REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202501172208
Mestranda: Liduina da Silva Freitas
Orientadora: Prof. Dr.ª Jaqueline Mendes Bastos
RESUMO
O presente artigo vem abordar a temática Educação Ambiental: relatos e experiências na EMEIF. Nossa Senhora da Conceição do Distrito de Torres do Cupijó. Cametá / PA, através de estudo realizado buscando compreender o processo de inserção da educação ambiental no contexto escolar no local descrito. O estudo em questão, aborda relatos e experiências relacionadas a Educação Ambiental, como a temática se faz presente na escola e de que forma é trabalhada pelos professores, partindo do contexto sociocultural em que os alunos se inserem. Diante disso, tomarei como objetivos: Analisar o contexto local dos alunos e professores, levando em consideração as práticas pedagógicas dos professores em sala de aula os costumes do cotidiano; verificando como ocorrem as práticas pedagógicas na escola com professores 6° ao 9° anos que trabalham nas diferentes disciplinas. Ressaltando: Portanto o presente artigo também vem fazer uma breve abordagem nos seguintes aspectos: práticas pedagógicas, contexto da escola, esturra da escola, experiência de docência, característica da população, situação socioeconômica dos pais, função social da escola e concepção de conhecimento e ensino de aprendizagem, filosofia da escola.
Palavras- chaves: Educação Ambiental; escola; relatos e experiências;
1. INTRODUÇÃO
A temática educação ambiental e as práticas pedagógicas são de grande relevância no contexto sociocultural dos alunos, em aspectos econômico, políticos, social, cultural. Desta forma o presente artigo, leva o leitor conhecer um pouco da história dessa escola, enfatizando a importância de se trabalhar a educação ambiental na escola, bem como desenvolver projetos que envolva a comunidade local no processo de conscientização de cidadãos para a sociedade.
Para tanto, é fundamental direcionar discussões e ações a respeito dessa temática. Como diz Paulo Freire, cada sujeito vive em busca de novas aprendidizagem.
Dessa forma, compreende-se que o sujeito vive em constante transformação, transformando – se todos os dias e transformando o local onde mora. A consciência de onde nosso inacabamento, que nos difere dos animais, tornando alguém com compromissos éticos e morais em relação ao mundo em que vive.
Partindo dessa afirmativa, percebe-se que a escola também tem o papel relevante em trabalhar a educação ambiental, fazendo com que os alunos se tornem ser conscientes do seu papel na sociedade, passando ser conhecedor de sua responsabilidade de cidadãos críticos e atuantes na sociedade, assumido as suas obrigações e criticidade mediante aos recursos naturais.
Sabendo que ao praticar atividades inadequadas ao meio ambiente poderão vir sofrer consequências severas com as reações da natureza, trazendo graves problemas a todos os seres vivos que nela vivem, por isso a preservação e a conservação dos recursos naturais de é de grande importância e precisa ser trabalhado nas escolas.
De acordo com a (Constituição Federal de 1988) Dispõem sobre o artigo 225, que todos os cidadãos brasileiros têm o direito garantido sobre o meio ambiente, porém, o dever de preservá-lo, assim garantir os recursos naturais para presentes e futuras gerações¨.
Certamente, a Educação Ambiental consiste em grande relevância para a construção de uma sociedade mais sustentável, garantido os recursos naturais as presentes e futuras gerações, conforme garante a Constituição Federal de 1988.
No entanto, este estudo objetiva a investigar como a Educação Ambiental estar inserida no currículo escolar e de forma é trabalhada no currículo da escola, fazendo uma abordagem sobre o desenvolvimento da prática pedagógica desenvolvidas pelos professores em sala de aula, na modalidade do Ensino Fundamental de 6° ao 9° anos em escola da rede municipal de Cametá/PA na EMEIF. Nossa Senhora da Conceição do Distrito de Torres do Cupijó no município de Cametá.
A partir desse entendimento podemos perceber que a NATUREZA – EUCAÇÃO – SOCIEDADE estão intimamente conectadas para que se estabeleça a Educação Ambiental, como sabemos que a política institucionalizada nacional de Educação Ambiental surge em virtude da crise ambiental. Portanto, é necessário que nós, tenhamos conhecimento sobres leis que regem as políticas públicas voltadas a promoção da Educação Ambiental no país.
A educação ambiental é a incorporação de critérios socioambientais, ecológicos, éticos e estéticos da educação. Pretende construir novas formas de pensar incluindo a compressão da complexidade e das emergências e Inter relação entre os diversos subsistemas que compõem a realidade. ((MEDINA:SANTOS,2000, p. 25)
Dessa forma, compreendo que a educação ambiental assim como a política pública surge como processo educacional que tem como objetivo levar o conhecimento ambiental à população de forma concreta. Baseando em valores éticos, estipulando limites entre as relações sociedade e natureza para que ocorra uma apropriação racional dos recursos naturais.
1- EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Neste primeiro momento abordarei as práticas pedagógicas sobre a educação ambiental (vivências e práticas) na EMEIF. Nossa Senhora da Conceição do Distrito de torres do Cupijó, resultados de estudos feitos através de abordagens bibliográficas e experiências vividas na escola uma vez, em que faço parte do quadro docente da mesma e vejo que a escola aborda essa temática, onde vem trabalhando em parceria com a comunidade local através de ações e projetos entre comunidade / escola.
Sabe-se da importância dessa temática a ser trabalhada na escola onde o professor deve assumir o papel de orientador e acompanhar os alunos ajudando na construção de novos saberes, por esse motivo vê-se a importância de incluir a educação ambiental no currículo escolar para que possa ser trabalhada de forma transversal pelos professores.
Segundo estudos realizados por Lima (2006, p.18) nos documentos das conferências internacionais do meio ambiente e na legislação brasileira, “as práticas de educação ambiental partem do princípio de que as questões ambientais não globalizante”. Isso mostra ponto positivo de que é possível fazer educação ambiental na escola, uma vez que ela está presente em diversos lugares: Segundo os documentos analisados.
A riqueza do trabalho será maior se os professores de todas as disciplinas discutirem e, apesar de todo tipo de dificuldades, encontrarem elos para desenvolverem um trabalho em conjunto. Essa interdisciplinaridade pode ser buscada por meio de uma restruturação institucional da escola ou da organização curricular, mas requer, necessariamente, a procura da superação de visão fragmentada do conhecimento pelos professores especialistas (BRASIL,1998. p.193)
O documento vem apresentar a integração de dos conteúdos de forma transversal, “meio ambiente” onde deve contemplar os aspectos: físico, histórico, social, econômico e político. Consolidada de uma forma globalizada que vai sendo discutida desde dos de acordo os aspectos locais aos globais. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino fundamental:
Cada professor pode contribuir decisivamente ao conseguir explicar os veículos de sua área com as questões ambientais, por meio de uma forma própria de compreensão dessa temática, de exemplos abordados sobre a ótica de seu universo de conhecimento e pelo apoio teórico-estrutural de suas técnicas pedagógicas (BRASIL,1998 p. 195)
Trabalhar a educação ambiental por meio da interdisciplinaridade, apresenta inúmeros desafios pois essa dinâmica exige dos docentes um planejamento coletivo para que possam traçar metas e elaborarem ações que possam evoluir nas diferentes disciplinas, a educação ambiental deve ser trabalhada onde devem ser incluídas vários assuntos voltados para essa temática de acordo com a comunidade local, no contexto sociocultural dos alunos.
Portanto, é preciso que aja integração entre os professores para que os seus planejamentos das suas atividades pedagógicas sejam elaborados de forma conjunta que venha contemplar os assuntos de grandes interesses da comunidade escolar, sempre embasado no documento norteador que é a BNC (Base Comum Curricular). Uma vez que Educação Ambiental não compõem a grade curricular como disciplina, precisa-se que seja trabalhada na transversalidade.
De acordo com (Loureiro, 2006.60) Diz que “sua simpatia pela educação ambiental, seu amor pela vida, seu conceito de educação torna-se a pedagogia freiriana um marco de referência para os educadores ambientais de toda matriz inserida no campo crítico e emancipatório” (livre e independente).
Uma outra leitura que que associa ao texto de MOREIRA, p.174 na obra: Temática Ambiental, Educação Ambiental e Ensino diz que:
No entender de Saviani (1997), para saber e sentir, agir ou avaliar, é preciso aprender, o que implica o trabalho educativo. Assim, o saber que diretamente interessa à educação é aquele que emergem com o resultado do processo de aprendizagem, como o resultado do trabalho educativo.
1.2 CONTEXTO DA ESCOLA
A EMEIF. Nossa Senhora da Conceição, fica localizada na zona rural, em um pequeno vilarejo conhecido como Vila Conceição no Distrito de Torres do Cupijó, no município de Cametá/Pará. Com acesso pela Br 422 e ramal vicinal Bela Vista ou pelo tráfego fluvial até o local feito pelo rio Cupijó em embarcações coletivas ou particulares, conforme podemos ver com através da imagem a seguir.
Google maps: 2024
De acordo com relatos feitos por moradores da localidade, a formação desse povoado se deu nos anos 80 com famílias vindo de município vizinho (Limoeiro do Ajuru) onde foi fundada a comunidade Cristã. Atualmente há muitas famílias residindo na localidade, onde a escola foi contemplada pelo nome de Nossa Senhora da Conceição por ser fruto de luta dos membros da comunidade cristã da localidade que tem a Nossa Senhora da Conceição como sua padroeira local.
A atividade sociocultural dos moradores da localidade pais de alunos e alunos, estar voltado para o cultivo de monocultura, mais especificamente o cultivo de mandioca, arroz, maxixe, melancia, gergelim, abobora etc. essa atividade se dá através da agricultura familiar envolvendo todos os membros familiar. Para organização das atividades ainda se faz presente mutirões como realizam (atividade coletivas) onde as famílias trocam dias de trabalho ajudando umas às outras).
A renda das famílias desta localidade, gira em tono da venda de produtos como: farinha d´água, farinha de tapioca, açaí, tapioca em ramo, tucupi, macaxeira entre outros, bem como benefícios de aposentadoria, bolsa família e auxílio de pesca artesal.
O maior movimento na vila, ocorre no período da festividade da padroeira que acontece no período de final do mês de novembro ao início do mês de dezembro de todos os anos, celebrações na igreja, torneios esportivos, onde a escola também realiza os Jogos Internos da escoa nessa data. Dessa forma trabalhando em parceria comunidade escolar juntamente com a comunidade cristã desde de período da fundação da escola que ocorreu nos anos 90, mais precisamente em 1992, onde funcionou por um longo em um espaço cedido pela Comunidade Cristã (barracão comunitário) e foi contemplada com a construção seu prédio próprio no ano de 2015, onde o prédio recentemente passou por uma reforma.
1.3 Estrutura da Escola
A EMEIF. Nossa Senhora da Conceição, de acordo com seu histórico de fundação inserido no Projeto Político Pedagógico (PPP) consta que depois de muita luta dos moradores, no ano de 1991, foi implantada na localidade uma turma de alunos de (maldisseres) para atender a demanda de crianças e jovens que até então estavam sem estudar, funcionando em um barracão comunitário, cedido pela comunidade cristã, tendo como primeira docente da Janete de Lourdes Siquera da Cruz.
No ano de 2001, a escola passou da modalidade “isolada” termo que se referia a escola do campo de pequeno porte sem direção e que na maioria das vezes funcionava até 5° ano em turma de multisseriada, passando para a titulação de escola “Reunida”, o que significa ser uma escola de médio porte, onde passou a funcionar a até o 9° ano, em virtude de agregação de alunos da escola Santana. Assim, aumentando o número de alunos surgiu a necessidade da criação de nova turma de 6° ano do Ensino Fundamental. Tendo como” professora responsável” na época Maria Domingas Nunes da Cruz.
A partir dos anos de 2002 a 2004, esteve como professora Responsável pela Instituição Liduina da Silva Freitas, de 2005 a 2006, o professor João Paulo Dias, de 2005 2007, de 2008 a 2012 a professora Maria Domingas, de 2013 a 2014 a professora Ana Monteiro da Silva e de 2015 a 2016, novamente a professora Liduina da Silva Freitas.
Após várias exigências da comunidade escolar em parceria com a comunidade cristã da localidade, a localidade foi contemplada com a construção do prédio escolar na gestão do prefeito Iraci Nunes de Freitas, sendo inaugurado no dia 15 de agosto de 2015. Em 2017 a escola agregou-se a mais um núcleo de ensino dessa vez vindo a agregar a EMEIF de Vila Bergue.
Atualmente a escola conta com o quadro de Servidores:
01Diretora (Professora responsável)
01 Coordenadora pedagógica
12 Professores
04 Agentes de serviço gerais
01 Agente de portaria
03 condutores de transporte escolar
A escola atende alunos desde a Educação Infantil até ao 9° ano dividido em dois turnos. Estando atualmente na direção a Docente Maria Domingas Nunes da Cruz.
Com um prédio estrutural contendo:
06 salas de aula;
01 secretaria;
01 copa;
01 refeitório;
01 deposito que atua como dispensa de mantimento;
08 banheiros;
Fonte: Freitas, 2024.
1.4 EXPERIÊNCIAS DE DOCENCIA.
Minha experiência como docente em escolas da rede municipal de Cametá teve início no ano de 2001, quando inicie como professora em uma turma de alunos de 3° série na EMEIF. Santa Terezinha na sede do município, a seguir fui removida da EMEIF Santa Terezinha para a EMEIF.
Nossa Senhora da Conceição do Distrito de Torres do Cupijó, no ano 2002 vindo a assumir o cargo de direção da escola (professora responsável) por um período de quatro anos de 2001 à 2005, ao final do ano de 2005 fui desligada, posteriormente voltei a fazer parte do quadro de servidores em 2013 como professora de Geografia em turma do ensino fundamental anos finais, onde atuo a até os dias atuais.
Durante esses períodos tive a oportunidade conhecer contextos diferentes e de socializar com vária alunos e profissionais, oportunizando vivencias com pessoas de realidades diferentes, quando se trata de escola da zona urbana e escola da zona rural (campo) percebemos que são realidades diferente e que o professor deve ser capaz de saber lidar com essa situação, que trabalhem com os mesmos ideais mediante os grandes desafios por ser realidades diferentes. Conhecendo assim as diferenças da escola da zona urbana para a escola do campo, são realidades diferentes que se fazem presentes em vários contextos dos alunos, pais, professores, comunidade de modo geral. Nos aspectos: social, cultural, socioeconômico entre outros.
2 – CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃ: estudantes e pais.
Conforme consta no PPP da escola, os estudantes da EMEIF Nossa Senhora da Conceição do Distrito de Torres do Cupijó, são formados por uma mistura de homogêneas pois os alunos que estudam nessa escola são oriundos de várias localidades, da zona rural e ribeirinha da região do distrito de Torres como (Arumaú, Vila Bergue, Poção, Vila Bambu, Vila São Jorge, Igarapé Açú, Ramal Padre Geraldinho e Ramal Bela Vista) caracterizando assim, uma diversidade muito grande de realidades diferentes. Entre os pais, também há uma diversidade na formação educacional, variando desde o analfabetismo até nível superior.
2.1 SITUAÇÃO SOCIECONÔMICA DOS PAIS
Quanto a situação econômica dos pais dos alunos, se incluem em famílias de baixa renda e desenvolvem atividades relacionadas a agricultura familiar, sendo que a maior parte trabalha na lavoura mais especificamente no cultivo de mandioca no qual produz farinha para o consumo das famílias bem como para serem comercializada, suas rendas são somadas aos benefícios de bolsa família, auxílios de aposentadorias e de pesca. São poucos pais que trabalham de carteira assinadas ou com vínculos empregatícios na esfera municipal.
2.2 FUNÇÃO SOIAL DA ESCOLA
A função social da escola é complexa e diversificada. Tem necessidade de atualizar o seu currículo e sua metodologia para acompanhar as mudanças sociais que se processam aceleradamente no mundo. A escola abraçando suas transformações, encara e educação como alto social de mudanças e avanços científicos, tecnológicos e cultural, que deve aprimora-se constantemente em ação educativa, para que sua função social acompanhe as aprendizagens diárias que o aluno necessita na atualidade sem deixar de lado os saberes considerado fundamentais e tolerância ao próximo.
De acordo com o documento analisado, (PPP) o mesmo costa que na função social da escola. Para dar sustentação às continuas evoluções, a escola precisa ressaltar um ensino que estabeleça conexão entre o que o aluno aprende nela e fora dela, entre o ensino formal e o não formal, entre o conhecimento sistematizado e a vida prática do aluno.
Apesar das transformações sofridas no decorrer da história, a escola representa a instituição que a humanidade elegeu para socializar o saber sistematizado. Isso denota afirmar que o lugar onde, por princípio, é difundido o conhecimento que a sociedade considera necessário transmitir as novas gerações. Na sua função social, a escola deve fornecer mecanismos para que os professores possam desenvolver nos alunos as competências para a vida, levando-os a interagir com o meio que vivem.
Assim a escola Nossa Senhora da Conceição, está situada em uma localidade com poucos habitantes, mais com muitos outros vilarejos próximos, de onde vem a maioria dos alunos atendido na escola. Esses vilarejos são de difíceis acesso, sendo que os meios de chegada à escola são rio, e ramais feitos pelos moradores locais, com isso são de péssimas qualidades. Os alunos podem chegar de barco tendo que sair do seu local de partida pelo menos duas horas antes do início das aulas para poder conseguir todos apanhar todos os alunos devido toda extensão.
3- CONCPÇÃO DE CONHECIMENTO E ENSINO – APRENDIZAGEM
O conhecimento é um processo humano, histórico, incessante, de busca de compreensão, de organização, de transformação do mundo vivido e sem provisória, tem origem na prática do homem e no processo de transformação da natureza. E, também uma ação humana atrelada ao desejo de saber. Só o homem, por ser pensante, pode ser sujeito: somente ele pode desejar a mudança, porque só a ela falta a plenitude.
O que possibilita a construção do conhecimento, nesse momento de aventura e busca do novo, é sem dúvida o reconhecimento de que som os seres falantes. E nesse movimento que instaura o desejo de aprender por do meio do diálogo nas trocas de ideias e da exposição dos pensamentos que se espalham por meio do convívio que se dar com o uso do discurso que é tão considerado.
Nesse processo serão envolvidos simultaneamente um sujeito que conhece, um objeto a ser conhecido um modo de partícula de abordagem em relação ao objeto e uma transformação, tanto de sujeito, quanto de objeto. É necessário, aqui entender o objeto como realidade socialmente construída e compartilhada. Na teoria dia ética do conhecimento, nossa ação educativa deverá em conta que: a prática é a fonte do conhecimento; a teoria deve estar a serviço de e para uma ação transformadora; a prática social é o critério de verdade e por fim o último do processo do conhecimento.
Respeitar a caminhada de cada sujeito de um determinado grupo é uma aprendizagem necessária e fundamental numa vivencia dentro uma perspectiva interdisciplinar, sendo necessário eliminar as barreiras que se criam entre as pessoas para o estabelecimento de uma relação dialógica bom convívio social tão necessário nos dias de hoje funcionando como um veículo para o bem estar social. Aprender em nossa prática cotidiana, muitas vezes se restringem ao processo ensino-aprendizagem em uma relação dicotômica, onde cada parte envolvida é analisa em contextos separados. Porém, sabemos que aprendizagem é um processo em que não existe uma só relação, onde o professor ensina e o aluno aprende, mas sim é um ato recíproco: educador ensina e aprende ao mesmo tempo e vice-versa.
Nessa perspectiva os professores enquanto ensinam aprendem e os alunos enquanto aprendem ensinam. A escola é a sala de aula enquanto o espaço de formação par os alunos, torna-se também um espaço de formação continuada par os professores. Freire afirma desta maneira, o educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado também educa. Ambos, assim, se tornam sujeito do processo em que crescem juntos (FRIRE, p. 79, 2005).
A partir da compreensão de que a aprendizagem ocorre tanto dentro quanto fora da escola, ou seja, de forma sistemática ou assistemática, seno esta última percepção de Vygotsky “a que se constroem no cotidiano dos atores sociais, a partir da interação com os signos e instrumentos presentes na sociedade […] elemento mediador entre o sujeito e objeto do conhecimento”. (Vygotsky 1998), compreendemos a aprendizagem como resultado das vivencia e experiências vivenciadas tanto no contexto escolar como também no cotidiano dos alunos, influenciada pelos aspectos históricos, social e cultural.
Para o autor o ensino aprendizagem são processos indissociáveis. A aprendizagem ocorre a partir da relação do sujeito biológico com a sua cultura, ou seja, é a partir das relações sociais que o sujeito aprende e para que isso ocorra é necessário a intervenção do outro, poie é com outro que são estabelecidos os vínculos do convívio social que se inicia na família e se expande para a comunidade mais ampla.
Sendo evidente desta maneira que se adquire conhecimento apenas com os educadores, mais em todas as relações sociais. Porém o professor tem em sua interação uma intencionalidade educativa planejada, diferenciada em sua maioria dos demais atores. Mas não se pode esquecer do papel fundamental que os inúmeros sujeitos que também transmite saberes aos educados, que precisa estar atrelados nessa teia de ensino-aprendizagem.
Cabendo assim à escola, como Instituição universalmente responsável pela transição e socialização do saber sistematizado, assegurar que o educando se aproprie desses saberes, tornando-os uteis para a sua vida.
4- EIXOS NORTEADORES DA AÇÃO EDUCATIVA: DIMENÇÃO PEDAGÓGICA.
A proposta pedagógica da escola e sua identidade é responsável por toda as atividades desenvolvidas na escola e os objetivos que estão interligados a ela. Portanto, a EMEIF. Nossa Senhora da Conceição ao elaborar seu Projeto Político Pedagógico (PPP) pensou nas necessidades dos seus alunos.
Os professores da escola, tomam por base a proposta curricular do município de Cametá, que são organizadas, divulgadas e orientadas pela Secretaria Municipal de Educação. A partir destas propostas a escola organiza suas ações escolares e nos planos pedagógicos dos professores, onde toda a comunidade escolar participa da culminância das ações, considerando as particularidades da clientela atendida na Instituição.
Considera-se as falas dos professores:
“sabemos que trabalhar a educação ambiental é muito importante tanto para os alunos, quanto para a comunidade local, porque através de eventos que a escola promove como feira pedagógica, semana do meio ambiente entre outros, oportuniza todos a vir participar e ouvir informações sobre a preservação do meio ambiente”.
Essa mostra a necessidade de a escola promover com mais frequência eventos que envolva a comunidade local uma vez que eles participam dos eventos que a escola realiza.
A função social da escola é complexa, ampla e diversificada. Tem necessidade atualizar o seu currículo e sua metodologia acompanhar mudanças sociais que se processam aceleradamente no mundo. A escola, abraçando essas transformações, encara a educação como ato social de mudanças e avanços científicos, tecnológicos e cultural, que deve aprimorar-se constantemente em sua ação educativa, para que sua função social acompanhe as aprendizagens diárias que o aluno necessita na atualidade sem deixar de lado os saberes considerados fundamentais como respeito como e tolerância ao próximo.
Para dar sustentação as contínuas evoluções, a escola precisa ressaltar um ensino que estabeleça conexão entre o que o aluno aprende nela e fora dela, entre o ensino formal e o ensino não formal, entre o conhecimento sistematizado e a vida prática do aluno. Apesar das transformações sofridas no derrear da história, a escola representa a Instituição que a humanidade elegeu para socializar o saber sistematizado. Isso denota a afirmar que o lugar onde, por princípio, é difundido o conhecimento que a sociedade considera necessário transmitir às novas gerações. Na sua função social a escola deve fornecer mecanismo para que os professores possam desenvolver nos alunos as competências para vida, levando-os a interagir com meio em que vive.
3.1 FILOSOFIA DA ESCOLA
De acordo com o PPP analisado da escola, o mesmo discorre que a EMEIF nossa Senhora da Conceição tem sua filosofia fundamentada na transparência, no diálogo e no respeito à diversidade cultural e ideológica de toda a comunidade escolar, tendo sendo sempre em vista que há uma finalidade de formas de viver, de pensar e de agir, além de diferentes interesses e ritmos individuais. Dentro dessa filosofia, visa a importância de os alunos construírem seus conhecimentos de forma coletiva, a partir dos saberes intrínsecos, vivenciando sempre o respeito, a cooperação, a afetividade e a responsabilidade como valores essenciais para si e para o grupo a que pertence. Como diz Saviani em suas falas:
“Estas devem contar com a participação de todos os envolvidos no processo buscando alternativas para combater estas falhas de falta de diálogo afim de promover o bem-estar individual e também coletivo, visando o desenvolvimento social”. (SAVIANE p. 2009).
Com base no entendimento de Saviani, faz necessário que a educação ambiental seja trabalhada de forma coletiva em um processo que envolva a comunidade escolar, levando em consideração os conhecimentos assistemáticos das pessoas valorizando os saberes da comunidade local, respeitando a suas culturas e suas origens, visando o bem coletivo e o desenvolvimento social daquela localidade.
Em complementação a ideia ´vale ressalta o pensamento de Williams, (1985), que diz a respeito da a palavra “cultura” pode ser como “uma das duas ou três palavras mais complexas da nossa língua. O termo deriva etimologicamente do latim colore usada para designar coisas tão distintas como habitação (daí a palavra “colônia e colonos”) adoração religiosa (daí “culto”). No entanto uns dos principais sentidos primitivos do termo relaciona-se ao trabalho manual. Cultura significa originalmente “lavoura” ou cultivo “agrícola”. Assim uma palavra que antes designava uma atividade manual particular tornou-se especial a partir do século XVIII.
Nesse sentido, como sabemos a educação estar ligada a saberes culturais do povo, portanto a escola deve trabalhar sempre reconhecendo os valores culturais, respeitando e valorizando, tornando mais compreensivo e inclusivo. É importante compreender que nenhuma cultura é melhor ou pior que a outra, mas sim diferente e que essa diferença deve ser respeitada. A cultura é essencial para uma comunidade saudável, pois ajuda as pessoas a se conectar, aprender, e crescer juntas. A valorização da cultura é fundamental para o desenvolvimento e o bem-estar de sociedade.
Conclusão
Este estudo oportunizou profundas reflexões sobre o tema Educação Ambiental: Relatos e experiencias na EMEIF Nossa Senhora da Conceição do distrito de Torres do Cupijó. Aprimorando profunda reflexão compreensão sobre a importância dessa temática a ser trabalhada na escola na transversalidade, bem como conhecer um pouco mais dos aspectos socioculturais da comunidade escolar. Relatos e experiências vividas na escola.
Percebe-se que as práticas pedagógicas metodológicas dos professores da escola acima descrita, se trata ainda de uma metodologia “tradicional”, pois os métodos em evidências mais utilizados pela a maioria dos professores, ainda são aulas expositivas utilizando lousas, livros, cartazes e papéis em sala de aula, sendo que as aulas ao ar livre ocorrem com pouca frequência. Nota-se que se faz presente a concepção de educando conservacionista, onde a preocupação com a educação ambiental está na conservação da natureza.
Com este estudo, pude perceber que a escola, desenvolve muitos projetos ambientais, como por exemplo, a arborização da frente da escola, resultado de um projeto elaborado e executado pelos professores e alunos em 2016, bem como plantio de hortaliças, árvores frutíferas, coleta de lixo, conscientização da comunidade local, erosão, desmatamento entre outros. São projetos de cunho de curto e longo prazos, decidido em reunião de planejamento pedagógica no início de cada ano letivo.
Mesmo com considerando as práticas dos professores sejam” tradicionais” pode-se dizer que a escola, por meio de projetos e ações que são desenvolvidos pelos professores e alunos sempre em parceria com a comunidade local, se enquadra como escola transformadora, pois evidenciam problemas da comunidade local, as necessidades e interesses do grupo que ali vive e busca alternativa de forma sustentável e justa para todos. Nas palavras de Loureiro (2004. p. 81) a educação ambiental transforma e enfatiza a educação enquanto o processo permanente, cotidiano e coletivo pelo qual agimos e refletimos, transformando a realidade da vida.
Cabe reconhecer o quanto é importante o apoio da direção da escola, pois apesar não estar com o Projeto Político Pedagógico atualizado no momento, mas a escola desenvolve projetor voltados a necessidade local, reafirmando a responsabilidades sobre os diversos servidores que compõem essa Instituição, uma vez que todos são inseridos no processo de ensino e aprendizagem dos educandos.
Referências
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF,1998.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição de República Federativa do Brasil 1988. Brasília. Distrito Federal Presidente da Republica, [2016]
BRASIL, Base Comum Curricular, Brasília, 2018
COLL, Cesar. Pedagogia e Currículo. São Paulo: Ática, 1996.
Dermeval Saviani: Educação: do senso comum à consciência filosófica Projeto Político Pedagógico (PPP) EMEIF Nossa Senhora da Conceição
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia- saberes necessários à Prática Educativa: Paz e Terra, 1998
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 43° ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra 2005
Google MAPS- EMEIF Nossa Senhora da Conceição-2025 (imagens) SciELO Brasil https:// www.scielo.br>… Acesso em 21/12/2024
Trabalho de conclusão de curso de Pós- graduação em Educação Ambiental. Acadêmica, Luciane do Socorro Bastos da Silva.
LIBÂNEO, José Carlos. A avaliação escolar. SP. Cortez, 1994. (coleção magistério. 2° grau. Série Formação do Professor).
LIMA, Waldyr. Aprendizagem e classificação social: um desafio aos conceitos Fórum Crítico da E educação: Revista do ISEO/ programa de Mestrado em Ciências Pedagógicas. V 3, n. 1 out. 2004.
WILLIAMS, Raymond. Communications Londres Pequim Books 1968.185p.