EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: SUGESTÃO DE OFICINA PARA A VALORIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO IMATERIAL

REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/th102410041349


Sergio Celio Klamt¹
Marina Amanda Barth²
Rafaela Schild da Rosa³


RESUMO

Este artigo aborda a utilização da ludicidade como uma ferramenta pedagógica para tornar o ensino sobre patrimônio cultural mais interativo e descontraído, especialmente nas séries do Ensino Fundamental. A partir de metodologias criativas que incentivam a expressão artística do aluno, propomos uma oficina voltada para a valorização do Patrimônio Imaterial, buscando facilitar uma compreensão mais profunda desse tema.

PALAVRASCHAVE

Educação Patrimonial, Patrimônio Imaterial, Ludicidade.

ABSTRACT

This article addresses the use of playfulness as a pedagogical tool to make teaching about cultural heritage more interactive and relaxed, especially in elementary school. Using creative methodologies that encourage students’ artistic expression, we propose a workshop focused on valuing Intangible Heritage, seeking to facilitate a deeper understanding of this topic.

KEYWORDS

Heritage Education, Intangible Heritage, Playfulness

INTRODUÇÃO

O foco de estudo está voltado à ludicidade como componente pedagógico no ensino fundamental. O lúdico na educação pode ser desenvolvido por meio de jogos e brincadeiras, tendo um papel importante no mundo infantil e na vida de todo ser humano.

Ao escolher atividades lúdicas como estratégia de ensino, o professor busca utilizar recursos que facilitem e motivem a aprendizagem. Assim, é fundamental que esse educador compreenda que, ao despertar a curiosidade dos alunos por meio de atividades desafiadoras e contemporâneas, poderá gerar interesse, tornando o estudo mais envolvente e participativo.

Para contemplar as novas demandas do licenciamento ambiental voltadas para a Educação Patrimonial continuada e as expectativas das escolas, diferentes atividades podem ser desenvolvidas tanto nas instituições de ensino superior como no ambiente das próprias escolas.

O LÚDICO NA EDUCAÇÃO

            Brincar é um estímulo natural que, quando incorporado ao processo de aprendizagem, estimula a espontaneidade. Através de jogos e brincadeiras, as crianças têm a chance de se conhecer melhor e desenvolver sua socialização. Além disso, essa prática favorece a criatividade, a autoconfiança e a autonomia, contribuindo para o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração.

Quando o jogo acontece em ambientes sem pressões externas e com segurança emocional, ele cria condições favoráveis para a aprendizagem social (VYGOTSKY, 1998). Nesse sentido, o lúdico se apresenta como uma abordagem educacional para superar as dificuldades no processo de ensino-aprendizagem, promovendo a pedagogia lírica. Assim, busca-se afastar a ideia de que o estudo é uma obrigação, encarando-o como um direito que deve ser cultivado e exercido da melhor forma possível.

            De acordo com Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo do aluno ocorre por meio da interação social, ou seja, por meio da interação com outras pessoas e com o ambiente. Para isso, é necessário que pelo menos duas pessoas estejam ativamente envolvidas na troca de experiências e ideias, o que possibilita a criação de novas experiências e conhecimento.

A aprendizagem é uma experiência social, mediada pelo uso de instrumentos e símbolos, conforme os conceitos apresentados pelo próprio autor. Para Piaget, inteligência, aprendizagem e construção do conhecimento estão interligadas.

Dessa forma, ao estudar e investigar as atividades, deve-se enfatizar o desenvolvimento das inteligências por meio de atividades lúdicas, permitindo que as crianças aprendam brincando e se socializando.

Na pratica as tarefas operatórias trabalhadas de forma lúdica, facilitam a aprendizagem da criança, desenvolvendo o cognitivo, o afetivo, contribuindo para a construção do sujeito de forma integral. Aprender brincando proporciona prazer para a criança e ao educador, pois ao propor atividades desafiadoras que estimulem a reflexão, a descoberta, a criatividade, o desenvolvimento do raciocínio, acionam os esquemas mentais, respeitando a fase de desenvolvimento.

            Além disso, de acordo com as obras de Freire, os indivíduos só aprendem aquilo que os cativam e geram sentimento de curiosidade, para ele, não há aprendizado benéfico sem curiosidade. Com isso, deve-se compreender que sistemas pedagógicos baseados em reprodução, nos quais os alunos são meros ouvintes e acumuladores do saber passado pelo professor, não são a resposta para uma boa educação.

            Com as novas tecnologias presentes no cotidiano da população é possível criar planos de aula que possibilitam o educando a fazer ligações entre o conteúdo apresentado e sua vivência. De maneira que, mesmo as aulas em formato lúdico possuam a realidade mundial e conhecimentos essenciais em suas entrelinhas.

            Em vista dos pontos abordados, pode-se sintetizar que uma aprendizagem que o aluno tenha oportunidades de colaborar e possua voz ativa diante de brincadeiras e atividades gerais contribui diretamente para a manutenção de valores já que incentiva o trabalho em grupo e a contribuição coletiva e a memorização de conteúdo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este material, apresenta-se como uma alternativa para a Educação Patrimonial, além de oferecer um recurso prático que os professores podem implementar em suas salas de aula. No Anexo “A”, está disponível uma sugestão de oficina sobre patrimônio imaterial.

REFERÊNCIAS

HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: o jogo como elemento cultural. São Paulo: Perspectiva,1990.

NEGRINE, Airton. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto Alegre: Propil, 1994.

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança, imitação, jogo, sonho, imagem e representação de jogo. São Paulo: Zahar, 1971.

SARTRE, J. P. A imaginação. Trad. Paulo Neves. Porto Alegre: L&M, 2009.

VYGOTSKY, L.S.. A formação social da mente. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

http://basenacionalcomum.mec.gov.br/

https://educacaoinfantil.aix.com.br/ludicidade

https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao

https://brasilescola.uol.com.br/historiag/arte-pre-historia.htm

https://www.google.com/search?q=arte+rupestre+brasileira&tbm=isch&chips=q:arte+rupestre+brasileira,online_chips:patrim%C3%B4nio+cultural&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwik9

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Anexo A – Sugestão de Oficina de Patrimônio Imaterial – Saberes e Sabores


1 Professor e Arqueólogo Coordenador do Centro de Ensino e Pesquisas Arqueológicas da
Universidade de Santa Cruz do Sul, RS. sergio@unisc.br

2 Historiadora e arqueóloga, professora substituta do Instituto Federal do Tocantins. barth.marina@yahoo.com

3 Acadêmica do curso de História. Bolsista no Centro de Ensino e Pesquisas Arqueológicas da Universidade de Santa Cruz do Sul, RS.