ELEMENTOS SIGNIFICATiVOS PARA A CONSTRUÇÃO CURRICULAR NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102412240959


LIMA, Lygia Menezes de¹


RESUMO: A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade educacional que atende pessoas excluídas do ensino regular, valorizando suas vivências e saberes acumulados. Este estudo investiga o currículo como elemento fundamental para atender às especificidades desse público, propondo práticas pedagógicas que dialoguem com sua diversidade e promovam inclusão social. A pesquisa adota metodologia qualitativa, incluindo análise documental de currículos, revisão bibliográfica e entrevistas semiestruturadas com professores e estudantes. Os resultados esperados incluem estratégias para a elaboração de currículos flexíveis e contextualizados, capazes de proporcionar aprendizagens significativas e estimular a permanência dos estudantes. Destaca-se a importância de um currículo dinâmico, que integre experiências de vida, promova reflexão crítica e valorize os educandos como protagonistas. Este trabalho contribui para o aprimoramento das políticas públicas da EJA, reafirmando seu papel transformador na construção de uma educação inclusiva e emancipadora.

Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos. Currículo. Inclusão. Aprendizagem significativa. Políticas públicas.

ABSTRACT:
The Youth and Adult Education (YAE) program serves individuals excluded from regular education by valuing their life experiences and accumulated knowledge. This study examines the curriculum as a fundamental element to meet the specific needs of this audience, proposing pedagogical practices that embrace diversity and promote social inclusion. The research employs a qualitative methodology, including document analysis of curricula, literature review, and semi-structured interviews with teachers and students.
Expected outcomes include strategies for developing flexible and contextualized curricula that enable meaningful learning and encourage student retention. The study emphasizes the importance of a dynamic curriculum that integrates life experiences, fosters critical reflection, and values students as protagonists. This work contributes to improving public policies for YAE, reaffirming its transformative role in building inclusive and empowering education.

Keywords: Youth and Adult Education. Curriculum. Inclusion. Meaningful learning. Public policies.

RESUMEN: La Educación de Jóvenes y Adultos (EJA) atiende a personas excluidas del sistema educativo regular, valorando sus experiencias de vida y conocimientos acumulados. Este estudio analiza el currículo como un elemento esencial para satisfacer las necesidades específicas de este público, proponiendo prácticas pedagógicas que aborden la diversidad y promuevan la inclusión social. La investigación utiliza una metodología cualitativa, incluyendo análisis documental de currículos, revisión bibliográfica y entrevistas semiestructuradas con docentes y estudiantes. Se esperan resultados que incluyan estrategias para desarrollar currículos flexibles y contextualizados que permitan un aprendizaje significativo y fomenten la permanencia de los estudiantes. El estudio destaca la importancia de un currículo dinámico que integre experiencias de vida, promueva la reflexión crítica y valore a los estudiantes como protagonistas de su proceso educativo. Este trabajo contribuye a la mejora de las políticas públicas para la EJA, reafirmando su papel transformador en la construcción de una educación inclusiva y empoderadora.
Palabras clave: Educación de Jóvenes y Adultos. Currículo. Inclusión. Aprendizaje significativo. Políticas públicas.

Introdução

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) desempenha um papel essencial no cenário educacional brasileiro, representando um espaço de ressignificação de trajetórias e de resgate de direitos fundamentais. Diferente de outras modalidades de ensino, a EJA acolhe indivíduos de diferentes idades e contextos, cada um com histórias marcadas por desafios econômicos, sociais e culturais. Esses sujeitos, frequentemente marginalizados pelo sistema formal de educação, veem na EJA uma oportunidade de transformar suas vidas, superar barreiras e construir novos horizontes. Dessa forma, o currículo emerge como um instrumento poderoso para dar significado ao processo de ensino e aprendizagem, adaptando-se às demandas específicas dessa modalidade e promovendo uma educação verdadeiramente inclusiva e emancipadora.

O currículo, quando pensado para a EJA, tem que ir além da reprodução de modelos. Ele deve ser um refletir das vivências dos estudantes e integrar suas histórias, saberes prévios e expectativas futuras. O objetivo deste trabalho é basicamente investigar o currículo como um elemento importante na educação de adultos, buscando compreender sua elaboração e implementação para atender às peculiaridades desse público. Pretende-se também propor reflexões sobre práticas pedagógicas capazes de dialogar com a diversidade de contextos e realidades da EJA, contribuindo para uma educação que valorize os sujeitos enquanto protagonistas de suas próprias histórias.

A perspectiva teórica adotada neste estudo se apoia em autores que destacam a importância de um currículo contextualizado e humanizado. Freire (1987), por exemplo, ressalta que o processo educativo só se torna significativo quando dialoga com a realidade dos educandos, conectando o conhecimento escolar ao mundo em que vivem. Arroyo (2000) reforça essa ideia, ao argumentar que o currículo deve ser uma construção coletiva, sensível às experiências de vida dos sujeitos e capaz de promover a inclusão social. Por outro lado, Haddad (2017) chama a atenção para a necessidade de repensar as políticas públicas voltadas para a EJA, enfatizando que um currículo rígido e descontextualizado pode ser um dos principais fatores que contribuem para a evasão escolar nessa modalidade.

A escolha deste tema justifica-se pela urgência de repensar as práticas educacionais na EJA, considerando os desafios que essa modalidade enfrenta no Brasil. A evasão, a falta de infraestrutura adequada, o preconceito em relação aos seus estudantes e a baixa formação continuada dos docentes são alguns dos problemas que ainda persistem. Além disto, a padronização curricular muitas vezes desconsidera as especificidades locais e culturais dos estudantes da EJA, comprometendo a qualidade do ensino oferecido. Dessa forma, refletir sobre o currículo como um elemento de significado não é apenas pertinente, mas também necessário para prosseguir com a construção de uma educação mais justa e inclusiva.

A questão problema que guia esta pesquisa é a seguinte: como o currículo pode ser estruturado e realizado para atender às necessidades e particularidades dos estudantes da EJA, para promover aprendizagens significativas e contribuir para a inclusão social? Como hipótese, tem-se a ideia de que um currículo adaptado e participativo, construído com base no diálogo entre professores, estudantes e comunidades, pode ser a chave para enfrentar os desafios históricos da EJA e garantir uma educação mais eficiente e transformadora.

Para alcançar os objetivos propostos, o trabalho adota uma metodologia qualitativa, dividida em três etapas principais. Primeiramente, será realizada uma análise documental de currículos oficiais e diretrizes nacionais voltadas para a EJA, buscando identificar lacunas e possibilidades de melhorias. Em seguida, será feita uma revisão de literatura sobre estudos anteriores que abordam o tema, com foco em experiências bem-sucedidas e críticas aos modelos tradicionais. Por fim, entrevistas semiestruturadas com professores e estudantes da EJA serão realizadas com o objetivo de captar percepções e vivências relacionadas ao currículo e à prática pedagógica nessa modalidade.

Espera-se que os resultados deste estudo contribuam para o aprimoramento das políticas públicas e das práticas educacionais voltadas para a EJA, destacando a importância de um currículo que valorize a diversidade e promova a inclusão. Entre os resultados esperados, incluem-se a identificação de estratégias pedagógicas que favoreçam a aprendizagem significativa e a sistematização de propostas para a elaboração de currículos mais flexíveis e contextualizados. Além da sua relevância acadêmica, este trabalho carrega um compromisso ético e social. A EJA é muitas vezes a última oportunidade de acesso à educação para milhões de brasileiros que foram excluídos do ensino regular. Portanto, pensar o currículo para essa modalidade é também pensar em formas que garantam dignidade, cidadania e oportunidades de transformação. O currículo não deve ser apenas uma ferramenta técnica, mas um espaço de diálogo, acolhimento e reconhecimento das histórias de vida que cada estudante traz consigo.

Ao longo deste estudo, busca-se demonstrar que a construção de um currículo significativo na EJA é não apenas possível, mas indispensável para promover uma educação que faça sentido na vida de seus estudantes. Mais do que a transmissão de conteúdo, tem que ser ofertado um ensino capaz de inspirar, motivar e preparar esses sujeitos para os desafios do mundo contemporâneo, respeitando suas singularidades e fortalecendo sua autoestima e capacidade de sonhar. Dessa forma, a EJA exerce seu papel transformador, reafirmando a educação como um direito universal e como uma força na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

É de suma importância a fala sobre o processo de ensino-aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos (EJA), quando se trata de currículo, e as estratégias que podem ser adotadas na permanência dos estudantes desta modalidade. Consideram-se as características e necessidades específicas desse público, no qual é importante que o educador atue de forma crítica, possibilitando ao aluno tomar consciência da realidade na qual está inserido. Aliás, a EJA deve ir além de apenas escolarizar, buscando ampliar e partilhar conhecimentos e saberes acumulados ao longo da vida, tornando os educandos reflexivos e socioeconômicos.

É fundamental abordar o processo de ensino-aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos (EJA), especialmente no que se refere ao currículo e às estratégias que podem ser adotadas para garantir a permanência dos estudantes nesta modalidade. Deve-se considerar as características e necessidades específicas desse público, sendo essencial que o educador atue de maneira crítica, permitindo que o aluno se torne consciente da realidade em que está inserido. Ademais, a EJA deve transcender o simples ato de escolarizar, buscando ampliar e compartilhar os conhecimentos e saberes acumulados ao longo da vida, de modo a tornar os educandos mais reflexivos e conscientes das questões socioeconômicas que os envolvem.

Também, o educador deve adotar uma postura crítica, ou seja, ir além do ensino tradicional e ajudar o aluno a compreender melhor a realidade em que vive, tornando-o mais consciente de sua própria situação e do contexto ao seu redor. A menção também sugere que a EJA não deve se limitar a ser apenas um processo de escolarização, mas sim um espaço para ampliar e compartilhar os saberes adquiridos ao longo da vida. O objetivo é que, além de aprender conteúdos acadêmicos, os alunos se tornem mais reflexivos e críticos, compreendendo as questões socioeconômicas que afetam suas vidas e seu entorno.

O método de Paulo Freire (1997) pode ser uma abordagem relevante para a EJA, pois enfatiza a importância da conscientização, da reflexão crítica e da valorização da experiência de vida dos educandos. Portanto, o processo de ensino-aprendizagem na EJA deve ser pautado na valorização da bagagem de vida dos alunos, na promoção da reflexão crítica e na ampliação de conhecimentos e saberes acumulados ao longo da vida.

No mais, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma importante modalidade de ensino destinada a pessoas que não tiveram acesso ou concluíram seus estudos na idade regular. O currículo na EJA é uma ferramenta significativa, pois precisa ser adaptado para atender às necessidades específicas desse público, considerando suas experiências de vida, saberes prévios e ritmos de aprendizagem. A seguir, veremos alguns pontos julgados relevantes sobre o currículo na EJA e proposições/estratégias para a permanência dos estudantes.

A fórmula proposta por Paulo Freire (1997) pode ser uma abordagem relevante para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), pois destaca a importância da conscientização, da reflexão crítica e da valorização da experiência de vida dos educandos. De acordo com Freire, a educação deve ser um processo dialógico e participativo, em que o educador e o educando constroem o conhecimento juntos, a partir das vivências e do contexto de cada um. Assim, o processo de ensino-aprendizagem na EJA deve ser orientado pela valorização da bagagem de vida dos alunos, pela promoção da reflexão crítica e pela ampliação dos conhecimentos e saberes acumulados ao longo da vida.

O modo proposto por Paulo Freire oferece uma maneira profundamente humana de olhar para a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Ele enfatiza que a educação não é apenas sobre transmitir conteúdo, mas sobre promover a conscientização e a reflexão crítica, permitindo que os alunos se tornem mais conscientes de sua realidade e do mundo ao seu redor. Para Freire, o aprendizado deve ser um processo que envolve troca e diálogo. Ou seja, não é o educador quem simplesmente ensina, mas sim ambos, educador e educando, aprendem juntos, a partir das experiências e do contexto de cada aluno.

Na EJA, isso é ainda mais importante, pois muitos alunos trazem consigo uma bagagem de vivências ricas e diversas. Ao invés de ignorar essas experiências, o processo de ensino-aprendizagem deve valorizá-las, utilizando-as como base para o conhecimento. Freire propõe que a educação seja um espaço para reflexão e construção conjunta de saberes, onde a experiência de vida dos alunos se torna uma ferramenta poderosa de aprendizado. Dessa forma, a EJA não se limita a ensinar o que está nos livros, mas também a expandir os saberes que cada aluno já carrega consigo, ajudando-o a se tornar mais crítico e capaz de compreender e transformar sua realidade.

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino essencial para aqueles que não tiveram acesso ou não concluíram seus estudos na idade regular. O currículo da EJA desempenha um papel significativo, pois deve ser adaptado para atender às necessidades específicas desse público, levando em consideração suas experiências de vida, saberes prévios e ritmos de aprendizagem. A seguir, serão abordados alguns pontos considerados relevantes sobre o currículo na EJA, bem como proposições e estratégias para garantir a permanência dos estudantes.

O currículo da EJA é descrito como fundamental, pois precisa ser adaptado para esse público específico. Isso significa que, ao planejar o currículo, deve-se considerar não apenas os conteúdos acadêmicos, mas também as experiências de vida e os saberes prévios dos alunos, que trazem uma bagagem rica de vivências e conhecimentos adquiridos fora da escola. Também é preciso respeitar o ritmo de aprendizagem de cada um, já que os estudantes podem ter diferentes níveis de familiaridade com os conteúdos e habilidades de aprendizagem, dependendo de suas trajetórias pessoais.

O trecho também sugere que, ao abordar o currículo da EJA, é importante discutir proposições e estratégias para garantir que os alunos permaneçam na escola e completem sua educação. Isso implica em criar um ambiente de aprendizado que seja acolhedor, relevante e adaptado às necessidades desse público, para que eles se sintam motivados e capazes de concluir seus estudos. A referência a Paulo Freire, em “Pedagogia do Oprimido”, sugere que, para a EJA, o ensino deve ser mais do que apenas a transmissão de conhecimento, sendo um processo de conscientização e transformação, onde os alunos se veem como sujeitos ativos de sua aprendizagem.

O currículo, seus desafios e oportunidades para a sua construção na EJA

A formação de um currículo adequado para a EJA é essencial para atender às necessidades educacionais específicas desse público e garantir uma aprendizagem significativa e relevante. A EJA apresenta características únicas, uma vez que seus estudantes são adultos com experiências de vida diversificadas, motivações individuais e necessidades educacionais diferenciadas. Dessa forma, o currículo voltado para a EJA deve considerar essas particularidades, oferecendo uma abordagem flexível e adaptada, que leve em conta o contexto pessoal e profissional dos alunos.

A construção de um currículo adequado para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) é fundamental para atender às necessidades educacionais específicas desse público e assegurar uma aprendizagem significativa e relevante. A EJA possui características distintas, pois seus estudantes são adultos com experiências de vida variadas, motivações individuais e necessidades educacionais diversificadas. Assim, o currículo voltado para a EJA deve levar em consideração essas particularidades, proporcionando uma abordagem flexível e adaptada, que considere tanto o contexto pessoal quanto o profissional dos alunos. Além do mais, um currículo adequado para a EJA deve ser dinâmico e envolvente, promovendo uma aprendizagem que conecte os conteúdos acadêmicos com as experiências práticas e cotidianas dos alunos. Considerando que muitos estudantes adultos já possuem vivências profissionais e pessoais valiosas, o currículo deve reconhecer e integrar esse conhecimento prévio, permitindo que os alunos vejam a relevância do que estão aprendendo para suas vidas e suas necessidades. Dessa forma, o currículo não deve ser apenas um transmissor de conteúdo, mas um facilitador de processos que estimulem a reflexão crítica, o desenvolvimento de habilidades práticas e a construção de uma visão mais ampla e consciente do mundo.

Ademais, é crucial que o currículo da EJA favoreça a participação ativa dos alunos, promovendo um ambiente de aprendizagem colaborativa. Quando os estudantes se tornam protagonistas de seu próprio aprendizado, o processo educacional se torna mais significativo e motivador, contribuindo para a sua autoestima e para o fortalecimento de sua identidade. Por fim, a adaptação do currículo deve ser acompanhada de estratégias de avaliação que reconheçam os diferentes ritmos de aprendizagem, garantindo que todos os alunos tenham a oportunidade de se desenvolver de acordo com seu próprio tempo e capacidades, sem perder o foco na qualidade e na equidade da educação oferecida.

O currículo na EJA é uma ferramenta-chave na promoção da aprendizagem e no desenvolvimento das habilidades necessárias para a inserção desses adultos na sociedade e no mercado de trabalho. Por meio de um currículo bem estruturado, é possível proporcionar uma educação de qualidade, que respeite a individualidade de cada estudante e promova sua autonomia, autoestima e cidadania. (Poubel et al., 2017)

O currículo na Educação de Jovens e Adultos (EJA) desempenha um papel fundamental não apenas no aprendizado acadêmico, mas também no fortalecimento das habilidades necessárias para que os alunos se insiram plenamente na sociedade e no mercado de trabalho. Quando estruturado de forma adequada, ele pode oferecer uma educação de qualidade que respeita a individualidade de cada estudante, ao mesmo tempo em que promove sua autonomia, autoestima e senso de cidadania. Em vez de ser um simples conjunto de conteúdo, o currículo na EJA se torna uma ferramenta que empodera os alunos, valorizando suas experiências e potencialidades, e contribuindo para seu desenvolvimento integral. No entanto, a formulação de currículos eficazes para a EJA enfrenta diversos desafios.

Um dos principais desafios é a diversidade de realidades e necessidades dos estudantes adultos, o que demanda uma abordagem pedagógica diferenciada e estratégias de ensino flexíveis. Além de tudo, é fundamental considerar as experiências prévias dos alunos, suas expectativas e objetivos pessoais, de modo a tornar o currículo mais significativo e relevante para eles. (Araújo; Neves, 2021)

Os autores Colavitto e Arruda (2014) ressaltam que outro desafio é a escassez de recursos e a falta de formação adequada dos profissionais que atuam na EJA, o que pode comprometer a eficácia do currículo e a qualidade do ensino oferecido. É necessário investir na formação contínua dos educadores, no desenvolvimento de materiais didáticos adequados e na implementação de estratégias de avaliação que considerem as especificidades da EJA.

Para superar essas dificuldades, é essencial investir na capacitação constante dos educadores, oferecendo treinamentos e atualizações sobre novas metodologias e recursos pedagógicos. Também é crucial criar materiais didáticos que se ajustem à realidade dos alunos da EJA, tornando o aprendizado mais acessível e relevante para eles. Por fim, é importante desenvolver métodos de avaliação que considerem as particularidades desse público, como suas experiências de vida, ritmo de aprendizagem e contexto social, para garantir uma educação que seja realmente eficaz e inclusiva.

A construção de currículos eficazes para a EJA é fundamental para garantir uma educação inclusiva e de qualidade para os jovens e adultos que buscam completar sua escolarização. Superar os desafios e explorar as oportunidades na formulação do currículo para a EJA requer um esforço conjunto de gestores, educadores, alunos e comunidade, visando promover a igualdade de acesso à educação e o pleno desenvolvimento das potencialidades de cada indivíduo (Auriglietti, 2016).

A colaboração entre esses diferentes grupos é fundamental para superar os desafios e aproveitar as oportunidades ao elaborar o currículo. Quando todos se envolvem nesse processo, é possível garantir que todos tenham igualdade de acesso à educação e que cada aluno seja apoiado no desenvolvimento de suas capacidades, respeitando suas vivências e seus ritmos de aprendizagem. O foco, então, é não apenas formar, mas também fortalecer os indivíduos, ajudando-os a se tornar cidadãos mais críticos e engajados na sociedade. Dessa forma, a colaboração entre diferentes atores envolvidos na EJA, como gestores educacionais, professores, alunos e comunidade, é essencial para o desenvolvimento de currículos eficazes e adequados às necessidades dos estudantes adultos. A participação ativa dos alunos na construção do currículo pode contribuir para tornar o processo de ensino e aprendizagem significativos, levando em consideração suas vivências, interesses e objetivos de vida (Soares, 2006).

O autor Machado (2012) destaca que a integração de práticas pedagógicas inovadoras e tecnologias educacionais pode enriquecer o currículo da EJA, tornando-o mais dinâmico e atrativo para os estudantes. O uso de recursos como plataformas online, jogos educativos e atividades práticas pode estimular o interesse dos adultos pela aprendizagem e favorecer a aquisição de novos conhecimentos e habilidades.

Outro aspecto importante a considerar, segundo Araújo e Neves (2021), para a construção do currículo para a EJA, é a valorização da diversidade cultural e social dos alunos, promovendo a inclusão e o respeito às diferenças. A abordagem interdisciplinar e a contextualização dos conteúdos podem contribuir para ampliar a visão de mundo dos estudantes e fortalecer sua identidade e autoestima. Diante dos desafios e oportunidades na construção do currículo para a EJA, é fundamental que os educadores e demais profissionais envolvidos estejam abertos ao diálogo, à reflexão constante e à busca por práticas pedagógicas inovadoras e inclusivas. Somente assim será possível garantir uma educação de qualidade, que atenda às necessidades específicas dos estudantes adultos e contribua para sua formação integral e emancipação como cidadãos atuantes e críticos na sociedade.

A construção do currículo para a EJA é um processo complexo que exige sensibilidade, criatividade e comprometimento por parte de todos os envolvidos. Ao superar os desafios e explorar as oportunidades existentes, é possível promover uma educação inclusiva, significativa e transformadora, que contribua para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e igualitária.

A inclusão curricular na EJA

A composição de um currículo adequado para a EJA (Educação de Jovens e Adultos) é essencial para atender às necessidades educacionais específicas desse público e garantir uma aprendizagem significativa e relevante. A EJA possui características únicas, uma vez que seus estudantes são adultos com experiências de vida diversificadas, motivações individuais e necessidades educacionais diferenciadas. Assim, o currículo voltado para a EJA deve considerar essas particularidades, oferecendo uma abordagem flexível e adaptada, que leve em conta os contextos pessoais e profissionais dos alunos.

Além disso, um currículo adequado para a EJA precisa ser dinâmico e envolvente, promovendo uma aprendizagem que conecte os conteúdos acadêmicos às experiências práticas e cotidianas dos estudantes. Considerando que muitos alunos adultos já possuem vivências profissionais e pessoais valiosas, o currículo deve reconhecer e integrar esse conhecimento prévio, permitindo que os estudantes percebam a relevância do que estão aprendendo para suas vidas e suas necessidades. Dessa forma, o currículo não deve apenas transmitir conteúdo, mas facilitar processos que estimulem a reflexão crítica, o desenvolvimento de habilidades práticas e a construção de uma visão mais ampla e consciente do mundo.

Ademais, é fundamental que o currículo da EJA fomente a participação ativa dos estudantes, criando um ambiente de aprendizagem colaborativo. Quando os alunos se tornam protagonistas de seu próprio processo educativo, a experiência de aprendizagem se torna mais significativa e motivadora, contribuindo para sua autoestima e fortalecimento de sua identidade. Por fim, a adaptação do currículo deve ser acompanhada por estratégias de avaliação que reconheçam os diferentes ritmos de aprendizagem, garantindo que todos os alunos tenham a oportunidade de se desenvolver conforme seu próprio tempo e capacidades, sem comprometer a qualidade e a equidade da educação oferecida.

O currículo da EJA desempenha um papel fundamental não apenas no aprendizado acadêmico, mas também no fortalecimento das competências necessárias para que os estudantes se integrem plenamente à sociedade e ao mercado de trabalho. Quando estruturado de forma adequada, ele pode oferecer uma educação de qualidade, que respeita a individualidade de cada estudante ao mesmo tempo em que promove sua autonomia, autoestima e senso de cidadania. Em vez de ser apenas um conjunto de conteúdos, o currículo da EJA se transforma em uma ferramenta de empoderamento, valorizando as experiências e potencialidades dos alunos e contribuindo para seu desenvolvimento integral.

Todavia, construir currículos eficazes para a EJA enfrenta diversos desafios. A ampla diversidade de realidades e necessidades dos estudantes adultos exige abordagens pedagógicas diferenciadas e estratégias flexíveis no ensino. É necessário valorizar os conhecimentos trazidos pelos alunos de suas experiências escolares anteriores e atender às suas intenções, expectativas e objetivos pessoais, tornando o currículo significativo e relevante para cada indivíduo. Outro grande desafio é a escassez de recursos e a falta de formação adequada dos profissionais que atuam na EJA, o que pode comprometer tanto a eficácia do currículo quanto a qualidade do ensino oferecido. Por isso, é imprescindível investir na formação contínua dos educadores, no desenvolvimento de materiais didáticos apropriados e na implementação de estratégias de avaliação que considerem as especificidades da EJA.

Superar esses desafios passa pela capacitação contínua dos educadores, com treinamentos e atualizações em novas metodologias e recursos pedagógicos. É também essencial criar materiais didáticos que se ajustem à realidade dos estudantes da EJA, tornando o aprendizado mais acessível e relevante. Além disso, os métodos de avaliação devem considerar as particularidades desse público, como suas vivências, ritmos de aprendizagem e contextos sociais, garantindo uma educação verdadeiramente eficaz e inclusiva.

A elaboração de currículos eficazes para a EJA é fundamental para assegurar uma educação inclusiva e de qualidade para os jovens e adultos que buscam completar sua escolarização. Superar os desafios e explorar as oportunidades na formulação do currículo para a EJA requer um esforço conjunto entre gestores, educadores, estudantes e a comunidade, visando promover a igualdade de acesso à educação e o pleno desenvolvimento das potencialidades de cada indivíduo.

A criação entre esses grupos é crucial para superar as dificuldades e aproveitar as oportunidades na elaboração do currículo. Quando todos participam desse processo, é possível garantir igualdade de acesso à educação e apoiar cada estudante no desenvolvimento de suas capacidades, respeitando suas vivências e ritmos de aprendizagem. O objetivo, então, não é apenas educar, mas também fortalecer os indivíduos, ajudando-os a se tornarem cidadãos mais críticos e engajados na sociedade.

Como é destacado por Machado (2012), a integração de práticas pedagógicas inovadoras e tecnologias educacionais pode potencializar significativamente o currículo da EJA, tornando-o mais dinâmico e atraente para os estudantes. Recursos como plataformas online, jogos educativos e atividades práticas podem despertar o interesse dos adultos em aprender e facilitar a aquisição de conhecimentos e habilidades.

Outro aspecto importante, segundo Araújo e Neves (2021), na construção do currículo para a EJA, é a valorização da diversidade cultural e social dos estudantes, promovendo a inclusão e o respeito às diferenças. Uma abordagem interdisciplinar e a contextualização dos conteúdos podem ampliar a visão de mundo dos alunos, fortalecendo sua identidade e autoestima.

Diante dos desafios e oportunidades na construção do currículo da EJA, é fundamental que educadores e outros profissionais envolvidos estejam abertos ao diálogo, à reflexão constante e à busca por práticas pedagógicas inovadoras e inclusivas. Apenas assim será possível garantir uma educação de qualidade que atenda às necessidades específicas dos estudantes adultos e contribua para sua formação integral e emancipação como cidadãos ativos e críticos na sociedade.

A construção do currículo para a EJA é um processo complexo que exige sensibilidade, criatividade e comprometimento de todos os envolvidos. Superando os desafios e aproveitando as oportunidades existentes, é possível promover uma educação inclusiva, significativa e transformadora, que contribua para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e igualitária.

Práticas e abordagens pedagógicas e curriculares na EJA

É importante abordar as diferentes abordagens pedagógicas e práticas curriculares que se mostraram eficazes na EJA, destacando experiências bem-sucedidas e suas implicações para a construção de currículos significativos. Discutir sobre a importância da avaliação contínua e do monitoramento do currículo na EJA se faz essencial, considerando a necessidade de ajustes e melhorias constantes para atender às demandas dos alunos adultos.

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade educacional fundamental para garantir o direito à educação ao longo da vida de pessoas que, por diversos motivos, não puderam completar seus estudos na idade regular. Dessa forma, a escolha das abordagens pedagógicas e práticas curriculares adequadas é necessária para promover uma aprendizagem significativa e eficaz. Diversas abordagens pedagógicas têm sido aplicadas com sucesso na EJA, levando em consideração as características e necessidades específicas dos alunos adultos.

Atualmente, o uso da andragogia, que se define por uma ciência que estuda a educação de adultos e se baseia na ideia de que os adultos aprendem de forma diferente das crianças, sendo mais autônomos e motivados por necessidades concretas, tem sido explorado como ferramenta por diversos autores. Nesse sentido, as práticas andragógicas na EJA valorizam a experiência prévia dos alunos, promovem a participação ativa no processo de aprendizagem e buscam conectar o conteúdo com a realidade dos estudantes. (Almeida, 2016)

A andragogia é uma abordagem educacional que se concentra no aprendizado adulto e difere da pedagogia tradicional, que se concentra no aprendizado de crianças. Na Educação de Jovens e Adultos (EJA), a andragogia pode ser uma ferramenta pedagógica eficaz devido às características específicas dos alunos adultos, que têm necessidades, experiências e motivações diferentes das crianças.

A autodireção pode ser efetiva na educação de adultos, que tendem a ser mais autônomos e autodirigidos em seu aprendizado. Ressaltam que a andragogia enfatiza a importância de permitir que os alunos adultos assumam a responsabilidade por seu próprio processo de aprendizado, definindo metas, planejando seu estudo e avaliando seu progresso. Desta forma, pode-se perceber que os adultos trazem uma riqueza de experiências para a sala de aula, o que pode ser aproveitado como recurso educacional. Esta ciência valoriza a experiência dos alunos adultos e incentiva a integração dessas experiências no processo de aprendizado, tornando a aprendizagem mais relevante e significativa.

A andragogia enfatiza a aplicação prática do conhecimento na resolução de problemas do mundo real. Na EJA, os adultos muitas vezes têm necessidades específicas e desafios práticos que desejam abordar. Por meio da educação, ajuda a criar um ambiente de aprendizagem que permite aos alunos adultos aplicar o que estão aprendendo para resolver problemas concretos em suas vidas. (Pereira; Dias, 2020). Ao adotar uma abordagem andragógica, o ambiente de aprendizagem se torna mais dinâmico e relevante, pois os alunos podem ver de imediato como os conteúdos ensinados se aplicam às suas vidas. Isso não apenas torna o processo de aprendizagem mais significativo, mas também fortalece a autoconfiança do aluno, pois ele percebe que está adquirindo habilidades que fazem diferença no seu dia a dia. O currículo, portanto, precisa ser flexível o suficiente para contemplar essas necessidades práticas, permitindo que os educadores adaptem as atividades e os materiais didáticos para que os alunos possam utilizar o conhecimento de forma imediata e eficaz.

Os adultos são frequentemente motivados pelo desejo de alcançar objetivos pessoais e profissionais, em vez de simplesmente cumprir requisitos acadêmicos. A andragogia enfatiza a importância de conectar o conteúdo do curso aos objetivos e interesses dos alunos adultos, aumentando assim sua motivação intrínseca para aprender (Araújo; Neves, 2021). Para muitos, a educação não é apenas uma exigência, mas um meio para alcançar objetivos concretos e relevantes em suas vidas. Seja para melhorar suas oportunidades no mercado de trabalho, avançar na carreira ou até mesmo buscar um desenvolvimento pessoal, os alunos adultos buscam aprender de forma que tenha um impacto direto e significativo em seu cotidiano. Por isso, a andragogia sugere que o currículo e as estratégias pedagógicas devem estar alinhados com esses interesses e necessidades. Conectar o conteúdo aos objetivos dos alunos não apenas torna o aprendizado mais significativo, mas também aumenta sua motivação intrínseca – aquela que vem de dentro do próprio aluno, impulsionada pelo desejo de atingir metas pessoais. Ao perceber que o que está sendo aprendido tem um propósito claro em sua vida, o aluno se sente mais engajado e propenso a se dedicar ao processo educativo.

Para a abordagem de projetos, é muito eficaz na EJA, pois permite aos alunos adultos trabalharem de forma colaborativa, aplicando os conhecimentos adquiridos na resolução de problemas reais e significativos. Os projetos estimulam a autonomia, a criatividade e o engajamento dos estudantes, tornando o processo de aprendizagem mais dinâmico e motivador.

A educação popular, como aponta Poupbell (2016), vai muito além do simples ensino de conteúdo. Ela se baseia na ideia de que todos têm algo valioso a ensinar e que o conhecimento deve ser construído de forma coletiva e democrática. Na EJA, isso significa que os alunos, com suas histórias de vida e experiências, têm um papel central no processo de aprendizagem. A ideia não é só transmitir informação, mas criar um espaço onde os saberes populares, ou seja, os conhecimentos vividos e experimentados pelos próprios alunos, sejam respeitados e valorizados. Esse enfoque na educação popular permite que os estudantes reflitam criticamente sobre o mundo ao seu redor, compreendendo como as estruturas sociais e políticas impactam suas vidas e as das suas comunidades. O objetivo não é apenas ensinar, mas também despertar nos alunos a consciência de que são capazes de transformar sua realidade. Ao se tornarem mais conscientes dos desafios que enfrentam, eles passam a se enxergar como agentes de mudança, com o poder de agir para melhorar suas condições de vida e a de seus pares.

Portanto, busca fazer com que o aprendizado se conecte diretamente com a vida dos alunos, tornando-se algo prático e significativo. Quando os alunos são incentivados a questionar, refletir e atuar, a sala de aula se torna um lugar de transformação, onde o conhecimento não é algo distante, mas uma ferramenta concreta para melhorar o presente e construir um futuro mais justo para todos.

A escolha de abordagens pedagógicas adequadas e a implementação de práticas curriculares significativas são fundamentais para promover uma educação de qualidade na EJA. A avaliação contínua e o monitoramento do currículo são essenciais para garantir que as necessidades dos alunos adultos sejam atendidas de forma eficaz, possibilitando a construção de um currículo relevante e significativo para a formação desses estudantes.

Para Gonçalves (2020), criar experiências positivas na EJA e desenvolver currículos que realmente façam a diferença exige uma compreensão profunda da diversidade de cada aluno adulto. Cada um tem uma história única, com desafios e vivências que moldam a forma como aprende e se relaciona com o conhecimento. Por isso, é essencial que o ensino seja personalizado, respeitando o ritmo e as necessidades de cada estudante, para que a aprendizagem seja realmente significativa e não apenas uma obrigação a ser cumprida.

Quando a educação é moldada de acordo com as experiências de vida dos alunos, ela deixa de ser apenas um processo formal e se torna uma ferramenta poderosa de transformação. Os estudantes se sentem mais conectados com o conteúdo, pois ele reflete suas realidades, seus desejos e seus objetivos. Isso torna o aprendizado mais acessível e aplicável, pois não se trata de ensinar algo distante da vivência do aluno, mas de ajudá-lo a entender como o conhecimento pode ser utilizado para enfrentar seus próprios desafios. Essa abordagem valoriza a individualidade de cada um, permitindo que eles se sintam respeitados e motivados a seguir em frente, superando barreiras e conquistando novos saberes. No final, a personalização do currículo não é só uma técnica pedagógica, mas uma forma de reconhecer a importância de cada pessoa, ajudando-a a se empoderar e a transformar sua própria vida.

A formação continuada dos professores é um aspecto crucial para o sucesso da EJA, os educadores precisam estar preparados para lidar com as especificidades da educação de adultos, desenvolvendo competências pedagógicas e metodológicas que favoreçam a aprendizagem dos alunos. A reflexão constante sobre as práticas pedagógicas, a troca de experiências e a busca por atualização são fundamentais para garantir a qualidade do ensino na EJA.

No que diz respeito à avaliação e monitoramento do currículo, é essencial adotar uma abordagem formativa e inclusiva, que valorize não apenas o desempenho acadêmico dos alunos, mas também seu processo de aprendizagem e desenvolvimento pessoal. A avaliação deve ser utilizada como uma ferramenta para identificar as potencialidades e dificuldades dos estudantes, orientando a prática pedagógica e promovendo a melhoria contínua do ensino.

Pode-se perceber que a EJA requer abordagens pedagógicas e práticas curriculares que considerem a diversidade e as necessidades dos alunos adultos, promovendo uma educação inclusiva, contextualizada e significativa. O acompanhamento constante do currículo, aliado a uma avaliação formativa e à formação continuada dos professores, são aspectos-chave para garantir o sucesso e a eficácia dessa modalidade de ensino.

O currículo na Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma ferramenta essencial para promover a aprendizagem e o desenvolvimento das habilidades necessárias à inserção desses adultos na sociedade e no mercado de trabalho. Um currículo bem estruturado permite oferecer uma educação de qualidade, respeitando a individualidade de cada estudante e promovendo sua autonomia, autoestima e cidadania (Poubel et al., 2017).

O currículo, quando bem estruturado, não se limita a ensinar apenas conteúdos formais, mas também considera as características e necessidades individuais de cada aluno. Isso é fundamental, pois cada estudante pode ter experiências de vida e realidades diferentes, e o currículo precisa ser adaptado a essas diferenças para ser eficaz. Para mais, o texto enfatiza que um currículo bem elaborado vai além do aprendizado de habilidades técnicas e cognitivas. Ele também promove o desenvolvimento da independência do aluno, ajudando-o a se sentir mais capaz de tomar decisões e resolver problemas por conta própria. A autoestima, ou seja, a confiança que o aluno tem em si mesmo, é fortalecida, e o currículo também contribui para que ele se sinta mais parte da sociedade, com um maior senso de cidadania, ou seja, ciente dos seus direitos e responsabilidades. Isso faz com que o aluno se torne mais ativo e engajado em sua comunidade, buscando mudanças e melhorando sua qualidade de vida.

No entanto, a formulação de currículos eficazes para a EJA enfrenta diversos desafios. Um dos principais obstáculos é a diversidade de realidades e necessidades dos estudantes adultos, o que demanda uma abordagem pedagógica diferenciada e estratégias de ensino flexíveis. Fora que é imprescindível considerar as experiências prévias dos alunos, suas expectativas e objetivos pessoais, a fim de tornar o currículo mais significativo e relevante para eles (Araújo; Neves, 2021).

A citação destaca a complexidade de criar currículos eficazes para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), pois os estudantes dessa modalidade apresentam uma diversidade de experiências e necessidades. Um dos principais desafios é essa diversidade, que exige abordagens pedagógicas diferenciadas e estratégias de ensino mais flexíveis, capazes de atender às particularidades de cada aluno. E depois, o texto aponta para a importância de reconhecer e incorporar as experiências anteriores dos estudantes, suas expectativas e objetivos pessoais dentro do processo de aprendizagem, o que torna o currículo mais significativo e relevante para cada um deles. Em resumo, a citação enfatiza a necessidade de um currículo adaptado às realidades e contextos de vida dos estudantes adultos para que a educação seja mais eficaz e conectada com suas vivências e aspirações.

Outro desafio, conforme apontado por Colavitto e Arruda (2014), é a escassez de recursos e a falta de formação adequada dos profissionais que atuam na EJA, o que pode comprometer a eficácia do currículo e a qualidade do ensino oferecido. Investir na formação contínua dos educadores, no desenvolvimento de materiais didáticos adequados e na implementação de estratégias de avaliação que considerem as especificidades da EJA é essencial para superar essas limitações.

Falar sobre os desafios que a Educação de Jovens e Adultos (EJA) enfrenta, especialmente quando se trata da falta de recursos e da formação dos professores. Quando os recursos são escassos e os educadores não têm o treinamento adequado, isso pode afetar tanto o currículo quanto a qualidade do ensino. Os alunos adultos têm necessidades muito específicas, e é essencial que os profissionais que trabalham com eles saibam lidar com essa diversidade. Para melhorar essa situação, é importante investir na formação contínua dos professores, dando a eles ferramentas e conhecimentos atualizados para lidar com as realidades da EJA. Também é necessário criar materiais didáticos pensados especialmente para esse público, que muitas vezes tem experiências de vida e aprendizados prévios bem diferentes dos jovens. Por fim, a avaliação dos alunos precisa ser feita de maneira que considere essas particularidades, para que eles possam ser avaliados de forma justa e adequada. O ponto principal da citação é que, para que a EJA seja realmente eficaz, é preciso garantir que os educadores tenham os recursos e o apoio necessários para fazer um trabalho de qualidade.

A construção de currículos eficazes para a EJA é crucial para garantir uma educação inclusiva e de qualidade para os jovens e adultos que buscam concluir sua escolarização. Superar os desafios e explorar as oportunidades na formulação do currículo para a EJA exige um esforço conjunto entre gestores, educadores, alunos e a comunidade, com o objetivo de promover a igualdade de acesso à educação e o pleno desenvolvimento das potencialidades de cada indivíduo (Auriglietti, 2016).

A importância de construir currículos eficazes para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), pois isso é essencial para garantir que essa modalidade de ensino ofereça uma educação inclusiva e de qualidade. Para os jovens e adultos que buscam concluir seus estudos, ter um currículo adequado é fundamental, pois ele deve atender às suas necessidades específicas, considerando as diferentes trajetórias de vida e os contextos variados desses alunos.

Superar os desafios na criação do currículo para a EJA envolve mais do que simplesmente elaborar um plano de ensino; é necessário explorar as oportunidades que surgem ao adaptar a educação para esse público. A frase aponta que isso só é possível por meio de um esforço colaborativo, envolvendo gestores, educadores, alunos e a comunidade. Essa colaboração tem como objetivo garantir que todos tenham acesso igualitário à educação, respeitando as particularidades de cada indivíduo e promovendo o desenvolvimento pleno de suas capacidades e talentos. Ou seja, a construção de um currículo para a EJA precisa ser um trabalho conjunto, pensado para garantir que os alunos possam superar barreiras e alcançar seu potencial máximo, promovendo, assim, a inclusão e a igualdade educacional.

Dessa forma, a colaboração entre os diferentes atores envolvidos na EJA, como gestores educacionais, professores, alunos e comunidade, é essencial para o desenvolvimento de currículos eficazes e adaptados às necessidades dos estudantes adultos. A participação ativa dos alunos na construção do currículo pode contribuir para tornar o processo de ensino-aprendizagem mais significativo, levando em consideração suas vivências, interesses e objetivos de vida (Soares, 2006). A cooperação entre eles permite que o currículo seja mais do que apenas um conjunto de matérias a serem ensinadas, mas uma ferramenta adaptada à realidade dos alunos. Quando os próprios alunos participam ativamente na construção do currículo, o processo de ensino se torna mais relevante para eles. Isso porque, ao considerar suas experiências, interesses e metas pessoais, o aprendizado se conecta de maneira mais profunda com suas vidas, tornando-se uma jornada mais significativa. Ao envolver os estudantes nesse processo, a educação se torna uma troca, onde o conhecimento não é imposto, mas construído juntos, respeitando suas histórias e aspirações. Isso contribui para um aprendizado mais eficaz e engajador.

De acordo com Machado (2012), a integração de práticas pedagógicas inovadoras e o uso de tecnologias educacionais podem enriquecer o currículo da EJA, tornando-o mais dinâmico e atraente para os estudantes. O uso de recursos como plataformas online, jogos educativos e atividades práticas pode estimular o interesse dos adultos pela aprendizagem e favorecer a aquisição de novos conhecimentos e habilidades. Há duas perspectivas importantes para aprimorar o currículo da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Primeiro, Machado (2012) sugere que a incorporação de práticas pedagógicas inovadoras e o uso de tecnologias educacionais podem tornar o currículo mais envolvente e interessante para os alunos. Ao utilizar recursos como plataformas online, jogos educativos e atividades práticas, é possível atrair a atenção dos estudantes adultos, incentivando seu interesse pela aprendizagem. Isso pode ajudá-los a adquirir novos conhecimentos e habilidades de uma maneira mais dinâmica e adaptada à era digital, tornando o processo educacional mais relevante e motivador.

Outro ponto relevante para a construção do currículo da EJA, segundo Araújo e Neves (2021), é a valorização da diversidade cultural e social dos alunos, promovendo a inclusão e o respeito às diferenças. A abordagem interdisciplinar e a contextualização dos conteúdos podem ampliar a visão de mundo dos estudantes, fortalecendo sua identidade e autoestima. Destacado por Araújo e Neves (2021), fala sobre a importância de reconhecer e valorizar a diversidade cultural e social dos alunos na construção do currículo da EJA. Isso significa que o currículo não deve ser uniforme, mas deve respeitar e integrar as diferentes experiências e realidades dos estudantes, promovendo a inclusão.

Além disso, a abordagem interdisciplinar, que conecta diferentes áreas do conhecimento, e a contextualização dos conteúdos, que os conecta à vida cotidiana dos alunos, ajudam a ampliar suas perspectivas. Essa abordagem fortalece a identidade dos estudantes e aumenta sua autoestima, ao perceberem que suas vivências e culturas são respeitadas e valorizadas dentro do ambiente educacional. Portanto, a adaptação curricular e a promoção da inclusão na EJA são aspectos fundamentais para garantir uma educação de qualidade e equitativa para todos os estudantes adultos. A diversidade de perfis e contextos dos alunos requer uma abordagem pedagógica flexível e personalizada, que valorize as experiências individuais e promova a participação ativa de cada aluno no seu processo de aprendizagem (Auriglietti, 2016; Araújo; Neves, 2021).

Para oferecer uma educação de qualidade e justa na Educação de Jovens e Adultos (EJA), é essencial adaptar o currículo e promover a inclusão de todos os estudantes adultos. Cada aluno chega com um histórico de vida único e vive em contextos diversos, o que torna fundamental que a abordagem pedagógica seja flexível e personalizada. Isso significa que, ao invés de tratar todos os alunos da mesma forma, a educação deve considerar suas experiências e realidades específicas.

A proposta é que o currículo seja moldado para valorizar essas individualidades, respeitando o que cada aluno traz consigo, e que todos tenham a chance de participar ativamente do seu próprio aprendizado. Isso cria um ambiente mais inclusivo e dinâmico, onde os alunos não são apenas receptores de conhecimento, mas protagonistas do seu desenvolvimento, contribuindo para um processo de aprendizagem mais significativo e que atenda de verdade às suas necessidades.

A personalização do currículo, por meio de estratégias eficazes de adaptação curricular, contribui para a construção de um ambiente educacional inclusivo, que respeita a diversidade, promove a equidade e estimula o desenvolvimento integral dos estudantes. Ao considerar as necessidades e potencialidades de cada aluno, os educadores podem criar oportunidades de aprendizagem significativas e relevantes, contribuindo para a formação de cidadãos críticos, autônomos e participativos na sociedade.

A equidade, pois, garante que cada estudante tenha as mesmas chances de aprender e crescer, respeitando suas particularidades, pois, ao oferecer oportunidades de aprendizado que são significativas e relevantes para os alunos, o processo educativo se torna mais engajador, permitindo que os estudantes desenvolvam suas habilidades e conhecimentos de maneira mais profunda. O objetivo final é formar cidadãos que sejam críticos, autônomos e capazes de participar ativamente na sociedade, contribuindo de forma consciente e responsável para a comunidade em que vivem.

Investir na adaptação curricular e na promoção da inclusão na EJA é essencial para garantir o direito à educação de qualidade para todos, independentemente de sua idade, origem ou trajetória de vida. A diversidade é um fator enriquecedor no processo educacional, e cabe aos educadores e gestores escolares adotar práticas inclusivas que valorizem a singularidade de cada aluno e contribuam para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

A diversidade dos alunos, longe de ser um obstáculo, é vista como um aspecto enriquecedor que traz diferentes perspectivas e experiências para a sala de aula. Por isso, é papel dos educadores e gestores adotar práticas inclusivas que acolham e respeitem as singularidades de cada aluno. Isso não só contribui para o aprendizado, mas também ajuda a construir uma sociedade mais justa e igualitária, onde todos têm as mesmas oportunidades de se desenvolver e de contribuir para o bem comum. Em outras palavras, a educação inclusiva não é apenas um direito, mas também uma ferramenta poderosa para promover a equidade e a transformação social.

Conclusões

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) emerge como uma modalidade essencial para garantir o direito à educação de indivíduos que, por diferentes motivos, foram excluídos do ensino regular. Este estudo demonstrou que o currículo desempenha um papel crucial na promoção de uma aprendizagem significativa e inclusiva, desde que seja elaborado com base na realidade e nas especificidades dos estudantes dessa modalidade. A análise realizada evidenciou a necessidade de um currículo flexível, dinâmico e adaptado às experiências de vida e aos saberes prévios dos educandos, possibilitando sua valorização como sujeitos ativos no processo de ensino-aprendizagem.

A metodologia qualitativa adotada, envolvendo análise documental, revisão bibliográfica e entrevistas, permitiu identificar lacunas e propor estratégias que contribuem para a construção de currículos mais humanizados e contextualizados. Entre os desafios enfrentados, destacam-se a evasão escolar, a padronização curricular e a carência de formação continuada dos docentes. Para superá-los, enfatiza-se a importância de práticas pedagógicas dialogadas, inspiradas em abordagens como a de Paulo Freire, que promovem a reflexão crítica e a conscientização dos educandos.

Conclui-se que investir em currículos construídos coletivamente, que dialoguem com as vivências e expectativas dos alunos, é fundamental para fortalecer a permanência escolar, reduzir a evasão e assegurar uma educação de qualidade. Esse movimento não apenas responde aos desafios históricos da EJA, mas também reafirma seu papel transformador na construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e igualitária, garantindo a cidadania e a dignidade dos sujeitos atendidos por essa modalidade de ensino.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Adriana de. EJA: uma educação para o trabalho ou para a classe trabalhadora? Revista Brasileira de Educação de Jovens e Adultos, v. 4, n. 8, p. 129-147, 2016.

ARAUJO, Gabriel Portella; NEVES, Thiago da Silva. Causas da evasão na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Vitória, 2021. 

AURIGLIETTI, Rosangela Cristina Rocha. EVASÃO E ABANDONO ESCOLAR: CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS E ALTERNATIVAS – O combate a evasão escolar sob a perspectiva dos alunos. Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor PDE Artigos. Volume 1. Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE. Paraná, 2014. Disponível em: EVASÃO E ABANDONO ESCOLAR: CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS E ALTERNATIVAS – O COMBATE A EVASÃO ESCOLAR SOB A PERSPECTIVA DOS ALUNOS (diaadiaeducacao.pr.gov.br). Acessado em: 16/07/2023.

COLAVITTO, N. B. e ARRUDA, A. L. M. M. Educação de Jovens e Adultos (eja): A importância da Alfabetização. Revista Eletrônica Saberes da Educação – Volume 5 – nº 1 – 2014.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 24.ed. São Paulo: Paz e Terra, 1997.

GONÇALVES, Edneia. Os desafios para a Educação em 2020. Disponível em:. <https://educacaointegral.org.br/reportagens/desafios-para-educacao-em-2020/>.  Acesso em: 25/04/2024.

MACHADO, Jeferson Ventura. Educação de Jovens e Adultos: Encantamento e Permanência. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal do Rio Grande do Sul/RS. 2012.

PEREIRA, Rosiléia Castro. DIAS, Adriana da Silva. AS PRINCIPAIS CAUSAS DA EVASÃO ESCOLAR: UMA ANÁLISE COM ESTUDANTES DO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE PÚBLICA DE ENSINO. Maceió, 2020. Disponível em: TRABALHO_EV140_MD1_SA11_ID5510_26082020220407.pdf (editorarealize.com.br). Acessado em: 17/07/2023.

POUBEL, C. M. de S.; PINHO, L. G.; CARMO, G. T. do. Uma arena de tensões: a história da EJA ao PROEJA. Cadernos de História da Educação, v. 16, n. 1, p. 125-140, jan./abr. 2017.

SOARES, Sonia Ribas de Souza. As Contradições na Vida e no Trabalho dos Alunos da EJA em Porto Alegre/RS: Um Estudo de Caso. Porto Alegre: UFRGS, 2006. 187 f. Dissertação (Mestrado em Educação). Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.


1 Facultad Interamericana da Ciencias Sociales – Igarapé- Açu, Pará, Brasil; lyg_mad@hotmail.com