EDUCAÇÃO SOCIOEMOCIONAL: A ARTE COMO ESTRATÉGIA EDUCATIVA CRIATIVA APLICADA EM SALA DE AULA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202503201657


Lisa Minari Hargreaves


RESUMO:  O presente trabalho ressalta o papel da educação socioemocional e da arte (arteterapia e arte educação) como estratégia de cunho artístico e psico pedagógico voltada para a prática criativa no âmbito da pedagogia infanto-juvenil escolar. Por meio da análise qualitativa e processual são consideradas diferentes possibilidades de ensino e criação enxergadas como dinâmicas colaborativas voltadas para educação sócio-emocional da criança na escola. A pesquisa apresentada aponta, portanto, para a adoção da arte desde o ensino infantil que, com sua capacidade transformadora e aglutinadora, foca sua inserção educacional no âmbito da (re)significação emocional. Ressalta-se desta forma, sua validação como estratégia afetiva, lúdica, criativa e consistente que abarca áreas diferenciadas, mas colaborativamente significativas para o ensino no ambiente escolar. 

Palavras-chave: educação Socioemocional, arte, arteterapia, escola, criatividade, colaboratividade. 

1. INTRODUÇÃO

A presente pesquisa trata da arte educação e da arte terapia focadas como estratégia complementar nas atividades socioemocionais. Nesse contexto, a arte verifica-se uma possível e eficaz estratégia escolar devido ao seu caráter criativo, lúdico e investigativo. Com a proposição de diversas atividades pertencentes a manifestação artística, a arteterapia se mostra um tipo de dinâmica eficiente tendo em vista que trabalha e impulsiona o resgate da autoestima por meio da educação socioemocional e da valorização da criança por meio da criação artística afetiva imagética e discursiva. 

No âmbito da vertente educativa socioemocional,o trabalho apresentado trata da função  da arte educação e da arteterapia buscando nas novas propostas teóricas e em sua história as bases de sua atuação no panorama artístico e psicológico-terapêutico. Nesse contexto, a problemática inerente a sua eficácia e real sucesso se torna uma estratégia validada pela bibliografia específica e pela experiência em sala de aula embasada metodologicamente na pesquisa qualitativa de campo, ativa e propositiva.

Ressalta-se, desta forma, que no decorrer do trabalho tentou-se formular eventuais questionamentos inerentes a real função da arte na escola no âmbito da educação socioemocional, elegendo, portanto, algumas hipóteses quais: a arte é eficaz como estratégia escolar complementar no contexto sócio-emocional? Pode-se através do estudo de sua história e de suas propostas entender quais os principais princípios teóricos que a elegem como possível alternativa de sucesso? Pode a educação socioemocional   ser trabalhada por meio da arteterapia e da arte educação?

À luz dessas hipóteses, formulam-se eventuais objetivos que apresentam em sua pauta a essência da pesquisa. São esses: entender a eficácia da  arte educação  e da arterapia no contexto da criança, através de sua história e de suas propostas, relevar os princípios teóricos que elegem a educação sócio-emocional como eficaz dinâmica lúdico-criativa de cuidados para com a criança e trazer uma experiência de oficina que trabalha a educação sócio-emocional, a partir dos princípios da arteterapia.

No contexto apresentado pode-se, portanto, acrescentar a importância da pesquisa no campo da pedagogia, da psicologia, e da docência em arte, tendo em vista a participação ativa da arteterapia como estratégica social, emocional e criativa.  A pesquisa assim, aponta para a necessidade investigativa inerente a função   sócio-emocional da arte educação e da arte enxergada no seu viés da docência e terapêutico no panorama dos tratamentos criativo psicopedagógicos complementares na sala de aula. 

A pesquisa da história e das propostas arte terapêuticas no âmbito da arte educação socioemocional foram embasadas no estudo de bibliografia especializada e pautada na proposta de uma oficina inerente a duas atividades criativas voltadas tanto para a arte quanto para a educação socioemocional no ambiente escolar. 

A luz dos fatos analisados é desta forma fundamental ressaltar que a pesquisa apresenta estruturalmente seis grandes blocos quais: resumo, introdução, desenvolvimento, oficina conclusão e referências. No desenvolvimento são apresentados quatro subcapítulos: o primeiro que trata da história e dos princípios da arteterapia, o segundo dos princípios da arte educação e o terceiro da visão sócio-emocional focando o ambiente escolar, e o quarto que descreve a proposta de oficina criativa em sala de aula.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 A arteterapia: história e princípios

A arte terapia enxergada a partir de sua abordagem sócio-emocional oferece uma vasta gama de linguagens criativas quais a dança, a pintura, o desenho, a escultura, a escrita sem ter unicamente como fim somente a investigação do trauma em sentido psicológico, mas uma possibilidade expressiva que supera a investigação e se volta para a expressão criativa das emoções.

Segundo Sousa (2021) a arteterapia é um dispositivo terapêutico socioemocional que absorve saberes das diversas áreas de conhecimento constituindo-se numa prática transdisciplinar que visa resgatar o ser, suas emoções e seu conhecimento  pessoal e sócio-histórico.

Já nos anos 40 Margareth Nauberg “mãe” da arteterapia estabeleceu as fundamentações teóricas para o desenvolvimento da arteterapia que foi consagrada área de saber sensível.  Baseada na matriz freudiana, a própria Margareth Nauberg, (2012), dizia que sua essência seria a criação estética  emocional e a elaboração artística em prol da saúde, do desenvolvimento e da convivência saudável. Segundo Dionisio (20012) a arteterapia   ajudaria portanto a resgatar, desbloquear e fortalecer potenciais criativos, através de formas expressivas diferentes impulsionando a revelação do próprio íntimo e o contato com o inconsciente.

Formada por diversas linguagens como música, fotografia, pintura, dança, desenho, escrita, teatro, escultura, e outras derivantes quais colagem, reciclagem de sucata, marcenaria, etc. a arteterapia se torna um importantíssimo instrumento para terapeutas, psicólogos, pedagogos e professores de arte que queiram reproduzir em sala de aula algumas atividades propostas pela arte terapia e pela educação sócio-emocional.

No Brasil nos anos 40, Nise da Silveira, considerada a mãe da arteterapia no Brasil discordando das terapias psiquiátricas tradicionais quando chegou em engenho de dentro, um famoso hospício no Rio, disse que estava ali para “expressar o mundo emocional dos pacientes” Silveira (2022). Nise desta forma, trabalhou com os pacientes a pintura, mas também a dança e a marcenaria e no final fundou o museu do inconsciente no Rio conseguindo inaugurar assim diferentes tipos de tratamentos não invasivos e libertadores para os pacientes.

Nise conta assim os primeiros momentos de permanência em engenho de dentro onde eram utilizados eletrochoques e terapias invasivas para pacientes em crise ou surto. Os médicos psiquiatras seguiam as terapias normais da época a base de eletrochoque e terapia invasivas sem se perguntar se era possível outro tipo de abordagem. Nise chegou neste contexto e propôs uma terapia inovadora embasada na vertente socioemocional, nas   linguagens criativas artísticas e onde recebeu uma forte adesão por parte dos pacientes.  Simpatizante das teorias junguianas foi considerada a mãe da arteterapia no Brasil inovando desta forma a maneira de pensar novos cuidados criativos voltados para pacientes psiquiátricos

Desta forma, torna-se importante, durante a prática em sala de aula, incentivar a arte terapia como experiência de resgate criativo e emocional do coletivo e do próprio aluno, enxergado como ser em crescimento que carrega marcas, e heranças tanto contextuais próprias quanto sócio-culturais. 

Para Fregtman, (2018) a psicoterapia trabalha com um enfoque globalizador,que consiste em procurar desenvolver-se a partir da integridade indo além do âmbito pessoal e da dualidade psicossomática cartesiana. Para o mesmo autor o artista cria e é criado para revelar novas realidades entre as palavras e o terreno do indomável. Neste contexto, Fregtman aponta, portanto, a arte terapia como experiência agregadora e integral inserida no processo de superação do ser dentro e fora da sala de aula.

Burden (2020) ressalta como atualmente a realidade escolar é prevalentemente intelectual voltada somente para um tipo de ensino formal e técnico. Sendo assim, as crianças carecem do contato intuitivo e criativo estimulador propiciado pela arte que, voltada para uma abordagem psicoterapêutica, se torna suporte essencial no âmbito escolar.

A arteterapia trabalha de maneira afetiva o socioemocional das crianças em sala de aula tendo em vista a capacidade do terapeuta tanto de estimular a criatividade quanto de utilizar os instrumentos terapêuticos necessários para  auxiliar e apoiar a criança em estado de sofrimento. Este tipo de processo é fundamental para o desenvolver emocional saudável de cada criança inserida em uma coletividade específica.

Neste contexto, torna-se cada vez mais necessário pensar na interação entre educação socioemocional e arte terapia como modalidade obrigatória a ser trabalhada em sala de aula junto com o professor. É fundamental visar ao surgimento de novas possibilidades que possam acolher e amparar o aluno no decorrer da sua aprendizagem escolar e pessoal, já que o ensino tradicional não oferece alternativas criativas no processo intuitivo e emocional-afetivo no ambiente escolar.

2.2 Arte educação: considerações

No âmbito acadêmico discute-se frequentemente a função da arte como possibilidade terapêutica mas também como possibilidade de expressão lúdica-criativa voltada para a criança. A este respeito Barbosa (2007) ressalta que por meio da arte é possível desenvolver a percepção e a imaginação, compreender a realidade, aguçar a capacidade crítica, permitindo a criança enxergar criticamente seu contexto e trabalhar a criatividade de maneira a mudar a realidade que foi trabalhada e analisada. Segundo a mesma autora, a arte é um caminho possível para que a educação emocional, estético-sensível e crítica possa ser alcançada.

Aponta-se assim, que na escola o ensino da arte pode acontecer pautado nas premissas da educação, conhecimento e aprendizagem de um saber unificado que compreende saber, fazer, fazer para saber e desta forma, revelar as habilidades e as competências socioemocionais de cada criança. “Podemos portanto pensar a arte em um cenário educativo e alcançar um caminho de possibilidades e recomeços” Barbosa (2007)  sempre reavaliando e revalidando  o percurso socioemocional como fio condutor da própria narrativa pedagógica.

Nesse contexto, a pedagogia holística propõe a arte como atividade de sustentação da prática educacional junto com o equilíbrio, a inclusão e a conexão.   Chabout (2019)   apresenta alguns princípios que norteiam uma escola comprometida com uma nova educação: o estudante como o centro, a inteligência multidimensional,  o pensamento, o ensino e a aprendizagem  como processo sistêmico de autoconhecimento e autodescobrimento, o conhecimento  com ênfase na qualidade em detrimento da quantidade, o currículo personalizado que considere talentos, interesses e inteligências, e a escola como organização compatível com os princípios  holísticos tais como “físicos, emocionais, sociais, estéticos, criativos, intuitivos, e espirituais inatos da natureza humana” (Chabout, 2019) Assim Segundo o autor a educação holística seria uma educação que aborda o aluno como ser único, integral e completo 

Neste contexto, a visão holística pode auxiliar na tomada de consciência das relações e das habilidades para mudá-las e transformá-las, enfatizando  a importância da adoção de uma abordagem sócio-emocional (foco nas habilidades emocionais e nas relações interpessoais e de ação comunitária e social).

A arte educação insere-se tanto na prática arteterapêutica quanto no universo pedagógico holístico como prática criativa embasada na afetividade pautada não somente na experiência estética individual, mas também no olhar dirigido ao outro, à comunidade e a própria sociedade. Daqui vem a importância de se pensar estratégias para que na aula de arte possam ser trabalhadas as habilidades criativas necessárias para alcançar a descoberta de si e do outro no âmbito das emoções. Ao longo da história os seres sobreviveram e se desenvolveram usando sua criatividade para enfrentar imprevistos e desafios. (Colemann, 2022)

Para criar e manter um mundo que seja realmente inclusivo com novas propostas de aprendizagem colaborativas, resilientes e sustentáveis será necessário cultivar a imaginação e a afetividade. A arte educação e a arteterapia  precisam portanto apresentar propostas que respondam a questões sociais, culturais, econômicas, ambientais com o olhar da afetividade e das emoções. Nesse contexto, torna-se fundamental investir na arte educação desde a primeira infância para que cada criança possa ter a oportunidade de trabalhar seu lado socioemocional como reflexo coeso da sociedade na qual vivem. Só assim será possível a entrada de novas propostas educativas em sala de aula que visam trabalhar a qualidade de vida do aluno e de sua comunidade.

2.3 A Educação socioemocional: princípios

Segundo Soeiro (2022) existe uma relação entre emoções e aprendizado no contexto escolar, tendo em vista que tudo o que for sentido influencia na maneira como cada um aprende e se expressa na vida.

Já no início do século XX, Piaget (2000) Vigotsky (1999) e Wallon (2018) preconizavam a importância da afetividade na formação da criança, nas relações consigo mesma, com os outros e com a própria sociedade. Cada estudioso voltava-se para o estudo emocional infanto-juvenil observando a valorização afetiva do ponto de vista da psicogênese infantil (Piaget), dá ênfase afetiva dos vínculos relacionais Sócio-históricos (Vigotsky) e da compleição afetiva (teoria da afetividade) como componente essencial na formação e na estabilidade presente e futura da criança (Wallon).

Mais tarde Bowby (2017) também comprovou com sua teoria do apego que a falta de afetividade afeta o desenvolvimento da personalidade da criança e a capacidade de desenvolver relacionamentos saudáveis. Suas pesquisas com filhotes de macacos comprovaram que a falta do afeto produzia experiências traumáticas e a incapacidade de exteriorizar relacionamentos parentais saudáveis e também  de praticar cuidados afetivos com similares.

Howard Gardner (1983) desenvolveu a teoria de que existem inteligências múltiplas que se diferenciam do conceito de inteligência tradicional; seriam essas: a inteligência musical, a corporal-cinestésica, a lógico-matemática, a linguística a espacial a interpessoal, a intrapessoal, e a naturalista.  Para ele, as inteligências múltiplas são estreitamente vinculadas a saberes de áreas que atuam com a sensibilidade a resolução de problemas com apoio nas emoções.

Parhomenko apud Cericato (2020) define competência socioemocionais a capacidade de gerenciar comportamentos e emoções, permitindo-se o envolvimento e a relação harmônica com outras pessoas dentro de um contexto social.

Atualmente o neurocientista Damasio (2011) em seu livro “E o cérebro criou o homem” afirmou que a falta de emoções e sentimentos implicam a inexistência da racionalidade apontando desta maneira, para a necessidade de instaurar um equilíbrio entre razão e equilíbrio.

Weber (2022) ressalta que o atual documento publicado pelo Ministério da Educação Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em 2017 estabeleceu dez competências gerais para nortear as áreas de conhecimento e os componentes curriculares. Estas competências estão pautadas nos valores socioemocionais  que abordam a possibilidade de construir e transformar o conhecimento a partir do momento no qual sabe-se lidar com as emoções e aprende-se a instaurar relações sociais de qualidade. Assim, ao longo da educação básica as aprendizagens essenciais definidas na BCCN (2017) devem assegurar ao estudante o desenvolvimento de dez competências essenciais voltadas para o âmbito pedagógico e para os direitos à aprendizagem e ao desenvolvimento. Desta forma competência é definida como a mobilização de: conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores (para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do trabalho).

As competências socioemocionais são portanto assim classificadas: 

  • Autoconhecimento
  • Autocontrole ou autorregulação
  • Tomada de decisões responsáveis
  • Consciência social
  • Habilidades de relacionamento

A competência socioemocional do autoconhecimento diz respeito à habilidade de perceber e reconhecer as próprias emoções para, assim, saber se comportar e reagir de maneira adequada às diferentes situações da vida. Conhecer-se implica ter autocrítica, além da capacidade de compreender limitações (preconceitos, influências dos outros e qualidades (honestidade, integridade, valores, propósito, vontade de crescer) distinguindo o que é de si mesmo e o que é dos outros. Para Weber (2022) , aplicando as competências socioemocionais para escrever, desenvolverá o pensamento crítico e o raciocínio lógico, se relacionará mais e melhor com seus pares. Enfim, a aprendizagem e as interações serão potencializadas.

Parhomenko apud Cericato (2020) define competência socioemocionais a capacidade de gerenciar comportamentos, permitindo-se o envolvimento e a relação harmônica com outras pessoas dentro de um contexto social.

Como foi possível perceber, as competências sócias emocionais tornam-se objetivo educacional validado tanto pela documentação pedagógica oficial voltada para a instituição educacional, quanto pelas reais necessidade da criança-aluno inserida na comunidade sócio-escolar 

Torna-se portanto fundamental incentivar e trabalhar em sala de aula as competências socioemocionais buscando novas estratégias criativas. É importante estimular no aluno a auto-estima, a autoregulação e o cuidado com os outros como responsabilidade social para que possa se tornar um ser mais seguro e se sentir mais acolhido e, por sua vez, saber também acolher. Propomos, portanto, uma oficina de um encontro para trabalhar a auto-estima como ponto inicial para a valorização de si mesmo e dos outros.

2.4 Proposta de oficina em sala de aula 

Título:  QUEM SOU EU QUEM É VOCÊ

Turma: 4 série (ensino fundamental 1) ou 6 série (ensino fundamental 2)

Objetivo: trabalhar e compartilhar as emoções despertadas a partir da autoanálise e do olhar do outro.

Objetivos específicos: Compartilhar emoções, enxergar o outro, se enxergar, aprender a exteriorizar emoções e suas características, fazer o autorretrato e o retrato do outro, falar com\de o outro.

Justificativa: necessidade de trabalhar na escola o socioemocional dos alunos inseridos em uma comunidade micro social (escola).

Cronograma: uma tarde de duração das 14:00 as 18:00

E para começar…….

Vamos nos conhecer mais um pouco:

Inicie a atividade conversando com a turma sobre autoconhecimento. Apresente um diálogo aberto, perguntando

CONVERSA

Você se conhece por dentro e por fora?

Qual sua característica física que você mais acha interessante?

Qual sua personalidade? (alegre, triste, gentil, brincalhão)

O que você gosta de fazer na sua casa?

O que você gosta de fazer na escola?

Qual sua comida preferida?

Qual sua roupa preferida?

Qual seu programa preferido?

Qual seu jogo ou brinquedo preferido?

Como reage quando está triste, alegre, com raiva, feliz?

O que você faria se… (alguém mentisse, te ofendesse…)

AÇÃO

Agora distribua para seus alunos e peça para preencher:

A direita peça para escrever suas características físicas ou de personalidade

A esquerda que tipo de emoções estas características despertam nele.

            Minhas características                Minhas emoções
Ex: simpáticoalegria

Pedir para quem se sentir a vontade de apresentar para a turma a tabela com as próprias características e as emoções e compartilhar junto com a turma. Guiar uma discussão a respeito da autopercepção junto com a turma a partir das tabelas compartilhadas.

Agora vamos desenhar!

  1. Distribuir folhas A4 lápis e cores (canetinhas, giz de cera, lápis coloridos)
  2. Pedir para cada um se desenhar como se sente e se vê.
  3.  Em seguida, em duplas formadas, pedir que um colega desenhe o outro colega.
  4. Pedir que cada aluno compare o seu autorretrato com o desenho dele feito pelo colega.  No final cada um deve ter comparado o seu autorretrato com o retrato do outro aluno.

REFLEXÃO

Reflexão, responder: Quais as diferenças entre o seu autorretrato e o retrato que seu colega fez de você? Como você se enxerga? Como você acha que ele te enxerga?

Quais emoções te despertam a maneira que ele te vê?

Para terminar fazer em sala de aula uma roda de troca e conversa a respeito da atividade e das emoções que a atividade despertou e que foram conversadas com os colegas.

3. CONCLUSÃO

À luz dos fatos analisado é possível perceber que a adoção do ensino socioemocional como estratégia educacional se torna dinâmica essencial em um atendimento qualitativo que visa o resgate afetivo do aluno. As atividades propostas visam assim, a estimular criativamente não somente as possíveis habilidades artísticas do próprio aluno, mas também suas competências afetivas o colocando em contato com seu próprio eu e com a coletividade.  

Tendo também em vista os exemplos auto narrativos propostos na oficina, ficou clara a importância da aplicação prática das atividades pautadas pela a arte educação pela arteterapia como forma de reconfiguração relacional e ressaltando assim, sua real eficácia pedagógica. Acrescentar as práticas artísticas como pintura, escultura, teatro, dança, escrita traz de uma forma lúdica e eficaz o processo de valorização e resgate da criança individual e coletiva abrindo novas possibilidades criativas rumo a sua mudança interior.

A este respeito, Melo (2009) coloca que o ensino socioemocional propicia entre  professor e aluno uma relação de emoção e afetividade e consequentemente aponta para a melhora no ambiente escolar. O docente catalisador do processo no estabelecimento de uma relação pautada no afeto e na criação de um ambiente expressivo propício, torna-se desta maneira elemento mediador que estimula a troca e a mudança. Neste contexto, para Carvalho (2015) os símbolos expressos na arte não são vistos como simples projeções de conteúdo lúdico, mas como importante mecanismos rumo à transformação sócio-emocional qualitativa do aluno contribuindo para seu desenvolvimento psico-físico individual e coletivo.

4. REFERÊNCIAS

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Burden, V. O processo da intuição. São Paulo: Pensamento, 2020.

Carvalho, J. A arte cura.  Editora Campinas São Paulo, 2015.

Cericato, L. Competências socioemocionais de bolso. São Paulo: editora Arco 43 2020.

Chabout, D.Pedagogia Emocional, São Paulo: Cortez, 2019

Colemann, K.et all. A visão da InSEA para 2050: futuro da educação. Disponível em: respostaaculturadaUnescosobreofuturodahumanidade.com.br acesso em 20 de novembro de 2022. 

Damasio, D. E o cérebro criou o homem. São Paulo: Perspectiva, 2011

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Wallon, H. Do ato do pensamento. Rio de janeiro: Vozes. 2018.

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