EFFECT OF THERAPEUTIC INTERVENTIONS IN CHILDREN WITH AUTISTIC SPECTRUM DISORDER
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11253736
Thayna Marcelle Andrade de Souza1
Valeriana Frota Farias1
Natália Gonçalves2
Resumo
Introdução: O Transtorno do Espectro Autista é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por uma ampla gama de sintomas e níveis de gravidade. O tratamento de fisioterapia pode proporcionar melhorias significativas nas habilidades motoras e funcionais de pacientes com autismo. Objetivo: Compreender a relevância das intervenções fisioterapêuticas no tratamento de pacientes com o espectro autista. Materiais e método: A pesquisa possui uma abordagem qualitativa, partindo de uma revisão de literatura. O estudo foi realizado por meio de uma pesquisa em bancos de dados eletrônicos como LILACS, PUBMED, SCIELO (Scientific Eletronic Libray Online), Periódico CAPES. Para a pesquisa dos artigos foram utilizadas as palavras-chaves: intervenções fisioterapêuticas, desenvolvimento motor, fisioterapia motora, TEA, autismo. Resultados: Encontrou-se 173 artigos nas bases de dados PUBMED e LILACS, na base de dados SCIELO não foi encontrado nenhum artigo dentro dos critérios de inclusão, sendo eliminados todos os artigos que não correspondiam com o propósito desse estudo. Sendo assim, 11 artigos foram selecionados. Conclusão: Conclui-se que as intervenções terapêuticas ajudam a promover o desenvolvimento motor e a coordenação motora, ela também pode ajudar a regular o tônus muscular, melhorar a propriocepção (percepção do corpo no espaço) e a consciência corporal.
Palavras-chave: Transtorno de Espectro Autista. Fisioterapia. TEA. Autismo.
Abstract
Background: Autism Spectrum Disorder is a neurodevelopmental disorder characterized by a wide range of symptoms and levels of severity. Physiotherapy treatment can provide significant improvements in the motor and functional skills of patients with autism. Pourpose: General objective: Understand the relevance of physiotherapeutic interventions in the treatment of patients on the autism spectrum. Methods: The research has a qualitative approach, starting from a literature review. The study was carried out through a search in electronic databases such as LILACS, PUBMED, SCIELO (Scientific Electronic Library Online), Periódico CAPES. To search for articles, the following keywords were used: physiotherapeutic interventions, motor development, motor physiotherapy, ASD, autism. Results: 173 articles were found in the PUBMED and LILACS databases, in the SCIELO database no articles were found that met the inclusion criteria, and all articles that did not correspond to the purpose of this study were eliminated. Therefore, 11 articles were selected. Conclusion: It is concluded that therapeutic interventions help to promote motor development and motor coordination, it can also help regulate muscle tone, improve proprioception (perception of the body in space) and body awareness.
Keywords: Autism Spectrum Disorder. Physiotherapy. TEA. Autism.
1 INTRODUÇÃO
O Transtorno do Espectro Autista é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por uma ampla gama de sintomas e níveis de gravidade. Alguns dos principais sintomas incluem dificuldades na comunicação verbal e não verbal, dificuldades na interação social, interesses restritos e comportamentos repetitivos
(Ministério da Saúde, 2023). É importante reconhecer que o transtorno do espectro autista é um espectro, o que significa que os sintomas podem variar significativamente de pessoa para pessoa. O diagnóstico precoce e intervenções apropriadas podem ajudar a melhorar os resultados para indivíduos com autismo, permitindo que eles desenvolvam suas habilidades e alcancem seu pleno potencial (Heidrich et al., 2022).
O tratamento de fisioterapia pode proporcionar melhorias significativas nas habilidades motoras e funcionais de pacientes com autismo. Ao trabalhar a ativação sensorial e motora, a fisioterapia pode ajudar o desenvolvimento de habilidades como sustentação corporal, equilíbrio, coordenação motora e percepção do corpo no espaço (Fonseca et al., 2021). Com essas melhorias, os pacientes podem de fato, aplicar essas habilidades adquiridas em seu cotidiano. Isso inclui realizar atividades básicas da vida diária, como vestir-se, calçar sapatos, amarrar cadarços, realizar atividades físicas e brincadeiras que envolvam movimentos específicos, bem como tarefas mais complexas, como segurar um lápis e escrever (Silva; Vilarinho, 2021).
Além disso, o desenvolvimento dessas habilidades motoras pode ter um impacto positivo na capacidade dos pacientes de se envolver em interações sociais, pois a melhoria da coordenação motora pode facilitar a participação em atividades compartilhadas (Magagnin et al., 2019). É importante que o tratamento de fisioterapia seja personalizado para atender às necessidades individuais e que seja realizado em conjunto com outras intervenções terapêuticas, como terapia ocupacional e terapia fonoaudiológica, para promover um desenvolvimento holístico e abordar todas as áreas de dificuldade associadas ao autismo (Gaiato et al., 2022).
Este estudo se justifica em razão de compreender a importância da fisioterapia e como ela pode influenciar e auxiliar no tratamento de pessoas com autismo. O autismo é um espectro que engloba uma ampla variedade de sintomas e níveis de gravidade, o que significa que o tratamento precisa ser altamente individualizado e abordar os diferentes aspectos do funcionamento. A fisioterapia desempenha um papel crucial nesse tratamento, pois pode ajudar a melhorar a função motora, a coordenação, o equilíbrio e a postura, entre outras habilidades físicas. Ao trabalhar em estreita colaboração com outros profissionais, os fisioterapeutas podem contribuir para um plano abrangente de intervenção que aborda os diversos desafios enfrentados pelo autista. Portanto, após o diagnóstico de autismo, é fundamental buscar o tratamento com profissionais qualificados, experientes e bem-preparados para lidar com as complexidades desse transtorno (Silva, 2022).
Diante do exposto emergiu o seguinte questionamento: Como as intervenções fisioterapêuticas são utilizadas no tratamento do desenvolvimento motor do Transtorno do Espectro Autista? Quanto ao objetivo geral deste estudo é: Compreender a relevância das intervenções fisioterapêuticas no tratamento de pacientes com o espectro autista.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, partindo de uma revisão de literatura. O estudo foi realizado por meio de uma pesquisa em bancos de dados eletrônicos como LILACS, PUBMED, SCIELO (Scientific Eletronic Libray Online). Para a pesquisa dos artigos foram utilizadas as palavras-chaves: intervenções terapêuticas, desenvolvimento motor, fisioterapia motora, TEA, autismo em inglês e português. As buscas nas bases de dados foram realizadas nos meses de fevereiro a abril de 2024 através de levantamento de obras literárias já publicadas, destacando a ideologia deles. Após a etapa de identificação das fontes, foi necessário analisar o material a ser descrito neste artigo, ocasionando uma seleção de ideias autorais, como também, observando e destacando o material necessário.
Foram selecionados arquivos em português e inglês publicados no período de 2019 a 2024, que oferecessem informações sobre o tema do trabalho, os critérios utilizados para inclusão dos artigos foram: Artigos no idioma inglês e português, artigos originais do tipo ensaio clínico e randomizado e foram excluídos artigos que não estavam disponíveis na íntegra, artigos que não abordavam as intervenções fisioterapêuticas utilizadas no desenvolvimento motor do transtorno do espectro autista.
Para análise de materiais coletados, foram identificadas as palavras-chaves, sendo colocadas nas bases de dados e em seguida foram aplicados os critérios de inclusão e exclusão. Os artigos foram filtrados, lidos, analisados e selecionados apenas o que atendiam todos os critérios estabelecidos.
3 RESULTADO
Encontrou-se 173 artigos nas bases de dados PUBMED e LILACS, na base de dados SCIELO não foi encontrado nenhum artigo dentro dos critérios de inclusão, sendo eliminados todos os artigos que não correspondiam com o propósito desse estudo. Completado o processo de busca dos artigos, foram encontrados 178 estudos com as palavras-chave selecionadas, e destes foram mantidos 36 estudos para leitura completa. Contudo, 25 artigos foram excluídos após a leitura completa por não condizerem com o objetivo deste estudo. Sendo assim, 11 artigos foram selecionados (Figura 1).
Figura 1 – Critérios de Inclusão e Exclusão adotados para este estudo.
*Após a leitura foi constado que os artigos não condiziam com o tema proposto;
**Artigos fora dos anos estabelecidos, nos idiomas inglês e português, originais, disponíveis na integra e que não abordam o assunto tratado.
Fonte: Autores, 2024.
Fonte: Autores, 2024.
As abordagens apresentadas pelos estudos apresentam resultados positivos quanto aos efeitos das intervenções terapêuticas em crianças com transtorno do espectro autista. O estudo selecionados demonstram que os autores concordam com esses resultados, apesar de precisar desenvolver um pouco mais o tratamento de pacientes portadores de autismo. Data, Munn, Frey (2024) identificaram diversas intervenções para apoiar o desenvolvimento motor de crianças com Transtorno do Espectro Autista, cada uma com seus próprios benefícios específicos. Entre essas intervenções estão: terapias assistidas por animais, caratê/Artes marciais, exercícios aquáticos, treinamento baseado em realidade virtual, exercícios padrão e personalizados, programas de atividade física.
Essas intervenções, quando bem planejadas e executadas, podem proporcionar um ambiente enriquecedor e terapêutico que apoia o desenvolvimento motor e melhora a qualidade de vida das crianças com TEA. É essencial que essas abordagens sejam adaptadas individualmente e realizadas por profissionais qualificados, muitas vezes em colaboração com outros especialistas, como terapeutas ocupacionais.
4 DISCUSSÃO
O fisioterapeuta é fundamental no suporte ao desenvolvimento motor de crianças com Transtorno do Espectro Autista. Eles desempenham um papel crucial na promoção da funcionalidade e independência das crianças em suas atividades diárias. Pode ajudar a criança com TEA a desenvolver habilidades motoras fundamentais, como equilíbrio, coordenação, força muscular e mobilidade.
De acordo com Ferreira (2023), eles também podem fornecer intervenções para melhorar a postura, o controle motor fino e grosso, e a integração sensorial. Os fisioterapeutas trabalham em colaboração com outros profissionais de saúde, como terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e psicólogos, para desenvolver um plano de tratamento abrangente e personalizado para cada criança. Eles também podem fornecer orientação e suporte aos pais e cuidadores sobre como apoiar o desenvolvimento motor da criança em casa. Em suma, o fisioterapeuta desempenha um papel vital na melhoria da qualidade de vida e no desenvolvimento global de crianças com TEA, ajudando-as a alcançar seu máximo potencial (Santos, 2021).
Além das intervenções diretas com a criança, os fisioterapeutas desempenham um papel importante ao fornecer orientações e suporte aos pais e cuidadores sobre como podem ajudar no desenvolvimento motor da criança em casa. Eles podem fornecer técnicas e exercícios específicos, estratégias para atividades diárias, brincadeiras e jogos, adaptações ambientais, recomendações sobre como adaptar o ambiente doméstico para promover o desenvolvimento motor da criança, como fornece um espaço seguro para a prática de atividades motoras e brincadeiras (Valois et al., 2022). Ao trabalhar em parceria com os pais e cuidadores, os fisioterapeutas podem ajudar a maximizar os benefícios da intervenção fisioterapêutica e promover o desenvolvimento motor da criança de forma contínua e consistente, dentro e fora do consultório.
A avaliação detalhada das habilidades motoras da criança é fundamental para direcionar o plano de intervenção fisioterapêutica de forma personalizada e eficaz. Durante o processo de avaliação, o fisioterapeuta pode realizar diversas atividades, tais como observação direta, testes padronizados, histórico de desenvolvimento motor (Prates et al., 2019).
Com base nessas informações, o fisioterapeuta pode identificar áreas de deficiência e estabelecer metas terapêuticas específicas e mensuráveis, que orientarão o plano de intervenção. Essas metas podem incluir melhorias na força muscular, coordenação, equilíbrio, mobilidade, independência funcional e participação em atividades diárias, sempre levando em consideração as necessidades e capacidades individuais da criança (Ponick, 2022).
Sun et al. (2019), sugere que a pesquisa na área da fisioterapia para pacientes com Transtorno do Espectro Autista continue avançando. Estudos adicionais podem ajudar a aprimorar os tratamentos fisioterapêuticos, identificar intervenções mais eficazes e compreender melhor os mecanismos subjacentes ao desenvolvimento motor em crianças com TEA.
Além disso, pesquisas futuras podem explorar abordagens terapêuticas inovadoras, como a utilização de tecnologias assistivas, realidade virtual, jogos motorizados e terapias baseadas em atividades físicas específicas, para promover o engajamento e a motivação das crianças durante o processo de reabilitação. Com uma abordagem multidisciplinar e colaborativa, que envolva profissionais de diferentes áreas da saúde, pais, cuidadores e pesquisadores, podemos ampliar o conhecimento sobre as melhores práticas de intervenção fisioterapêutica para indivíduos com TEA e, assim, melhorar significativamente sua qualidade de vida e funcionalidade.
5 CONCLUSÃO
A fisioterapia desempenha um papel fundamental no desenvolvimento motor de crianças com Transtorno do Espectro Autista, ajudando a melhorar sua qualidade de vida e funcionalidade. Por meio de intervenções especializadas e personalizadas, os fisioterapeutas podem trabalhar para estimular o desenvolvimento motor dessas crianças de diversas maneiras, desempenhando um papel abrangente e essencial no cuidado de crianças com TEA, contribuindo significativamente para seu desenvolvimento motor, bem-estar e qualidade de vida.
O trabalho interdisciplinar é fundamental para fornecer uma abordagem abrangente e integrada ao tratamento de crianças com Transtorno do Espectro Autista. Ao trabalhar em conjunto com outros profissionais, como terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e psicólogos, os fisioterapeutas podem potencializar os resultados e oferecer uma intervenção mais abrangente e personalizada para cada criança. Essa colaboração permite uma compreensão mais holística das necessidades da criança e o desenvolvimento de estratégias de intervenção mais eficazes.
Conclui-se que as intervenções terapêuticas ajudam a promover o desenvolvimento motor e a coordenação motora, ela também pode ajudar a regular o tônus muscular, melhorar a propriocepção (percepção do corpo no espaço) e a consciência corporal. Ao trabalhar individualmente com cada criança, os fisioterapeutas podem adaptar suas abordagens terapêuticas para atender às necessidades específicas de cada criança com TEA. Isso pode envolver o uso de técnicas e exercícios direcionados para facilitar a aquisição de habilidades motoras finas e grossas, bem como promover a independência nas atividades da vida diária.
REFERÊNCIAS
Brasil. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Transtorno do Espectro Autista – TEA (autismo). Brasília, 2023.
Ferreira, J. T. C. et al. Efeitos da fisioterapia em crianças autistas: estudo de séries de casos. Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, v. 16, n. 2, 2016.
Fonseca, A. C. et.al. Contribuição da fisioterapia no desenvolvimento psicomotor da criança com transtorno do espectro autista: uma revisão bibliográfica. Revista Novos Desafios, Guaraí, v. 1, n. 1, p. 31-43, 2021.
Gaiato, M. H. B. et al. Análise do comportamento aplicada ao autismo embasada em estratégias naturalísticas: revisão da literatura. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 15, n. 10, p. 1-10. 2022. Doi: https://doi.org/10.25248/REAS.e10919.2022
Heidrich, T. E. et al. Validação de conteúdo de instrumento para a avaliação motora de jovens com autismo. Fisioterapia em Movimento, v. 35, p. e35135, 2022.
Magagnin, T. et al. Relato de Experiência: Intervenção Multiprofissional sobre Seletividade Alimentar no Transtorno do Espectro Autista. Id on Line Rev.Mult. Psic.,2019, vol.13, n.43, p. 114-127. ISSN: 1981-1179.
Ponick, C. Fisioterapia aquática em crianças com transtorno do espectro autista- TEA: estudo de caso. In: 15º Congresso Internacional da Rede Unida. 2022.
Prates, A. C. et al. Os benefícios da fisioterapia na independência funcional em crianças com transtorno do espectro autista. Corpo Editorial Conselho Diretivo, 2019.
Santos, A. F. D. R. Aspectos do desenvolvimento do portador de transtorno do espectro autista e as contribuições da fisioterapia: revisão integrativa, 2021.
Silva, J. E. S. A fisioterapia no desenvolvimento motor das crianças com transtorno do espectro autista (TEA), 2022.
Silva, L. R; Vilarinho, K. O impacto da intervenção fisioterapêutica em crianças com autismo. Revista Saúde dos Vales. 2022, vol. 1, n. 1. Disponível em: < https://www.revistas.unipacto.com.br/storage/publicacoes/2022/830_o_impacto_da_i ntervencao_fisioterapeutica_em_criancas_com_autismo.pdf >. Acesso em: 21 de mar. 2024.
Valois, B. et al. A psicomotricidade como abordagem fisioterapêutica no desenvolvimento motor de crianças com transtorno do espectro AUTISTA. Pesquisa & Educação A Distância, n. 26, 2022.
1Discente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE.
2Especialista em Fisioterapia Neuro funcional, Docente do Curso de Fisioterapia e Fonoaudiologia do Centro Universitário do Norte – UNINORTE.
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