EDUCATION AND CULTURE: THE IMPORTANCE OF ARTISTIC LANGUAGE IN HIGH SCHOOL
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202503311015
Patrícia da Silva Moia
Jaqueline Mendes Bastos
Resumo
Objetivo: Analisar, por meio de uma revisão bibliográfica, a educação e cultura com foco na importância da linguagem artística no ensino médio. Metodologia: Esta pesquisa configura-se como uma revisão bibliográfica, desenvolvida através de um delineamento metodológico que enfatiza os procedimentos técnicos de coleta e análise dos estudos selecionados. Tal abordagem possibilita, de forma prática, a obtenção de respostas para os problemas de pesquisa propostos. Resultados: O estudo destaca o papel central da linguagem no processo educativo, especialmente no ensino médio, onde os alunos estão em fase de formação de identidade e consciência social. A pesquisa se aprofunda na importância da arte como veículo de conhecimento e transformação, explorando como a linguagem artística pode ser utilizada para expressar a criatividade, promover a reflexão crítica e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. Diante dos achados desta revisão, destaca-se que a formação de professores de arte, a necessidade de reconhecer e valorizar a cultura regional e as diferentes formas de expressão artística na educação básica são fatores importantes que merecem atenção e que influenciam todo o processo educacional.
Palavras-chave: Educação e Cultura, Artes, Práticas Pedagógicas.
Abstract
Objective: To analyze, through a bibliographic review, education and culture with a focus on the importance of artistic language in high school. Methodology: This research is configured as a bibliographic review, developed through a methodological design that emphasizes the technical procedures of collection and analysis of the selected studies. This approach makes it possible, in a practical way, to obtain answers to the proposed research problems. Results: The study highlights the central role of language in the educational process, especially in high school, where students are in the process of forming their identity and social consciousness. The research delves into the importance of art as a vehicle for knowledge and transformation, exploring how artistic language can be used to express creativity, promote critical reflection and the development of socio-emotional skills. Given the findings of this review, it is worth highlighting that the training of art teachers, the need for recognition and appreciation of regional culture and different forms of artistic expression in basic education are important factors that deserve attention and that influence the entire educational process.
Keywords: Education and Culture, Arts, Pedagogical Practices.
1 INTRODUÇÃO
A palavra “cultura” tem sua origem no termo latim colere, que significa cultivar, honrar, proteger e cuidar, conforme apontado por Souza (1995). Esse conceito abrange um conjunto complexo de conhecimentos, crenças, valores, costumes, expressões artísticas e direitos que moldam a interação dos indivíduos em sociedade. A cultura desempenha um papel fundamental no desenvolvimento educacional, uma vez que a educação e a cultura estão intrinsecamente ligadas na construção do conhecimento e nas relações interpessoais.
O objetivo principal é analisar, por meio de uma revisão bibliográfica, a educação e cultura com foco na importância da linguagem artística no ensino médio.
A metodologia deste estudo consiste em uma revisão bibliográfica, seguindo a abordagem delineada por Gil (2002), em que se define a revisão bibliográfica como a análise abrangente de documentos científicos, tais como livros, teses, dissertações e artigos, com o propósito de aprofundar o conhecimento sobre o tema em investigação.
A coleta e análise de dados textuais serão realizadas por meio da técnica de pesquisa proposta por Mozzato e Grzybovski (2011), que preconiza a análise estruturada e sistemática de dados textuais. Esse método permitirá a coleta de dados descritivos relativos à comunicação e aos processos de interação, possibilitando que as reflexões teóricas embasem conclusões significativas sobre o tema em questão.
2 CONCEPÇÕES TEÓRICAS OU REVISÃO DA LITERATURA
Neste segundo segmento, apresentaremos as concepções teóricas que contextualizam a relação entre educação e cultura, enfatizando a importância da linguagem no processo educativo.
A relação entre educação e cultura é uma área de estudo fundamental, especialmente no contexto do ensino médio, onde os alunos estão em uma fase crucial de formação de identidade e consciência social. Neste cenário, a linguagem assume um papel central, não apenas como meio de comunicação, mas como um espaço vasto de acúmulo de experiências que refletem e constroem a realidade vivida. As artes, em particular, oferecem um campo significativo para a aprendizagem, pois encapsulam um conjunto de representações, valores, atitudes e princípios que estão intrinsecamente relacionados à vida humana em um determinado tempo e espaço social.
A linguagem, segundo Benveniste (2008), é uma prática social que engendra interação. Ele argumenta que, por meio da movimentação e articulação de ideias, os indivíduos constroem sua base de conhecimentos. Nesse sentido, as experiências artísticas são fundamentais, pois não só enriquecem a capacidade de expressão dos alunos, mas também oferecem diversas estratégias de pensamento crítico e criativo. A vivência artística se torna, assim, uma forma de reflexão sobre o mundo, permitindo que os alunos confrontem suas realidades e desenvolvam uma compreensão mais profunda de si mesmos e dos outros.
2.1 Arte como Veículo de Conhecimento e Transformação
A arte, em sua essência, proporciona aos alunos oportunidades de participação ativa, tanto na invenção artística quanto na comunicação e transformação de realidades sociais. Ao praticar ou estudar as artes, os estudantes são levados a observar e interpretar o mundo ao seu redor. Essa observação crítica é essencial para o desenvolvimento de uma cidadania consciente e engajada. Dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) indicam que a educação artística não apenas enriquece o currículo escolar, mas também melhora as habilidades acadêmicas gerais; escolas que incorporam artes em seu currículo têm visto melhorias significativas em áreas como matemática e leitura.
2.2 A Linguagem da Arte e Suas Implicações Sociais
As representações artísticas, que incluem música, teatro, dança, artes visuais e literatura, servem como espelhos da sociedade, refletindo heranças culturais, dilemas sociais e mudanças históricas. A prática artística permite que os alunos explorem questões pertinentes às suas realidades, promovendo uma compreensão crítica das dinâmicas sociais. Isso é especialmente relevante em um mundo cada vez mais globalizado, onde as fronteiras entre culturas se tornam menos definidas e a empatia se torna uma necessidade.
A arte propicia o desenvolvimento de habilidades socioemocionais essenciais. Através da colaboração em projetos artísticos, os alunos aprendem a trabalhar em equipe, a respeitar a diversidade de opiniões e a expressar suas emoções de maneira construtiva. Estudos realizados pela Arts Education Partnership em 2024 revelam que o envolvimento em atividades artísticas está associado a uma maior motivação escolar, melhor desempenho acadêmico e maior capacidade de resolver problemas.
Dessa forma, a educação em artes não é apenas uma disciplina complementar; é um pilar fundamental na formação de um indivíduo crítico, criativo e socialmente consciente. Ao proporcionar um espaço para a construção de linguagem e expressão, as linguagens artísticas no ensino médio permitem que os alunos não apenas contem suas próprias histórias, mas também se tornem agentes de mudança em suas comunidades. Assim, a arte e a linguagem se entrelaçam, formando uma base onde as experiências vividas se transformam em aprendizado significativo, promovendo não apenas o desenvolvimento intelectual, mas também o social e emocional, essenciais para a formação de cidadãos que estarão preparados para enfrentar os desafios do século XXI.
Ademais, Koch (1987, p.15) argumenta a intenção social por:
A intermediação da linguagem caracteriza-se como fundamental, pois, como consequência disso vemos a todo instante a necessidade de reflexão sobre as práticas pedagógicas, bem como as linguagens, seus discursos e suas relações sociais, que, tanto no ensino quanto na aprendizagem, tornam-se aliadas dos conhecimentos do aluno, primando pelo resgate de valores socioculturais por meio das transformações
Nessa direção a importância da linguagem na construção de argumentatividade e reflexão sobre práticas pedagógicas. Ela também destaca como a linguagem e os discursos influenciam as relações sociais e o processo de ensino-aprendizagem, contribuindo para a valorização dos conhecimentos do aluno e o resgate de valores socioculturais.
O uso da linguagem, seja ela escrita, falada ou visual, desempenha um papel crucial na argumentação e na construção de significados dentro do contexto educacional. A argumentatividade é uma habilidade essencial que permite aos alunos expressarem suas ideias, convencerem os outros e defenderem seus pontos de vista de forma eficaz.
A reflexão sobre as práticas pedagógicas e a forma como a linguagem é utilizada nelas é fundamental para o desenvolvimento dessa habilidade. Por meio de práticas pedagógicas que valorizam a argumentação, os alunos podem desenvolver competências importantes, como o pensamento crítico, a capacidade de análise e a habilidade de articular seus pensamentos de forma clara e coerente.
A linguagem é um veículo para a transmissão e resgate de valores socioculturais. Ao utilizar a linguagem em contextos educacionais, os alunos têm a oportunidade de explorar e refletir sobre diferentes discursos e perspectivas, o que enriquece seu aprendizado e contribui para a formação de uma visão de mundo mais ampla e inclusiva.
É necessário entender que a arte permite no ensino escolar identificar a cultura como matriz formativa de experiência que conduz o sujeito a pensar, a criar e a desenvolver as habilidades cognitivas inerentes aos processos de formação do aprendizado, visando despertar o senso crítico e reflexivo que os levem a criação e representação social no âmbito escolar.
A Constituição Federal do Brasil de 1988, em seu artigo 215, parágrafo 1º, estabelece a inclusão do estudo da cultura regional como componente curricular obrigatório na educação básica. Esse dispositivo destaca que o Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes da cultura nacional, além de apoiar e incentivar a valorização e a difusão das manifestações culturais.
O Estado se compromete a proteger as expressões das culturas populares, incluindo as indígenas e afro-brasileiras, bem como de outros grupos que contribuem para o processo civilizatório do país, destacando assim:
O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manipulações culturais. Protegerá as manifestações das culturas populares indígenas e Afro-brasileira Nacional, e de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional (Brasil, 1988).
A ênfase na inclusão do estudo da cultura regional como componente curricular obrigatório é um passo importante para garantir que as crianças e jovens tenham acesso ao conhecimento sobre suas próprias culturas e tradições, além das diversas manifestações culturais que compõem o Brasil.
Ao garantir que todos tenham o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes da cultura nacional, a Constituição promove não somente a valorização da identidade cultural, mas também o respeito e a convivência harmoniosa entre diferentes culturas. Essa abordagem é essencial em um país tão diversos como o Brasil, onde as culturas indígenas, afro-brasileiras e de outros grupos têm um papel significativo na formação da identidade nacional.
A proteção das manifestações culturais populares, especialmente das culturas indígenas e afro-brasileiras, é uma responsabilidade do Estado que busca reparar injustiças históricas e promover a igualdade. Isso significa que as políticas públicas devem ser orientadas para garantir que essas culturas sejam preservadas, respeitadas e valorizadas dentro da sociedade.
A Lei nº 9.394/1996 assegurada na educação básica pressupõe para nós a importância de reconhecer, incentivar e valorizar a cultura dos diferentes âmbitos local, regional, nacional e internacional, dando-lhes possibilidades para vivenciar novas experiências reconstrução dos conhecimentos, tendo em vista as relações e articulações com os outros povos, linguagens e educação.
A Constituição é um marco legal que não apenas reconhece a importância da diversidade cultural no Brasil, mas também estabelece diretrizes para a educação que fomentam o respeito e a valorização das diferentes expressões culturais presentes no país. Essa abordagem é fundamental para construir uma sociedade mais justa e inclusiva.
Teixeira (1996, p. 183) destaca que “os sujeitos socioculturais se constituem pois, em suas experiências vividas no mundo, pelas quais se fazem assim mesmos e a história humana”, parte do princípio do que as relações humanas são compartilhadas no campo cultural, favorecendo assim, meios que permite experiências de diferentes formas de viver a cultura como uma produção do conhecimento do homem no mundo.
Os sujeitos socioculturais se constroem a partir de suas experiências vividas e das interações no mundo. Isso significa que a história humana é moldada pelas experiências coletivas e pelas relações culturais que são compartilhadas.
A cultura, nesse sentido, não é apenas um conjunto de tradições ou práticas, mas um campo dinâmico onde as pessoas produzem conhecimento e se transformam mutuamente. Ao compartilhar e viver diferentes formas de cultura, os indivíduos enriquecem sua compreensão do mundo e contribuem para a construção contínua da sociedade.
Entendemos que a cultura e a arte tem um campo em destaque na educação de modo que seu papel é proporcionar para os sujeitos a criatividade e manifestação por meio das atividades artísticas, pois é necessário historicizar o ensino de artes nas redes a partir dos instrumentos legais de modo que possamos compreender seu papel e importância das ações educativas dos indivíduos no âmbito da instituição de ensino.
Deste modo, consideramos que a Lei 5.692/71 determinava que o ensino de arte amparado sob a nomenclatura de “Educação Artística”, passará a fazer parte do currículo escolar como atividade educativa, pois as propostas naquele momento era propor que a escola oferecesse o ensino de arte, reconhecendo e valorizando saberes artísticos dos estudantes.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais de 1998 relata que:
Os objetos de conhecimentos da área de arte apresentados nas referências e Parâmetros Curriculares para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, elaborados pelo Ministério da Educação recomendam que o aluno ao longo da escolaridade, tenha oportunidade de vivenciar o maior número de formas de arte. […] pois constituem uma orientação oficial para a prática pedagógica nas escolas, uma vez que apresenta a presença das diversas modalidades artísticas (BRASIL, 1998, p.85).
Estas orientações a respeito dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) são fundamentais para garantir uma educação de qualidade, e a inclusão das artes no currículo escolar tem um papel crucial no desenvolvimento integral dos alunos. A arte permite que os alunos explorem diferentes formas de expressão, desenvolvam sua criatividade, sensibilidade estética e capacidade crítica, permitindo que cada escola ofereça o ensino de arte para os alunos em todos os níveis e etapas da educação básica, possibilitando assim, maior contato com a educação artística e a sua reinvenção a partir de práticas pedagógicas, pois os referenciais apenas atendam para o ensino de arte, porém, deixa livre para que cada unidade educativa com seus professores, organize, planeje e sistematizem nas práticas de ensino escolar.
Ao longo da escolaridade, vivenciar diversas formas de arte, como música, dança, teatro, artes visuais, entre outras, proporciona aos alunos uma formação mais ampla e rica, permitindo que eles compreendam e apreciem a diversidade cultural. Essa abordagem não só enriquece o aprendizado, mas também contribui para o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais. Em adição, incorporar a arte no currículo escolar é uma forma de reconhecer a importância das manifestações culturais e artísticas na formação dos cidadãos, promovendo uma educação mais inclusiva e diversificada
O ensino de artes torna-se obrigatório em todos os níveis da educação básica, deixando de ser facultativo ou opcional, desde a educação infantil até o ensino médio, conforme a Lei 12.287 de 13 de julho de 2010, porém a Lei altera o segundo parágrafo da LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei 9394/96 com a nova redação, o ensino de arte, com ênfase em suas expressões regionais, será um componente curricular obrigatório em todos os níveis da educação básica, visando promover o desenvolvimento cultural dos alunos nas escolas (BRASIL, 2010).
Consideramos que a Legislação e as mudanças que tivemos nos últimos anos veio cada mais reforçar as necessidades de reconhecimento do ensino de artes nas políticas, educacionais trazendo elementos importantes para os professores trabalharem em sala de aula de modo que a adequação dos conteúdos ensinados estejam em consonância com as realidades e demandas sociais dos educandos, pois é necessário reconhecer, valorizar e respeitar as diversidades culturais e artísticas nos diferentes espaços e tempos da sociedade brasileira.
O projeto de lei 5983/2023 torna na educação obrigatória a oferta da disciplina arte no currículo da educação básica ponto a proposta exige que a instituição de ensino forneça acesso a ampla variedade de linguagens artísticas viu como música dança artes visuais e teatro compondo assim um conjunto de atividades que visam o acesso do aprendizado bem como das transformações da realidade do mundo social (BRASIL, 2023).
A Base Nacional Comum Curricular considera também que a arte como um “componente curricular obrigatório na educação básica, desde a educação infantil até o ensino médio”, propondo assim desenvolver habilidades e competências para a prática artística e para a investigação permitindo que os alunos percebam o mundo de forma complexa e tenha a capacidade de passar por meio da arte formas diversas para estudar e compreendê-la na construção dos conhecimentos (BRASIL, 2018).
A contextualização do ensino remete a identificar os saberes, a interação social, a arte e a cultura favorecendo o respeito, às diferenças, o diálogo para promover o desenvolvimento do senso crítico de maneira que os estudantes explorem as relações entre as diferentes linguagens artísticas dentro de uma lógica criativa, dinâmica, reflexiva e transformadora, pois o acesso ao aprendizado deve cooperar para tal finalidade e o ambiente escolar.
Em relação aos Parâmetros Curriculares, a BNCC amplia as possibilidades:
De experiências com a arte pois os PCNS trouxeram uma Linguagem que sua reflexão importante sobre o significado da arte na educação e foram responsáveis pelo reconhecimento da dança e da música e do teatro como linguagens que sua própria gama de conhecimentos específicos, já que a Base nacional Comum Curricular vai além e sugere caminhos para ampliar o acesso dos alunos a experiências estéticas nas aulas de arte, colocando todas as crianças, adolescentes e jovens como protagonista estas que podem expressar seus sentimentos e sua criatividade por meio do processo artístico (Brasil, 1998).
Esta caracterização de relação dos PCNS e BNCC (Parâmetros Curriculares Nacionais) e a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) trouxeram um avanço significativo no reconhecimento da importância da arte na educação. Ao incluir a dança, a música e o teatro como linguagens com conhecimentos específicos, essas diretrizes proporcionam uma valorização maior dessas formas de expressão.
A BNCC, em particular, vai além ao sugerir maneiras de ampliar o acesso dos alunos às experiências estéticas, colocando-os como protagonistas no processo artístico. Isso permite que crianças, adolescentes e jovens possam explorar e expressar seus sentimentos e criatividade de forma livre e genuína, por meio de diversas modalidades artísticas.
Essas iniciativas são fundamentais para o desenvolvimento integral dos alunos, ajudando-os a desenvolver habilidades emocionais, sociais e cognitivas, além de promover a diversidade cultural e a inclusão. A arte, assim, se torna uma ferramenta poderosa para a educação, permitindo que os alunos se conectem consigo mesmos e com o mundo ao seu redor de maneira significativa e transformadora.
2.3 O ensino de arte e a formação dos docentes
O ensino de arte pressupõem a especificidade de formação para o exercício da docência na escola, pois muitas vezes, principalmente no ensino fundamental quem trabalha Olhar com os alunos a disciplina de artes são os professores de língua portuguesa e não o licenciado em arte e isto, pode interferir na aprendizagem uma vez que o objeto de ensino de arte tem caracteres este caixas próprias que somente o docente formado na área do conhecimento específico assim contribui com a aprendizagem Diretrizes Curriculares de arte, que enfocam na relevância do papel de educadores com o domínio do conhecimento nesta área para que tenham desempenho específico e coerente na atuação do ensino da educação básica fecha aspas seguida trata-se especificamente da formação do professor, bem como de seus desdobramentos para as práticas pedagógicas e educativa em seguida (BRASIL, 1998).
A formação de professores de arte envolve a preparação acadêmica e prática dos educadores para que possam ensinar essas disciplinas de maneira eficaz, inspirando e guiando seus alunos a explorar e apreciar as diversas manifestações artísticas, e deve incluir não apenas o domínio das técnicas artísticas, mas também uma compreensão profunda dos aspectos teóricos e pedagógicos que orientam a prática educacional. Essa formação deve ser contínua, refletindo as constantes evoluções no campo das artes e as necessidades diversificadas dos alunos. Assim, a educação artística é um campo multifacetado que integra aspectos técnicos, emocionais e culturais. Desde a primeira infância até o ensino superior, a arte desempenha um papel crucial na formação dos indivíduos, contribuindo para seu desenvolvimento pessoal e social. No entanto, para que o ensino de arte atinja seu potencial máximo, é imprescindível que os professores estejam preparados.
A educação escolar é um processo contínuo e geralmente de busca de construção de conhecimento que exige dos profissionais experiências e saberes inerentes às práticas pedagógicas do cotidiano de sala de aula pois requer também reflexões que visam para seus educadores uma postura crítica e reconstrutiva de novas formas de ensinar e aprender ao mesmo tempo na escola.
Conforme Teixeira (1996, p. 75), a trajetória profissional do educador em arte no ensino formal remonta à chegada da Missão Artística Francesa em 1816, que introduziu um grupo de artistas europeus. Segundo a autora, a chegada desses artistas impulsionou a criação das primeiras escolas de “Belas Artes”, onde a prática docente, inicialmente, concentrava-se no desenho, na cópia fiel e na utilização de modelos.
Contudo, Penna (2010) argumenta que o docente deve possuir um domínio abrangente das linguagens artísticas, a fim de proporcionar um ensino coerente e democrático, extrapolando sua formação específica. A arte, em sua essência, demanda uma abordagem ampla, integrando diversas áreas do conhecimento. Ademais, Tavares; Santos e Silva (2016), corroboram essa visão, enfatizando que a complexidade da área requer profissionais com formação em artes e em educação, capacitados para elaborar e implementar propostas sistemáticas, plurais, complexas e dinâmicas, que integrem os conteúdos escolares de forma multidisciplinar.
Adicionalmente, Fusari e Ferraz (1991, p. 73) destacam a importância de o docente explorar os interesses, vivências, linguagens, conhecimentos artísticos e práticas de vida de seus alunos, visando integrar suas experiências e tornar o ensino de arte acessível a todos no contexto escolar.
No estudo de Fusari e Ferraz (1991) é enfatizado a importância de os educadores entenderem os interesses, vivências, linguagens, modos de conhecimento de arte e práticas de vida de seus alunos. Esse conhecimento permite que os professores possam criar práticas pedagógicas mais eficazes e significativas, que se conectem diretamente com a realidade dos estudantes.
Ao considerar esses aspectos, os educadores podem desenvolver estratégias que engajem os alunos de maneira mais profunda, promovendo um ambiente de aprendizado que valoriza as experiências e conhecimentos prévios dos estudantes. Isso não enriquece o processo de ensino, mas também fortalece a conexão entre o aluno e o conteúdo, tornando a aprendizagem mais significativa e contextualizada.
A formação do professor tem relevância para o ensino de arte na medida em que ele possibilita e cria as condições para o aluno se envolver no ambiente escolar remete repensar as realidades sociais e intervir por meio dos conhecimentos poxa é necessário ensinar a pensar a partir da contextualização das atividades de artes buscando sempre trabalhar aspectos que tenha interesse e chame a atenção em sala de aula. Os Parâmetros Curriculares Nacionais destacam que:
Ao fazer e conhecer o aluno percorre métodos de aprendizagem que propiciam conhecimentos específicos sobre sua relação com o mundo. Além disso, vi desenvolver potencialidades como percepção, observação, imaginação e sensibilidade que podem fundamentar a consciência do aluno sobre seu lugar no mundo e, ao mesmo tempo, contribuem de forma inegável para a sua compreensão significativa dos conteúdos das disciplinas do currículo (BRASIL, 1998, p.37).
Ao engajar-se em métodos de aprendizagem que exploram as relações do aluno com o mundo, os educadores não apenas transmitem conhecimentos específicos, mas também ajudam os alunos a desenvolverem um conjunto de habilidades e potencialidades cruciais.
Essas potencialidades incluem: Percepção, que é a capacidade de notar e interpretar o mundo ao seu redor; Observação, com a habilidade de atentamente observar detalhes e compreender contextos; Imaginação da criatividade para pensar fora da caixa e formular novas ideias e a Sensibilidade que é a empatia e a compreensão das emoções e perspectivas dos outros.
Desenvolver essas habilidades contribui significativamente para a formação de uma consciência crítica e reflexiva sobre o lugar do aluno no mundo. Além disso, essas capacidades são fundamentais para a compreensão mais profunda e significativa dos conteúdos das disciplinas do currículo, tornando o aprendizado mais relevante e conectado com a realidade dos estudantes.
Essas práticas pedagógicas, não só promovem o crescimento acadêmico, mas também o desenvolvimento pessoal e social dos alunos, preparando-os para se tornarem cidadãos mais conscientes e participativos na sociedade.
Portanto, essas orientações dos PCNS para o ensino de arte recaem para os professores a organização planejamento e sistematização das práticas pedagógicas dando-lhe maior consistência na ação formativa do aprendizado, pois o estudante reconhece a arte como criatividade da capacidade humana uma relação que se restabelece com as realidades no mundo através das diferenças, observações e das práticas sociais do cotidiano.
Para Fusari e Ferraz (1991, p. 76) É necessário pensar a formação do docente para o ensino de arte:
Dentro de uma área de conhecimentos específicos com relações interdisciplinares articulando experiências, saberes, imaginação, linguagens e pensamentos pois nós orientações didática e pedagógica e as conexões com as realidades dos alunos são fundamentais para desempenhar uma aprendizagem significativa e voltadas para os interesses dos estudantes.
Para os efeitos de uma aprendizagem no ensino de arte é necessário reconhecer a formação docente como estratégia de desenvolver as atividades de ensino vir pois é preciso identificar a especificidade do objeto ensinado considerar a linguagem o pensamento e as práticas pedagógicas articuladas nas relações da construção dos conhecimentos, como as transformações a partir da intervenção no mundo social.
A integração de conhecimentos específicos com uma abordagem interdisciplinar permite que os alunos façam conexões mais profundas entre diferentes áreas do saber. Ao articular experiências, saberes, imaginação, linguagens e pensamentos, as práticas pedagógicas se tornam mais ricas e significativas.
Quando os educadores conectam os conteúdos das disciplinas com as realidades e interesses dos alunos, o aprendizado se torna mais relevante e engajador. Essa abordagem favorece uma aprendizagem significativa, pois os estudantes conseguem ver a aplicação prática do que estão aprendendo e como isso se relaciona com suas próprias vidas.
Ao fomentar uma educação que valoriza a interdisciplinaridade, os alunos cultivam habilidades como o pensamento crítico, a capacidade de resolver problemas complexos e a criatividade. Essas competências são fundamentais não apenas para o êxito acadêmico, mas também para a formação de cidadãos prontos para encarar os desafios do mundo atual.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As reflexões trazidas aqui neste artigo, possibilitou a ampliação dos conhecimentos sobre educação e cultura tendo como foco a importância da linguagem no ensino médio depois enquanto relação sociocultural podemos afirmar que estas experiências são fundamentais nos processos de formação do aprendizado uma vez que, tem sentidos e representações sociais no contexto da sociedade ponto seguida. A linguagem ‘permite que o sujeito manifeste seu pensamento expresse sua criatividade, vivencie práticas e relações que envolvem o acesso do conhecimento, pois a educação capacita para uma finalidade e a cultura’ Torna-se instrumento teórico nas articulações do contato com diferentes realidades de espaços tempos convivências, práticas sociais povos, línguas, histórias e artes.
O ensino de arte aqui tem referência no desenvolvimento da formação humana pois caracteriza pela criatividade diversas formas artísticas distintas de pensar e manifestar seus pensamentos viu propondo para os educandos desafios e busca constantes de reconstrução de saberes voltados para seus interesses e práticas sociais do cotidiano.
A linguagem artística revela o potencial criador e transformador das realidades sócio histórico e culturais remete assim para diferentes culturas e interpretações de diversos contextos da sociedade, levando ao senso crítico reflexivo vivo dinâmico e transformador poxa é necessário pensar o ensino de arte nesta direção e dando-lhe maior abertura para os alunos desenvolverem suas habilidades e capacidades cognitivas relacionados com a construção dos conhecimentos.
A linguagem no campo artístico representa para nós várias formas de ensinar e aprender ao mesmo tempo, pois esta O pesquisa colaborou com debates e reflexões que permitiu realizar a importância da linguagem e as articulações com a educação cultura e artes, pois estes dois elementos embora tenham diferenças de concepções, mas convergem para uma construção de conhecimento voltado para interesses humanos.
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