INCLUSIVE EDUCATION FOR THE DEAF PEOPLE: ANALYSIS OF THE PERCEPTIONS OF TEACHERS AND LIBRA’S INTERPRETERS ABOUT THE EMERGENCY REMOTE TEACHING IN FIVE MARANHÃO’S SCHOOLS INSERTED IN COVID-19 PANDEMIC
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202507071723
Clemilson da Silva Barros1
Thaiana Silva Baldez2
Filipe Leite da Silva3
Orientadora: Andréia Ayres Gabardo4
RESUMO
Vivencia-se desde 2019 uma crise sanitária motivada pela Covid-19, cujos impactos ainda são sentidos em todo o mundo. A educação sofreu alteração radical representada pelo ensino remoto em substituição ao presencial como alternativa para continuar o calendário escolar. Para os alunos surdos, trata-se de um desafio. O objetivo foi investigar as percepções dos professores e intérpretes de libras acerca do ensino remoto emergencial em cinco escolas do Maranhão em tempos de pandemia Covid-19. Trata-se de um estudo qualitativo e quantitativo, não probabilístico, realizado no período de agosto a novembro de 2021.O estudo se desenvolveu em seis (06) etapas. A amostra foi composta por professores ouvintes/surdos e intérpretes de cinco (05) escolas do Maranhão que trabalharam com educação inclusiva dos surdos no modelo de ensino remoto emergencial no período de interesse para a pesquisa. A estratégia online, denominada “Snow ball” foi utilizada para que o formulário, previamente autorizado pelos gestores das escolas, fosse respondido via WhatsApp. Os resultados foram apresentados de maneira didática e as questões éticas foram respeitadas.O estudo contou com dezoito participantes e permitiu conhecer as percepções sobre o ensino remoto para surdos. Ficou evidente que a fragilidade socioeconômica dos alunos impacta negativamente seu desempenho nas aulas e inviabiliza a acessibilidade à educação remota. A internet e metodologias inadequadas foram apontadas como dificuldades que tornam árduos os caminhos para adaptação ao modelo e para inclusão. Cabe aos professores e intérpretes se reinventarem, utilizar metodologias adequadas para surdos e contribuir para assegurar o direito à educação inclusiva, colaborativa e significativa.
Palavras-chave: Pandemia covid-19. Ensino remoto emergencial. Educação especial. Educação inclusiva do surdo. Acessibilidade na educação.
ABSTRACT
A health crisis motivated by Covid-19 has been experienced since 2019, and the impacts are still felt around the world. Education has been changed by remote teaching in place of face-to-face teaching as an alternative to continue the school calendar. In the case of deaf students this is a challenge. The objective was to investigate the perceptions of teachers and interpreters of Libras about emergency remote teaching in five schools in Maranhão in times of the Covid-19 pandemic. This is a qualitative and quantitative, not probabilistic study, carried out from August to November 2021. The study was carried out in six (06) stages. The sample consisted of hearing/deaf teachers and interpreters from five (05) schools in Maranhão who worked with inclusive education for the deaf in the emergency remote teaching model in the period of interest for the research. The online strategy, called “Snow ball” was used so that the form, previously authorized by the school managers, was answered via WhatsApp. The results were presented in a didactic way and ethical issues were respected. The study had eighteen participants and allowed to know the perceptions about remote teaching for the deaf. It was evident that the socioeconomic fragility of students negatively impacts their performance in classes and makes access to remote education unfeasible. The internet and inadequate methodologies were identified as difficulties that make the paths to adapt to the model and for inclusion difficult. It is up to teachers and interpreters to reinvent themselves, use appropriate methodologies for the deaf and contribute to ensuring the right to inclusive, collaborative and meaningful education.
Keywords: Covid-19 pandemic. Emergency remote teaching. Special education. Inclusive education of the deaf people. Accessibility in education.
1. INTRODUÇÃO
Vivencia-se desde 2019 uma forte crise sanitária, oriunda da pandemia Covid19, cujos impactos ainda são sentidos em todo o mundo, salienta-se que o campo da educação foi um dos que mais sofreram alterações. Além disso, destacou a necessidade de reinventar-se, de transformação e adaptação do ser humano como resposta ao cenário imposto de forma abrupta (RÊGO, ONOFRE, ARAÚJO E NASCIMENTO, 2021).
No campo da educação, as transformações foram bem radicais. O modo tradicional de trabalhar os espaços escolares e as metodologias de ensinoa-prendizagem foi substituído pelo ensino remoto emergencial como uma alternativa para continuar o calendário escolar frente ao cenário sanitário instalado. Mas até que ponto essa medida foi positiva sob a ótica da inclusão? Todos os alunos, em especial os surdos, têm acesso igualitário ao aprendizado? A garantia universal a educação está sendo preservada no modelo remoto utilizado em tempos de pandemia? O ensino remoto atende positivamente às necessidades educacionais do aluno surdo e promove aprendizado? Esses são questionamentos que norteiam as reflexões acerca das consequências de transpor, de maneira imediata, a sala de aula presencial para a online, pois tal transição pode colaborar para acentuar a exclusão na escola, mesmo que a intenção seja contrária (SANTOS, FAVACHO E FRIEDRICH, 2021).
As escolas têm buscado adaptar-se ao novo modelo e cabe ao professor, enquanto mediador desse processo, a responsabilidade de buscar estratégias, como por exemplo, metodologias assistivas bem elaboradas de cunho visual e aplicadas ao contexto no qual o surdo está inserido com intuito de promover aprendizagem significativa e experiências positivas no modelo remoto, contribuindo para promover a inclusão e não a exclusão desses alunos. Deste modo, trata-se de um desafio para docentes e discentes fazer escola virtual de maneira produtiva e não discriminatória (MICHELS, 2011).
Assim, esse estudo justifica-se por possibilitar responder a uma indagação que emergiu do novo cenário educacional imposto pela pandemia Covid-19 que trata de saber como, na percepção dos professores e intérpretes de libras, está sendo a experiência das atividades em sala de aula virtual e a adaptação deles e dos alunos surdos ao modelo de ensino remoto emergencial, além de investigar se esse novo ecossistema educacional está sendo inclusivo para os surdos ou se figura como exclusão, afastando deles o direito universal de acesso à educação.
Destaca-se ainda, que o estudo é válido por apresentar grande potencial de colaborar com os resultados obtidos para o fortalecimento da educação inclusiva do surdo e para estimular reflexões que visem o alinhamento de metodologias de ensino adequadas e atrativas dentro das salas virtuais que alcancem os alunos surdos e os deixem atentos, o que será obtido por meio da análise do feedback dos professores e intérpretes participantes da pesquisa. Além disso, a investigação pode contribuir para maximizar os indicadores de produtividade em educação.
Por fim, permite estimular discussões pedagógicas que visem entender o fenômeno, preencher lacunas do conhecimento, antecipar respostas a situações que possam comprometer o rendimento do aluno surdo durante as aulas remotas e contribuir com dados para futuras publicações.
O objetivo foi investigar as percepções dos professores e intérpretes de libras acerca do ensino remoto emergencial em cinco escolas do Maranhão em tempos de pandemia Covid-19.
Este artigo foi dividido em 07 (sete) sessões: Introdução e objetivo; Metodologia; Referencial teórico; Resultados; Discussão; Considerações finais e Referências.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
A pandemia Covid-19, provocada pelo Coronavírus (SARS-Cov-2 ou 2019nCov) parou o mudo de forma abrupta e arbitrária em 2020 e continua impactando, consideravelmente, em 2022, todas as áreas do globo, ditando a forma como a sociedade interage entre si. Vale destacar que, no início da crise sanitária em questão, quando nada era conhecido sobre o vírus e muitas mortes foram registradas, medidas como o isolamento social, modificação de hábitos, maneiras de se relacionar e de trabalhar, com destaque para home office, foram necessárias para conter o vírus e evitar novos casos. Além disso, ocorreram desemprego em larga escala, inúmeros problemas sociais e no sistema de saúde e, em adição a isso, desafios no campo da educação (BRASIL, 2020). Hoje, com a vacina, mudanças importantes aconteceram e o mundo começa, de maneira singela, a tentar retomar a rotina.
Diante da impossibilidade de contato social e vivências em sala de aula de forma presencial o ensino remoto emergencial foi visto como uma alternativa para a educação seguir seu fluxo e assim tentar mitigar a crise na educação imposta pela Covid-19, opção que antes da pandemia não tinha notoriedade e que desde então tem feito parte do dia a dia de aluno e professores, devido à necessidade de evitar aglomerações que favoreçam novos casos (MARQUES, 2020).
Pontua-se que mesmo com todos os esforços para reverter a situação de crise, em 2022 o ensino remoto continua tecendo suas linhas na educação e nas relações pedagógicas que norteiam a dinâmica de ensino-aprendizagem dos surdos. Para esses alunos representa um desafio relacionado a adaptação e aprendizado, para professores e intérpretes o desafio é encontrar caminhos pedagógicos e metodológicos que favoreçam o aprendizado daqueles com deficiência auditiva, além da importância de saber trabalhar com as tecnologias necessárias para as aulas nas plataformas digitais e de se reinventar para se encaixar no modelo remoto (MAGALHÃES, 2020).
A crise na educação, que não é recente, mas histórica, tomou proporções gigantescas e foi impulsionada para um processo de ressignificação com as aulas virtuais, vistas como solução temporária (SIMÕES, 2020). Nesse contexto, as tecnologias de informação e comunicação-TICs ganharam visibilidade e passado algum tempo, desde o início da pandemia e da implantação das aulas remotas, continuam sendo um desafio para os discentes e docentes (MARQUES, 2021; SOARES-LEITE; NASCIMENTO-RIBEIRO, 2012).
Para entender a adesão do Ministério da Educação-MEC ao sistema remoto de ensino, faz-se necessário considerar, nas reflexões, fatos como a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional-ESPIN, através da Portaria n.º 188, de 3 de fevereiro de 2020 do Ministério da Saúde e a Declaração de situação pandêmica da Organização Mundial de Saúde-OMS, de 11 de março de 2020 (GOVERNO FEDERAL, 2020).
Além destes, pontua-se os vários decretos dos governos estaduais, resultantes da declaração de “emergência em saúde pública, de grande relevância nacional” em 4 de fevereiro de 2020 e da Portaria MEC n.º 343, de 17 de março de 2020, que autoriza as aulas remotas em substituição às presenciais enquanto durar a pandemia Covid-19, norma alterada pela Portaria MEC n.º 1.038, de 7 de dezembro de 2020, pelo Despacho s/n.º, de 9 de dezembro de 2020 e o Parecer nº 19, do Conselho Nacional de Educação (CNE) que autoriza até o final de dezembro (31) de 2021 as aulas remotas no Brasil (ABMES, 2020; SOUZA et al., 2020).
De acordo com Souza, Vieira (2020) as escolas com Atendimento Educacional Especializado (AEE) têm trabalhado bastante para adaptar-se ao ensino remoto e promover aprendizado significativo, com bom rendimento das aulas ministradas aos alunos surdos. Para Filatro, Cavalcante (2018) se trata de um processo complexo (FILATRO; CAVALCANTE, 2018).
Considerando isso, Souza e Vieira (2020) entendem que cabe ao professor, enquanto mediador, a responsabilidade de buscar estratégias para promover o aprendizado. Ademais, deve fazer uso de metodologias assistivas bem elaboradas e aplicadas de forma correta ao contexto no qual o surdo está inserido para que haja inclusão e não a exclusão desses alunos. Isso porque eles aprendem de maneira distintas dos alunos ouvintes.
Está bem estabelecido o entendimento de que a fragilidade pedagógica e didática dentro das salas virtuais, bem como a não utilização correta dos percursos metodológicos próprios para a realidade do aluno surdo torna a aula ineficiente e estimula o isolamento dele ao invés de incentivá-lo a aprender e interagir. Com base nessa reflexão, o professor encara essa problemática como um desafio e recorre a estratégias alinhadas aos recursos disponíveis, no intuito de acolher o aluno e assistilo nas urgências educacionais que possui durante as aulas (SILVA; RIBEIRO, 2021).
3. METODOLOGIA
Trata-se de um estudo qualitativo e quantitativo, não probabilístico, realizado no período de agosto a novembro de 2021. Que buscou analisar o fenômeno no período em específico (2020 até o fim do primeiro semestre de 2021, com variações entre as escolas) em que as escolas participantes da pesquisa estavam trabalhando com alunos surdos no modelo remoto emergencial autorizado pelo MEC para dar continuidade aos estudos em época grave da Pandemia Covid-19 e assim entender os impactos desta decisão na visão dos professores e intérpretes e sob a ótica da educação inclusiva para os alunos surdos, considerando ainda, suas necessidades educacionais.
O estudo se desenvolveu em seis (06) etapas:1-Escolha das escolas;2-Contato com os gestores das escolas para autorização do estudo e disponibilização do link; 3 Disponibilização pelos gestores das escolas do link de acesso ao formulário (TCLE incluso no formulário) nos grupos dos professores de libras e intérpretes de cada escola e coleta de dados; 4-Tratamento e análise dos dados obtidos; 5-Discussão dos resultados; 6-Redação do artigo.
Sobre as etapas, tem-se que na primeira, foi utilizado como critério de escolha a escola que trabalhou remotamente com alunos surdos devido a influência da pandemia Covid-19 e cuja acessibilidade para o pesquisador fosse maior e menos burocrática.
A etapa 2 considerou a indicação de professores e intérpretes para obter o contato dos gestores das escolas. Destaca-se que eles fizeram a interconexão com os diretores das Instituições de ensino a fim de obter a autorização para a realização da pesquisa. Foram feitos contatos iniciais via WhatsApp com os gestores para agendar uma visita com intuito de falar sobre a pesquisa e coletar a assinatura do termo de autorização para o estudo.
Nesse momento, o pesquisador alinhou com os gestores a estratégia online utilizada para que o formulário alcançasse os integrantes da amostra que consistiu na disponibilização do link de acesso para os professores e intérpretes de suas escolas que trabalharam ou trabalham de forma remota com alunos surdos e da solicitação para que fosse respondido, caso desejassem.
No que tange a etapa 3, ela tratou da execução da estratégia online utilizada nesse estudo, disponibilizando, via WhatsApp, o link de acesso ao formulário, previamente elaborado pelo google forms, com variáveis de interesse para a investigação e por meio do qual foi realizada a coleta de dados. Na oportunidade os participantes tiveram acesso ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido-TCLE com elucidações prévias sobre a pesquisa e convidando-os a comporem a amostra de forma voluntária, fazendo isso por meio da concordância com o que está estabelecido no documento.
O aceite do TCLE foi um dos critérios de inclusão para compor os sujeitos da pesquisa, o outro foi ser professor e/ou intérprete em pelo menos uma (01) das escolas pesquisadas. Para compor a amostra os dois (2) critérios deveriam ser atendidos.
Estabeleceu-se que era necessário aceitar participar legalizando a decisão no momento da resposta do formulário. Dessarte o consentimento de todos os professores e intérpretes dado por meio do registro da opção “ACEITO participar” presente no formulário online que funcionou como “assinatura” do TCLE e desta maneira os sujeitos da amostra foram materializados.
Destarte, a amostra foi composta por professores ouvintes/surdos e intérpretes de cinco (05) escolas do Maranhão, Brasil, que trabalham ou trabalharam com educação inclusiva dos surdos no modelo de ensino remoto emergencial autorizado pelo MEC para dar continuidade ao processo educativo em tempos de pandemia Covid-19 antes da retomada das aulas presenciais, sendo o momento que antecede essa volta o interesse do estudo. As escolas foram: Centro de Ensino Maria José Aragão; Centro de Ensino Governador Archer; Centro de Ensino Dr. Tarquínio Lopes Filho, Centro de Ensino São Cristóvão e Centro de Ensino Professor Barjonas Lobão.
O formulário disponibilizado continha 18 (dezoito) perguntas abertas e fechadas de interesse para o entendimento do fenômeno investigado, foi estruturado em cinco (05) seções e ficou no módulo “aceite de respostas” de novembro a dezembro de 2021, finalizando a terceira etapa. E o “n amostral” foi de 18 participantes.
Seção 1 de 5 – Termos de Consentimento Livre e Esclarecido-TCLE
() ACEITO participar
() NÃO ACEITO participar
Seção 2 de 5 – Dados de caracterização dos participantes
1) Idade (apenas número)
2) Sexo
() Masculino
() Feminino
() Outro
3) Qual das escolas abaixo você trabalha com a educação inclusiva do aluno surdo no modelo remoto emergencial proposto?
() Unidade de Ensino Maria José Aragão () Centro de Ensino Governador Acher
() Centro de Ensino DR Tarquínio Lopes Filho () Centro de Ensino São Cristóvão
() Centro de Ensino Professor Barjonas Lobão
4) Qual sua função nessa escola?
() Professor@ () Intérprete
Seção 3 de 5– Sobre a escola
5) A escola realizou reuniões pedagógicas com você para alinhamentos desse modelo de ensino proposto e para alinhar às necessidades educacionais dos alunos surdos?
() Sim () Não
6) A escola disponibilizou recursos tecnológicos para esse novo modelo de ensino?
() Sim () Não
7) Você solicitou recursos para a escola?
() Sim () Não
Seção 4 de 5– Sobre o ensino remoto emergencial
8) Qual sua percepção sob a qualidade do ensino remoto emergencial proposto para alunos surdos na pandemia Covid-19?
() Excelente () Boa () Regular () Ruim () Péssima
9) Como você qualifica a sua adaptando ao ensino remoto emergencial?
() Excelente () Boa () Regular () Ruim () Péssima
10) Quais as facilidades você encontra no ensino remoto emergencial?
11) Quais as dificuldades encontradas por você no ensino remoto emergencial?
() Não me adapto
() A escola não está preparada para atender remotamente esse público
() Deficiência de recursos para boas aulas
() Nem todos tem acesso a internet de qualidade
()Problemas de conexão
() Dificuldades com o horário
() Necessidade de estar em sala de aula
() A substituição do espaço escola tradicional pelo doméstico não favorece o aprendizado
() A libras necessita de outros elementos corporais para favorecer a comunicação e o espaço virtual prejudica esse processo de linguagem
()Prejudica a interação entre professor e aluno () Os alunos não ligam as câmeras
() Os alunos não assistem às aulas
() Aulas ficam improdutivas
() Alunos não aprendem bem
() Outros.
12) Você concorda com o ensino emergencial remoto para surdos?
() Não concordo
() Concordo parcialmente
() Concordo totalmente
() Ainda não tenho opinião formada.
Seção 5 de 5 – Sobre os alunos surdos
13) Quantos alunos surdos estão sendo assistidos na escola em que você trabalha?
14) Quantos alunos surdos estão sendo assistidos por você?
15) Como você qualifica a adaptação de seus alunos surdos ao ensino remoto emergencial?
() Excelente
() Boa
() Regular
() Ruim
() Péssima
16) Seus alunos têm acesso à internet em casa?
() Sim
() Não
() Somente dados móveis
17) De que forma você percebe o interesse dos alunos surdos nesse canal de comunicação?
() Importa-se com as aulas, não tem dificuldades de adaptação e participa bastante.
() Importa-se com as aulas, não apresenta dificuldades de adaptação, mas não participa bastante.
() Importa-se com as aulas, apresenta dificuldades de adaptação e participa bastante.
() Importa-se com as aulas, apresenta dificuldades de adaptação e não participa das aulas como deveria.
() Não se importa com as aulas, apresenta dificuldades de adaptação e não participa das aulas.
() Entende somente como relevante para o momento sanitário vigente.
18) Qual sua percepção acerca do aproveitamento das aulas remotas pelos alunos surdos?
() Está funcionando
() Precisa de ajustes para melhorar
() Compromete o rendimento do aluno () Pouco atrativa e funcional
() Não funcionar como ferramenta de aprendizado para os alunos surdos e por isso não é indicada
() Promove exclusão desses alunos
() Outros.
No que concerne a etapa 4, o tratamento e análise dos dados obtidos foram feitos com auxílio do programa google forms, planilha de Excel e estatística descritiva.
Os dados foram analisados e apresentados de maneira didática por meio de gráficos e transcrição de falas dos participantes.
As etapas 5 e 6 estavam centradas na discussão e redação do artigo e para isso, foi feita a busca ativa do tema com auxílio de descritores específicos para rastrear artigos disponíveis nas bases de dados que contribuíssem com essa investigação e com a finalidade de otimizar o tempo de busca e reunião dos materiais necessários.
Como critério de inclusão, foram selecionados materiais que tratavam da educação dos alunos com deficiência auditiva em situações como: no modelo remoto de ensino; os relacionados a inclusão; os que tratavam da cultura, direitos e contexto escolar; e os que consideravam o contexto da pandemia Covid-19. E como exclusão, não foram aceitos os que estavam fora desse contexto por não contribuir para a pesquisa.
Quanto ao período de publicação para o levantamento, aceitou-se todos os períodos.
As questões éticas referentes a este estudo foram respeitadas. E a redação foi realizada didática e gradualmente.
4. RESULTADOS
O estudo contou com uma amostra de dezoito participantes, professores e/ou intérpretes (n=18), que trabalharam com alunos surdo no modelo de ensino remoto emergencial motivado pela pandemia Covid-19 no período de interesse para esse estudo. A faixa de idade dos participantes foi de 27 a 67 anos de idade (FIGURA-1).
FIGURA 1- Idade dos professores/intérpretes participantes da pesquisa.

Fonte: próprio autor, 2021
Destes, a maioria (72,2%) é do sexo feminino (FIGURA-2).
FIGURA 2 – Sexo dos professores/intérpretes participantes da pesquisa.

Fonte: próprio autor, 2021.
A maioria dos participantes é do C.E. Maria José Aragão (38,9%), seguidos do C.E. São Cristóvão e do C.E. Professor Barjonas Lobão, ambos (22,2%), do C.E. Dr.
Tarquínio Lopes Filho (11,11%) e do C.E. Governador Archer (5,6%) (FIGURA-3).
FIGURA 3- Qual das escolas abaixo você trabalha com a educação inclusiva do aluno surdo no modelo remoto emergencial proposto?

Fonte: próprio autor, 2021.
Com relação à função ocupada nas escolas, a maioria é professor (55,6%)(FIGURA-4).
FIGURA 4 – Qual a função nessa escola?

Fonte: próprio autor, 2021.
Quando questionados acerca da preparação das escolas para esse momento, a maioria (83,3%) respondeu que foram realizadas reuniões pedagógicas para alinhamentos do modelo de ensino proposto e das necessidades dos alunos surdos.
Com relação aos recursos tecnológicos, a maioria (55,6%) afirmou que não solicitou para a escola. E que a escola disponibilizou recursos tecnológicos para esse novo modelo de ensino (61,1%).
Quando indagados acerca da percepção sob a qualidade do ensino remoto emergencial proposto para alunos surdos na pandemia Covid-19, tomando por parâmetro uma escala entre excelente a péssima, a maioria (56%) afirmou que esse modelo de ensino tem boa qualidade, seguidos de (44%) que afirmou ser regular (FIGURA-5).
FIGURA 5- Percepção sob a qualidade do ensino remoto emergencial proposto.

Fonte: próprio autor, 2021.
Com relação à qualidade da adaptação dos respondentes ao ensino remoto proposto, em uma escala entre excelente a péssima, a maioria qualificou como boa (56%), seguido de regular (44%) (FIGURA-6).
FIGURA 6- Como você qualifica a sua adaptando ao ensino remoto emergencial?

Fonte: próprio autor, 2021.
Com relação as facilidades encontradas durante a experiência com os surdos no ensino remoto seguem algumas das falas mais representativas nesse estudo:
“Flexibilidade de horário”;
“A participação da intérprete”;
“É muito raro encontrar”;
“O surdo visualiza slides, textos. Exercícios e isso facilita a participação”;
“Disponibilidade de recursos”;
“Nova forma de apresentação do conteúdo para o aluno”;
“Não existem facilidades, todo o processo é difícil, visto que para a realização dos trabalhos com os surdos requer contato visual, o que o torna mais difícil feito de forma remota. A dificuldade de aprendizagem e o entendimento sobre o que estava sendo abordado ficou mais complexo para eles. Por isso, que falo que não houve e não existe facilidade para mim, porque uma coisa sou eu em casa no meu cômodo ministrando aula, outra coisa bem diferente é o aluno assistir, participar e entender o que está sendo falado, uma vez que você precisa explicar várias vezes, citar diferentes formas de exemplo, e ainda assim o aluno não entender muito bem.”;
“Flexibilidade nos horários e comodidade de ser home office.”;
“Nenhuma.”;
“Economia de tempo e recursos em deslocamento até a escola; possibilidade de atividades assíncronas fora do horário de aula; evitar contato com possíveis contaminados de Covid.”;
“A facilidade é que os professores de Libras nos acompanham.”;
“Materiais das disciplinas disponibilizado com antecedência. Fonte de pesquisa para aprimorar conhecimentos e buscar ampliar vocabulário”.
Quando indagados a respeito das dificuldades encontradas por eles no ensino remoto emergencial, a maioria (77,8%) apontou que nem todos têm acesso a internet de qualidade. Problemas de conexão foram bem selecionados (61,1%). Seguido de (38,9%) que partilham da ideia de que esse tipo de modelo de ensino prejudica a interação entre o professor e alunos surdos. E (33,3%) destacaram que a libras necessita de outros elementos corporais para favorecer a comunicação e o espaço virtual prejudica esse processo de linguagem (FIGURA-7).
FIGURA 7- Quais as dificuldades encontradas por você no ensino remoto emergencial?

Fonte: próprio autor, 2021.
Quando perguntado se eles concordavam com o ensino emergencial remoto para surdos, considerando uma escala de proporcionalidade (Não concordo; concordo parcialmente; concordo totalmente; ainda não tenho opinião formada) a maior parte respondeu que concorda parcialmente (50%), seguindo de não concordo (22,2%). Destaca-se que (16,7%) ainda não tem opinião formada sobre o assunto (FIGURA-8).
FIGURA 8- Você concorda com o ensino emergencial remoto para surdos?

Fonte: próprio autor, 2021.
Com relação aos alunos surdos, foi perguntado quantos deles estão sendo assistidos na escola em que os professores/intérpretes trabalham. E a pesquisa mostrou que a escola com o maior número de alunos assistidos, até o tempo da coleta de dados para este estudo, é a do C.E. Maria José Aragão (33,3%). A média geral de alunos assistidos no modelo remoto, feita considerando todas as escolas pesquisadas, foi de 3,44 com desvio padrão (DP) de 2,280.
Já com relação a quantos alunos surdos estão sendo assistidos por eles na escola em que trabalham, a pesquisa mostrou que no C.E. Maria José Aragão, na data desta pesquisa, de modo geral, foi o espaço escolar com maior quantitativo de alunos surdos por professor/intérprete (38,9%). A média geral dos alunos surdos de todas as escolas participantes assistidas via remoto por professor/intérprete foi de 2,5 com desvio padrão (DP) de 1,043.
Quando indagados sobre como eles qualificam a adaptação de seus alunos surdos ao ensino remoto emergencial, em uma escala entre excelente a péssima, a maioria qualificou como regular (61,1%), seguido de boa e ruim, ambas com 16,7% (FIGURA-9).
FIGURA 9- Como você qualifica a adaptação de seus alunos surdos ao ensino remoto emergencial?

Fonte: próprio autor, 2021.
Com relação ao acesso à internet em casa pelos alunos, de acordo com os professores, a maioria de seus alunos (50%) tem acesso somente a dados móveis, seguido de (39%) que tem acesso a uma qualidade melhor de internet em casa (FIGURA-10).
FIGURA 10- Seus alunos têm acesso à internet em casa?

Fonte: próprio autor, 2021.
FIGURA 11– De que forma você percebe o interesse dos alunos surdos nesse canal de comunicação?

E por fim, os participantes foram indagados sobre a percepção que possuíam acerca do aproveitamento das aulas remotas pelos alunos surdos, de acordo com itens apresentados a eles, onde os mesmos deveriam selecionar os mais próximos daquilo que eles pensavam. O resultado mostrou que a maioria deles (56%) concorda que precisa de ajustes para melhorar. É válido destacar que (11%) compartilham do pensamento de que esse modelo de ensino remoto promove exclusão dos alunos surdos. O que para eles, traz o impacto contrário daquilo que foi esperado e que justificou a utilização, em todo o mundo, desse modelo, durante a pandemia Covid-19 como alternativa para a continuidade dos estudos (FIGURA-12).
FIGURA 12- Qual sua percepção acerca do aproveitamento das aulas remotas pelos alunos surdos?

Fonte: próprio autor, 2021.
5. DISCUSSÃO
A análise dos resultados obtidos permitiu reflexões acerca do fenômeno pesquisado que norteiam as questões educacionais sob a ótica da inclusão de alunos surdos. Estes se encaixam no grupo de alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE) entendidas sob a ótica pedagógica como dificuldades no processo de aprendizagem, podendo ser permanente ou não. A migração do modelo tradicional de ensino (presencial) para o remoto (virtual) impactou diretamente esse grupo de alunos e foi o que motivou esse estudo. Apresentam entendimentos semelhantes acerca da temática Oliveira, Oliveira e Barbosa (2021).
Os alunos surdos, fazem parte do universo de portadores de NEE e por não estarem inseridos satisfatoriamente em um sistema educacional preparado para assisti-los em suas necessidades educacionais acabam enfrentando processos excludentes nos espaços de ensino-aprendizagem, o que muitas vezes provocam a evasão desses locais, aumentando a taxa de abandono escolar dentre os alunos surdos. Corrobora com esse entendimento Morel (2020) quando diz que essa mudança impactou intensamente a rotina de milhões de estudantes. A UNESCO (2020) também segue em direção a essa reflexão no que tange a exclusão e a distribuição muito desequilibrada das oportunidades educacionais, trata-se de uma crise na educação com raízes históricas que foi acentuada pela pandemia Covid-19.
Na tentativa de contornar a situação e combater a exclusão, as escolas têm buscado aplicar políticas assistencialistas e metodologias que promovam inclusão, visando assegurar os direitos constitucionais de igualdade e educação. Sendo ainda relevante desenvolver ações que formem professores e intérpretes de educação especial conscientes da causa e voltados didaticamente para o aluno surdo. Sobre isso, Nóvoa (2011) entende que apesar das dificuldades que permeiam a educação especial e seus processos, o bom professor é o que promove inclusão.
A despeito disso, tem-se o Atendimento Educacional Especializado (AEE) entendido como uma ação da educação especial que possibilita condições adequadas para trabalhar com os alunos com necessidades específicas como a surdez, buscando superar as barreiras impostas pela condição e promover livre acesso a uma boa educação com resultados positivos.
Considerando o disposto no art. 205 da Constituição Federal (CF) de 1988, que deixa claro o direito que todo cidadão tem a educação, sendo a responsabilidade de assegurá-lo compartilhada entre o Estado e a família, destaca-se o Decreto nº 6.949 de 25 de agosto de 2009, constante no art. 205, que promulga as pessoas com deficiência o direito de acesso a um sistema educacional inclusivo (BRASIL,1988).
Os alunos surdos possuem uma identidade cultural própria, uma forma de aprender e de interagir que difere do aluno ouvinte em muitas questões, forçá-los a se inserirem em um modelo educacional que não está pronto para assisti-los é promover exclusão e feri o direito constitucional à educação. Assim, faz-se necessários debates e ajustes para fornecê-la com qualidade a esses alunos. Salienta-se que a família e o Estado devem participar ativamente, pois não se trata de uma responsabilidade apenas dos professores e intérpretes. Karnopp (2011) concorda com essa reflexão quando diz que os aspectos envolvendo a comunicação (Libras) devem ser considerados nos processos educacionais e no desenvolvimento de espaços que favoreçam o ensino com eficiência e acurácia.
De acordo com Cury et al. (2020) um sistema educacional para ser inclusivo precisa apresentar equidade e propósito de promover educação de qualidade para todos. Nenhum aluno surdo deve ter bloqueado, ou mesmo, ter prejudicado seu acesso à educação, mesmo sob alegação de uma pandemia, como a que está ditando as regras no mundo desde 2019 (Covid-19), já que se trata de um direito social constitucional.
Na visão deste autor, a educação inclusiva é um processo que ainda está bem distante da realidade do ensino remoto como se conhece em meio ao cenário de crise, não sendo compatível, por hora, com as experiências que esse modelo promove para o aluno surdo. Entretanto, considerando que este é o modo como, até o momento, a educação pôde continuar, espera-se que assista os alunos com deficiência auditiva da melhor maneira possível e contribua positivamente para o desenvolvimento deles. Portanto, trata-se de um desafio para docentes e discentes e para a própria educação especial.
Sendo, para tanto, fundamental uma postura estratégica e didática dos professores, além de incentivar os alunos surdos a serem participativos no seu próprio processo educativo com o intuito de superar os desafios impostos pelas transformações na forma de ensinar e aprender. Sobre isso, Magalhães (2020) colabora quando pontua que as pessoas estão imersas em um universo de práticas pedagógicas desconhecidas, isso motivado pela situação de crise sanitária e privação do direito à educação. Enfatiza-se que essa situação é potencializada quando se trata de educar, remotamente, alunos com deficiência auditiva e diferenças socioeconômicas.
Com base na reflexão sobre educação, pandemia e inclusão do aluno surdo na escola, é pertinente mencionar que mesmo antes das mudanças impulsionadas pela Covid-19 já existiam dificuldades no campo da educação a espera de soluções urgentes. Tratando-se da educação especial de surdos, inúmeras problemáticas aqueciam as discussões em prol de soluções e de políticas públicas que, de fato, colaborassem para mitigar a exclusão nos espaços escolares e garantir o direito à educação de forma igualitária e satisfatória para todos. Partilham desse posicionamento Shimazaki, Menegassi e Fellini (2020), autores que trazem contribuições significativas na investigação sobre o “ensino remoto para alunos surdos em tempos de pandemia”.
No atual cenário epidemiológico e educacional do planeta a educação por meio remoto figura mais como uma alternativa do que solução de fato viável. Trazendo essa reflexão para a faixa de tempo na qual o fenômeno foi pesquisado para a produção deste artigo, ficou evidente que se tratava de uma resposta ao isolamento, medida que permitiu continuar o calendário escolar e de alguma forma minimizar os danos para os alunos. Porém, os países, alunos, condições estruturais, culturais e socioeconômicas são diferentes. Em adição a isso, tem-se as variabilidades e necessidades específicas dos alunos surdos. Fatos que parecem não terem sido bem considerados na tomada de decisão, tornando a medida difícil, potencialmente excludente, já que privou muitos do acesso ao saber, por não terem recursos tecnológicos e nem financeiros para acessá-los. Concordam com essa afirmativa Mota, Menezes e Moura (2021).
Pontua-se que a Libras necessita de configurações de mãos e expressões para dar sentido a comunicação e promover a interação de forma positiva e o modelo remoto de ensino, da forma como está sendo conduzido, torna isso um pouco difícil e interfere no processo de compreensão e interpretação. Partilha desse pensamento Menegassi (2010).
O tamanho da amostra deste estudo (n=18) é coerente com a realidade da educação especial no país, já que muitos surdos ainda não estão matriculados e sendo assistidos em uma escola por profissionais capacitados. Além disso, há uma problemática bem presente, que foi agravada pela Covid-19 e o modelo utilizado para dar sequência ao ano letivo (ensino remoto) e que é bem conhecida por todos os envolvidos nos espaços de ensino-aprendizagem, trata-se da evasão escolar. Por não se adaptarem ao sistema de ensino, pelas dificuldades encontradas no caminho e pela fragilidade do apoio familiar, muitos alunos surdos se veem vulneráveis e abandonam a escola durante o ano letivo ou não renovam a matrícula no ano seguinte.
Por isso, percebe-se que a quantidade de alunos surdos na escola é muito baixa, o que reflete na quantidade de professores e intérpretes nesses espaços. Tal amostra é resultado da investigação em cinco escolas do Maranhão.
Com relação à idade (FIGURA-1) o estudo apontou uma variação heterogênea que pode representar um indicativo de experiência profissional com a educação de alunos surdos.
A maior participação feminina no estudo (FIGURA-2) justifica-se pela própria natureza da profissão, que por se tratar do ensino básico desperta o interesse maior nas mulheres pela formação, além dos aspectos pedagógicos envolvidos.
Com relação às escolas que trabalham com alunos surdos (FIGURA-3) , a maioria dos participantes é do C.E. Maria José Aragão, isso pode ser explicado pelo trabalho conduzido de forma mais expressiva nessa escola, pelo quantitativo maior de alunos e também pela própria localização, já que pode estar inserida onde há mais alunos surdos morando nas proximidades e dispostos a estudar.
Apesar do estudo ter como amostra professores e intérpretes, visto que são profissionais diretamente ligados à educação do aluno com algum nível de surdez, os resultados apontaram maior participação da figura do professor (FIGURA-4). Colabora para explicar e compreender esse dado, o fato de este profissional ser um multiplicador e um dos principais responsáveis na educação especial pelo acesso do aluno surdo a conhecimentos específicos de cada área do saber. Essa especificidade pode justificar seu quantitativo mais expressivo quando comparado ao dos intérpretes nesses espaços.
Com relação às reuniões de alinhamento e preparação das escolas para receber os alunos surdo nas aulas remotas, o estudo apontou que a maioria concorda que ocorreram reuniões pedagógicas e que apesar de não terem solicitado nenhum recurso tecnológico a escola disponibilizou o necessário para os professores trabalharem com o modelo proposto. Vale destacar que apesar dos professores não estarem muito preparados para a experiência virtual, reflexo da formação que tiveram, vivê-la é de grande relevância e os desafia a buscar superação, motivação e a inovação para obter sucesso como multiplicador do conhecimento no campo da educação especial voltada para surdos. Santos (2020) fortalece esse pensamento quando afirma que é preciso inovar para além da sala de aula. E de acordo com Oliveira et al. (2020) os recursos tecnológicos colaboram para estreitar a distância entre professor, aluno e família, estimulando a participação colaborativa de todos no processo de “educar para a vida” o aluno surdo.
Quando indagados acerca da percepção sob a qualidade do ensino remoto emergencial proposto para alunos surdos na pandemia Covid-19 (FIGURA-5), apesar de a maioria afirmar que tem boa qualidade, foi possível perceber uma aproximação percentual entre boa e regular, o que mostra divergência de opiniões entre os profissionais que trabalham com os alunos surdos (professores e intérpretes), esse achado, de certa forma, é esperado por se tratar de um cenário novo e desafiador e de uma metodologia digital de ensino que nem todos dominam. Segue nessa direção Borba et al. (2020) quando reflete sobre os discursos e práticas dos professores e afirma que são muitos e divergentes, uns favoráveis e outros contrários ao ensino-aprendizagem de forma virtual.
A investigação acerca da adaptação dos professores e intérpretes ao ensino remoto (FIGURA-6) apresentou comportamento semelhante a pergunta anterior, o que direciona para caminhos próximos as reflexões sobre os motivadores. Porém, destaca-se a deficiência na formação deles, no que tange metodologias e tecnologias virtuais e o pouco tempo que tiveram para se preparar, logo a adaptação e a preparação caminharam juntas no processo, o que tornou o percurso árduo e espinhoso para muitos, mesmo tendo a maioria respondido como “boa”, a presença significativa do “regular” fortalece essa reflexão. Partilham desse pensamento Rêgo, Onofre, Araújo e Nascimento (2021) que no estudo intitulado “Educação em formato remoto: estratégias de ensino utilizadas por professores surdos da UEPB” abordou bem esse tema.
O destaque dado pela maioria dos respondentes ao fato de nem todos terem acesso a internet de qualidade e a prevalência de problemas de conexão, para responder ao questionamento sobre as dificuldades encontradas por eles no ensino remoto emergencial (FIGURA-7) demonstra a inquietação destes profissionais com relação a essa maneira de ensinar. E revela que a mudança repentina de um modelo tradicional para um não convencional impactou negativamente os docentes e discentes da educação especial. Além disso, o prejuízo na interação entre estes dois atores do cenário educacional também foi bem selecionado. Isso porque o meio virtual quebra a tradicional rotina de sala de aula, exige dos professores e alunos atualização e cria dinâmicas novas que nem sempre são bem aceitas. Magalhães (2020) colabora com uma linha de raciocínio semelhante.
A dinâmica necessária para o bom andamento das atividades online desenvolvidas com os alunos surdos necessita de algumas exigências, como por exemplo, câmeras ligadas. No entanto, muitos deles não ligam ou não têm como ligá-los por algum motivo. Soma-se a isso, o fato de haver professores que não conseguem interagir nas salas virtuais, além de não as utilizar da forma didática, não usarem corretamente as metodologias adequadas para as salas virtuais e o contexto dos alunos surdos, acarretando prejuízos diversos para o desenvolvimento dos alunos e para a própria inclusão. Cury et. al (2020) concorda com essa reflexão.
Com relação ao posicionamento dos professores e intérpretes acerca do ensino remoto (FIGURA-8) a concordância dada pela maioria neste estudo revela que independente das dificuldades do processo de adaptação, entendem a necessidade dessa medida. Porém, muito ainda precisa ser discutido e feito para que haja um consenso. Vale destacar que a educação dos surdos não se dá da mesma forma que para os ouvintes, pois a comunicação chega de maneira distinta no portador de deficiência auditiva, o que torna a nobre missão de ensinar mais difícil nas salas online. Santos, Favacho e Friedrich (2021) concordam com esse posicionamento e trazem reflexões interessantes em seu trabalho intitulado “Estudo sobre a educação remota para alunos surdos sob o olhar do professor”.
Com relação à adaptação dos alunos ao modelo remoto de ensino (FIGURA-9) o estudo mostrou que a maioria dos professores e intérpretes a qualificam como boa. Porém, uma parcela da amostra qualificou como regular. Essa variação de opinião mostra que os profissionais conhecem as necessidades de seus alunos e os desafios impostos pelas aulas online, como acesso, acessibilidade e metodologias adequadas e que melhorias precisam ser feitas para que, de fato, alcance positivamente os alunos surdos e os possibilite aprender de maneira significativa. Maciel Júnior (2020) colabora pontuando que problemas durante a transmissão da aula online pode prejudicar o entendimento do sinal pelo aluno surdo e inviabilizar uma experiência positiva de aprendizado.
Quanto ao acesso dos alunos surdos a internet em casa (FIGURA-10), a afirmação feita pela maioria dos respondentes de que os alunos têm acesso apenas a dados móveis aquece a discussão acerca de como educação remota está acontecendo em tempos de pandemia Covid-19, bem como da importância da luta para assegurar ao discente o direito à educação de qualidade como forma de inclusão em meio a crise sanitária, ainda que com todas as dificuldades durante as aulas virtuais. Além disso, coloca em pauta os impactos da desigualdade de acesso à informação e tecnologias presentes no sistema educacional. Contribui com essa discussão, Machado e Davi (2021) quando afirmam em seu estudo, “O papel de mães frente à educação e inclusão de estudantes surdos em tempos de pandemia”, que a Covid-19 e as medidas necessárias para o momento, como o ensino remoto por exemplo, assim como as barreiras existentes para o acesso às tecnologias de informação e comunicação aumentaram as desigualdades para os portadores de necessidades especiais, a exemplo dos surdos.
O questionamento acerca da forma como eles percebem o interesse dos alunos surdos nas aulas remotas (FIGURA-11) apontou que, no espaço temporal no qual o fenômeno foi estudado para a construção desse artigo, o modelo não atendia bem aos alunos surdos, visto que há relatos de desinteresse, dificuldades de adaptação, ausência de interação e de participação ativa do aluno no seu processo de aprendizagem. O que sob a ótica da educação reflete em grande prejuízo para o aluno e fere as garantias constitucionais universais de direito ao acesso à educação e aprendizagem. Araújo e Fonseca (2020) ensinam em seu trabalho “Educação de crianças surdas: o bilinguismo e a realidade escolar no município de natal” que nessas situações uma boa estratégia é utilizar, de forma correta, metodologias atrativas para os alunos surdos de modo a obter a atenção deles.
Essa situação pode ser entendida refletindo sobre os mecanismos que os surdos utilizam para aprender e reconhecer o mundo à sua volta. O surdo e o ouvinte aprendem de maneiras distintas, com base nisso, as experiências nos espaços de ensino devem ser direcionadas para a necessidade que cada grupo tem. O surdo necessita de metodologias visuais, já que são indivíduos mais visuais, isso porque a Libras, como primeira língua deles, utiliza de configurações de mãos e expressões para criar ou reproduzir os contextos da fala e construir os sentidos e os caminhos da comunicação e interação. Já o ouvinte não tem toda essa exigência. Partilham dessa reflexão Araújo e Fonseca (2020) quando apontam que é indispensável o uso de metodologias com os discentes surdos para além da interpretação de sinais para assegurar o aprendizado.
Sendo assim, para o surdo, é importante que as atividades desenvolvidas nas salas virtuais não sofram interferências como perda de qualidade de transmissão e sejam conduzidas com didática inovadora, pedagogia visual e bem direcionada, visto que os modelos pedagógicos padronizados já não são tão eficientes para atender as novas necessidades educacionais. Sendo portanto, um grande desafio para o professor e para o intérprete, exigindo destes profissionais cada vez mais preparo e estimulando a educação continuada.
Com relação ao aproveitamento das aulas remotas pelos alunos surdos na visão dos respondentes (FIGURA-12) o fato de mais de 50% da amostra concordar que precisa de ajustes para melhorar e de alguns deles (11%) pontuarem que promove exclusão dos alunos surdos, estando em desacordo com o que é garantia universal do cidadão, mostra que essa necessidade de ajuste e o destaque para exclusão são consequências da forma como as coisas aconteceram e da ausência de tempo hábil para a preparação adequada de todos os envolvidos na educação, situação que inviabilizou um planejamento mais cirúrgico que contemplasse metodologias mais alinhadas ao modelo propostos e aos alunos surdos.
De modo geral, a vivência refletiu um “experimento” na educação, onde fez-se necessário a ruptura abrupta com o modelo tradicional de ensino para transferir a educação para o modelo virtual. Registra-se que os impactos só puderem ser mensurados e verdadeiramente percebidos com a experiência proporcionada pelos desafios do dia a dia no ensino remoto emergencial. Shimazaki, Menegassi e Fellini (2020) contribuem pontuando que a pandemia Covid-19 e as modificações na forma de ensino-aprendizagem exigiram mudanças na prática docente.
De acordo com Araújo e Fonseca (2020) um instrumento valioso para promover aprendizado na educação especial é o Plano Educacional Individualizado (PEI) que auxilia o professor no alinhamento de práticas de ensino de forma personalizada e com base nas necessidades de cada discente, o que ajuda bastante para alcançar os objetivos.
Por fim, destaca-se que a luta contra a pandemia Covid-19 segue em 2022 escrevendo suas linhas de superação e sobrevivência e que no campo da educação impera a incerteza de retorno a aulas cem por cento (100%) presenciais sem que se tenham novos casos. As tentativas de retomar a rotina de antes da Covid-19 tem acontecido, mas muito provavelmente, a forma de fazer educação não será a mesma de antes, isso porque as transformações ocorridas, de alguma forma, farão parte do “novo normal” da educação, com momentos híbridos durante o processo de volta às aulas presenciais. E por isso, se faz necessário amadurecer os processos para que haja inclusão do aluno surdo e não o contrário.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse estudo permitiu conhecer as percepções dos professores e intérpretes de libras sobre o andamento do ensino remoto para alunos surdos do início de sua implantação até o momento dessa investigação. Sobre isso, o estudo apontou a urgência que a educação especial de alunos surdos têm de alinhamentos e emprego de metodologias mais visuais e adequadas que colaborem para obter a atenção dos alunos e possibilitem aprendizado significativo, um espaço educacional acolhedor, inclusivo e experiências positivas no modelo remoto de ensino.
Ficou claro que os alunos possuem fragilidades socioeconômicas que dificultam o acesso a tecnologias necessárias para acompanhar as atividades nas salas virtuais e a principal dificuldade relatada refere-se ao acesso a internet de qualidade, considerando que a maioria usa apenas dados móveis.
Além disso, foi possível perceber que a maioria dos respondentes consideram o processo adaptativo bom. Porém, ainda há uma parcela interessante que discorda disso e qualifica como regular. Posto isto, na percepção dos professores e intérpretes, consoante os aspectos pedagógicos, essa situação denota que muito ainda precisa ser feito para obter resultados melhores.
A pesquisa aqueceu reflexões acerca das aulas remotas e acessibilidade. Pontuou que é necessário ter cuidado e preparo para que a educação não figure como um processo discriminatório e de exclusão dos alunos surdos. Inclusão é um direito e combater a evasão escolar do aluno surdo nesse período pandêmico é preciso.
Foi possível entender que os professores e intérpretes ainda estão em processo de adaptação a esse novo ecossistema educacional e que trata-se de um desafio que exige deles uma nova maneira de ver os processo educacional, sendo importante se reinventar para caber nessa realidade e construir novos caminhos e possibilidades para mediar o aprendizado do aluno surdo virtualmente.
Partindo das percepções dos participantes, conclui-se que a forma como está sendo conduzida a educação remota, em todo esse tempo, visa ressignificar o espaço de ensino-aprendizagem e o conhecimento do aluno surdo dentro do contexto da educação especial e das estratégias do Atendimento Educacional Especializado (AEE) a fim de atender, da melhor maneira possível, as demandas educacionais deles.
Considerando que surdos e ouvintes têm maneiras diferentes de aprender, registra-se que eles não devem ser trabalhados da mesma forma dentro da sala de aula virtual e aconselha-se que professores e intérpretes busquem, dentro de suas competências, estratégias mais adequadas de mediar o conhecimento para os surdos, respeitando os saberes, construindo uma relação empática e um ambiente colaborativo que favoreça o aprendizado significativo.
Nesse estudo, ficou bem evidente a percepção que professores e intérpretes possuem de todo o processo de educação online para alunos surdos. Sobre isso, eles entendem as necessidades de seus alunos e reconhecem os pontos positivos e negativos do modelo virtual proposto. E com base nisso e nas experiências vivenciadas, a maioria concorda que o modelo remoto precisa de ajuste para melhorar, ser efetivo e inclusivo.
Foi possível, com o estudo, perceber o impacto gerado pela adesão ao modelo remoto emergencial de ensino em substituição as aulas presenciais para a proteção dos direitos fundamentais dos alunos surdos de acesso ao aprendizado de forma efetiva e inclusiva.
Permitiu, também, conhecer a realidade enfrentada pelos professores, intérpretes e alunos surdos para adaptar-se a essa nova realidade no ensino.
Por fim, salienta-se que esta investigação colabora positivamente para alargar o debate acerca da importância de estimular a produção de mais investigações na área da educação especial, no que tange o ensino remoto para alunos com deficiência auditiva, de modo a entender, cada vez mais, suas necessidades educacionais. É de igual relevância compreender como tem ocorrido os trabalhos desenvolvidos no ensino remoto, para que ações corretivas possam ser debatidas e implantadas no intuito de colaborar para um sistema educacional mais inclusivo para alunos surdo e nesse sentido, estudos que foquem nessa temática podem contribuir.
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1Farmacêutico-Bioquímico, Mestre em Saúde do Adulto e da Criança, Especialista em Gestão e Docência do Ensino Superior, Especialista em Farmácia Hospitalar e Bacharel em Segurança Pública.
2Bacharela em Enfermagem, Bacharel em Segurança Pública.
3Esp. Educação Especial e Docência do Ensino Superior
Licenciado em Pedagogia, Bacharel em Administração, Bacharel em Segurança Pública.
4Orientadora, Psicóloga e Mestre em Psicologia..