidos, carteiras de caixinha de leite, vasos, suporte de madeira para pôr vasos de plantas, decoração de garrafas entre outras.
A partir de diversas ideias surgiram a ideia de vender esses produtos, valores que seriam gastos nas produções e valores a serem comercializados, então juntos decidimos criar uma empresa fictícia para comercializar esses produtos que seriam produzidos pelos alunos, mas antes foi necessário apresentar o projeto aos alunos, até por eles serem o público importantíssimo nessas produções e escolhas de todos os passos a serem seguidos.
Para tanto o projeto foi apresentado aos estudantes em roda de conversa nas quais poderiam opinar sobre a importância de criarmos uma empresa fictícia que teria como foco a venda de produtos artesanais sustentáveis, em tudo teve participação ativa dos alunos, tanto no nome da empresa quanto nos produtos a serem comercializado, claro que como lidamos com adolescentes, surgiram ideias excelentes quanto outras que gastaríamos mais do que lucraríamos, mas juntos entramos em acordo que recolheríamos aquilo que seriam mais produzidos em suas casas. Os alunos trouxeram de suas casas: garrafas de cervejas, caixinhas de leite e suco, grãos de açaí, madeiras, garrafas pets entre outras, e alguns alunos pesquisaram ideias assistindo vídeos. Então escolhemos produzir objetos como: carteira, biojoias, copos e taças de garrafas de vidro, suporte decorativos para planta com madeira, tabuas de cortar carne sendo que todas as ações foram encaminhadas e orientadas adequadamente respeitando o limite de cada estudante e através de oficinas colocamos em práticas as produções.
Durante toda a execução do projeto esperamos que os discentes se conscientizassem que devemos evitar os consumismos desenfreados de produtos e que ao consumir desenvolveríamos ideias sustentáveis na reutilização ou reciclagem de resíduos que traria como consequência a poluição, enfatizando assim a cidadania social em cada aluno e ao mesmo tempo despertar o censo empreendedor. O projeto foi trabalhado com 16 turmas do Ensino Fundamental II com idade entre 10 e 16 anos, nos períodos matutino e vespertinos durante os meses de maio e abril de 2022, onde cada estudante pode participar da sua maneira, pois ambos gostaram das ideias compartilhadas.
Os conteúdos abordados durante a execução do projeto foram muito significativos, tais como história do empreendedorismo e educação financeira, produções de logo marca e propagandas em vender os produtos, valores gastos e ganhos com as vendas, significado do que seria Eureka, conteúdos como esses foram abordados no processo avaliativo do bimestre.
Os alunos sob orientações dos professores produziram vários produtos, segue lista e imagens a seguir:
Produto | Gasto | Valor à venda | Quantidade |
Carteira de caixa de leite | R$ 15,00 | R$ 50,00 | 15 |
Bolsa de caixa de leite | R$ 10,00 | R$ 50,00 | 20 |
Vaso de papelão | R$15,00 | R$ 100,00 | 6 |
Suporte de madeira p/ planta | R$ 5,00 | R$ 120,00 | 5 |
Taças e copos de garrafas | R$ 00,00 | R$ 50,00 | 70 |
Descanso de panelas | R$ 10,00 | R$40,00 | 30 |
Biojoias | R$ 15,00 | R$ 50,00 | 10 |
Embalagens de pets | R$ 5,00 | R$ 5,00 | 50 |
Tabuas de cortar carne | R$00,00 | R$100,00 | 2 |
Imagens dos produtos produzidos
A pesquisa foi fundamentada através do estudo bibliográfico baseado em diferentes teóricos que abordam o Empreendedorismo e educação financeira tais como; Benjamim Grahan “O investidor inteligente, Aprender valores, Robert Toru Kiyosaki (nascido em 8 de abril de 1947) é empresário, investidor e escritor. Conhecido principalmente pelo livro “Pai Rico, Pai Pobre”, Patrícia Santana de Argôlo Pitanga em sua dissertação “EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA SALA DE AULA: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA NO ENSINO MÉDIO”, Centro OCDE/CVM de Educação e Alfabetização Financeira para América Latina e o Caribe PRINCÍPIOS DE ALTO NÍVEL DA INFE PARA AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA, Joseph Schumpeter, em seu livro “Capitalismo, Socialismo e Democracia”,
Revista Nova escola e Base Nacional Comum Curricular.
– vídeos que foram utilizados (caso tenha colocar endereço)
Disponível em: https://www.youtube.com/acesso em 22 de out.2022 as 22:24 horas
Disponível em:https://www.youtube.com/acesso em 22 de out,2022 hs as 22:29
1 – Tópico do trabalho (Estrutura didática do projeto)
A escola Sebastião Agripino da Silva atende estudantes do 1º ano do Ensino Fundamental I ao 9º ano do Ensino Fundamental II. O presente projeto foi desenvolvido com estudantes do 6º ao 9º ano, sendo atendida 16 turmas: 4 turmas do 6º ano, 4 turmas 7º ano, 4 turmas 8º ano, 4 turmas 9º ano.
O trabalho traz como título “Empreendedorismo através da Educação Financeira na Escola: Sustentabilidade como foco norteador”, nos períodos matutino e vespertino, os conteúdos foram abordados semanalmente de maneira interdisciplinar sendo realizado atividades referentes ao projeto três vezes na semana durante os meses de abril e maio e culminado em 03 a 05 de junho.
O objetivo foi desenvolver ações usando recursos que darão subsídios financeiro e empreendedor, contribuindo de maneira sustentável na preservação do meio ambiente, obtendo assim lucros financeiros.
De acordo com a BNCC
a Educação financeira está entre os temas transversais e deverão constar nos currículos de todo o Brasil. Isto significa que esse tema passa a fazer parte de uma lista de assuntos que devem ser incorporados às propostas pedagógicas de estados e municípios, a exemplo do que ocorrerá com Educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira, Educação ambiental e Educação para o trânsito, entre outros.
A Educação financeira mesmo sendo abordado como um tema interdisciplinar, apenas a Base de Matemática o contempla explicitamente.
A metodologia usada neste trabalho foi desenvolvida em quatro momentos: primeiro momento- reunião com o corpo docente e levantamento de tópicos a serem abordados; segundo momento- apresentação do tema aos alunos: terceiro momento-criação da empresa fictícia, produção dos artesanatos e no quarto momento- comercialização na feira EUREKA.
Primeiro momento- Reunião do corpo docente
Em uma quarta feira o corpo docente da escola Sebastião Agripino da silva reunira-se para debaterem sobre propostas a serem abordadas na I Eureka, na qual levantou-se diversas situações problemas que poderiam ser abordados a respeito do tema gerador da feira. Segue a seguir imagem do tema gerador;
Fonte: SEMED
Autor: Secretaria municipal de educação
Com isso os professores destacaram situações como o consumo exagerado de produtos e o descarte inapropriado de resíduos que tem como consequência poluir o meio ambiente, nas quais esses produtos devem ser reaproveitados ou reciclados através de ideias sustentáveis. Para tanto montou-se uma sequência didática.
Sequência didática
A sequência didática é uma estratégia educacional que busca ajudar tanto os alunos quanto os professores a resolverem uma ou mais dificuldades reais sobre um tema específico. Seu resultado vem a partir da construção e acumulação de conhecimento sobre um assunto em questão, obtido por meio do planejamento e execução, ao longo de um período de tempo, de várias atividades que conversam entre si. Elementos que foram levantados na sequencia didática: Tema a ser trabalhado (definido de acordo com o currículo escolar e o projeto político-pedagógico (PPP) da instituição), objetivo da sequência didática, conteúdo a serem trabalhados, habilidades da BNCC a serem desenvolvidas, tempo de execução da sequência didática, materiais necessários para a execução das atividades da sequência, detalhamento de cada aula da sequência e finalização da sequência.
Sendo enfatizados tópicos como: Historicidade da sustentabilidade, empreendedorismo, educação financeira, assim como caminhos a serem percorridos e objetivos que seriam alcançados.
Os professores fizeram levantamento de possíveis produtos que seriam viáveis para a produção, tais como: plástico, pets, vidros, entre outros. Porém a escolha só foi consolidada no segundo momento com a participação dos estudantes.
Segundo momento
O segundo momento foi apresentado o tema gerador da feira e tema que a escola abordaria em roda de diálogo, levantou-se conhecimento prévio dos estudantes sobre o que seria sustentabilidade, empreendedorismo e educação financeira. Com exemplos de embalagens descartados inapropriadamente que poderiam ser trabalhados na produção artesanal visando a geração de recursos financeiro, oportunizando aos jovens montarem uma empresa fictícia visando a necessidades de comercialização dos produtos artesanais. A imagem a seguir retrata o dialogo coletivo com os estudantes.
Fonte: autor
Diálogo com os alunos e apresentação do projeto
Durante a reunião os alunos demonstraram empolgação com a produção dos artesanatos usando produtos sustentáveis que teria como preservação do meio ambiente. Então foi solicitado que fizessem levantamentos de produtos mais consumidos em suas residências e que os mesmos pesquisassem o que poderiam ser feitos com esses descartados, e que na próxima aula os estudantes teriam que trazer embalagens das suas casas para as possíveis produções.
Terceiro momento
No terceiro momento, montamos oficinas no sábado, separamos os trabalhos em grupos de cinco estudantes, onde os mesmos separam os resíduos que foram trazidos para a escola e partiu-se para a elaboração do nome da empresa e logo marca, realizado por uma aluna chamada Júlia, aluna da turma do 7º ano D da tarde, a impressão da mesma foi feita em papel fotográfico colorido, pois sabemos que estética conta muito na comercialização de um produto.
Fonte: autor
Logo marca da loja fictícia
Confecção dos produtos com madeira, onde os estudantes lixaram, pintaram, cortaram e montaram prateleiras, suporte para plantas e descanso de panelas.
Fonte: autor
Oficinas de produção
Os alunos cortaram, lavaram, pintaram e montaram as bolsas de caixinhas de leite. A parte usada foram a parte do meio à qual facilita na composição do produto.
Fonte: autor
Oficinas de produção
Produções de taças com garrafas de vidros.
As turmas do 9º ano por serem alunos maiores, foram os escolhidos para a produção das taças, pois sabemos que mexer com vidro é algo perigoso e para cortar usamos uma maquininha que funciona a energia e com isso foram produzidas 60 unidades de taças em cores variadas e todos com supervisão de um adulto.
Fonte: autor
Oficinas de produção
Além dos produtos acima representados foram produzidos colares com grão de açaí, embalagens de garrafas pets, tabuas de churrasqueiro e vasos de papelão.
Todos os alunos receberam um cartão com recarga em 400 Denários, dinheiro fictício da SEMED. Alguns alunos foram treinados como vender os produtos, mas antes baixaram um aplicativo no celular fornecido pela escola e enfim a comercialização dos produtos na I EUREKA.
Fonte: autor,2022
Entrega, treinamento e colaboradores
A proposta de montar uma empresa fictícia, teve como propósito orientar os alunos, de maneira prática, situações que envolvem as produções de artesanato, visando incentivar a caminhada na direção da autonomia financeira e do empreendedorismo.
Resultados alcançados
Alcançamos como resultado a absorção dos conteúdos abordados sendo demostrados nas explicações e justificativas dos alunos, os quais produziram diferentes produtos, tais como; Bolsas de caixinhas de leite; Objetos decorativos de madeira, biojoias de caroço de açaí, taças de garrafas de vidro, tábuas de cortar carne, descanso de panela e prateira.
Como elementos de fundamentação do trabalho
- Historicidades dos conceitos de sustentabilidade
O termo sustentabilidade surgiu na reunião denominada” Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento” , organizada por Brundtland, que aconteceu em 1987 a qual associou-se ao desenvolvimento sustentável frisando que de maneira alguma pode ser dissociado de economia e consumo, pois ambos são inerentes ao ser humano. Para tanto com intuito de combater a pobreza, surge a ideia da sustentabilidade, que hoje em dia n Brasil sustenta a indústria com recursos modernos em questões sociais. Recentemente houve um grande avanço: a Lei Nacional dos Resíduos Sólidos, em que teoricamente a indústria é responsável pelos resíduos.
Na verdade, a sustentabilidade está particularmente ligada à economia, à preservação, à justiça social. Esses são três pontos muito importantes para um país como o nosso, que é a sexta economia mundial, cuja biodiversidade é uma das maiores do planeta, e um país onde realmente a iniquidade social é muito grande. Consumo consciente e comércio justo são pontos que devem ser considerados nesse processo.
A destruição do planeta provocada pelo homem é cada vez maior, e procurar reverter essa situação é necessária para que as gerações futuras, não sofram com a falta de recursos. Mesmo com todo esse quadro, percebemos que as escolas ainda não estão voltadas para o ensino de hábitos sustentáveis. A maioria apenas se lembra da sustentabilidade uma vez por ano, ou seja, em temáticas que reflita o meio ambiente. Então esse projeto abordou maneiras significativas que levem tanto professores quanto alunos a levarem e desenvolverem ações que trazem importâncias futuras. Entre elas está o empreendedorismo.
- Empreendedorismo
Início da história do empreendedorismo causa uma serie de embaraço com a história da própria humanidade ao promover criação, construção e evolução no comportamento que impulsiona ideias inovadoras. Relatos afirmam que, o empreendedorismo surgiu no século 17, com os economistas Jean Baptiste Say e Richard Cantillon, os quais afirmaram que o empreendedor era aquele que reunia capacidade de produção, gestão e de assumir risco.
Pois sabemos que para produzirmos algo temos que investir em algo novo que nos poderá retornar lucros ou não, pois a certeza nem sempre é certa. Esse é um dos motivos que hoje, empreendedorismo está muito ligado àinovação e à descoberta de novas oportunidades autônomas ou em associações que para alguns, pode até parecer uma posição de glamour e de reconhecimento fácil, mas a realidade é quase sempre bem diferente.
Para o economista austríaco Joseph Schumpeter, em seu livro “Capitalismo, Socialismo e Democracia”, 1942:
associou empreendedorismo ao desenvolvimento econômico, na qual define que o empreendedor era o responsável pelo processo de destruição criativa: destruir o velho para se criar novos produtos, novos métodos de produção e novos mercados.
É característico de um empreendedor ter Iniciativa, perseverança, coragem para correr riscos (na medida certa), capacidade de planejamento, eficiência e qualidade; liderança, boa rede de contatos. Mas não existem regras, o importante é saber o que funciona melhor para cada negócio e ter jogo de cintura para lidar com as adversidades que apesar de significar mais liberdade para trabalhar como quiser, empreender é um caminho repleto de desafios não óbvios para quem vê de fora.
Para Graham, o verdadeiro investidor jamais espera um ganho altíssimo numa ação. Ao invés disso, enxerga uma rentabilidade mais consistente e dentro da realidade do mercado.
Afinal, toda a responsabilidade sobre o negócio é do empreendedor. Se os resultados são bons, ele é responsável por garantir que permaneçam assim. Se os resultados são negativos, é o empreendedor quem precisa trabalhar para reverter essa situação. De toda forma, empreender é uma escolha bem sério. Investir um tempo para entender se essa é a decisão certa pode te livrar de futuros problemas.
Para Edson Barbero, professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap),
o empreendedorismo é um dos grandes movimentos da sociedade atual. Além do contexto individual e do lucro de cada empreendedor, ele estimula a economia e gera empregos.
“Alguém que abre uma empresa não está apenas gerando uma maneira de ganhar dinheiro, mas também é uma forma de mudar seu entrono, melhorando a sociedade”,
Com isso é muito importante que o empreendedor seja educado financeiramente.
- Educação financeira
Para que um empreendedor seja educado financeiramente é necessário abandonar os velhos hábitos, adotando uma postura séria em relação ao próprio dinheiro e ações. Segundo Kiyosaki, qualquer pessoa com acesso à internet pode lucrar com a riqueza da economia mundial
A educação financeira está relacionada à compreensão sobre poupança e investimentos. Quando a gente entende como esses produtos funcionam, consegue fazer escolhas mais acertadas para nosso bem-estar, com isso aprendemos administrar melhor o dinheiro, usamos os recursos na hora certa e aproveitamos as boas oportunidades do mercado.
Segundo a OCDE (2005), a educação financeira é “o processo pelo qual indivíduos e sociedades melhoram sua compreensão em relação aos conceitos e produtos financeiros, para que, com informações, treinamento e orientação, possam desenvolver os valores e habilidades necessários para se tornarem mais conscientes das oportunidades e riscos envolvidos neles, e então possam fazer escolhas informadas, saber onde buscar ajuda e tomar outras ações para melhorar seu bem-estar. Assim, podem contribuir de forma mais consistente para a formação de indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro”.
De acordo com Patrícia Santana de Argôlo Pitanga, em sua dissertação “EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA SALA DE AULA: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA NO ENSINO MÉDIO”
o estudo da Educação Financeira pode vir a contribuir com os indivíduos no sentido de fazer escolhas inteligentes relacionadas ao dinheiro, nas transações financeiras e no consumo consciente, promovendo o bem-estar desses indivíduos que optam por estudar esta temática e aplicar em suas vidas.
– Destaques do estudo
Os trabalhos foram bastante interessantes no desenvolvimento das aprendizagens tanto cognitivas quanto em conscientizadoras, pois foi notável o engajamento dos alunos acerca de toda a execução dos trabalhos individuais e em grupos como também contamos com a parceria e compreensão das famílias. A interação foi mutua entre toda a comunidade escolar, pois sabemos que para um projeto macro como foi a I EUREKA envolve a participação de toda a comunidade escolar para que as habilidades sejas efetivadas de maneira significativa.
Entretanto o engajamento de todos foram excelentes e o conhecimento de ambos foi observado, pois como dizia Paulo Freire, “A educação, qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática.”
2 – Participação na Feira
A feira de ciências e matemática- I EUREKA, projeto macro da SEMED de Canaã dos carajás, promoveu diversas experiencias, as quais teve duração de três dias, ou seja, inicio dia 03 de junho e finalizou no dia 05 do mesmo mês. Com participação das escolas da rede municipal e diversas produções a qual visou ideias de baixo impacto na natureza.
A escola Sebastiao Agripino da silva apostou na produção de produtos sustentáveis o qual visou-se o aproveitamento tanto de embalagens, madeiras entre outros para a produção artesanal que futuramente podem contribuir para amenizar o desemprego na cidade. Com isso os alunos realizaram pesquisas sobre as produções, e confeccionaram itens uteis que seriam realmente utilizáveis, tanto em decoração quanto na rotina diária.
Segue abaixo descrição dos produtos;
- Carteiras e bolsas feitas com caixinha de leite e suco de um litro, cortada e revertida com chita, decorada com grãos de açaí usando cola para tecido e cola quente.
- Descanso de panela de madeira colorido com tinta preta e revestido com estampas usando a técnica de papietagem.
- Vasos de papelão, colorido com tinta guache, coberto com cola branca para dar o brilho e flores feitas de cartelas de ovos.
- Colar feito com grão de açaí e reaproveitamento de outros objetos
Quando é chegado o grande momento, desde da organização dos produtos nas prateleiras, pois lá estavam cada objeto feito com responsabilidade e dedicação de cada educando e profissional. Os educandos estavam todos ansiosos para gastar os dentários. O que deixou surpresa foi que os familiares dos educandos que participaram incondicionalmente.
Fonte: autor,2022
Organização do estande
Fonte: autor,2022
Venda dos produtos
Os resultados esperados foram positivos, desde da visita dos avaliadores que apreciaram todos os produtos, buscando conhecer como foram feitos cada um deles. A exposição foram um sucesso em poucos minutos foram vendidos todos os produtos, apesar do tumulto, cada educando procuro gastar seu denário comprando os objetos que eles mesmo haviam confeccionado. O mais importante é saber que é possível transformar objetos que seriam jogas fora e transformados e tornaram útil para o meio, e ainda mais fazendo que é possível ser um empreendedor com pouco que tem.
Fonte: autor,2022
Avaliação do estande e mercadorias
Premiações
Se tratando das premiações, podemos dizer que estão de parabéns cada estudante e profissionais do 1º ao 9º ano, pois todas a escola estava envolvida, o prémio maior foi para cada aluno e familiar que contribuíram direta e indiretamente nesse projeto foi de grande valia e aprendizagem.
Fonte: autor,2022
Recebimento das premiações
3 – Contribuições à prática docente (resultados do estudo)
As atividades referentes aos conteúdos abordados durante a execução do projeto feiram de ciências e matemáticas promoveu interação continua direta entre todos os envolvidos, como estudantes, professores e comunidade, com intuito de alcançar os objetivos estabelecidos, ou seja, desenvolvendo as ações através de recursos que subsidiaria financeiramente maneiras de empreender, e ao mesmo tempo contribuindo de maneira sustentável na preservação do meio ambiente e ainda lucrar financeiramente. Ações como recolher um produto do meio ambiente evitando prejuízos a natureza, faz com quer os estudantes entendam que para que o equilíbrio na natureza seja eficaz, depende que sejamos responsáveis e éticos com nossas atitudes, sem falar que os alunos passaram a cuidar mais do ambiente sala de aula ou outro espaço físico da escola, evitando que o professor solicite diariamente essas situações.
Por exemplo: destacar as páginas do caderno, desperdiçar alimentos, riscar as paredes sujeitando nova reforma e até mesmo apagar as luzes da sala quando saem para o intervalo.
Atividades que envolvem diretamente a participação dos estudantes na resolução de problemas proporciona aprendizagens ativas.
O estudo de ações empreendedoras, financeira através da sustentabilidade promoveu pesquisas por parte dos alunos, como o aprofundamento históricos dessas temáticas. A proposta do projeto contribuiu para que os alunos além de produzirem produtos reutilizando materiais residuais que por muitos são descartados de maneira inapropriada na natureza, com isso os alunos pesquisaram maneiras de lucrar e obter uma renda extra, tempo que os materiais levam para se decompor e até mesmo calcular valores gastos prevendo porcentagens de lucro.
Portanto sabemos que com a educação financeira, os empreendedores ficam mais atentos aos números da empresa e, assim, conseguem identificar oportunidades de investimentos, cortar custos desnecessários, negociar preços e obter descontos com o pagamento de taxas à vista.
De acordo com a BNCC, os estudantes precisam desenvolver habilidades em vender, comprar ou trocar mercadorias, e ao serem instruídos adequadamente saberão encarar a vida financeira evitando consumos desnecessários e gastando sem um planejamento.
É notável que situações que envolvam a aprendizagem sobre o mundo financeiro é de suma importância para os jovens em sala de aula, pois ao ser questionado sobre gastos ou futuros meios de investimentos que darão retorno eles se questionam muito. Também trabalhar a questão da sustentabilidade sem prejudicar os demais empreendedores é algo que foi abordado, temos como ponto importante que todos devem consumir, mas ter a noção e a necessidade do consumo desnecessário.
– Organização de produtos educacionais
Através de aulas expositivas e dialogadas, professores abordaram conceitos históricos de empreendedorismo, educação financeira e sustentabilidade visando o conhecimento prévio dos estudantes, os quais levantaram situações necessárias tais como produção de artesanatos usando materiais sustentáveis para serem comercializados na feira de ciência e matemática- I EUREKA.
Com isso os estudantes sob orientações dos professores produziram:
Bolsas com caixinhas de leites, colares com grãos de açaí, taças com garrafas de vidro, suporte decorativos, tábuas de churrasco e vasos de papelão.
Com isso os resultados foram alcançados de acordo com os combinados entre todos. Pois os alunos consolidaram as aprendizagens proposto em cada conteúdos, sem falar que ao produzir os artesanatos procuraram não gastar excessivamente o qual obtém-se lucros fictícios, mas que para a vida fora da escola eles poderão usar sugestões as quais vivenciaram na escola.
Segundo vivências do projeto feira de ciências e matemática e de suma importância que a SEMED adequassem a educação financeira como uma disciplina na sala de aula e com isso promovesse situações praticas através de produções tanto artesanais quanto outras sustentáveis que promovessem feiras sustentáveis com participação direta dos alunos, como por exemplo: feiras medicinais, feiras de desfiles sustentáveis, artes com produtos diversos, mercadinhos que envolvesse o passo a passo do sistema monetários, meios de poupanças, tipos de bancos entre outros.
Considerações finais
O artigo em questão possibilitou os estudantes da escola Sebastiao Agripino da Silva estudar, pesquisar e vivenciar na pratica situações que evidenciaram o empreendedorismo, educação financeira e produções artesanais através de ideias sustentáveis o quão contribui com o bem estrar da natureza.
Segundo pesquisas em diferentes teóricos observa-se o quão importante se faz necessário o estudo dessas temáticas em sala de aula, mas deveriam ser constantes.
O trabalho teve como objetivo o desenvolvimento de ações usando recursos que darão subsídios financeiro e empreendedor e ao mesmo tempo contribuir de maneira sustentável na preservação do meio ambiente, obtendo assim lucros financeiros. Então foi notável que os resultados foram alcançados, tanto nas participações em apresentações em sala de aula, produções dos produtos e apresentações e vendas na feira de ciência e matemática.
Com tudo os alunos entenderam que ao saber empreender podem ajudar muitas pessoas a conseguirem rendas através de pequenas ações, mas que ao empreender devemos ter noções financeiras para adequar nossos trabalhos e que ações como esse ajudam a amenizar o impacto do desemprego no Brasil. E falando em empreendedorismo social, foi o que nós fizemos na escola, pois sabíamos que o dinheiro usado era fictício e não obteria lucros financeiro com essas vendas, mas que se os alunos assim como suas famílias poderão usar as estratégias repassadas em sala para obtenção de lucros reais. Enfim, o projeto macro contribui bastante para contemplação do uso e consumo sustentável de toda a comunidade escolar e não escolar, pois até que não tinha filhos na escola pode visitar os estandes e obterem ideias que estavam expostas.
Referências bibliográficas
GRAHAN, Benjamim. O Investidor Inteligente. Editora Harper Collins,São Paulo, 2016
OCDE/CVM, Centro. Educação e Alfabetização Financeira para América Latina e o Caribe. Disponível em: https://www.oecd.org/daf/fin/financial-education; acesso em: 06 de nov. 2022; horário19:52
KIYOSAKI ,Robert Toru. “Pai Rico, Pai Pobre”,Editora Alta Books; São Paulo,2018.
Banco Central do Brasil. Aprender valores. Disponível em: https://www.youtube.com/acesso em 22 de out.2022; horário 22:24 horas
PITANGA, Patrícia Santana de Argôlo . “EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA SALA DE AULA: uma proposta metodológica para o ensino da matemática no ensino médio”, Lajeado, out. 2018. Disponível em: https://www.univates.br/acesso em: 10 out,2022; Horário 20:30.
SCHUMPETER, Joseph Alois. “Capitalismo, Socialismo e Democracia”, Editora Unesp; São Paulo, 2-17
PERES, Paula. O que Empreendedorismo. Disponível em: https://novaescola.org.br/acessado 26 de out. 2022; Horário 22:00
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/acesso em: 30 de out. 2022; Horário: 23:17
BARBERO, Edson. Entrevista sobre empreendedorismo. Disponível em: https://g1.globo.com/empreendedorismo/noticia/2022/05/26/acesso em: 06 de nov.2022; Horário 21:06
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