MUSCULAR DISORDERS AND POSTURAL PROFILE IN PUBLIC HIGH SCHOOL STUDENTS IN UPPER SERTÃO PARAIBANO
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202511141142
Manoel Messias Soares Celestino1
Orientadora: Profª Ma. Giglielli Modesto Rodrigues Santos2
RESUMO: A má postura traz inúmeros malefícios a toda estrutura corporal, agregando de forma negativa como reflexo terá o surgimento de dores, fadiga, constipação, tenossinovite, hérnias, e como também a própria alteração das estruturas da coluna vertebral. No Brasil a faixa etária da educação básica está organizada a idade iniciando dos 6 aos 17 anos, e entre essa faixa etária o sistema musculoesquelético encontra-se no processo de desenvolvimento e maturação, com isso o uso da postura inadequada transporte de cargas excessivas e a tempo prolongados de postura estática são fatores de risco para o desenvolvimento corporal. O presente estudo tem como finalidade abordar os Distúrbios osteomusculares e perfil postural em escolares do ensino médio de escola pública no alto sertão paraibano. Trata-se de uma pesquisa de campo exploratória e descritiva com abordagem quantitativa que foi realizada em uma escola pública no alto sertão paraibano, onde contou com amostra de 20 estudantes do ensino médio de uma escola pública. Dentro dos critérios de inclusão foi necessário como pré-requisito, escolares de ambos os sexos, ter 18 anos, alunos que estejam devidamente matriculados do 1° ao 3° anos do ensino médio e terem assinado o termo de consentimento livre e esclarecido TCLE, e entrou como critério de exclusão escolares que não estiveram presentes no dia da pesquisa, como também alunos que se negarem a assinar o termo de consentimento e/ou participar da pesquisa. A coleta foi feita através de questionário elaborado pelos autores, questionário que abordou aspectos físicos, de dor, costumes posturais, noção de peso na mochila e se já apresentam algum distúrbio osteomuscular. Como análise opinativa, os dados da amostra foram analisados, tabulados e gráficos utilizando o software Microsoft Excel, sendo a pesquisa realizada considerando a realização deste estudo considerando a Resolução nº 510/16 do CNS. Entre os resultados e coletas participaram da pesquisa 20 escolares que cursam o ensino médio do 1º ao 3º ano. Em relação aos hábitos cotidianos dos estudantes durante o período escolar, os escolares relataram que permanecem sentados por mais de 6 horas (40%) enquanto ao peso de transporte da mochila, percebe-se que é pesada (50%), com relação ao uso da mochila utilizando as duas alças (80%) visando o costume de corrigir a postura enquanto sentado (55%). Referindo-se às queixas musculoesqueléticas, apresenta-se quadro álgico, ou desconforto (95%), apresentando nível de dor segundo a escala de EVA entre 3 -7 (70%). Ao analisar o perfil postural e correção postural, sobre vista anterior, vista posterior e vista lateral, foi possível detectar números consideráveis de alterações e perfis posturais dos alunos(a). A presente pesquisa cumpriu-se seus objetivos em analisar o perfil posturais e distúrbios osteomusculares relacionados ao ambiente escolar, destacando a importância da Fisioterapia tanto dentro do ambiente escolar, quanto na atenção primária, ressaltando a Ergonomia e mais ainda a Fisioterapia Musculoesquelética. A Fisioterapia cada dia mais mostra o quanto é necessária e valioso em quaisquer níveis de atenção à saúde, desde primária até a terciária.
Palavras-chave: Distúrbio Osteomusculares. Má postura. Ambiente escolar. Escolares.
ABSTRACT:. The present study aims to address musculoskeletal disorders and postural profile in high school students from public schools in the high backlands of Paraíba. Poor posture brings numerous harm to the entire body structure, negatively adding to the appearance of pain, fatigue, constipation, tenosynovitis, hernias, and also the alteration of the structures of the spine. In Brazil, the age range of basic education is organized from 6 to 17 years old, and between this age range the musculoskeletal system is in the process of development and maturation, therefore the use of inadequate posture, carrying excessive loads and prolonged static posture are risk factors for body development. The objective of this work is to analyze musculoskeletal disorders and postural profiles related to the school environment, aiming to work towards the prevention of such musculoskeletal dysfunctions and disorders within the school environment, since, as mentioned, due to factors of age, musculoskeletal development system and ergonomic environment, the school is a place that predisposes some postural disorders and changes. This study is an exploratory and descriptive field research with a quantitative approach that was carried out in a public school in the high backlands of Paraíba, where it had a sample of 30 high school students from a public school in the high backlands of Paraíba. Within the inclusion criteria, it was necessary as a prerequisite, students of both sexes, to be 18 years old, students who are duly enrolled in the 1st to 3rd years of high school and have signed the free and informed consent form (TCLE), and entered as an exclusion criterion students who were not present on the day of the research, as well as students who refused to sign the consent and clarification form, and/or participate in the research. The collection was done through a questionnaire prepared by the authors, a questionnaire that addressed physical aspects, pain, postural habits, notion of weight in the backpack, and whether they already have any musculoskeletal disorder.
Keywords: Musculoskeletal disorders. Poor posture. School environment. Schoolchildren.
INTRODUÇÃO
A coluna vertebral é uma estrutura anatômica de fundamental importância para o corpo humano, responsável pela sustentação do tronco, proteção da medula espinhal e facilitação dos movimentos corporais. Ela é composta por 33 vértebras distribuídas entre as regiões cervical, torácica, lombar, sacral e coccígea, que, em conjunto, promovem equilíbrio postural e flexibilidade (Kapandji, 2007). A manutenção de sua integridade é essencial, especialmente durante o período de crescimento e desenvolvimento corporal, e é justamente nesse período onde alterações e distúrbios osteomusculares estão mais presentes nos adolescentes, seja pela má postura ou até mesmo por outros fatores que venha a implicar em surgimento de alguns distúrbios.
A transição da fase infantil para a fase pré adolescente e adolescente, e resulta em várias mudanças físicas, emocionais e comportamentais, consequentemente também é uma fase onde pode adquirir hábitos posturais inadequados. A má postura corporal, contribui significativamente quando o assunto é alterações biomecânicas, predispondo assim também surgimento de dores musculoesqueléticas, onde que se não houver intervenção cedo tendem a persistir ainda na vida adulta. Diante disso, os distúrbios osteomusculares associados à má postura vem cada vez mais tornando-se uma preocupação significativa entre os profissionais de saúde e da educação (Souza; Amadio, 2018).
O ambiente escolar de certa maneira contribui de forma negativa quando se destaca alguns fatores de risco, como por exemplo: uso da mochila inadequada, quantidade de peso em excesso na mochila, longos períodos sentados, e a falta de orientação ergonômica no ambiente escolar (Silva et al., 2017). Além disso, o uso de dispositivos eletrônicos como celular, computadores, Tablet, vem contribuído para posturas inadequadas, biomecanicamente falando gerando a anteriorização da cabeça e a cifose torácica acentuada, como também contribuindo para outros problemas como o sedentarismo (Rodrigues et al., 2019).
A avaliação do perfil postural e a identificação desses distúrbios osteomusculares precocemente é de tamanha importância, tanto para a prevenção, quanto para que essas alterações não gerem agravos posturais desses possíveis distúrbios relacionados à má postura. Incidências mostram um grande aumento na prevalência de dores músculo esqueléticas em adolescentes, principalmente na região lombar, cervical e dos ombros, essas regiões são afetadas de forma significativa quando há o uso da má posturais, podendo atingir negativamente o desempenho escolar, consequentemente interferindo na qualidade de vida e desenvolvimento físico desses indivíduos (Minghelli et al., 2020).
Deste modo o presente estudo tem como objetivo analisar os distúrbios osteomusculares e o perfil postural em escolares do ensino médio, contribuindo para a compreensão dos fatores associados e subsidiando estratégias de intervenção e promoção da saúde postural na escola.
METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de uma pesquisa de campo exploratória e descritiva com abordagem quantitativa que foi realizada em uma escola pública no alto sertão paraibano.
A pesquisa teve como finalidade identificar perfis de escolares dentro do ambiente escolar, onde esses perfis de certa forma agrega no surgimento possíveis para desencadear distúrbios osteomusculares. O estudo foi feito através de um questionário com pergunta e resposta, onde o pesquisador juntamente com o orientador dirigiu-se até a escola realizar o questionário e análise dos perfis, com intuito de identificar possíveis alterações e/ou disfunções osteomusculares.
A população foi formada pelos estudantes do ensino médio de uma escola pública do município de Piancó e a amostragem consistiu nos 30 estudantes da referida escola que aceitaram fazer parte da pesquisa, considerando critério de acessibilidade.
Como critérios de inclusão dos voluntários na pesquisa foi necessário como pré requisito, escolares de ambos os sexos, terem mais de 18 anos, alunos que estivessem devidamente matriculados do 1° ao 3° ano do ensino médio e terem assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE. Quanto aos critérios de exclusão, ocorreu como forma de exclusão escolares que não estiveram presentes no dia da pesquisa, como também alunos que se negarem assinar o termo de consentimento livre e esclarecimento, e/ou participar da pesquisa.
A coleta de dados desenrolou-se com a aplicação de questionários elaborados pelos autores, contendo 15 perguntas que abordaram aspectos físicos, de dor, costumes posturais, noção de peso das mochilas, e se já apresentam algum distúrbio osteomuscular. A pesquisa foi realizada de forma presencial na escola em questão, onde o pesquisador entrou em sala aula, com autorização do docente, explicando o objetivo da intervenção, em seguida abordou os estudantes, apresentando o TCLE e solicitando assinatura do mesmo, realizando a aplicação do questionário. Após aplicação o pesquisador realizou atividade educativa, orientando os escolares quanto às prevenção, a importância de mantermos uma boa postura tanto no ambiente escolar como também fora do meio escolar.
Como análise opinativa, os dados da amostra foram analisados, tabulados e gráficos utilizando o software Microsoft Excel.
A realização deste estudo considerou a Resolução nº 510/16 do Conselho Nacional de Saúde que rege sobre a ética da pesquisa envolvendo seres humanos direta ou indiretamente, assegurando a garantia de que a privacidade do sujeito da pesquisa será preservada. Este projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário de Patos – UNIFIP. Após a concessão de sua aprovação, sob o parecer de número 7.400.103, todos sujeitos assinalaram ao TCLE aceitando participar da pesquisa para conseguir ter acesso ao questionário. A preservação da privacidade dos sujeitos foi garantida por meio do Termo de Compromisso do Pesquisador
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Participaram da pesquisa 20 escolares que cursam o ensino medio do 1º ao 3º ano, sendo 11 (55%) do sexo feminino, com predominância da faixa etária de 18-20 (100%), etnia/raça parda 16 (80%), com grau de escolaridade sendo do 3º ano (55%).
Tabela 1 – Perfil sociodemográfico e educacional dos estudantes
| Variáveis | 20 (100%) |
| Sexo | |
| Masculino | 9 (45%) |
| Feminino | 11 (55%) |
| Idade | |
| 18 anos | 15 (75%) |
| 19 anos | 2 (10%) |
| 20 anos | 3 (15%) |
| Etnia/Raça | |
| Branco | 4 (20%) |
| Pardo | 16 (80%) |
| Preto | 0 (0%) |
| Amarelo | 0 (0%) |
| Escolaridade (Ensino médio) | |
| Cursando o 1° ANO | 0 (0%) |
| Cursando o 2° ANO | 9 (45%) |
| Cursando o 3° ANO | 11 (55%) |
Fonte: Dados da pesquisa (2025)
Os achados do presente estudo, em que a maioria dos participantes são do sexo feminino e cursam o 3º ano do ensino médio, estão de acordo com os dados de Oliveira e Silva (2018), que destacam a maior participação de estudantes do sexo feminino em pesquisas educacionais realizadas no ensino médio. Além disso, a predominância da faixa etária entre 18 e 20 anos é compatível com o período esperado de conclusão desta etapa escolar, conforme descrito por Souza et al. (2020). Em relação à etnia/raça, observou-se predominância de estudantes pardos (80%), o que corrobora com os dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2019), que apontam a população parda como a maioria entre adolescentes e jovens matriculados no ensino médio em escolas públicas brasileiras.
Em relação aos hábitos cotidianos dos estudantes durante o período escolar – expresso na tabela 2, os escolares relataram que permanecem sentados por mais de 6 horas (40%) enquanto ao peso de transporte da mochila, percebe-se que é pesada (50%), com relação ao uso da mochila utilizando as duas alças (80%) visando o costume de corrigir a postura enquanto sentado (55%).
Tabela 2 – Hábitos cotidianos dos estudantes durante o período escolar
| Variáveis | 20 (100%) |
| Tempo que permanece sentado2h | 1 (5%) |
| 4h | 5 (25%) |
| 6h | 6 (30%) |
| Mais de 6h | 8 (40%) |
| Quanto ao peso da mochila escolar | |
| Percebe que é pesada | 10 (50%) |
| Utilizada com peso razoável | 6 (30%) |
| Baixo Peso | 4 (20%) |
| Como utilizar a mochila | |
| Com uma alça | 4 (20%) |
| Com as duas alças | 16 (80%) |
| Costuma corrigir a postura enquanto sentado? | |
| Sim | 11 (55%) |
| Não | 9 (45%) |
Fonte: Dados da pesquisa (2025)
A literatura científica evidencia que os hábitos cotidianos dos escolares, como o tempo prolongado em posição sentada e o transporte do material escolar, estão diretamente relacionados a alterações posturais e desconfortos musculoesqueléticos. Fernandes (2007) verificou que a utilização da mochila com duas alças contribui para melhor distribuição do peso e menor sobrecarga postural. Quixadá et al. (2011) destacaram que a percepção de peso excessivo da mochila está associada a desvios posturais, recomendando-se que o material transportado não ultrapasse 10 a 15% do peso corporal do estudante. De forma complementar, Melo-Marins et al. (2015) identificaram que a manutenção prolongada da postura sentada, aliada ao transporte inadequado da mochila, representa fator de risco para o desenvolvimento de dores e alterações posturais em escolares, corroborando os achados da presente investigação.
A fisioterapia desempenha papel fundamental na prevenção de alterações musculoesqueléticas em escolares, especialmente no que se refere à orientação sobre hábitos posturais adequados e ao correto carregamento de mochilas, visto que tais práticas reduzem o risco de sobrecarga e dores na coluna (Noll; Candotti; Vieira, 2013). Nesse sentido, a atuação preventiva do fisioterapeuta contribui para a educação postural, favorecendo a adoção de comportamentos saudáveis e promovendo a saúde integral dos estudantes (Souza; Lopes; Teixeira, 2017).
Referindo-se às queixas musculoesqueléticas demonstrados na tabela 3, apresenta-se quadro álgico, ou desconforto (95%), apresentando nível de dor segundo a escala de EVA entre 3 -7 (70%), sendo na maior parte a região da cervical (40%).
Tabela 3 – Queixas musculoesqueléticas
| Variáveis | 20 (100%) |
| Apresenta quadro álgicoSim | 19 (95%) |
| Não | 1 (5%) |
| Nível de dor (EVA) | |
| Mínima (1 a 2) | 4 (20%) |
| Moderada (3 a 7) | 14 (70%) |
| Intensa (8 a 10) | 2 (10%) |
| Qual região da coluna sente desconforto | |
| Cervical | 8 (40%) |
| Torácica | 6 (30%) |
| Lombar | 6 (30%) |
Fonte: Dados da pesquisa (2025)
A elevada prevalência de queixas musculoesqueléticas observada, especialmente em intensidade moderada e com maior acometimento da região cervical, é consistente com investigações que evidenciam relação entre posturas mantidas por tempo prolongado, sobrecarga postural e peso excessivo de mochilas escolares, fatores que contribuem para a manifestação de dor em adolescentes (Tremblay; Chéry; Bélanger, 2019). De modo semelhante, estudos têm indicado que as regiões cervical e lombar são as mais frequentemente afetadas, estando associadas não apenas a hábitos posturais inadequados, mas também ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos, o que favorece a recorrência de quadros álgicos e repercussões negativas sobre a qualidade de vida (Silva; Oliveira; Teixeira, 2021).
A Escala Visual Analógica (EVA) é amplamente utilizada para avaliação da intensidade da dor em diferentes contextos clínicos, por se tratar de um método simples, confiável e de fácil aplicação. Segundo Huskisson (1974), a EVA representa um recurso sensível e válido para mensurar a percepção subjetiva da dor, permitindo que o paciente indique de forma quantitativa a intensidade do sintoma. Dessa forma, a utilização da EVA auxilia tanto no diagnóstico quanto no acompanhamento da evolução clínica e na eficácia de intervenções terapêuticas.
Ao analisar os perfil postural e correção postural, sobre vista Anterior, cabeça alinhada 17 (85%), ombros nivelados 17 (85%), clavícula simétrica 18 (90%), joelhos normais 19 (95%), e pés normais 20 (100%). Vista Lateral, cabeça normal 11 (55%), cervical normal 12 (60%), lombar normal 16 (80%), pelve normal 20 (100%), joelhos normais 20 (100%). Vista Posterior, cabeça alinhada 19 (100%), ombros nivelados 17 (85%), escápulas simétricas 18 (90%), coluna cifótica 10 (50%), calcâneo simétricos 20 (100%). Avaliação da importância da correção postural, 19 (95%), deram notas entre 8 e 10 sobre a importância da correção postural.
Tabela 4 – Perfil postural e correção postural
| Variáveis | 20 (100%) |
| Vista Anterior | |
| Cabeça Alinhada | 17 (85%) |
| Ombros Nivelados | 17 (85%) |
| Clavícula Simétrica | 18 (90%) |
| Joelhos Normal | 19 (95%) |
| Pés Normal | 20 (100%) |
Vista Lateral | |
| Cabeça Normal | 11 (55%) |
| Cervical Normal | 12 (60%) |
| Lombar Normal | 16 (80%) |
| Pelve Normal | 20 (100%) |
| Joelhos Normal | 20 (100%) |
Posterior | |
| Cabeça Alinhadas | 19 (95%) |
| Ombros Nivelados | 17 (85%) |
| Escápulas Simétricas | 18 (90%) |
| Coluna Hipercifose | 10 (50%) |
| Calcâneo Simétricos | 20 (100%) |
| Como avalia a importância da correção postural | |
| Muito importante (8 a 10) | 19 (95%) |
| Pouco importante (3 a 7) | 1 (5%) |
| Sem importância (1 a 2) | 0 (0%) |
Fonte: Dados da pesquisa (2025)
A avaliação postural é fundamental para identificar desequilíbrios musculoesqueléticos e prevenir o desenvolvimento de dores crônicas e alterações funcionais. Segundo Kendall et al. (2007), a postura adequada é caracterizada pelo alinhamento dos segmentos corporais, garantindo equilíbrio, distribuição uniforme das cargas e menor gasto energético. Nesse sentido, os achados da presente pesquisa, em que a maioria dos escolares apresentou alinhamento satisfatório em regiões como joelhos (95%) e pés (100%), corroboram a importância de se manter uma postura correta para evitar compensações biomecânicas. Para Marques (2010), alterações posturais frequentes em jovens, como a hipercifose observada em 50% dos avaliados, podem estar associadas ao estilo de vida sedentário e hábitos escolares inadequados, exigindo atenção preventiva.
Além disso, a relevância da correção postural destacada pelos escolares (95% avaliaram como muito importante) reforça a percepção de que a postura impacta diretamente a qualidade de vida e o bem-estar. De acordo com Ferreira et al. (2009), a intervenção precoce por meio de orientação postural contribui para reduzir quadros álgicos, melhorar a estética corporal e aumentar a consciência corporal. Dessa forma, os resultados obtidos evidenciam consonância entre a literatura e a percepção dos estudantes quanto à importância da manutenção e correção da postura.
CONCLUSÃO
Os resultados desta pesquisa demonstraram que dentro do quantitativo analisado com (55%) dos alunos do 3º ano do ensino médio l, 40% permanece mais de 6 horas sentados(as), dentro da sala de aula, onde 50% percebem que carregam peso acima do recomendado dentro da mochila, e 40% não costumam corrigir a postura enquanto sentados(as) dentro do ambiente escolar, resultando em 95% o número de alunos que apresentam algum nível de quadro álgico presente, esse nível resultando 70% que informaram dor Moderada entre 3 a 7 na escala de EVA, destacam-se 40% desses incômodos ou dor na região cervical. Esses números reafirmam a hipótese que o período em que os escolares passam dentro do ambiente escolar, gera alguns perfis posturais atribuídos a má postura, consequentemente contribuindo como fatores que podem levar à distúrbios osteomusculares.
A presente pesquisa cumpriu-se seus objetivos em analisar os perfil posturais e distúrbios osteomusculares relacionados ao ambiente escolar, destacando a importância da Fisioterapia tanto dentro do ambiente escolar, quanto na atenção primária, ressaltando a Ergonomia e mais ainda a Fisioterapia Musculoesquelética. A Fisioterapia cada dia mais mostra o quanto é necessária e valioso em quaisquer níveis de atenção à saúde, desde primária até a terciária.
REFERÊNCIAS
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