MENTAL HEALTH EDUCATION: DEMYSTIFYING STIGMA
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11403771
Evile Cristina Silva Rabelo1,
Isaías Gomes Silva2,
Lia Silva Costa3,
Sara Cristina Ferreira de Assis4,
Vanessa França Mel5
Orientador: Prof. Luis Guilherme Pinheiro Cabral
RESUMO
Introdução: A Educação em Saúde Mental é um processo de informar, sensibilizar e capacitar as pessoas a compreenderem e cuidar de sua saúde mental. Ela aborda a conscientização sobre questões de bem-estar emocional, estratégias de promoção de saúde mental e a importância de buscar ajuda quando necessário. A Educação em saúde mental desempenha um papel fundamental na redução do estigma, no fortalecimento da resiliência e na promoção de comunidades mais saudáveis e solidárias, ela capacita as pessoas a lidarem melhor com os desafios mentais, promovendo uma vida mais equilibrada e satisfatória. Objetivo: O objetivo desse estudo é promover uma compreensão mais profunda e precisa das questões de saúde mental, desafiando estereótipos, preconceitos e estigmas que cercam as doenças mentais. Esse tipo de estudo busca educar o público, destigmatizar as condições de saúde mental e promover um ambiente mais acolhedor para as pessoas que enfrentam esses desafios, incentivando a empatia e o apoio. Material e Métodos: Para esta revisão, foram selecionadas fontes de dados primárias e secundárias relevantes. Bases de dados: utilizamos bases de dados acadêmicas como Scielo, LilaCs, Google Acadêmico para identificar artigos científicos relevantes relacionados á educação em saúde mental e ao estigma em saúde mental. Busca manual: realizamos buscas manuais nas referências bibliográficas dos artigos identificados para garantir a inclusão de estudos relevantes não encontrados nas bases de dados. Termos de busca: para a busca de artigos, utilizamos os descritores “saúde mental”, “estigma social”, “assistência á saúde mental”. Resultados: Foram utilizados 10 artigos para a construção dos resultados da presente pesquisa, conforme apresentados no Quadro 1. Conclusão: A Educação em Saúde Mental é essencial para desmistificar o estigma que frequentemente envolve questões relacionados à saúde mental. Ao longo deste trabalho, exploramos a importância de promover a compreensão e empatia em relação às doenças mentais, desafiando estereótipos prejudiciais e destacando a necessidade de um diálogo aberto.
Descritores: Saúde mental; Estigma social; Assistência à saúde mental.
ABSTRACT
Introduction: Mental Health Education is a process of informing, raising awareness and enabling people to understand and care for their mental health. It addresses awareness of emotional well-being issues, mental health promotion strategies and the importance of seeking help when needed. Mental health education plays a fundamental role in reducing stigma, strengthening resilience and promoting healthier and more supportive communities. It empowers people to better deal with mental challenges, promoting a more balanced and satisfying life… Purpose: The purpose of this study is to promote a deeper and more accurate understanding of mental health issues by challenging stereotypes, prejudices, and stigmas surrounding mental illness. This type of study seeks to educate the public, destigmatize mental health conditions, and promote a more welcoming environment for people facing these challenges, encouraging empathy and support. Material and Methods: For this review, relevant primary and secondary data sources were selected. Databases: we use academic databases such as Scielo, LilaCs, Google Scholar to identify relevant scientific articles related to mental health education and mental health stigma. Manual search: we carried out manual searches in the bibliographic references of the identified articles to ensure the inclusion of relevant studies not found in the databases. Search terms: to search for articles, we used the descriptors “mental health”, “social stigma”, “mental health assistance” Results: 10 articles were used to construct the results of this research, as presented in Table 1. Conclusion: Mental Health Education is essential to demystify the stigma that It often involves issues related to mental health. Throughout this work, we explore the importance of promoting understanding and empathy in relation to mental illness, challenging harmful stereotypes and highlighting the need for open dialogue
Descriptors: Mental Health; Stigma in Mental Health; Access to health services
1 INTRODUÇÃO
A Saúde Mental é um aspecto fundamental da nossa vida, tão importante quanto a saúde física e, no entanto, historicamente tem sido envolta em um véu de estigma e desinformação. Muitas vezes a sociedade negligenciou ou mal compreendeu as complexidades das doenças mentais, perpetuando mitos e estereótipos prejudiciais que isolaram e discriminaram aqueles que mais precisam de apoio. No entanto, os tempos estão mudando e a educação em saúde mental emerge como uma poderosa ferramenta na desmistificação desse estigma profundamente arraigado. (MENEZES,2021)
A educação em saúde mental vai muito além de simplesmente transmitir informações sobre doenças psicológicas e seus tratamentos. Ela abraça a missão de transformar nossas atitudes coletivas em relação á saúde mental, promovendo uma compreensão compassiva e solidária das pessoas que enfrentam desafios psicológicos. (ALMEIDA,2022)
Ao desmistificar o estigma, a educação em saúde mental busca desconstruir noções equivocadas de que a vulnerabilidade emocional é sinal de fraqueza ou que aqueles que sofrem de doenças mentais são uma ameaça para a sociedade. Isso envolve abrir um diálogo franco e acolhedor, onde as vozes daqueles que vivem com doenças mentais sejam ouvidas sem julgamento e onde todos possam compreender que a saúde mental é uma jornada que pode afetar qualquer um de nós. (NASCIMENTO,2019)
É importante destacar que a educação em saúde mental não é uma responsabilidade que recai apenas sobre profissionais de saúde. Ela é um esforço coletivo que envolve escolas, comunidades, empresas e famílias. A criação de ambiente onde as pessoas se sintam á vontade para compartilhar suas experiências e buscar ajuda é fundamental. Ao longo deste processo, a educação em saúde mental também enfatiza a importância do autocuidado, do respeito mútuo e da disponibilidade de recursos para aqueles que precisam. Ela oferece ferramentas para lidar com o estresse, a ansiedade e as pressões da vida moderna, além de promover uma abordagem proativa em relação á saúde mental, focando na prevenção e na busca precoce de tratamento quando necessário. (SOUZA,2022)
A saúde mental, notada como um externo campo do saber é um acontecimento que possui muitas características ao mesmo tempo, sendo considerado complexo. O modo como as pessoas se relacionam e seu modo de estar no mundo, se relaciona com a singularidade de cada pessoa, além de fatores influenciados por aspectos culturais, relações sociais, políticas econômicas, entre outras. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), essas condições de saúde mental afetam milhões de pessoas no mundo. Com o avanço das tecnologias e suas mudanças tanto industriais, quanto científicos, nota-se uma facilidade no cotidiano das pessoas, dando acesso rápido às informações e conhecimentos de diferentes culturas. Apesar disso, parte das consequências desses progressos acarretaram desafios que afetaram de certo modo nas condições mentais dessas pessoas e nas formas de lidar com a vida. A individualização ocorre com frequência, afetando questões sociais pela busca de formas de organização, sendo que em muitos casos o indivíduo se encontra isolado enquanto enfrenta questões de vida, precisando assim assumir várias responsabilidades ao mesmo tempo. Acredita-se que o sofrimento psíquico seja influenciado por interações sociais, e os obstáculos enfrentados na sociedade contemporânea podem gerar angústia. Diversos elementos que formam a identidade de uma pessoa, como gênero, etnia, status econômico e social, contribuem para uma compreensão mais precisa da saúde mental (VIEIRA, 2022)
1.1 ESTIGMA: CONCEITOS PRIMORDIAS
A estigmatização está intrinsecamente ligada a uma multiplicidade de elementos, abrangendo desde deformidades físicas até crenças, alcoolismo, orientação sexual, dependências, desemprego, questões raciais, religiosas e diferenças nacionais, além de fatores relacionados, destaca-se o estigma visível que é sentido ou notado por pessoas que possuem características bem específicas como a maneira intensa de lidar com interações sociais e o estigma invisível que só é revelado quando determinadas características se tornam reais, sendo direta ou indiretamente. A partir desse cenário, emerge a necessidade de controle das informações pessoais que revelem a condição de um indivíduo. Em muitas situações, as pessoas optam por ocultar sua condição devido ao medo, á vergonha do julgamento ou ao estigma associado a ela. Nesse contexto, inúmeros estereótipos desempenham um papel significativo na formação das atitudes individuais, como a atribuição de traços súbitos e violentos a essas pessoas. O preconceito, por sua vez, manifesta-se em relação a categorias sociais específicas, sendo uma atitude subjetiva que pode ser tanto positiva quanto negativa em relação a grupos que compartilham laços sociais. A discriminação por sua vez, ocasiona um conjunto de comportamentos que são observados por tratamento diferencial e desigual de pessoas ou grupos, relacionado com suas origens, aparências, opiniões ou comportamentos que reforçam situações que garantem vantagens de alguns grupos em relação a outros. (PEREIRA,2022)
Nesta jornada em direção á desmistificação do estigma da saúde mental, a educação desempenha um papel vital. O papel vital desempenhado pela educação nesta jornada em direção à desmistificação do estigma da saúde mental envolve principalmente o fornecimento de informações, conscientização e destaque para o entendimento e empatia em relação aos desafios enfrentados por pessoas que lidam com questões de saúde mental. Através da educação é possível combater estereótipos, preconceitos e desinformação, promovendo uma sociedade mais inclusiva e compreensiva em relação à saúde mental. Além disso, a educação também capacita indivíduos a buscar ajuda quando necessário e a oferecer apoio a quem está passando por dificuldades emocionais, à medida que adotamos uma compreensão mais ampla e compassiva das questões psicológicas, estamos pavimentando o caminho para uma sociedade mais inclusiva e solidária, onde todos possam buscar ajuda sem medo de julgamento e onde a saúde mental seja tratada com a seriedade que merece. Este é um processo contínuo, mas com a educação como nossa aliada, podemos esperar um futuro em que o estigma em relação á saúde mental seja uma lembrança do passado, onde a compaixão e o apoio prevaleçam. (VIEIRA,2022)
1.2 SAÚDE MENTAL E QUESTÕES PSICOSOCIAIS
Saúde Mental e questões psicossociais desempenham um papel significativo na construção de uma sociedade mais inclusiva e saudável. O cuidado da saúde mental, com foco na atenção psicossocial, implica a criação de uma ampla rede de apoio. Essas redes operam com uma lógica voltada para a integralidade do cuidado e a redução do estigma associado à saúde mental. É importante reconhecer que a saúde mental não se limita à ausência de doença, mas também á forma como as pessoas são tratadas em situações de sofrimento, abrangendo aspectos como o apoio da família, o ambiente de trabalho e a comunidade em geral. Nesse contexto, a participação ativa de profissionais da área da saúde mental é de fundamental importância, uma vez que contribui para a melhoria e ampliação do processo de mudança na forma como a sociedade encara e lida com questões relacionadas à saúde mental (DIAS,2022).
1.3 SAÚDE MENTAL E POLÍTICAS DE SAÚDE
As políticas de saúde desempenham um papel crucial na promoção da saúde mental da população. Elas desempenham funções importantes que envolvem a relação entre saúde mental e políticas de saúde. Essas funções incluem a prevenção e a conscientização, por meio de programas que visam reduzir o impacto dos problemas de saúde mental na sociedade. Isso é alcançado através da implementação de programas de prevenção que abordam questões de saúde mental. Além disso, políticas de saúde mental eficazes garantem o acesso justo aos serviços considerados essenciais, expandem os serviços de apoio e tratamento, oferecem treinamento aprofundado aos profissionais de saúde para melhor identificar e tratar questões de saúde mental, e promovem a educação da sociedade sobre a importância da saúde mental (ALMEIDA et al., 2022).
Essas ações desempenham um papel fundamental na construção de uma sociedade mais saudável e no combate ao estigma associado à saúde mental. As políticas de saúde podem incluir apoiar campanhas para reduzir o estigma, combatendo preconceitos e estereótipos que podem impedir as pessoas de buscarem ajuda. A integração dos cuidados pode melhorar a abordagem holística da saúde mental garantindo que problemas de saúde mental sejam tratados com a mesma importância. (HARMUCH et al.,2022)
As políticas de saúde mental devem ser continuamente monitoradas e avaliadas para garantir que estejam atingindo seus objetivos e que os serviços estejam sendo prestados de forma eficaz. Essas políticas desempenham um papel fundamental, criando uma cultura de apoio à saúde mental. (BRAGA,2022)
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 TIPO DE PESQUISA
Esta pesquisa é uma revisão sistemática da literatura que visa analisar e sintetizar os conhecimentos disponíveis na literatura científica sobre o tema “Educação em saúde mental” e seu impacto na desmistificação do estigma associado às questões de saúde mental.
2.2 COLETA DE DADOS
2.2.1. Seleção de fontes de dados
Para esta revisão, foram selecionadas fontes de dados primárias e secundárias relevantes. Bases de dados: utilizamos bases de dados acadêmicas como, Scielo, LilaCs, Google Acadêmico para identificar artigos científicos relevantes relacionados á educação em saúde mental e ao estigma em saúde mental. Busca manual: realizamos buscas manuais nas referências bibliográficas dos artigos identificados para garantir a inclusão de estudos relevantes não encontrados nas bases de dados. Termos de busca: para a busca de artigos, utilizamos os descritores “saúde mental”, “estigma social”, “assistência à saúde mental”.
2.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
2.3.1. Critérios de inclusão
Os artigos foram selecionados com base nos seguintes critérios de inclusão:
artigos publicados entre 2019 e 2023, artigos escritos em português, artigos que abordam a relação entre educação em saúde mental e a redução do estigma, estudos com metodologia claramente descrita.
2.3.2. Processo de seleção de artigos
Após a busca inicial, os artigos foram revisados pelos componentes do grupo. Os artigos selecionados foram então organizados para análise subsequente.
2.3.3. Análise de conteúdo
A análise de conteúdo desempenha um papel fundamental nesta pesquisa para extrair insights significativos dos artigos revisados. Este processo envolverá as seguintes etapas:
2.3.3.1 Codificação
Todos os artigos selecionados foram cuidadosamente lidos e codificados pelos componentes do grupo. A codificação envolveu a identificação de temas, conceitos chave e padrões relacionados a educação em saúde mental e desmistificação do estigma.
2.3.3.2 Categorização
Com base nas codificações, os dados foram caracterizados em tópicos relevantes, facilitando a organização e análise. Os tópicos podem incluir, por exemplo, “estratégias de educação em saúde mental”, “impacto na percepção do estigma”, entre outros.
2.3.3.3 Síntese
Os resultados da codificação e caracterização serão utilizados para identificar tendências, discrepâncias e insights significativos. Esta síntese contribuirá para uma compreensão mais abrangente da relação entre a educação em saúde mental e a redução do estigma.
2.3.3.4 Apresentação de resultados
Os principais resultados da análise de conteúdo serão apresentados de forma clara e concisa no capítulo de resultados da pesquisa, gráficos, tabelas ou citações relevantes podem ser utilizados para ilustrar os principais pontos identificados.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram utilizados 10 artigos para a construção dos resultados da presente pesquisa, conforme apresentados no Quadro 1.
Quadro 1 – Artigos científicos utilizados para a construção do corpus do estudo.
Título | Autores e ano | Objetivo | Principais Resultados | |
1 | Saúde mental e interseccionalidade entre estudantes em uma universidade pública brasileira. | VIEIRA, V. M. S. A.; TORRENTE, M. O. N. 2022. | O objetivo desse estudo é demonstrar como a interseccionalidade é uma ferramenta conceitual que pode qualificar a observação da dinâmica social e sua relação com a saúde, apontando conhecimento relevante que pode auxiliar na construção e estratégias de enfrentamento pessoais e /ou institucionais. | Os resultados apontam a interseccionalidade como ferramenta adequada para qualificar a análise da realidade de estudantes que vivenciam sofrimento/transtorno mental. Destacam-se questões de gênero, orientação afetivo sexual, pobreza, cor e estigmas sobre saúde mental |
2 | Estigma dirigido a pessoas com transtornos mentais: uma proposta para a formação médica do século XXI. | PEREIRA, A. A. et al. 2022. | Este artigo tem o objetivo de refletir sobre as implicações do estigma relacionado ao transtorno mental na formação médica estruturada pela metodologia, a partir da descrição e avaliação de uma experiência de formação de alunos de medicina realizada em uma rede de Saúde Mental Comunitária. | Sabe-se que o estigma tem papel discriminatório e que esses comportamentos afastam médicos e outros profissionais da saúde das pessoas com diagnósticos de doença mental, a partir dos resultados faz-se necessário a implantação de estratégias educacionais nas escolas para essa redução. |
3 | Educação popular e saúde mental: aproximando saberes e ampliando o cuidado. | DIAS, J. V. S.; AMARANTE, P. D. C. 2022. | O objetivo desse estudo é identificar os diálogos entre o campo da saúde mental e o da educação popular. | Ao discutir os possíveis diálogos entre educação popular e saúde mental, espera-se que este texto ofereça suporte para processos críticos e reflexivos que valorizem a integralidade das ações de saúde e o compartilhamento de saberes. |
4 | Estigma social e estigma internalizado: a voz das pessoas com transtornos mentais e os enfrentamentos necessários. | NASCIMENTO, L. A.; LEÃO, A. 2019. | Buscou-se produzir mais conhecimentos acerca dessa temática, a partir da visão das pessoas com transtorno mental que participam de ações visando construir coletivamente soluções no cuidado em saúde mental. | Os resultados revelaram que o estigma internalizado tem efeitos negativos no indivíduo e que a família tem forte influência nesse processo. |
5 | A prioridade da saúde mental e trabalho na atenção básica. | ALMEIDA, L. A. et al. 2022. | Objetivo investigar em que medida a saúde do trabalhador são priorizadas no planejamento e nas ações desenvolvidas na atenção básica e quais são as razões apontadas para o estado atual da área no conjunto de ações desenvolvidas no município pesquisado. | Como resultado de análise será demonstrado que as ações em saúde do trabalhador não são priorizadas nas políticas e ações de saúde na atenção básica do município em que a pesquisa foi realizada e que algumas concepções dos trabalhadores contribuem para a manutenção. |
6 | Percepção de gestores municipais diante da implementação da política de saúde mental. | HARMUCH C., et al. 2022. | Objetivo apreender a percepção dos gestores de saúde sobre a implementação da política de saúde mental nos municípios pertencentes a 5° regional da saúde do estado do Paraná. | Emergiu-se duas categorias: percepção dos gestores e dificuldade para a implementação da PNSM. Os gestores de saúde destacam a necessidade de melhor implementação da política de saúde mental em seus municípios e a adequação da rede de atenção psicossocial. |
7 | Política de saúde mental infanto- juvenil: história e caminhos para a participação. | BRAGA, C. P.; OLIVEIRA, A. F. P. L. 2019. | Este artigo procura analisar como as questões relacionadas à saúde mental das crianças e adolescentes vem sendo discutidas nas Conferências de Saúde e de Saúde mental no âmbito municipal, buscando identificar os desafios para o efetivo desenvolvimento de uma rede de atenção psicossocial infanto-juvenil no município de Fortaleza. | Descrição das propostas relacionadas á saúde mental infanto-juvenil nos relatórios das conferências; análise das formações discursivas sobre saúde mental infanto-juvenil e avaliação da implicação desses discursos na construção da rede de atenção psicossocial infanto-juvenil. |
8 | O estigma doença entre estudante profissionais saúde. | MENEZES NETO, J. B.; SILVA, E. M.; FIGUEIRA, M.; SOUZA, J. 2021. | O objetivo desse estudo é discutir os principais fatores que levam ao estigma da doença mental suas consequências e repercussões socioeconômicas, quando é praticado por estudantes e profissionais da área da saúde. | A falta de conhecimento acerca de distúrbios mentais ajuda a manter estigmas e atitudes negativas, que pode ser prejudicial para os pacientes; estar cercado por pessoas munidas de preconceitos e discriminação aumenta a ocorrência de autoestima, influenciando diretamente na recuperação daqueles cuidados médicos |
9 | Saúde mental, existência e cidadania: relato de experiência de uma rádio antimanicomial. | ALMEIDA, A.; BELLOC, M. M.; JUNIOR, L. P. LEMOS, F. C. S. 2022. | Repensar a assistência em saúde mental e contribuir pra as práticas de saúde da família, frente aos portadores de transtornos mentais e seus familiares. | Os indivíduos atuam em três cenários com poder de trocas, que às vezes apresentam mais habilidade, devido a falta de poder contratual. Nesse caso, necessitam ser reabilitados. |
10 | A(des.) integralidade das práticas de atenção em saúde mental numa emergência de um hospital “quase geral”. | SOUZA, A. C. 2022. | O objetivo deste estudo constitui-se em analisar as práticas assistenciais as pessoas com transtornos mentais em uma emergência de um hospital geral e seus efeitos para integralidade do cuidado. | O espaço físico da emergência pouco favorecia o desenvolvimento de uma atenção acolhedora, resolutiva e humanizada. As práticas assistenciais eram predominantemente pautadas pelo modo asilar. |
3.1 Aumento da Conscientização
A implementação de programas de educação em saúde mental tem sido eficaz na melhoria da conscientização sobre questões de saúde mental. Campanhas de sensibilização, palestras e recursos online têm alcançado um público mais amplo, reduzindo o estigma associado às doenças mentais (ALMEIDA, 2022).
3.2 Redução do Estigma
Ao oferecer informações precisas e desmitificar mitos comuns, a educação em saúde mental desempenha um papel fundamental na redução do estigma. As pessoas estão começando a compreender melhor que as doenças mentais não são mais sinais de fraqueza, mas sim desafios de saúde que podem afetar qualquer um (NASCIMENTO, 2019).
3.3 Acesso a Recursos
A educação em saúde mental também tem ajudado a melhorar o acesso a recursos e serviços de apoio. As pessoas estão mais dispostas a procurar tratamento e apoio, sabendo que não serão julgadas, o que pode levar a intervenções precoces e, consequentemente, a melhores resultados de saúde (DIAS, 2022).
3.4 Impacto nas Políticas de Saúde
A crescente conscientização sobre saúde mental influenciou políticas de saúde em muitos países. O aumento dos recursos alocados para a saúde mental e a implementação de leis de paridade de saúde mental são exemplos de como a educação pode moldar positivamente as políticas de saúde (ALMEIDA, 2022).
3.5 Desafios Persistentes
No entanto, o estigma em relação à saúde mental ainda persiste em muitas comunidades e culturas. Alguns estereótipos enraizados podem ser difíceis de superar e exigem esforços contínuos de educação (BRAGA, 2022).
3.6 Necessidade de Abordagem Multidisciplinar
A abordagem da educação em saúde mental deve ser multidisciplinar, envolvendo profissionais de saúde, educadores, mídia e comunidade em geral. Isso é necessário para garantir que a mensagem seja abrangente e eficaz (VIEIRA, 2022).
A educação em saúde mental desempenha um papel crucial na desmistificação do estigma associado às doenças mentais. Embora tenha havido progresso notável, ainda há muito a ser feito. É importante continuar investindo em programas de educação, promover o diálogo aberto e criar uma sociedade que compreenda, apoie e trate com empatia aqueles que enfrentam desafios de saúde mental. A desmistificação do estigma é um processo contínuo que pode melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas em todo o mundo (NASCIMENTO, 2019).
4 CONCLUSÃO
A Educação em Saúde Mental é essencial para desmistificar o estigma que frequentemente envolve questões relacionados á saúde mental. Ao longe deste trabalho, exploramos a importância de promover a compreensão e empatia em relação às doenças mentais, desafiando estereótipos prejudiciais e destacando a necessidade de um diálogo aberto. Concluímos que para combater o estigma é fundamental:
- Educar continuamente a sociedade sobre as doenças mentais, seus sintomas e tratamentos.
- Encorajar uma cultura de aceitação e apoio, onde aqueles que sofrem possam buscar ajuda sem medo de discriminação.
- Fomentar a comunicação aberta sobre saúde mental em escolas, locais de trabalho e comunidade.
- Promover histórias de recuperação e resiliência para inspirar esperança.
Ao desmistificar o estigma em relação à saúde mental, podemos construir uma sociedade mais compreensiva, inclusiva e solidária, onde todos tenham a oportunidade de buscar o bem-estar mental sem barreiras ou preconceitos, é um objetivo louvável. Neste contexto, os enfermeiros desempenham um papel crucial na promoção da saúde mental e na redução do estigma associado. Uma estratégia fundamental que os enfermeiros devem adotar é a educação contínua. Eles podem liderar iniciativas inovadoras, como programas de conscientização nas comunidades, escolas e locais de trabalho. Além disso, a telemedicina e a tecnologia de saúde mental estão desempenhando um papel crescente. Os enfermeiros podem se tornar defensores de aplicativos e plataformas de saúde mental, facilitando o acesso de indivíduos a recursos de apoio e aconselhamento, criando uma ponte valiosa entre a tecnologia e o cuidado humanizado. Essa abordagem inovadora pode revolucionar a forma como as pessoas acessam e recebem apoio para suas questões de saúde mental, tornando o cuidado mais acessível e menos estigmatizado. Além disso, os enfermeiros devem trabalhar em estreita colaboração com outros profissionais de saúde, promovendo uma abordagem interdisciplinar para o tratamento de questões de saúde mental. Juntos, eles podem criar uma rede de apoio abrangente que ofereça suporte físico e emocional, ajudando a criar a sociedade compreensiva e inclusiva que almejamos, oportunidade de buscar o bem-estar mental sem barreiras ou preconceitos.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, L.A. et al. A prioridade da saúde mental e trabalho na atenção básica. Londrina, v.13, p.01-26, 2022.
ALMEIDA, V. A.; BELLOC, M. M.; JUNIOR, P. R.; LEMOS, F. C. S. Saúde mental, resistência e cidadania: relato de experiência de uma rádio antimanicomial. Revista Saúde em Redes, v.8, supl. n.2, 2022.
BRAGA, C.P.; OLIVEIRA, A.F.P.L. Políticas de saúde mental infanto juvenil: história e caminhos para a participação. São Paulo, Ciência & Saúde Coletiva, fevereiro, 2022.
DIAS, J.V.S.; AMARANTE, P.D.C. Educação popular e saúde mental: aproximando saberes e ampliando o cuidado. Rio de Janeiro, v.46, n.132, p.188-199, jan.-mar, 2022.
HARMUCH, C. et al. Percepção de gestores municipais diante da implementação da política de saúde mental. Ciência & Cuidado em Saúde, 2022.
MENEZES NETO, J.B.; SILVA, E.S.M.; FIGUEIRA, G.M.; SOUZA, J.C. O estigma da doença mental entre estudantes e profissionais de saúde. Research, Society and Development, 2021.
NASCIMENTO, L.A.; LEÃO, A. Estigma social e estigma internalizado: a voz das pessoas com transtornos mentais e os enfrentamentos necessários. Histórias e Ciências da Saúde – Manguinhos, Espírito Santo, janeiro-março, 2019.
PEREIRA, A.A. et al. Estigma dirigido às pessoas com transtornos mentais: uma proposta para a formação médica do século XXI. Revista Latino-Americana de Psicopatologia Fundamental, São Paulo, 25(2), 383-406, jun., 2022.
SOUZA, A.C.A. (Des)integralidade das práticas de atenção em saúde mental numa emergência de um hospital ‘quase geral’. Revista Rede Cuidado e Saúde, v.16, n.1, julho, 2022.
VIEIRA, V.M.S.A.; TORRONTÉ, M.O.N. Saúde mental e interseccionalidade entre estudantes em uma universidade pública brasileira. Interface (Botucatu), 2022.