DISTÚRBIOS ENDÓCRINOS: PADRÃO DE INTERNAÇÕES POR DOENÇAS ENDÓCRINAS EM PATOS DE MINAS ENTRE 2020 E 2024

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202411300641


Sarah Afonso Pereira1;
Camily Isadora Melo Gontijo1;
Mateus Rodrigues de Deus1;
Karyna Maria de Mello Locatelli2


Resumo: Este estudo teve como objetivo analisar o padrão de internações por doenças endócrinas nutricionais e metabólicas, como Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), no município de Patos de Minas (MG) com base em dados do Sistema de Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS) de 2020 a 2024. Os distúrbios metabólicos, como o DM2 e a HAS, resultam da desregulação dos processos bioquímicos que mantêm o equilíbrio energético do corpo, e são fatores de risco importantes para diversas patologias, incluindo doenças cardiovasculares e síndrome coronariana aguda. O estudo revelou uma tendência crescente de internações por doenças endócrinas à medida que a faixa etária aumenta, destacando maior suscetibilidade dos idosos a distúrbios metabólicos devido ao envelhecimento celular e sistêmico. Os resultados apontaram para uma maior prevalência de internações em mulheres ao longo do período estudado, embora os homens apresentem uma maior incidência de DM2 e HAS isoladamente. Quanto à etnia, a população parda foi a mais afetada pelas doenças endócrinas, representando 45,94% dos casos, seguida pela população branca. Em conclusão, o estudo evidenciou que fatores sociodemográficos, como idade, sexo e etnia, influenciam significativamente no padrão de internações por distúrbios endócrinos e metabólicos. Esses resultados reforçam a importância de políticas públicas de saúde que considerem essas variáveis, visando a prevenção e o tratamento mais eficazes dessas doenças, especialmente em grupos etários, sexuais e étnicos vulneráveis. 

Abstract: This study aimed to analyze the pattern of hospitalizations for nutritional and metabolic endocrine diseases, such as Type 2 Diabetes Mellitus (DM2) and Systemic Arterial Hypertension (SAH), in the city of Patos de Minas (MG), based on data from the Health System. SUS Hospital Morbidity (SIH/SUS) from 2020 to 2024. Metabolic disorders, such as DM2 and SAH, result from the deregulation of biochemical processes that maintain the body’s energy balance, and are important risk factors for several pathologies, including cardiovascular diseases and acute coronary syndrome. The study revealed an increasing trend in hospitalizations for endocrine diseases as the age group increases, highlighting the greater susceptibility of the elderly to metabolic disorders due to cellular and systemic aging. The results pointed to a higher prevalence of hospitalizations in women throughout the studied period, although men had a higher incidence of DM2 and SAH alone. Regarding ethnicity, the brown population was the most affected by endocrine diseases, representing 45.94% of cases, followed by the white population. In conclusion, the study showed that sociodemographic factors, such as age, sex and ethnicity, significantly influence the pattern of hospitalizations for endocrine and metabolic disorders. These results reinforce the importance of public health policies that consider these variables, aiming for more effective prevention and treatment of these diseases, especially in vulnerable age, sexual and ethnic groups.

Palavras-chaves: distúrbios endócrinos; metabolismo; internações.

1 INTRODUÇÃO

O metabolismo é o conjunto de todos os processos químicos que acontecem no corpo humano, que tem por objetivo suprir as necessidades energéticas do organismo. O controle desses processos obedece a um delicado equilíbrio que envolve diversos órgãos e vias metabólicas que visam nutrir o corpo, sintetizar moléculas estruturais e garantir substrato energético para que todas as células do corpo desempenhem suas funções com excelência. (Melmed et. al, 2020) 

Dessa forma, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (2011) define distúrbios metabólicos, como por exemplo Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), como o resultado da desregulação das reações bioquímicas que acontecem nas células no processo de obter energia.

No caso da DM2 há uma alteração expressiva no controle dos níveis de glicose séricos devido a defeitos na secreção e atuação da insulina, ocasionando uma resistência periférica a esse hormônio pancreático no organismo. (Jain; Jacobson, 2022) A Federação Internacional de Diabetes estima que a prevalência dessa doença no Brasil seja de 10,4%, sendo que desses 90% são casos de DM2. 

Além disso, distúrbios metabólicos podem desencadear elevação dos níveis pressóricos sistêmicos, podendo levar ao desenvolvimento de HAS. Valores de pressão arterial maiores do que o considerado fisiológico (120/80 mmHG) são colocados como fatores de risco importantes para muitas doenças globais, especialmente doenças vasculares e cardíacas. (Gorostidi et.al, 2022) 

No cenário atual, o controle de doenças que envolvem os processos metabólicos humanos é de importância inquestionável para a prevenção de outras patologias como: síndrome coronariana aguda, doença cardiovascular aterosclerótica, dislipidemias, entre outros. (Arrieta et.al, 2021)

Diante do crescente aumento de casos dos dois distúrbios metabólicos citados anteriormente no Brasil e no mundo, esse estudo tem por objetivo identificar a incidência dessas doenças no município de Patos de Minas (Minas Gerais), de modo a entender o perfil metabólico da cidade e analisar o número de internações por essas doenças endócrinas.

2 METODOLOGIA

2.1 Delineamento do estudo

Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, do tipo transversal. Foi realizado levantamento dos casos de internações por doenças nutricionais e metabólicas, delimitando DM2 e HAS registrados no Sistema de Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS) – registrados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde- DATASUS, na região de Patos de Minas no período de 2020 a 2024.

2.2 Aspectos éticos

Por se tratar de um banco de domínio público, não foi necessário submissão e aprovação do projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).

2.3 Local da pesquisa

Os dados foram coletados do Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS), disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), disponíveis no endereço eletrônico (http://www.datasus.gov.br) correspondentes ao município de Patos de Minas no período de 2020 a 2024.

Para complementar as informações sobre Educação, Trabalho, Economia, População, Saúde e Território, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi consultado, através do endereço eletrônico (https://ibge.gov.br/).

2.4 Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada no mês de novembro do ano de 2024. Foram coletados os dados referentes às variáveis: sexo, idade, etnia. A amostra foi estratificada do número de casos registrados sobre doenças endócrinas nutricionais e metabólicas ocorridos em Patos de Minas, sendo um total de 640 no período de 2020 a 2024.

2.5 Análise dos dados

Inicialmente, os dados foram alocados em uma tabela no Microsoft Excel.

Os dados foram apresentados em tabelas e gráficos.

2.6 Literatura Complementar

O trabalho foi realizado nas seguintes etapas: (I) pesquisa bibliográfica, (II) análise e coleta de dados a respeito das internações por doenças nutricionais e metabólicas (III), cruzamento de dados entre as variáveis e casos de DM2 e HAS no município de Patos de Minas entre 2020 a 20204.

Além disso, para complementariedade dos dados, as seguintes bases de dados foram consultadas: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS); National Library of Medicine (PubMed MEDLINE), Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), EbscoHost. Realizou-se o cruzamento dos descritores “Diabetes Mellitus”; “Hipertensão”; “Metabolismo”; “Doenças Endócrinas”. A busca foi realizada no mês de outubro de 2024. Foram considerados estudos publicados no período compreendido entre 2020 e 2024.

A estratégia de seleção dos artigos seguiu as seguintes etapas: busca nas bases de dados selecionadas; leitura dos títulos de todos os artigos encontrados e exclusão daqueles que não abordavam o assunto; leitura crítica dos resumos dos artigos e leitura na íntegra dos artigos selecionados nas etapas anteriores.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A primeira variável analisada foi a relação entre a idade e a incidência dos casos. Os dados apresentados no Gráfico 1 revelam uma tendência crescente das internações por doenças endócrinas nutricionais e metabólicas acompanhando o aumento da faixa etária ao longo do período analisado, com destaque para o maior número entre 60 a 69 anos, representando 16,25%.

Gráfico 1: Internações por doenças endócrinas nutricionais e metabólicos nos anos de 2020 a agosto de 2024 por faixa etária

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

Além disso, foi possível perceber que 58,44% dos casos incluem diagnósticos de Diabetes Mellitus (DM) e Hipertensão essencial (hipertensão arterial sistêmica), sendo o restante dos casos de hipotireoidismo, hipertireoidismo, obesidade, entre outras. Entretanto, restringindo aos casos de internações por DM e HAS, a faixa etária mais acometida é entre 50 e 59 anos, representando 17,11%, de acordo com o Gráfico 2.

Gráfico 2- Internações por doenças endócrinas nutricionais e metabólicos (Diabetes mellitus, Hipertensão essencial primária) nos anos de 2020 a agosto de 2024 por faixa etária

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

Por outro lado, ao analisar o padrão de internações por outros transtornos endócrinos nutricionais e metabólicos nos anos de 2020 a 2024 por faixa etária, foi possível observar que o maior número de casos acomete os indivíduos a partir de 80 anos, conforme o Gráfico 3.

Gráfico 3: Internações por outros transtornos endócrinos nutricionais e metabólicos nos anos de 2020 a agosto de 2024 por faixa etária

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

As informações coletadas apontaram relações diretas entre o envelhecimento e a susceptibilidade do indivíduo apresentar algum distúrbio endócrino no geral e ser internado, embora foi possível analisar uma expressiva redução dos casos de hipertensão arterial e diabetes mellitus a partir dos 80 anos de idade. Essa proporcionalidade direta é justificada pela redução da funcionalidade fisiológica e deterioração sistêmica tecidual, o que aumenta índices de morbidade e de mortalidade.

Amorim et al. (2022), relatam evidências indicando que o processo de envelhecimento esteja cada vez mais associado a uma complexa cascata de alterações celulares e sistêmicas. Com o avanço da idade, há uma crescente instabilidade genômica, aumento de células senescentes e modificações genéticas que comprometem a funcionalidade dos diversos tecidos elevando a incidência de doenças endócrinas na população idosa.

Nesse sentido, outro aspecto importante para a interpretação dos dados foi a diferenciação entre os sexos dos pacientes. Diante disso, análise do Gráfico 4 revela uma variação significativa nos dados ao longo do período observado, de acordo com o sexo. Inicialmente, nota-se uma tendência de prevalência do sexo feminino, representando 56%.

Gráfico 4: Internações por doenças endócrinas nutricionais e metabólicos nos anos de 2020 a agosto de 2024 por sexo

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

No entanto, ao analisar os dados das internações por doenças endócrinas nutricionais e metabólicas, restringindo as patologias Diabetes Mellitus e Hipertensão essencial primária (HAS), é possível perceber que o sexo masculino se encontra mais acometido, representando 52% dos casos conforme o Gráfico 5.

Gráfico 5- Internações por doenças endócrinas nutricionais e metabólicos (Diabetes mellitus, Hipertensão essencial primária) nos anos de 2020 a agosto de 2024 por sexo

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

Ademais, ao avaliar o Gráfico 6, que apresenta as internações por outros transtornos endócrinos nutricionais e metabólicos, o sexo masculino também representa a maioridade de casos, com 60%.

Gráfico 6: Internações por outros transtornos endócrinos nutricionais e metabólicos nos anos de 2020 a agosto de 2024 por sexo

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

Diante de diferenças hormonais, metabólicas e comportamentais entre pessoas do sexo feminino e pessoas do sexo masculino, pode-se afirmar que existem especificidades para a prevalência de doenças endócrinas que variam de acordo com o gênero. Um estudo de 471.998 indivíduos realizado na Inglaterra pelo UK Biobank evidenciou que é importante traçar estratégias específicas para o tratamento das complicações de distúrbios metabólicos em cada sexo. A principal justificativa para isso é o fato de que os fatores que agravam as doenças em mulheres são principalmente idade avançada, tabagismo e HAS e em homens disfunções lipídicas. (Millett; Peters; Woodward, 2022). Nessa mesma linha de raciocínio, outra pesquisa realizada nos Estados Unidos da América indicou que os riscos para doença cardiovascular nas mulheres se iniciam com níveis de hipertensão arterial mais baixo que nos homens, indicando a suscetibilidade feminina de sofrer mais rapidamente com complicações da HAS (Ji H et.al, 2021).

Os dados encontrados na cidade de Patos de Minas corroboram com as informações encontradas na literatura, de modo que de um total de 640 registros de internações doenças endócrinas e metabólicas nutricionais, 56% eram mulheres e 44% homens. Dessa maneira, pode-se inferir que a prevalência desses distúrbios tem sido maior no público feminino nos últimos anos. Essa condição pode ser explicada principalmente por fatores relacionados aos hormônios femininos e suas oscilações ao longo da vida (puberdade, idade reprodutiva, gestação e menopausa), que podem cursar com a fisiopatologia de doenças como dislipidemia e diabetes (Meinert; Thomopoulos; Kreutz, 2023).

O último aspecto analisado foi a etnia, e por meio da análise da Tabela 1 mostra que, ao longo do período selecionado, houve uma variação clara no padrão de internações de doenças endócrinas nutricionais e metabólicas, com prevalência da população parda, que representa 45,94% dos casos. Esse padrão sugere que as etnias influenciam diretamente os dados. Essa informação é crucial para entender o comportamento da variável e indicar uma possível prevalência.

Tabela 1: Internações por doenças endócrinas nutricionais e metabólicos nos anos de 2020 a agosto de 2024 por etnia

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

Além disso, quando dentro dessas doenças foi possível restringir as patologias Diabetes Mellitus (DM) e Hipertensão essencial primária (HAS), foi possível identificar também uma maior concentração de dados na etnia parda, que representa 44,12% dos dados obtidos de acordo com a Tabela 2.

Tabela 2: Internações por doenças endócrinas nutricionais e metabólicos (Diabetes mellitus, Hipertensão essencial primária) nos anos de 2020 a agosto de 2024 por etnia

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

Por fim, quando analisados os dados de internações por outros transtornos endócrinos nutricionais e metabólicos, percebe-se que, de acordo com a Tabela 3, a etnia parda representa 52,83% dos casos. Isso indica que a maioria dos casos ocorre em na etnia parda, o que comprova que a etnia influencia diretamente os dados.

Tabela 3: Internações por outros transtornos endócrinos nutricionais e metabólicos nos anos de 2020 a agosto de 2024 por etnia

Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

Os dados da pesquisa apontaram para diferenças significativas nas taxas de internações por distúrbios endócrinos nas diferentes etnias, revelando maiores números em pessoas pardas se comparadas com pessoas brancas. Essa disparidade tem etiologia multifatorial, reforçando que existem determinantes sociais em saúde capazes de interferir no número de pacientes acometidos.

De acordo com um estudo realizado nos Estados Unidos da América, não é possível separar essas doenças dos fatores socioeconômicos que as influenciam. Sendo assim, a pesquisa revelou que pessoas negras e pardas são expostas com mais frequência a disjuntores endócrinos que podem gerar impactos negativos nas taxas normais de metabolismo, tornando-os mais propícios a desenvolver doenças (Attina et. al, 2021). Nessa mesma linha de pesquisa, de acordo com um estudo realizado no Distrito Federal, que buscou avaliar as tendências sociais do ganho de peso, também foi encontrada uma diferença expressiva nos resultados de exames de pacientes com síndrome metabólica quando se leva em consideração fatores sociodemográficos, como etnia e escolaridade (Silva et.al, 2020).

4 CONCLUSÃO

Os resultados obtidos na presente pesquisa indicam que a incidência de doenças endócrinas nutricionais e metabólicas é diretamente influenciada pela idade, sexo e etnia, com padrões distintos observados nas internações em diferentes faixas etárias, gêneros e grupos étnicos.

Em relação à faixa etária, verificou-se uma tendência crescente da incidência de internações por distúrbios endócrinos com o avanço da idade, com destaque para os indivíduos entre 60 e 69 anos, que apresentaram a maior prevalência dessas doenças. Este achado está alinhado com a literatura que aponta para a maior suscetibilidade dos idosos ao desenvolvimento de condições como Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial Sistêmica, em virtude das alterações fisiológicas associadas ao envelhecimento. Contudo, observa-se uma redução dos casos dessas doenças a partir dos 80 anos, o que pode ser explicado pela deterioração da função sistêmica e redução da sobrevida dessa faixa etária.

No que diz respeito ao sexo, os dados revelaram uma prevalência das internações por doenças endócrinas em mulheres ao longo do período analisado, embora, quando restritos aos casos de Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial Sistêmica, o sexo masculino tenha mostrado maior número de ocorrências. Esses resultados refletem as diferenças hormonais e metabólicas entre os sexos, além das influências comportamentais e sociais que podem afetar a saúde de homens e mulheres de maneira distinta.

A análise feita em relação à etnia também demonstrou que a população parda é a mais afetada pelos distúrbios endócrinos nutricionais e metabólicos, com uma prevalência significativa em comparação com as populações branca, preta e amarela. Essa disparidade pode estar relacionada a fatores socioeconômicos e ambientais que influenciam diretamente a saúde dessa população, como a exposição a fatores de risco específicos e o acesso desigual a cuidados de saúde adequados.

Os dados da pesquisa sugerem que os fatores sociodemográficos, como idade, sexo e etnia, desempenham papéis cruciais na prevalência e distribuição das internações por doenças endócrinas nutricionais e metabólicas. A associação entre esses determinantes e as condições de saúde revela a complexidade dos fatores que influenciam a incidência dessas patologias, além de destacar a necessidade de estratégias de prevenção e intervenção que considerem essas variáveis para otimizar o cuidado à população, especialmente a mais vulnerável.

Por fim, os resultados encontrados reforçam a importância de continuar investigando os fatores que influenciam a saúde endócrina da população, a fim de desenvolver políticas públicas mais eficazes e direcionadas às necessidades específicas de cada grupo etário, sexo e etnia, visando a redução das desigualdades em saúde e a melhoria da qualidade de vida da população afetada por essas condições.

REFERÊNCIAS

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SILVA, L. et al. Tendência temporal da prevalência do excesso de peso e obesidade na população adulta brasileira, segundo características sociodemográficas, 2006-2019. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 2020.


1Discente do curso de Medicina do Centro Universitário de Patos de Minas -UNIPAM.

2Docente do Centro Universitário de Patos de Minas -UNIPAM.