EDUCAÇÃO INCLUSIVA: PERCEPÇÃO DOCENTES PARA ALUNOS AUTISTAS NA ESCOLA CRECHE LÍGIA MARIA SILVA MARINHO, LOCALIZADA NA CIDADE DE MANACAPURU AM/BRASIL, NO PERÍODO DE 2022-2023 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12538650


Juza dos Santos Carvalho1
Edijane Barbosa da Silva2
Alderlan Souza Cabral3


Resumo: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem como definição um déficit no  neurodesenvolvimento do indivíduo, que acomete principalmente a comunicação e a interação  social com os demais. Geralmente o diagnóstico ocorre ainda na infância, porém como  existem graus, pode-se passar despercebido o que pode gerar muitos prejuízos no diagnóstico  tardio. O artigo tem como temática: “Educação Inclusiva: Percepção docentes para alunos  Autistas na Creche Lígia Maria Silva Marinho, localizada na Cidade de Manacapuru AM/Brasil, No Período De 2022-2023.” Tendo como objetivo analisar a percepção dos  docentes sobre a educação inclusiva dos alunos autistas. A pesquisa partiu de uma  metodologia descritiva e interpretativa. Que viabiliza a análise de causa e efeito com  amostragem dedutiva como processo sequencial para apoiar os dados na exploração dos  fenômenos, realizada principalmente no ambiente escolar, serão retirados os significados a  partir dos dados coletados, com benefício preciso. Creswell (2009 e 2005). Possuindo um  enfoque qualitativa-quantitativo, através da realização de questionários aplicados para  professores com focos em 22 alunos autistas, realizando dessa forma a discussão das falas dos  pesquisados. Os principais resultados apresentam que o ensino inclusivo precisa passar por  transformações e que os professores precisam cada dia mais se qualificar em metodologias  que possibilitem que esse processo de inclusão seja de fato presente nas escolas. 

Palavras-chave: Educação Especial 1; Autismo 2; Escolas Inclusivas 3.

Abstract: Autism Spectrum Disorder (ASD) is defined as a deficit in the individual’s  neurodevelopment, which mainly affects communication and social interaction with others.  Generally, the diagnosis occurs in childhood, but as there are degrees, it can go unnoticed, which can cause a lot of harm due to late diagnosis. The article has the following theme:  “Inclusive Education: Teachers’ perception of Autistic students at Creche Lígia Maria Silva  Marinho, located in the City of Manacapuru-Am/Brazil, In the Period of 2022-2023.” Aiming  to analyze teachers’ perception of inclusive education for autistic students. The research was  based on a descriptive and interpretive methodology. Which enables the analysis of cause  and effect with deductive sampling as a sequential process to support the data in the  exploration of phenomena, carried out mainly in the school environment, meanings will be  drawn. from the data collected, with precise benefit. Creswell (2009 and 2005). Having a  qualitative-quantitative approach, through questionnaires applied to teachers focusing on 22  autistic students, thus discussing the statements of those surveyed. The main results show that inclusive teaching needs to undergo transformations and that teachers increasingly need to  qualify in methodologies that enable this inclusion process to actually be present in schools. 

Keywords: Special Education 1; Autism 2; Inclusive Schools 3.

1. INTRODUÇÃO 

O processo de inclusão de qualquer pessoa com necessidade especial é um tema muito  amplo que levanta muitas questões. Uma incerteza ainda maior surge para professores, pais e  até para os próprios alunos quando se trata de frequentar aulas regulares. 

Compreender o processo de inclusão já é um passo gigante, mas ainda é necessário  compreender as necessidades individuais de cada uma dessas carências para que a educação  inclusiva realmente aconteça. O transtorno do espectro do autismo (TEA) é um destaque dos  desafios da sala de aula. O autismo varia de leve a grave, fator que contribui ainda mais para  problemas de preconceito e confusão na sala de aula. O problema que despertou este estudo  surgiu quando se observou nos educadores dificuldades em atender os alunos no processo  inclusivo com autismo. Depara-se na importância da capacitação e qualificação docente bem  como na necessidade de materiais didáticos apropriados para a demanda. Diante disso  procurou-se saber: De que forma viabilizar maior rentabilidade no ensino aprendizagem aos  alunos autistas, com ênfase na Escola Creche Lígia Maria Silva Marinho, localizada na Cidade de Manacapuru-AM/Brasil, no período de 2022-2023? Acredita-se que uma formação  que alie teoria e prática, em que o professor possa refletir e repensar sua prática, é a melhor  forma de o professor garantir que os alunos em condições de inclusão sejam efetivamente  introduzidos em uma aula regular. 

Como então se trabalha com os docentes a educação inclusiva apontando a falta de  qualificação dos docentes na educação inclusiva? A participação escolar deve respeitar e  reafirmar a igualdade de direitos e garantir a escolaridade para todos, com isso diante dos  objetivos analisar a percepção dos docentes sobre a educação inclusiva dos alunos autistas,  com ênfase na Escola Creche Lígia Maria Silva Marinho, localizada na Cidade de  Manacapuru-AM/Brasil, no período de 2022-2023. Identificar como a comunidade escolar  está sendo preparada para se trabalhar a inclusão do aluno no espaço escolar; verificar as  dificuldades enfrentadas pela comunidade escolar para atender os alunos autista. 

Temos como justificativas inúmeras as dificuldades detectadas no espaço escolar  quando se refere à inclusão, a comunidade escolar não se encontra capacitada para atender os  alunos que estão inseridos dentro do processo inclusivo, pois as crenças sobre deficiências  existem e é preciso promover a informação. Os preconceitos contra quem é diferente podem  levar a discriminações que dificultam o processo educativo. A luta das pessoas com  deficiência gira muito mais em torno da busca pela sua autonomia e independência do que  pela sua inclusão social. 

As dificuldades com os alunos autistas são cada vez maiores, o que constitui um repto  para as escolas pois é necessário lidar com problemas para além do aspecto pedagógico, tendo  em conta as dificuldades comportamentais, sociais e cognitivas. 

São vários os fatores que influem principalmente a atitude dos professores face à  integração escolar, tais como questões estruturais, materiais, pedagógicas, etc. A formação e a  qualificação para a formação de professores e as atitudes positivas e favoráveis à inclusão são  fundamentais, embora por si só não proporcionam sucesso neste processo de educação  inclusiva. Contudo, é necessário o interesse do professor em receber conhecimento e assim  melhorar o ensino e a aprendizagem dos alunos com autismo. 

Diante disso torna-se viável esse artigo devido a sua relevância como pesquisa, pois  as questões a serem tratadas além de serem atuais é um tema que vem sendo debatido nas próprias instituições de ensino. Para a execução desta pesquisa, foi analisada a necessidade de  aquisição de materiais que serão utilizados no decorrer do estudo. 

2. TRANSTORNO ESPECTRO AUTISTA 

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neuropsiquiátrica  caracterizada por desafios na interação social, comunicação verbal e não verbal, além de  padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. O espectro autista  abrange uma ampla gama de sintomas e níveis de gravidade, variando desde formas mais  leves (como a Síndrome de Asperger) até formas mais severas, como o autismo clássico. 

A história do autismo remonta a várias décadas. A palavra “autismo” foi usada pela  primeira vez em 1911 pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler para descrever uma forma de  pensamento voltada para si mesmo. No entanto, foi o psiquiatra austríaco Leo Kanner que, em  1943, descreveu pela primeira vez o que hoje é conhecido como Transtorno do Espectro  Autista. Ele observou um grupo de crianças com características semelhantes, como  dificuldades na interação social, comunicação e comportamentos repetitivos. 

Nos anos seguintes, os estudos sobre o autismo continuaram a se desenvolver. Em  1944, Hans Asperger, um pediatra austríaco, descreveu um quadro semelhante ao autismo,  que mais tarde ficou conhecido como Síndrome de Asperger. A compreensão e o diagnóstico  do autismo melhoraram ao longo do tempo, com a introdução de critérios diagnósticos mais  claros e a conscientização sobre a condição. 

A partir da década de 1960, houve um aumento no interesse científico e na  conscientização pública sobre o autismo. Apareceram várias teorias sobre suas causas,  incluindo fatores genéticos, neurobiológicos e ambientais. A noção de que o autismo é  causado por vacinas, por exemplo, foi amplamente refutada pela comunidade científica, mas  persiste em alguns círculos. 

Desde então, houve avanços significativos na pesquisa sobre o autismo, incluindo a  identificação de diferenças neurobiológicas em indivíduos autistas e a elaboração de  intervenções para melhorar a qualidade de vida das pessoas com TEA. A conscientização  sobre o autismo também aumentou, levando a uma melhor compreensão e aceitação. No  entanto, ainda há muito a ser feito em termos de acesso a serviços e apoios adequados para  indivíduos com TEA em todo o mundo. 

Um indivíduo com autismo enfrenta muitas dificuldades ao ingressar na escola  regular. Essas dificuldades tornam-se rotina para os professores e para a escola como um  todo. Uma forma de melhorar a adaptação, reduzir essa aleatoriedade causada pelas crianças e  facilitar a aprendizagem é adaptando o currículo. 

Existem vários discursos por toda parte que nos chamam a atenção para a liberdade e a  diversidade, mas o que estamos vendo é uma enorme dificuldade em aceitar as coisas vistas  de outra forma, em respeitar e valorizar a diversidade. 

Isto ocorre em diferentes casos na nossa sociedade, mas a escola é o local onde  notamos mais claramente esta exclusão dos outros. Muitas organizações e comunidades  escolares não o fazem voluntariamente nem excluem nada que considerem diferente da cultura  que domina a nossa sociedade. Esta exclusão é ainda mais cruel quando analisada sob o ponto  de vista das crianças com necessidades educacionais especiais (NEE), crianças que  introduzem particularidades de desenvolvimento motor, físico ou cognitivo diferentes dos  seus pares e necessitam de tratamento especial. 

A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com  Deficiência), foi criada visando à inclusão social e a cidadania (BRASIL, 2015a),  especificando como a escola deve proceder no cotidiano, inclusive prevendo, no Art. 3º, um  profissional de apoio escolar, para ajudar na mediação do processo ensino/aprendizagem. Este profissional de apoio é um direito que o aluno tem para garantir que as suas especificidades de  aluno autista sejam asseguradas e que todas as adaptações necessárias sejam realizadas para  que o processo de ensino aprendizagem seja garantido. O professor da sala de recurso é  também responsável por ajudar a criar laços afetivos para que o aluno autista possa melhorar  o processo de socialização. O Art. 27 da lei prevê:  

A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurado no sistema educacional inclusivo, em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem. (BRASIL, 2015a, p. 5). 

A inclusão faz parte do postulado de um ambiente menos restritivo. O aluno com  deficiência deve ser mantido no ensino regular com a necessária ajuda e apoio dos professores  da educação regular e especial. O conceito clássico de deficiência baseado em modelos  médicos e a adoção do conceito de deficiência baseado em modelos sociais são criticados  (SASSAKI, 1997, p.47). 

Dentro dessas dificuldades cita-se algumas que são de extrema importância no  atendimento aos deficientes:  

Apoio a alunos com necessidades especiais na sua área de residência. Incentivar a ampliação do acesso desses alunos a aulas conjuntas. Prestar suporte técnico aos professores da sala de aula regular. Reconheça que, apesar de objetivos e processos diferentes, as crianças podem aprender juntas. Oriente os professores a encontrar formas criativas de trabalhar com crianças com deficiência. Fornece um serviço integrado para o professor de classe comum (MRECH, 1999). 

Tendo em vista que o autismo não é mais visto como uma doença que estigmatiza a  criança para o aprendizado, é possível que a criança autista faça parte do universo educacional  junto com as chamadas crianças normais. Porém, é necessário que os professores estejam  preparados para integrar essas crianças ao ambiente escolar, principalmente por meio da  adaptação do currículo. É importante que essas crianças saibam ler e escrever nas escolas  normais para que não haja segregação ou isolamento nas escolas especiais. 

Neste caso, o professor é uma figura chave na desmistificação de quaisquer  preconceitos que possam existir em relação às capacidades cognitivas do aluno autista. Muito  pode ser feito por essas crianças, mas o principal é acreditar que elas têm potencial para  aprender. 

Uma atenção particular deve ser dada aos déficits dessas crianças em comunicação, interação, linguagem e comportamento, e a programação psicoeducativa deve ser extraída dessas necessidades. Tendo em vista que a criança autista é geralmente caracterizada por uma falta de uniformidade no seu desempenho, o professor deve seguir um programa educativo baseado no diagnóstico e avaliação dos resultados, prestando particular atenção aos canais de comunicação que o fazem / ela incapacitada. É aconselhável que os professores tenham conhecimentos de psicologia do desenvolvimento e estejam orientados para  uma ação adequada no caso dos graves transtornos de comportamento dessas crianças (PAREDES, p. 11, 2001). 

O autismo envolve comprometimento de três eixos principais: interações sociais;  comportamentos estereotipados e repetitivos e interesses estreitos; compromisso de qualidade  em comunicação e linguagem. Crianças com autismo introduzem dificuldades como falta de  interesse em compartilhar seus gostos; dificuldades de socialização; Falta de empatia;  Preocupação por determinados temas; Comportamento repetitivo; sensibilidade alta ou baixa;  não reage às emoções movimentos repetitivos; não desenvolve a linguagem oral e não repete  apenas as frases que ouve. Apesar das muitas dificuldades, algumas pessoas conseguem obter o ensino superior, não só com a ajuda do tratamento, mas também com a ajuda da  reabilitação. É como incluir esse paciente na comunidade e quem cuida dele para obter os  melhores resultados. 

Embora seja um direito garantido por lei, a inclusão escolar das pessoas com TEA é  um grande desafio devido ao comprometimento que existe nas áreas de interação social,  comunicação e comportamento dessas pessoas. 

Nessa perspectiva, Menezes (2012) destaca que a grande dificuldade que os  professores encontram está focada nas variáveis relacionadas aos níveis de danos que as  crianças com TEA introduzem, o que dificulta que os professores ofereçam aos seus alunos  estratégias pedagógicas que promovam a aprendizagem e inclusão da criança. Para alcançar a  inclusão escolar dos alunos com TEA conforme propõe a legislação, a formação continuada  de professores é um elemento fundamental, pois é o papel do professor na escolarização do  aluno (SCHMIDT et al., 2016).  

Neste sentido, é importante destacar os sinais de alerta do autismo nos primeiros anos  de vida, apresentados no manual de orientação sobre o Transtorno do Espectro Autista,  elaborado pelo Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento.  

O autismo é uma desordem que faz parte de um grupo de síndromes chamada  Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), definido por alterações presentes antes dos  três anos de idade e que se caracteriza por alterações qualitativas na interação social, afetando  a capacidade de comunicação e o uso da imaginação. Gauderer (1997). 

Conforme o DSM-IV-TR (2002), o Transtorno Autista consiste na presença de um  desenvolvimento comprometido ou acentuadamente anormal da interação social e da  comunicação e um repertório muito restrito de atividades e interesses. As manifestações do  transtorno variam imensamente, dependendo do nível de desenvolvimento e da idade  cronológica do indivíduo. 

O CID 10 (2000) conceitua o autismo como um transtorno global do desenvolvimento  caracterizado por: Um desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes dos três anos  de idade; apresentando uma perturbação característica do desenvolvimento em cada um dos  três domínios seguintes: interações sociais, comunicação, comportamento focalizado e  repetitivo; Manifestações inespecíficas como fobias, perturbações de sono ou da alimentação,  crises de birra ou auto agressividade. 

Já para a Autism Society Of American – ASA (1978) – (Associação Americana do  Autismo), o autismo é uma inadequacidade no desenvolvimento que se manifesta de maneira  grave por toda a vida, aparecendo tipicamente nos primeiros três anos de vida. 

Em relação aos sintomas apresentados pelas crianças com autismo apresentaremos  alguns mais conhecidos pelos estudiosos das áreas e cientificamente comprovados. Aqui estão  os principais sintomas: Relacionamento anormal com pessoas, eventos e objetivos; Distúrbios  no ritmo de aparecimentos de habilidades físicas, sociais e linguísticas; Reações anormais às  sensações. Outros sintomas são os que afetam as funções como: a visão, audição, tato, olfato,  gustação, dor, equilíbrio e maneira de manter o corpo; fala e linguagem ausentes ou atrasadas;  Ritmo imaturo da fala; restrita compreensão de ideias; uso de palavras sem associação com o  significado. 

Embora apresentem vários conceitos diferentes, todos apresentam especificamente  dificuldades acentuadas no convívio social, na aquisição e utilização da linguagem e no  comportamento inadequado. O autismo apresenta-se nas mais variadas características, embora  pessoas com autismo possuam comportamentos e atitudes semelhantes entre si.  

As características mais comuns de uma criança autista: Usam as pessoas como  ferramentas; Resiste a mudanças de rotina; Não se mistura com outras crianças; Preferência  pela solidão; Demonstra extrema aflição sem razão aparente; Apego não apropriado a  objetos; Não mantém contato visual; Age como se fosse surdo; Ausência de resposta aos métodos normais de ensino; Não demonstra medo de perigos; Riso e movimento não  apropriados; Resiste ao contato físico; Acentuada hiperatividade física; Habilidade motora  irregular; Repetem palavras ou frases em lugar da linguagem normal ; Insistência em  repetição; Tendência a ser insistente; Pequeno poder de concentração; Gira objetos de  maneira peculiar; Às vezes é agressivo e destrutivo; Modo e comportamento indiferente e  arredio; Apegado ao passado. 

Segundo Macedo (2015), o TEA origina-se nos primeiros anos de vida, mas seu curso  inicial não é uniforme. O autor destaca que algumas crianças desenvolvem sintomas logo após  o nascimento. Na maioria dos casos, os sintomas não são notados até os 12 e 24 meses de  idade. 

Apesar do autismo ser mencionado como um sintoma de esquizofrenia, o psiquiatra  infantil Leo Kanner, em 1943 passou a usar esse termo se referindo a um novo quadro  denominado “Distúrbios Austísticos do Contato Afetivo”. Grandin (2020) descreve sobre os  estudos de Leo Kanner: 

Ele estudou o caso de 11 crianças denominando essas Leo Krannercrianças tendo maneirismos e esteriotipias, um apego excessivo a rotina e monotonia, dificuldade de lidar com certas mudanças, observou também respostas incomuns ao ambiente e maneiras de se comunicar que não eram muito habituais. Poderiam apresentar ecololalia que é a repetição de frases que ouviu no momento ou de dias atrás e inversão de pronomes. Ele descrevia essas crianças como “inteligentes,  obsessivas e pouco amorosas” Além disso elas tinham o hábito de enfileirar objetos, pouco contato visual e por apresentarem esses comportamentos desde cedo ele dizia  que era uma característica inata (GRANDIN, 2020, p.27). 

O Transtorno do Espectro Autista manifesta-se nos primeiros anos de vida,  proveniente de causas ainda desconhecidas, mas com grande contribuição de fatores  genéticos. Trata-se de uma síndrome tão complexa que pode haver diagnósticos médicos  abarcando quadros comportamentais diferentes. Tem em seus sintomas incertezas que  dificultam, muitas vezes, um diagnóstico precoce (CUNHA, 2014, p.19). 

Indivíduos com essa síndrome também apresentam prejuízos na coordenação motora e na percepção viso-espacial. Comparando-se às demais crianças, eles podem aprender coisas  na idade própria, outros cedo demais e alguns podem aprender tarde demais ou apenas quando  são cuidadosamente ensinados. A Síndrome de Asperger é considerada, por alguns  pesquisadores, como um tipo de autismo, se diferenciando apenas em função de algumas  características peculiares como, por exemplo, o desenvolvimento da fala, já citado  anteriormente. O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento com impactos  importantes no desenvolvimento do indivíduo e que começa a se manifestar nos primeiros três  anos de vida, gerando grandes dificuldades na comunicação, interação social e aprendizagem.  

O autismo pode ou não ser associado a um comprometimento cognitivo. Essa  associação está presente em aproximadamente 70% dos casos, e a tendência com a ampliação  dos critérios diagnósticos é diminuir, por isso é preciso atenção e leitura para o entendimento  dos comportamentos da criança autista, pois confundir a complexidade do transtorno acaba  comprometendo o seu real significado. 

Os sintomas variam amplamente, o que explica por que hoje referimo-nos ao Autismo  como espectro de transtornos, essencialmente pela sua diversidade e complexidade de  manifestações, desde o seu estado de isolamento total, ou um isolamento particular definido  como um estar só no meio de muita gente, não interagindo, não estabelecendo relações  sociais, demonstrando pensamento abstrato, ou capacidade de entender o que querem dizer,  além do que as palavras evocadas possam realmente significar (CAVACO, 2014, p. 40).

2.1 INCLUSÃO DE ALUNOS COM TEA 

Matos e Mendes (2014), relatam que uma parte da sociedade compreende a proposta  inclusiva como sendo uma mudança localizada, que necessariamente se articula com as  mudanças indispensáveis à superação do modo de vida capitalista, para outra parte, representa  uma mudança no interior da educação que mostra a possibilidade de consenso dentro do modo  de vida capitalista, melhorando as relações sociais, os processos de ensino e diminuindo o  preconceito e a hostilidade entre pessoas e grupos. 

Conforme Silva (2011) a palavra inclusão, é uma palavra de ordem atualmente,  embora aceita pela generalidade das pessoas como aquilo que deve ser, suscita sempre muitas  dificuldades quanto à sua implementação. 

Zanella (2014) afirma que voltar-se para a Educação Inclusiva, é referir-se à quebra de  paradigmas que sustentam o tradicionalismo das escolas e a ideia de que os alunos  considerados normais vão para a escola comum e os considerados anormais vão para a escola  especial. 

A educação inclusiva é a que garante o direito à diferença e a multiplicidade, questionando as práticas educativas que regem a escola comum e  adaptando currículos a fim de potencializar as capacidades e a participação ativa dos alunos com deficiência nas propostas de ensino. É uma educação que assegura o direito à diferença e não à diversidade (ZANELLA, 2014, p. 535). 

O sistema educacional brasileiro, conforme Mantoan (2006), tem vivido muitas  dificuldades, no sentido de equacionar uma relação complexa, que é a de garantir escola de  qualidade para todos. Para a autora,  

É inegável que a inclusão coloca ainda mais “lenha na fogueira” e que o problema escolar brasileiro é dos mais difíceis, diante do número de alunos que temos de atender, das diferenças regionais, do conservadorismo das escolas, entre outros. A verdade é que o ensino escolar brasileiro continua aberto a poucos, e essa situação se acentua drasticamente no caso dos alunos com deficiência. O fato é recorrente em qualquer ponto de nosso território nacional, na maior parte de nossas escolas, públicas ou particulares, e em todos os níveis de ensino, mas principalmente nas etapas do ensino básico: educação infantil, ensino fundamental e médio (MANTOAN, 2006, p. 60). 

Pesquisas apontam que uma das dificuldades encontradas no ato da inclusão escolar,  está em aceitar a inclusão na escola. 

É necessário que o professor compreenda a importância do seu papel diante dessa  nova realidade, sendo necessário que ele reconsidere sua atuação nas aulas levando em  consideração os altos e baixos do processo. Nesse processo de reconfiguração da prática é  importante que os professores contem com o apoio de outros profissionais para auxiliá-los  nessa transição. Muitos professores criticam o processo de inclusão. O fato de muitos deles se  afirmarem pouco profissionais e se sentirem despreparados para ajudar estudantes inclusivos é  motivo de grande preocupação para os profissionais.  

Os serviços públicos devem estar capacitados para atender as necessidades das pessoas  com deficiência junto com a sua família, prestando atendimento integral à pessoa portadora de  deficiência como qualquer cidadão, porque é no seio da família que começa o processo de  exclusão. 

A inclusão de alunos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) nas escolas é um  tema de grande importância e desafio para o sistema educacional. Mas é preciso algumas  estratégias desenvolvidas pelo profissional que possam ajudar na inclusão desses alunos. É essencial que educadores e funcionários da escola recebam treinamento sobre TEA, suas  características e como apoiar esses alunos de forma eficaz. Isso inclui entender as  necessidades específicas de cada aluno com TEA, suas preferências de aprendizado e suas  áreas de dificuldade, criar um ambiente escolar acolhedor e inclusivo é crucial para alunos  com TEA. Isso pode envolver ajustes na sala de aula, como reduzir estímulos sensoriais,  fornecer áreas de descanso tranquilas e criar rotinas consistentes. Desenvolver e implementar  um plano educacional individualizado (PEI) que atenda às necessidades específicas do aluno  com TEA é fundamental. Isso pode incluir adaptações no currículo, na metodologia de ensino e no ambiente de aprendizado para garantir que o aluno tenha acesso ao currículo geral. Alunos com TEA podem se beneficiar de sistemas de comunicação alternativos, como  comunicação por imagens ou tecnologia assistiva. Fornecer esses recursos pode ajudar os  alunos a se expressarem e a participarem mais plenamente da aprendizagem e das interações  sociais. Alguns alunos com TEA podem precisar de suporte adicional de um educador  especializado ou de um auxiliar de sala de aula para ajudá-los a se concentrar, participar das  atividades escolares e lidar com situações sociais. Fomentar a inclusão social dos alunos com  TEA é essencial para seu desenvolvimento global. Isso pode incluir oportunidades para  interações sociais estruturadas e não estruturadas com colegas, bem como atividades  extracurriculares adaptadas às necessidades individuais do aluno. Manter uma comunicação  aberta e colaborativa com os pais e cuidadores dos alunos com TEA é fundamental para  garantir uma abordagem de apoio consistente em casa e na escola. Os pais podem fornecer  informações valiosas sobre as necessidades e preferências de aprendizado de seus filhos, e  podem colaborar com os educadores na implementação de estratégias de apoio. regularmente  o progresso do aluno com TEA e revisar e ajustar as estratégias de apoio conforme necessário  é importante para garantir que ele esteja recebendo o suporte adequado para alcançar seu  potencial máximo na escola. 

Ao implementar essas estratégias, as escolas podem promover uma cultura de inclusão  que beneficie todos os alunos, incluindo aqueles com TEA. 

2.2 DIFICULDADES ENFRENTADAS NO PROCESSO ADAPTATIVO DA INCLUSÃO 

A educação especial é um dos temas quentes da atualidade. Além disso, a tarefa de  satisfazer novas necessidades e expectativas da sociedade surge da implementação de  políticas educacionais que visam a educação inclusiva. É uma forma de educação escolar  instituída pela lei n. 1 sobre as diretrizes e fundamentos da educação nacional. 9.394/96, que  tem por objetivo promover a integração e o desenvolvimento da capacidade dos alunos com  necessidades educacionais especiais, em todas as etapas e modalidades da educação básica.  Enquadra-se como uma modalidade educacional que permeia todos os níveis de ensino e  outras modalidades.  

Educação Especial: Modalidade da educação escolar; processo educacional definido em uma proposta pedagógica, assegurando um conjunto de recursos ou  serviços educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar, complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentam necessidades educacionais especiais,  em todas as etapas e modalidades da educação básica (BRASIL, 2001a, p. 39). 

A inclusão é um processo complexo que envolve a integração de pessoas com  diferentes habilidades, necessidades e características em diversos ambientes, como escolas, locais de trabalho e comunidades. Durante esse processo adaptativo, várias dificuldades  podem surgir, tanto para os indivíduos incluídos quanto para os ambientes receptores.  Atitudes e preconceitos são problemas significativos encontrados no processo de  inclusão, pois podem criar barreiras sociais e emocionais para as pessoas que estão sendo  incluídas. Atitudes preconceituosas muitas vezes estão enraizadas em estereótipos negativos  sobre grupos específicos de pessoas. Por exemplo, pessoas com deficiência podem ser vistas  como incapazes ou dependentes, enquanto indivíduos de diferentes origens étnicas podem ser  alvo de estereótipos prejudiciais. A discriminação pode se manifestar de várias maneiras,  incluindo tratamento diferenciado, exclusão deliberada e até mesmo bullying. Isso pode  ocorrer em ambientes educacionais, no local de trabalho e em outros contextos sociais. Às  vezes, as atitudes negativas em relação à diferença surgem da falta de compreensão sobre as  experiências e necessidades das pessoas que estão sendo incluídas. Isso pode resultar em falta  de empatia e apoio adequado. O medo do desconhecido pode levar as pessoas a rejeitarem ou  evitarem aqueles que são diferentes deles. Isso pode ser exacerbado pela falta de exposição a  pessoas de diferentes origens, culturas ou habilidades. Algumas pessoas podem perceber a  inclusão como uma ameaça aos seus próprios interesses ou identidades. Isso pode levar à  resistência à mudança e à defesa de estruturas e práticas exclusivas. A mídia e a cultura  popular muitas vezes reforçam estereótipos prejudiciais e representações negativas de grupos  minoritários. Isso pode influenciar as atitudes e percepções das pessoas em relação à  diversidade e inclusão. 

A falta de acessibilidade é um problema encontrado na inclusão porque impede que  pessoas com deficiência participem plenamente da sociedade em igualdade de condições com  os demais. A acessibilidade é fundamental para garantir que ambientes, produtos, serviços e  informações sejam facilmente utilizados e compreendidos por todos, independentemente de  suas capacidades físicas, sensoriais ou cognitivas. Quando não há acessibilidade, às pessoas  com deficiência enfrentam barreiras que dificultam ou impedem sua participação em  atividades cotidianas, como ir à escola, trabalhar, utilizar transporte público, acessar espaços  públicos e desfrutar de serviços de saúde e lazer. Essas barreiras podem incluir falta de  rampas para cadeiras de rodas, ausência de legendas em vídeos para pessoas surdas, falta de  sinais táteis para pessoas cegas, entre outros obstáculos. Assim, a falta de acessibilidade não  apenas limita as oportunidades das pessoas com deficiência, mas também viola seus direitos  humanos e compromete os esforços de inclusão social. Para promover uma sociedade  verdadeiramente inclusiva, é essencial eliminar essas barreiras e garantir que todos possam  participar plenamente da vida em sociedade, independentemente de suas habilidades ou  limitações. 

No Brasil, a legislação que trata da acessibilidade na inclusão é principalmente a Lei  Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, também conhecida como Estatuto da  Pessoa com Deficiência. Esta lei foi promulgada em 2015 (Lei nº 13.146/2015) e representa  um marco importante na garantia dos direitos das pessoas com deficiência em diversos  aspectos da vida social, incluindo a acessibilidade. 

A Lei Brasileira de Inclusão estabelece diretrizes e normas para promover a inclusão  das pessoas com deficiência em todos os setores da sociedade, incluindo educação, trabalho,  transporte, saúde, lazer, entre outros. Ela aborda questões como acesso a espaços públicos e  privados, adaptação de prédios e ambientes, disponibilização de recursos de tecnologia  assistiva, garantia de acesso à informação e comunicação, entre outros aspectos. 

Além disso, outras leis e regulamentos específicos também abordam a acessibilidade  no Brasil, como : Lei nº 10.098/2000 – Dispõe sobre normas gerais e critérios básicos para a  promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Decreto nº 5.296/2004 – Regulamenta as leis de acessibilidade e estabelece as normas para a  promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Norma Brasileira de Acessibilidade – NBR 9050:2015 – Estabelece critérios e parâmetros técnicos  para a promoção da acessibilidade em espaços públicos, edificações, mobiliário urbano e  meios de transporte. Essas são algumas das principais leis e normas que abordam a  acessibilidade na inclusão no Brasil, sendo fundamentais para garantir os direitos e a  participação plena das pessoas com deficiência na sociedade. 

A falta de recursos é um dos problemas encontrados na inclusão por várias razões.  Escolas e instituições muitas vezes não possuem os recursos físicos necessários para  acomodar estudantes com necessidades especiais, como rampas de acesso para cadeiras de  rodas, salas de aula adaptadas, entre outros. Os materiais didáticos padrão podem não ser  adequados para alunos com deficiências ou necessidades especiais. Recursos educacionais  adaptados, como livros em braille, software de leitura de tela, ou materiais táteis, podem ser  caros ou difíceis de obter. Muitas vezes, os educadores e profissionais escolares não recebem  treinamento adequado para lidar com alunos com necessidades especiais. Isso pode resultar  em falta de compreensão sobre como melhor apoiar esses alunos em seu aprendizado. Alunos  com necessidades especiais podem precisar de suporte adicional, como terapeutas  ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos, entre outros. A falta de acesso a esses profissionais  pode dificultar a inclusão efetiva desses alunos. Os recursos financeiros são essenciais para a  implementação de programas de inclusão eficazes. No entanto, muitas vezes as escolas e  instituições não recebem financiamento adequado para atender às necessidades dos alunos  com deficiência. 

A falta de capacitação é frequentemente uma dificuldade enfrentada no processo de  inclusão. Isso pode se aplicar a várias áreas, incluindo inclusão de pessoas com deficiência,  diversidade de gênero, inclusão racial, entre outras. Algumas maneiras pelas quais a falta de  capacitação pode representar um obstáculo é a falta de treinamento adequado, os responsáveis  pelo processo de inclusão podem não estar cientes das necessidades específicas das pessoas  que estão tentando incluir. Isso pode resultar em falta de apoio adequado e recursos. Em  contextos de diversidade cultural, a falta de treinamento pode levar a mal-entendidos e falta  de sensibilidade em relação às diferenças culturais, o que pode prejudicar os esforços de  inclusão. Sem capacitação adequada, pode ser difícil lidar com os desafios que surgem  durante o processo de inclusão. Isso pode incluir conflitos, resistência ou barreiras  institucionais. Em muitos lugares, existem leis e políticas que regem a inclusão de grupos  minoritários. A falta de capacitação sobre essas leis e políticas pode resultar em práticas  discriminatórias ou na falta de oportunidades para esses grupos. Sem treinamento adequado,  as intervenções destinadas a promover a inclusão podem ser ineficazes ou até mesmo  contraproducentes. 

Temos também o isolamento social é uma dificuldade significativa enfrentada no  processo de inclusão. Quando as pessoas não se sentem incluídas ou aceitas em determinados  ambientes, é comum que elas se sintam isoladas socialmente. Isso pode acontecer em vários  contextos, como no local de trabalho, na escola, na comunidade ou em grupos sociais. 

Algumas razões pelas quais o isolamento social pode ser uma barreira para a inclusão  é quando alguém se sente excluído devido a diferenças percebidas em relação aos outros, isso  pode levar ao isolamento social. Isso pode ocorrer devido a fatores como raça, gênero,  orientação sexual, habilidades físicas ou mentais, entre outros. O estigma e a discriminação  podem levar as pessoas a se afastarem de grupos nos quais são alvo de preconceito. Isso pode  resultar em isolamento social, pois essas pessoas podem evitar interações sociais para evitar  experiências negativas. Se uma pessoa não tem acesso a redes de apoio social, como amigos,  familiares ou colegas solidários, ela pode se sentir isolada mesmo em ambientes onde está  presente. Para algumas pessoas, especialmente aquelas com deficiências de comunicação,  pode ser difícil se envolver em interações sociais significativas, o que pode levar ao isolamento. Ambientes físicos inacessíveis ou hostis podem criar barreiras que dificultam a  participação plena e inclusiva das pessoas, levando ao isolamento social. Essas são apenas algumas das dificuldades comuns enfrentadas no processo  adaptativo da inclusão. É importante reconhecer esses desafios e trabalhar de forma  colaborativa para superá-los, promovendo ambientes mais inclusivos e igualitários para todos. Para superar esses desafios, é essencial promover a conscientização, a educação e a  empatia em relação às experiências e necessidades das pessoas diversas. Isso envolve o  engajamento de indivíduos, instituições e comunidades em diálogos abertos, programas  educacionais e iniciativas de sensibilização que promovam a valorização da diversidade e o  respeito pela dignidade de todos os seres humanos. É crucial investir em programas de  capacitação e educação para todos os envolvidos no processo de inclusão, desde líderes e  gestores até colegas de trabalho e membros da comunidade. Isso ajuda a garantir que a  inclusão seja realmente significativa e eficaz. Para superar o isolamento social e promover a  inclusão, é importante criar ambientes acolhedores e inclusivos, onde todas as pessoas se  sintam valorizadas e respeitadas. Isso pode envolver a promoção da diversidade, o combate ao  preconceito e à discriminação, a criação de oportunidades para interações sociais  significativas e o fornecimento de apoio e recursos adequados para todos os membros da  comunidade. 

A educação inclusiva é hoje realidade que tem como características apoiar a todos:  professores, pais, pessoal da área administrativa da escola, mas principalmente o aluno, para  que tenhamos sucesso na corrente educativa. O ideal da igualdade de oportunidade de espaço  e de materiais deve partir de cada um de nós. Passa-se muito tempo discutindo a escola  inclusiva como forma de garantir o princípio de igualdade, mas não se esquece de praticar a  inclusão de todos na escola.  

3. MÉTODO 

A presente pesquisa deu-se na Creche Lígia Maria Silva Marinho, localizada da  Cidade de Manacapuru -Amazonas/Brasil, tendo por finalidade atender a população em idade  escolar na modalidade de Creche. A Creche, direciona suas ações no sentido da valorização  de um atendimento humanizado e de qualidade, buscando cumprir seu papel social e legal na  sociedade. Assim sendo, o desenvolvimento integral das potencialidades das crianças, é  norteada por proposta pedagógica única na orientação dos programas que a compõem. Possui  uma população de baixo nível econômico, vivendo de empregos de mão-de-obra  semiqualificada, desempregados e ocupações diversas. A maioria dos moradores é  alfabetizada, com alto Índice de pais separados. 

A pesquisa tem natureza descritiva e interpretativa, ao realizar análise de causa e efeito  com amostragem dedutiva como processo sequencial para apoiar os dados na exploração  aprofundada dos fenômenos, realizada principalmente no ambiente escolar, serão tirados os  significados a partir dos dados coletados. Dados, com seu benefício preciso. Creswell (2009 e  2005). 

O enfoque quantitativo e o qualitativo Para Creswell (2007), o desenvolvimento da  investigação mista se dá com o objetivo de reunir dados quantitativos e qualitativos em um  único estudo de forma complementar. 

O quadro docente atual está distribuído da seguinte forma: 01 gestora escolar,  01 secretária, 54 professores, 3 coordenadoras pedagógicas, 03 Assistentes administrativos, 01  chefe de disciplina, 03 merendeiras, 05 auxiliares de serviços gerais, 01 vigia diurno e 03 vigias noturno; atendendo aproximadamente 522 alunos. A pesquisadora selecionou para sua  coleta de dados 10 professores da escola, foco desta pesquisa 22 alunos autistas. O instrumento da pesquisa se dá por meio de uma série de perguntas ordenadas, onde  será descrito por meio de um questionário em forma de observação. Quanto à aplicação, os questionários utilizam materiais simples como lápis, papel, formulários, etc. Segundo Gil  (1999, p. 128), um questionário pode ser definido como um método de enquete que consiste  em mais ou menos perguntas feitas a pessoas por escrito, a fim de apurar suas opiniões,  crenças, sentimentos e interesses. 

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 

4.1 ORGANIZAÇÃO DOS RESULTADOS DE IDENTIFICAR COMO A COMUNIDADE ESCOLAR ESTÁ SENDO PREPARADA PARA SE TRABALHAR A INCLUSÃO DO ALUNO NO ESPAÇO ESCOLAR. 

É de extrema importância promover adaptações no ambiente físico, escolar, familiar e  social. As acomodações fazem parte da inclusão, pois com o apoio necessário o indivíduo  pode crescer, comunicar-se e interagir da melhor forma possível. Cada pessoa, principalmente  aquela com transtorno do espectro do autismo, tem suas individualidades, suas necessidades e  também suas potencialidades, por isso é necessário conhecê-las para proporcionar a adaptação  ideal e funcional a cada uma. 

Quando falamos em inclusão e adaptação, um dos espaços em que imaginamos é sem  dúvida a escola pois se destaca por favorecer o desenvolvimento da criança isso se deve à  convivência social que as crianças mantêm entre si e também ao importante papel do  professor como mediador nas diferentes formas de aprender e adquirir competências. Quando  se perguntou dos professores quais eram suas maiores dificuldades para se trabalhar o  processo inclusivo de alunos com TEA no espaço escolar eles responderam que: 

TABELA 01: DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS DOCENTES NO PROCESSO INCLUSIVO

P1Falta de recursos e apoio adequados: Muitas vezes, as escolas não têm os recursos  necessários, como materiais adaptados, tecnologia assistiva ou pessoal de apoio, para  atender às necessidades específicas dos alunos com deficiência.
P2 Falta de formação e capacitação: Professores podem não receber treinamento  adequado sobre como adaptar o currículo, utilizar estratégias de ensino diferenciadas  e lidar com as necessidades individuais dos alunos inclusos em suas salas de aula.
P3Grande diversidade de necessidades dos alunos: Os alunos com deficiência  podem ter uma ampla gama de necessidades, desde físicas até cognitivas, e os  professores precisam ser capazes de atender a essas necessidades de maneira eficaz.
P4Falta de apoio de colegas e administração: A falta de apoio de outros professores  e da administração da escola pode tornar ainda mais difícil para os professores  implementarem práticas inclusivas com sucesso.
P5Barreiras atitudinais e estigmatização: Alguns professores podem ter preconceitos  ou falta de compreensão sobre deficiências, o que pode levar à estigmatização dos  alunos inclusos e à falta de apoio para sua plena participação na sala de aula.
P6Avaliação inadequada: Os métodos de avaliação tradicionais podem não ser  adequados para alunos com deficiência, tornando difícil para os professores avaliar com precisão seu progresso e desempenho
P7Grande carga de trabalho: Adaptação do currículo, planejamento de aulas  diferenciadas e fornecimento de suporte individualizado podem aumentar  significativamente a carga de trabalho dos professores.
P8Ambientes físicos inadequados: Muitas escolas não são projetadas para a  acessibilidade, o que pode criar barreiras físicas para alunos com deficiência.
P9Falta de colaboração entre profissionais: A colaboração entre professores  regulares, especialistas em educação especial, terapeutas e outros profissionais é  essencial para o sucesso da inclusão, mas nem sempre acontece de forma eficaz.
P10Resistência dos pais: Alguns pais podem resistir à inclusão de seus filhos em salas  de aula regulares devido a preocupações com a qualidade da educação ou estigma  social. Isso pode criar tensões adicionais para os professores que estão tentando  implementar práticas inclusivas.

Fonte: A pesquisadora (2023) 

Quando se fala em inclusão de crianças com autismo nas escolas regulares, deve-se pensar também no professor pois muitas vezes ele não está preparado para aceitar alunos com  autismo. Ressalta-se que o professor é o mediador do processo inclusivo; é ele quem promove  o primeiro contato da criança com a turma já que é o responsável por incluí-la nas atividades  com toda a turma. Quando se perguntou dos professores se o ensino regular garante o  aprendizado de alunos com Transtorno de Espectro Autista eles responderam que: 

GRÁFICO 01: VISÃO DOS ENTREVISTADOS REFERENTE AO ENSINO REGULAR E A INCLUSÃO

Fonte: A pesquisadora (2023) 

Como comprovado de forma graficada, 65% dos professores alegam que o ensino  regular não garante o aprendizado dos alunos, 19% afirmaram que sim e 16% fomentaram que  garante mais de forma parcial. Um dos maiores desafios atuais é proporcionar educação a  todos sem discriminação é preciso usar métodos alternativos para alcançar a aprendizagem. 

4.2 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DE IDENTIFICAR COMO A COMUNIDADE ESCOLAR ESTÁ SENDO PREPARADA PARA SE TRABALHAR A INCLUSÃO DO ALUNO NO ESPAÇO ESCOLAR. 

Como constatado nos dados coletados e apresentados na tabela 1 pelos educadores  foco desta pesquisa, a formação docente e adequação para capacitação da comunidade escolar  ainda tem sido um grande desafio ao processo inclusivo. 

Segundo MARTINS (2007, p. 90), “as percepções dos professores responsáveis pelas  aulas inclusivas com alunos autistas e o impacto dessas percepções na sua prática pedagógica”  permeiam um dilema que afeta diretamente o processo de inclusão escolar, pois mesmo que  os professores possuem excelente formação acadêmica, suas ideias e práticas em relação às  crianças e adolescentes autistas são limitadas e restritivas, principalmente no que diz respeito  aos aspectos relacionados à socialização e à democratização do processo educacional. 

O processo de integração ainda é algo novo. Os alunos com necessidades educacionais  matriculados nas escolas tradicionais continuam a sentir-se inadequados, impotentes,  frustrados e muito deprimidos pelos professores face às limitações dos alunos e às suas  próprias limitações, pois sentem-se incapazes de oferecer uma oferta especial e personalizada.  

Diante dos resultados apresentados no gráfico 1, revelam uma percepção significativa  entre os professores sobre a eficácia do ensino regular no que diz respeito ao aprendizado dos  alunos com necessidades especiais e à inclusão no espaço escolar.  

O fato de que 65% dos professores alegam que o ensino regular não garante o  aprendizado dos alunos é uma indicação clara de uma preocupação predominante dentro da  comunidade escolar. Isso sugere que muitos educadores reconhecem desafios significativos na  capacidade do sistema educacional atual em atender adequadamente às necessidades de todos  os alunos. Essa percepção majoritária dos professores sugere que há uma necessidade urgente  de implementar mudanças e melhorias no sistema educacional para promover a inclusão  efetiva e garantir que todos os alunos tenham acesso a oportunidades de aprendizagem  significativas e equitativas. 

Os 16% dos professores que afirmaram que o ensino regular garante o aprendizado de  forma parcial indicam uma compreensão da complexidade da questão da inclusão. Isso sugere  que há um reconhecimento de que o sistema atual pode fornecer alguns benefícios, mas que  ainda há espaço para melhorias significativas. Os resultados também destacam a importância  de fornecer suporte adicional aos professores para ajudá-los a enfrentar os desafios da  inclusão. Isso pode incluir programas de desenvolvimento profissional, recursos educacionais  especializados e apoio de equipes multidisciplinares para garantir que os professores se  sintam capacitados e preparados para atender às necessidades diversificadas de seus alunos. 

Em resumo, os resultados do gráfico destacam a necessidade premente de ações  concretas para melhorar a preparação da comunidade escolar para trabalhar a inclusão do  aluno no espaço escolar. Isso requer um compromisso coletivo com a implementação de  políticas e práticas que promovam uma cultura inclusiva e garantam que todos os alunos  tenham acesso a uma educação de qualidade. 

5. CONCLUSÃO 

A inclusão de crianças com autismo nas escolas regulares é amplamente discutida na  educação devido à complexidade de suas características e às dificuldades que enfrentam ao  ingressar na escola por este motivo este artigo traz como temática: Educação Inclusiva: Percepção docente para alunos Autistas na Escola Creche Lígia Maria Silva Marinho,  localizada na Cidade de Manacapuru-AM/Brasil, no período de 2022-2023. A busca por uma educação igualitária é um tema recorrente no contexto educacional  atual, principalmente no que diz respeito à inclusão de crianças com deficiência nas escolas  normais. Apesar do amplo debate traçado neste projeto em torno deste tema, ainda existem  uma série de limites quanto à prática da inclusão e ao papel do professor para que ele esteja  preparado para enfrentar as dificuldades que emergem ao ensinar crianças com deficiência. Ficou comprovado nos embasamentos teóricos que a discussão sobre a inclusão de  crianças com autismo na sala de aula regular nem sempre é fácil, por vezes causa polêmicas e  amplos debates devido à complexidade das características expostas quando são introduzidas  no ambiente escolar. A criança com autismo, ao interagir com outras crianças, pode  apresentar comportamento agressivo com professores e colegas, o que pode gerar conflitos.  Porém, quando o professor recebe uma criança autista em sua turma, ele se sente desafiado ao  iniciar o processo de inclusão, pois a criança apresenta grandes dificuldades para interagir e se  comunicar. No entanto, a precariedade de profissionais qualificados foi abordada em todo este  projeto, pois as políticas públicas existem, mas é preciso fazê-las na forma prática no  ambiente escolar.  

Quando se fala em inclusão nos baseamos diretamente no papel do professor nesse  processo, considerando que ele estabelece um contato contínuo e duradouro com a criança.  Com as mudanças sociais ocorridas na sociedade novas tarefas ficam sob a responsabilidade  do professor que deve se aprontar para as situações mais difíceis do dia a dia, inclusive na  educação das crianças autistas. 

Para preparar a comunidade escolar para trabalhar a inclusão do aluno no espaço  escolar, é fundamental implementar estratégias e programas que promovam uma cultura  inclusiva e ofereçam suporte adequado aos alunos com necessidades especiais, na qual  algumas medidas podem ser adotadas como: Oferecer programas de formação e capacitação  para professores e funcionários da escola sobre práticas inclusivas, adaptações curriculares,  estratégias de ensino diferenciadas e o uso de recursos de apoio, como tecnologias assistivas.  Garantir que a escola esteja adequadamente equipada com recursos e infraestrutura acessíveis  para atender às necessidades de todos os alunos, incluindo rampas de acesso, banheiros  adaptados, materiais didáticos acessíveis e tecnologias assistivas. Constituir uma equipe  multidisciplinar, composta por profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas  ocupacionais e pedagogos especializados em educação inclusiva, para oferecer suporte  individualizado aos alunos e colaborar com os professores na implementação de estratégias  inclusivas. Desenvolver planos de apoio individualizados para os alunos com necessidades  especiais, em colaboração com suas famílias, para identificar suas necessidades, objetivos de  aprendizagem e estratégias de apoio específicas. Realizar atividades e campanhas de  conscientização sobre a importância da inclusão e do respeito à diversidade, envolvendo toda  a comunidade escolar, incluindo alunos, professores, funcionários e pais. Implementar  sistemas de avaliação e monitoramento para acompanhar o progresso dos alunos com  necessidades especiais, identificar áreas de melhoria e ajustar as estratégias de apoio  conforme necessário. Estabelecer parcerias com instituições e organizações da comunidade  que ofereçam suporte adicional, como centros de reabilitação, ONGs e profissionais de saúde,  para complementar os serviços de apoio oferecidos pela escola. 

Portanto essas medidas podem ajudar a criar um ambiente escolar mais inclusivo, onde  todos os alunos se sintam valorizados e tenham a oportunidade de alcançar seu pleno  potencial acadêmico e social com a participação de todos. As preocupações dos professores  em relação ao ensino regular, pode servir como um ponto de partida para iniciar discussões e  implementar mudanças que promovam a inclusão e a qualidade da educação para todos os  alunos.

Este tema não é abordado para discriminar a realidade da referida escola, mas sim uma  forma de contribuir para o processo inclusivo de quem tem interesse em estudá-la, tendo em  vista ser uma escola comprometida com a educação e desempenha um papel muito importante  na inclusão de pessoas com autismo. 

6. RECOMENDAÇÕES 

Recomenda-se que este projeto seja compartilhado com as escolas para que o processo  inclusivo seja mais valorizado, pois o estudo do autismo provê uma melhor compreensão da  história e do caráter das pessoas com autismo. Pois é um fator que abrange todas as  complexidades da sociedade principalmente nos limites da escola. A inclusão de alunos com  autismo nas escolas públicas regulares é um grande desafio, pois para que a inclusão seja uma  realidade é necessário qualificar os professores e todos os funcionários da escola. 

Sabe-se que a formação do profissional da educação só se torna competente quando  este profissional está conectado ao reconhecimento da realidade que lhe permite conhecer a si  mesmo e ao outro, auxiliado por atividades que o ajudem a aprender com suas próprias  experiências. 

Consequentemente, o profissional da educação deve buscar maiores conhecimentos  para embasar as atividades a serem desenvolvidas na inclusão, levando em consideração as  realidades vivenciadas. 

REFERÊNCIAS 

BRASIL. Congresso. Senado. Constituição (2015). Lei da Pessoa com Deficiência nº 13146,  de 06 de julho de 2015. 

CAVACO, N. Minha criança é diferente? Diagnóstico, prevenção e estratégia de  intervenção e inclusão das crianças autistas e com necessidades educacionais especiais. Rio de  Janeiro: Wak Editora, 2014. 

CUNHA, E. Autismo e inclusão: psicopedagogia práticas educativas na escola e na família.5ª  ed. RJ: Wak Ed., 2014. 

CRESWELL, J. W. Research design: qualitative, quantitative and mixed methods approaches. California: Sage, 2003. 

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Sobre os Princípios, Políticas na Área das  Necessidades Educativas Especiais. Espanha, 10 junho, 1994 

GAUDERER, E.C. Autismo e outros atrasos do desenvolvimento: guia prático para pais e  profissionais. Rio de Janeiro: Revinter, 1997. 

GIL, Antônio. Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999. 

MANTOAN, M.T.E & PRIETO, R.G, ARANTES, V. A (org). Inclusão escolar: Pontos e  Contrapontos. São Paulo: Summus,2006. Capítulo I, 15 – 29. 

MANTOAN, M. T. E. (Org.). Pensando e fazendo educação de qualidade. São Paulo:  Moderna, 2001. 

MARTINS, Mara Rubia Rodrigues. Inclusão de alunos autistas no ensino regular:  concepções e práticas pedagógicas de professores regentes. 2007, 159 p. Dissertação  (Mestrado) – Universidade Católica de Brasília. 

MATOS, Selma Norberto; MENDES, Enicéia Gonçalves. A proposta de inclusão escolar no  contexto nacional de implementação das políticas educacionais. Práxis Educacional,  Vitória da Conquista, v. 10, nº 16, pp. 35-59, Jan. / Jun.,2014.  

SASSAKI, R.K. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. 3. ed. Rio de Janeiro:  WVA, 1997. 

SILVA, Micheline & MULICK, James A. Diagnosticando o transtorno autista: aspectos  fundamentais e considerações práticas. Psicologia ciência e profissão, vol.29 nº1, Brasília,  2011. 


1Juza dos Santos Carvalho, Mestre em Ciências da Educação pela Universidad de la Integración de las  Américas E-mail: <juzacarvalho@yahoo.com.br>. 
2Edijane Barbosa da Silva, Mestre em Ciências da Educação pela Universidad de la Integración de las  Américas E-mail: <jhannytj@hotmail.com>. 
3Alderlan Souza Cabral, Doutor em Ciências da Educação pela Universidade Del Sol E-mail:  <alderlanscabrall@gmail.com>