REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202506171145
Joselia Maria Pereira dos Santos1
RESUMO
A matemática é uma ciência exata que se faz presente em várias atividades da vida cotidiana da sociedade. Tem fama de difícil e por isso mesmo muitas pessoas sentem aversão à ela. Os números, por exemplo, estão presentes em todo momento, as pessoas fazem contas toda hora, todos os dias, muitas das vezes sem perceber. Até as pessoas que detestam matemática percebem que os números apresentam-se para ajudar nas atividades diárias. Desta forma, o processo de ensino e aprendizagem da matemática precisa enfatizar a importância de tal ciência para o processo formativo do aluno e promover uma aprendizagem significativa, onde consiga relacionar os conteúdos matemáticos explanados em sala de aula com a realidade vivenciada, aplicando-os na resolução de problemas. No Ensino Fundamental, a maioria dos alunos apresentam dificuldades na realização e aprendizagem das quatro operações com números naturais (adição, subtração, multiplicação e divisão), tais dificuldades aumentam e tornam-se mais perceptíveis à medida em que progridem de série. Tais dificuldades podem ter como fatores influenciadores: cognitivos, culturais, socioeconômicos, metodológicos e emocionais. Diante disso, a pesquisa teve como objetivo compreender os fatores que dificultam o aprendizado das quatro operações básicas de matemática dos alunos do sexto ano de uma escola pública da rede estadual da Cidade de Manaus-AM. Para a coleta de dados realizada no ano de 2021, foram utilizados testes diagnósticos, formulários para alunos e professor e a aplicação de um jogo.
Palavras-chave: Matemática. Aprendizagem. Quatro operações. Dificuldades de aprendizagem. Jogos.
ABSTRACT
Mathematics is an exact science that is present in many activities of everyday life in society. It has a reputation for being difficult, which is why many people dislike it. Numbers, for example, are present at all times; people do calculations all the time, every day, often without realizing it. Even people who hate math realize that numbers are there to help with daily activities. Therefore, the teaching and learning process of mathematics needs to emphasize the importance of this science for the student’s formative process and promote meaningful learning, where students can relate the mathematical content explained in the classroom to the reality they experience, applying it to problem-solving. In elementary school, most students have difficulty performing and learning the four operations with natural numbers (addition, subtraction, multiplication, and division); these difficulties increase and become more noticeable as they progress through the grades. Such difficulties can be influenced by cognitive, cultural, socioeconomic, methodological, and emotional factors. In view of this, the research aimed to understand the factors that hinder the learning of the four basic mathematical operations by sixth-grade students at a public school in the state network of the city of Manaus-AM. For data collection carried out in 2021, diagnostic tests, forms for students and teachers, and the application of a game were used.
Keywords: Mathematics. Learning. Four operations. Learning difficulties. Games.
INTRODUÇÃO
Os índices negativos de aproveitamento da Matemática no Ensino Fundamental têm despertado preocupações em todo território nacional nos últimos anos, pois estes resultados são indicativos da necessidade de averiguação dos fatores que interferem no aprendizado dos alunos. Sugerem também a reflexão de novas estratégias curriculares que possibilitem a utilização de jogos lúdicos nesta disciplina. No estado do Amazonas, bem como em sua capital Manaus, os resultados não são diferentes – embora devamos considerar as particularidades territoriais, culturais e educativas desta região – percebe-se que os alunos do sexto ano de uma escola pública da rede estadual localizada na Zona Leste da Cidade de Manaus também apresentam dificuldades de aprendizado do ensino da matemática, sobretudo com as quatro operações básicas.
A inquietação que deu origem à pesquisa surge a partir de diversos fatores referentes ao processo de ensino aprendizagem e da atuação docente frente às turmas das séries finais do ensino fundamental, especificamente o sexto ano. Foi observado que os alunos de ensino fundamental sentem dificuldades em compreender a disciplina de matemática, sendo que uma das principais carências está nas quatro operações com os números naturais. Muitos alunos não conseguem entender todas as etapas ocorridas durante o processo de resolução, na elaboração das expressões e nas operações básicas de adição, subtração, multiplicação e divisão.
Considera-se que devido ao grande número de alunos oriundos da rede municipal de ensino e da precariedade da estrutura de muitas escolas municipais, os alunos não conseguem atingir a aprendizagem adequada para conseguir dominar de fato as quatro operações básicas da matemática. Também importa salientar que fatores externos de ordem social, econômica, cultural e de saúde corroboram para a defasagem na aprendizagem das operações básicas. E por fim é preciso considerar outros métodos para o ensino das operações básicas como alternativa para amenizar e até sanar o déficit causado pela baixa aprendizagem nas operações básicas da matemática, que é o uso dos jogos como didática de aprendizagem. Partimos do entendimento que os jogos podem auxiliar com a redução dessa defasagem, quando se consegue compreender os principais fatores da mesma.
Diante dessa conjuntura, a pesquisa teve como objetivo compreender os fatores que dificultam o aprendizado dos alunos do 6º ano de uma escola pública da rede estadual de ensino da Zona Leste da Cidade de Manaus – Amazonas nas quatro operações de matemática. Também buscou em seus objetivos específicos identificar a situação de aprendizagem que os alunos chegam no ensino fundamental II em relação ao conhecimento das operações básicas de Matemática e avaliar se a aplicação de jogos nas atividades educativas pode melhorar o aprendizado nas operações básicas de matemática.
O ENSINO/APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA E OS FATORES QUE INFLUENCIAM NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
O termo “Matemática” deriva da palavra grega “matemathike”. “Mathema” significa compreender, explicar, conhecimento, aprendizagem, ciência; “Thike” significa técnica, arte. Historicamente os dois principais objetos de estudo da matemática são os números e a geometria, neste sentido pode-se dizer que a Matemática é a arte/técnica de compreender os números e as formas geométricas. A matemática na Grécia Clássica foi estruturada pelos pensadores como modo de pensar, exercendo um papel fundamental no modo do homem entender o mundo, sendo atribuída a ela – pelos próprios gregos – a essência do conhecimento.
A matemática é produto das transformações sociais, habituando-se para atender as necessidades de cada período e situação, nos âmbitos social, político, cultural e econômico de cada sociedade, tornando-se um conhecimento importante e necessário que deve ser utilizado em atividades do cotidiano. Portanto, a evolução e transformação dos conteúdos matemáticos se deu a partir da sociedade, do mesmo modo que a matemática teve e tem papel importante no desenvolvimento da sociedade.
No decorrer de sua trajetória na educação brasileira, a matemática passou por diversas modificações nos conteúdos a serem ensinados e nos métodos de ensino, apesar disso, a disciplina ainda apresenta problemas e desafios no processo de ensino e aprendizagem, tanto para alunos quanto para professores.
Os problemas do ensino básico são uma realidade em todo o território nacional brasileiro. É dado conhecido que a educação básica vem sofrendo com uma queda do índice de aprendizagem, principalmente no ensino da matemática. Segundo os dados do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) de 2007 à 2017, caiu de 9,8% para 9,1% e o déficit de aprendizagem em matemática chega à 96% considerando todas as séries do ensino regular básico.
Nas séries do Ensino Fundamental é onde a dificuldade de aprendizagem em Matemática torna-se mais perceptível. Segundo Berti e Carvalho (2007, p. 2) “muitas crianças completam a primeira e ingressam na segunda fase do ensino fundamental apresentando problemas conceituais elementares, relacionados ao sistema de numeração decimal e às quatro operações básicas”. Desse modo, pode-se considerar que os alunos que não conseguirem assimilar esses conceitos básicos, principalmente o das quatro operações, apresentarão dificuldades na aprendizagem de outros conteúdos matemáticos.
É notável que a deficiência no processo de ensino aprendizagem nas séries dos anos iniciais acarretam impactos que são percebidos não só nas séries seguintes do ensino fundamental, mas produz um déficit de aprendizagem que acompanhará o aluno por toda sua vida acadêmica e também na sua vida cotidiana.
As dificuldades de aprendizagem da Matemática enfrentadas pelos alunos do Ensino Fundamental sofrem influências de diversos fatores tais como: cognitivos (transtornos de aprendizagem – Transtorno do Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade (TDA/TDAH), dislexia, discalculia dentre outros); socioeconômicos (pobreza, acompanhamento ou não da família para com a vida escolar do aluno); metodológicos (metodologias e recursos utilizados pelo professor); emocionais (medo/aversão à Matemática, ou seja, matofobia). Essas dificuldades são expressas, principalmente, no desempenho dos alunos nas avaliações, nas quais a maioria apresenta notas baixas.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais da Matemática para o Ensino Fundamental (Brasil,1997, p. 15),
O ensino de Matemática costuma provocar duas sensações contraditórias, tanto por parte de quem ensina, como por parte de quem aprende: de um lado, a constatação de que se trata de uma área de conhecimento importante; de outro, a insatisfação diante dos resultados negativos obtidos com muita frequência em relação à sua aprendizagem.
O ensino da matemática na escola na atualidade foca-se nas regras, fórmulas, e algoritmos, além dos cálculos que possuem complexidades tais como sua rigidez e seu caráter disciplinador que exigem resultados exatos, precisos, prontos e acabados. Esse formato de ensino torna a disciplina no contexto escolar como algo cansativo e possível de entendimento somente para “gênios”, o que acaba por desestimulando os alunos, principalmente aqueles que apresentam dificuldades na aprendizagem da Matemática.
Ainda permanece a tradicional aula expositiva, onde o professor aborda os tópicos mais importantes e suficientes de certo conteúdo na lousa, o aluno copia em seu caderno e tenta resolver uma série de exercícios reproduzindo o que o professor abordou. Nota-se que muitas vezes o ensino da Matemática na atualidade tem como princípios a memorização e repetição, onde o aluno apenas reproduz sem de fato aprender o que lhe foi repassado.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (1998) buscam modificar o quadro em que a Matemática se apresenta como uma das disciplinas que mais seleciona os alunos que vão ou não concluir o Ensino Fundamental, como também contribuir para a promoção de um ensino de qualidade bem como significativamente para o processo de formação do aluno em cidadão. Destaca-se ainda que o ensino da Matemática apresenta situações que se tornam obstáculos para o processo de aprendizagem, tais como:
- O tratamento isolado dos conteúdos muitas vezes abordados apenas em um único momento. Não se leva em consideração que para o aluno aprender um determinado conteúdo, é preciso que seja capaz de visualizá-lo e relacioná-lo com outros conteúdos.
- Não considerar o conhecimento prévio do aluno: é de fundamental importância considerar que o aluno não chega à escola como um “ser vazio”, ele possui conhecimentos adquiridos no seu cotidiano e nas relações com a família e comunidade. Tais conhecimentos na maioria das vezes são subestimados e o ensino da matemática ocorre de forma esquemática sem explorar o arcabouço de conhecimento dos alunos.
- Interpretação equivocada do contexto cotidiano do aluno: refere-se ao que se supõe que faz parte da vida cotidiana do aluno. Não se pode negar que as situações vivenciadas no dia a dia possuem grande importância como exemplos práticos dos conteúdos de matemática, porém para promover a aprendizagem de tais conteúdos torna-se necessário que sejam explorados também em outros contextos. Isto porque conteúdos importantes podem ser desconsiderados por serem julgados como não pertencentes a realidade dos alunos, logo não serão de interesse destes.
Essas e outras situações influenciam no processo de aprendizagem de matemática dos alunos, principalmente no desempenho escolar insatisfatório, apresentando altas taxas de reprovação ou de baixo rendimento que interferem na conclusão ou não do Ensino Fundamental.
OS JOGOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO PARA A APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA
A Matemática está presente em várias situações do dia a dia mesmo que as pessoas não a percebam, dessa forma muitos alunos se perguntam qual a utilidade dos conteúdos ensinados em sala de aula na vida cotidiana, muitas vezes não conseguem perceber e por esse motivo desmotivam-se e desinteressam-se pela disciplina.
Ensinar a matemática vai muito além da aplicação de conteúdo de uma grade curricular. É buscar meios para que possibilitem um aprendizado dinâmico e atrativo, além de potencializar o aluno para a utilização prática do conhecimento adquirido em seu cotidiano. É pensando nesta possibilidade e de experiências já vividas no meio escolar, que se destaca quão é importante compreender quais são as principais dificuldades dos alunos na aprendizagem de matemática e como maneiras inovadoras podem colaborar para que os discentes desenvolvam um processo de aprendizagem satisfatório.
No debate atual, mas não tão recente sobre o ensino da Matemática, esta questão da necessidade da utilização de novas estratégias e metodologias para o ensino em sala de aula se faz bastante presente.
Dentre as diversas estratégias e metodologias de ensino tem-se os jogos. Não é possível aqui datar com exatidão, mas não é recente a inserção dos jogos nas salas de aulas como recurso no processo de ensino e aprendizagem, não só no sentido de ser utilizado como diversão, mas também como potencializador da aprendizagem de conteúdos das diversas disciplinas escolares.
De acordo com os PCN (1998, p. 46):
Os jogos constituem uma forma interessante de propor problemas, pois permitem que estes sejam apresentados de modo atrativo e favorecem a criatividade na elaboração de estratégias de resolução e busca de soluções. Propiciam a simulação de situações problema que exigem soluções vivas e imediatas, o que estimula o planejamento das ações; possibilitam a construção de uma atitude positiva perante os erros, uma vez que as situações se sucedem rapidamente e podem ser corrigidas de forma natural, no decorrer da ação, sem deixar marcas negativas.
A brincadeira e o jogo, possibilitam que a criança desenvolva um entendimento sobre a dinâmica da sociedade, sobre a funcionalidade dos objetos, exercitando sua criatividade e imaginação, aprendendo a respeitar regras, limites e o próximo, ao mesmo tempo que possibilita que interaja socialmente e construa relações sociais.
Partindo dessa ideia, Macedo (2005) apresenta cinco indicadores que possibilitam perceber a presença do lúdico nos processos de aprendizagem e de desenvolvimento a partir da utilização dos jogos nas atividades escolares. Os indicadores são os seguintes:
- Terem prazer funcional: a criança realiza tarefas e faz as atividades pelo prazer lúdico ou funcional. Os jogos e as brincadeiras são fins em si mesmo. Brinca-se ou joga-se porque é divertido e desafiador, e não porque se quer aprender algum conteúdo escolar ou ficar mais inteligente.
- Serem desafiadoras: situações-problema como forma de promover a aprendizagem. A maioria dos jogos apresentam uma situação-problema a ser resolvida, o que exige do jogador alguma aprendizagem e/ou esforço para encontrar a melhor solução.
- Criarem possibilidades ou disporem delas: as tarefas e atividades devem ser necessárias e possíveis de serem realizadas, mesmo com erros e resultados não satisfatórios. Tarefas e atividades impossíveis de serem realizadas geram respostas vagas, desculpas, desinteresse e sentimento de fracasso.
- Possuírem dimensão simbólica: as tarefas e atividades são motivadas e históricas. A criança quando brinca atribui significados aos objetos, simula situações e pessoas que fazem sentido para ela, expressando como percebe o mundo.
- Expressarem-se de modo construtivo ou relacional: é considerar algo, como por exemplo, realizar tarefas e atividades de diversas e diferentes perspectivas. O erro faz parte dessa dimensão, não seguir um roteiro, uma ordem, faz parte do lúdico.
A partir disso, pode-se considerar que os jogos possibilitam o desenvolvimento de habilidades, sentimentos e pensamentos. A criança aprende a se relacionar com os envolvidos, a trabalhar em equipe, é desafiada pelas regras e pelos objetivos, pensa e elabora estratégias para solucionar as situações-problema exigidas pelos jogos, o que estimula o seu raciocínio.
Antunes (2014), em seu estudo acerca da utilização do jogo como instrumento para estimular às áreas das múltiplas inteligências, emprega o termo jogo “como um estímulo ao crescimento, como uma astúcia em direção ao desenvolvimento cognitivo e aos desafios do viver, e não como uma competição entre pessoas ou grupos que implica vitória ou derrota” (Antunes, 2014, p.11).
O jogo nesse sentido, apresenta uma outra dimensão além da de um instrumento de competição, a de possibilitador de desenvolvimento de habilidades e inteligências nos indivíduos que são de suma importância para o seu desenvolvimento integral.
No ambiente escolar o jogo ganhou um importante espaço como instrumento ideal de aprendizagem, estimulando o interesse do aluno, esse que no processo de aprendizagem passa a ser o protagonista, na medida em que seus interesses, suas experiências, descobertas, conhecimentos e ações se tornam os fatores que comandam esse processo.
Importa salientar que não basta utilizar um jogo qualquer em sala de aula, é preciso que o professor planeje sua ação, que tenha os objetivos bem definidos, que saiba selecionar os jogos que possibilitem atingir os objetivos propostos, que observe o desenvolvimento da atividade e dos alunos, interferindo e orientando quando necessário, questionando às ações e promovendo a reflexão dos alunos. A utilização do jogo se desprovida da intencionalidade pedagógica e sem explorar seus aspectos educativos, perde grande parte de sua potencialidade.
Segundo Antunes (2014, p.38):
Nem todo jogo é um material pedagógico. Em geral, o elemento que separa um jogo pedagógico de um outro de caráter apenas lúdico é que os jogos ou brinquedos pedagógicos são desenvolvidos com a intenção explícita de provocar uma aprendizagem significativa, estimular a construção de um novo conhecimento e, principalmente, despertar o desenvolvimento de uma habilidade operatória.
Deve-se programar a utilização dos jogos se somente se apresentarem como um instrumento eficiente para se alcançar determinado objetivo, deve ser desafiador e despertar o interesse dos alunos, bem como possível de ser realizado e solucionado, para que não desperte cansaço, tédio e desinteresse nos alunos por não conseguirem chegar a um resultado. É necessário que ao aplicá-los, o professor tenha a capacidade crítica de perceber se é possível manter a atividade, caso contrário, deve alterar ou substituir o jogo ao notar que está se distanciando dos objetivos previamente definidos.
Somente dessa forma é que o jogo possibilitará que novos conhecimentos sejam construídos, que os já trabalhados sejam aprofundados e a revisão de conceitos e teorias já aprendidos. Se bem trabalhado, o jogo também possibilita desenvolver nos alunos as capacidades de organização, análise, reflexão, argumentação, socialização, respeito às regras, trabalhar em equipe dentre outras habilidades.
Abordagens didáticas inovadoras podem ser excelentes alternativas para substituir o sistema tradicional de ensino que é baseado na memorização, repetição e reprodução dos conteúdos matemáticos, onde os alunos não adquirem uma aprendizagem significativa e apresentam dificuldades na aprendizagem.
É preciso formar alunos em cidadãos críticos, reflexivos e pensantes, que sejam protagonistas no processo de construção do conhecimento. O professor tem papel fundamental nesse processo, é o mediador, motivador e observador de seus alunos devendo conhecer a realidade e as dificuldades de aprendizagem de cada aluno para que então possa intervir de forma a contribuir para uma aprendizagem significativa. Nas palavras de Paulo Freire: “Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” (Freire, 1996, p. 25).
O SEXTO ANO DE UMA ESCOLA PÚBLICA DA REDE ESTADUAL DE ENSINO DA ZONA LESTE DA CIDADE DE MANAUS – AMAZONAS
A Escola Estadual lócus dessa pesquisa, situada na Zona Leste da Cidade de Manaus – Amazonas, iniciou suas atividades com Ensino Fundamental 6º ao 9º ano Tempo de Acelerar e Ensino Médio Regular e Tempo de Acelerar atendendo a uma clientela de 1.440 alunos nos turnos matutino, vespertino e noturno. Hoje funciona com Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano, Projeto Avançar 4 fase e Ensino Médio.
Em 2020 estavam matriculados e cursando 1.344 alunos distribuídos entre os turnos matutino (477), vespertino (583) e noturno (284). No 6º ano tinham 86 alunos, 7º ano 114 alunos, 8º ano 111 alunos, 9º ano 138 alunos, 28 alunos no Projeto Avançar 4 fase, 1ª série do Ensino Médio 340 alunos, 2ª série 266 alunos e na 3ª série 261 alunos. A escola conta com um quadro de 63 professores e 18 demais servidores.
Dentre o número de 86 alunos que estão matriculados e cursando o 6º (sexto) ano do ensino fundamental e distribuídos em 3 turmas no turno matutino, foram selecionados 8 alunos, que correspondem a 10%, que apresentam dificuldades na aprendizagem da disciplina e 1 professor de matemática totalizando 9 sujeitos participantes.
Para esta pesquisa elaborou-se o teste diagnóstico, os formulários e o jogo com a preocupação de obter de forma fidedigna, um diagnóstico sobre as dificuldades apresentadas pelos alunos, sua percepção sobre a matemática, bem como traçar um perfil socioeconômico da família do aluno e identificar os fatores externos à sala de aula que interferem no aprendizado dos alunos acerca das quatro operações matemáticas, a percepção do professor de matemática acerca das dificuldades de aprendizagem e a contribuição do jogo para o processo de ensino aprendizagem das quatro operações.
Na elaboração dos formulários, no destinado aos alunos contendo 8 perguntas fechadas de múltipla escolha, buscou-se saber com quem o aluno fica quando não está na escola; quem o ajuda nas tarefas da escola; se gosta de ir à escola; se gosta de aprender as quatro operações da matemática; o que pode ajudá-lo a aprender as quatro operações; qual das operações tem mais dificuldade; se o jogo ajudou na resolução da atividade das quatro operações; e qual a importância de aprender as quatro operações.
No formulário destinado ao professor contendo 8 perguntas fechadas de múltipla escolha e 1 aberta, buscou-se saber como é avaliado o nível de aprendizagem das quatro operações matemáticas dos alunos que chegam ao Ensino Fundamental II; quais as principais dificuldades observadas na realização das atividades sobre as quatro operações em sala de aula; quais as principais dificuldades observadas na realização das atividades para casa sobre as quatro operações; qual das operações os alunos têm mais dificuldade para resolver; se foi identificado algum problema de saúde nos alunos da turma que interfira na aprendizagem da disciplina; se foi identificado algum problema emocional nos alunos que dificulte a aprendizagem das quatro operações; o que pode ajudar os alunos na aprendizagem das quatro operações; quais as dificuldades observadas para o aluno frequentar a escola; se os jogos contribuem para a aprendizagem e a realização das atividades sobre as quatro operações; e quais os fatores que dificultam a aprendizagem das quatro operações dos alunos.
O teste diagnóstico constituído de 17 operações para serem resolvidas pelos alunos, sendo 5 de adição, 5 de subtração, 4 de multiplicação e 3 de divisão, buscou identificar as dificuldades dos alunos em sua resolução, em qual ou quais operações tiveram mais dificuldade em resolver e como conseguiram chegar ao resultado. Foi aplicado em dois momentos, antes e depois da aplicação do jogo.
O jogo intitulado “ASMD – Adição, Subtração, Multiplicação e Divisão” foi confeccionado pela própria pesquisadora, a ideia inicial era que os alunos participantes da pesquisa auxiliassem a pesquisadora nessa confecção, porém não foi possível. Utilizou-se isopor e papel cartão para a base do jogo, papel A4 e pincel atômico para escrever as operações, cola para fixar o papel com as operações na base de isopor e tampinhas de caixa de leite contendo o resultado de cada operação escrito em sua parte externa. A finalidade do jogo era que os alunos resolvessem as operações, encaixando a tampinha com o resultado ao lado de cada operação correspondente, utilizando o cálculo mental.
Dessa forma, o objetivo central do jogo era motivar os alunos acerca das quatro operações, observá-los na resolução das operações, identificar o nível de aprendizagem e as dificuldades enfrentadas, bem como refletir sobre a importância e efetividade do uso de jogos como instrumento de ensino-aprendizagem dos conteúdos matemáticos
RESULTADOS DA PESQUISA
Teste diagnóstico
A avaliação diagnóstica tem como objetivo mensurar o nível de conhecimento dos alunos, seus conhecimentos prévios sobre determinados conteúdos, capacidades e habilidades e seu desempenho atual. Desse modo, permite ao professor identificar as potencialidades e as deficiências dos alunos acerca do conteúdo em questão para que assim possa adequar suas estratégias de ensino de acordo com as deficiências apresentadas por cada aluno e assim promover progresso em seus aprendizados.
Foram aplicados em sala de aula os primeiros testes diagnósticos com os alunos participantes, composto de 17 operações, distribuídas em 5 de adição, 5 de subtração, 4 de multiplicação e 3 de divisão. Ao terminarem de responder o teste, os alunos foram orientados a estudar a tabuada e informados que em alguns dias seria aplicado um jogo para verificar os seus conhecimentos acerca da tabuada e das quatro operações matemáticas.
Conversando com os alunos e observando-os na realização dos testes, percebeu-se que todos apresentaram dificuldades em responder às questões, ao serem questionados, apontaram a dificuldade em aprender a tabuada. No decorrer dos dias foram resolvidos alguns exercícios e orientados a estudar a tabuada, pois, em outro momento seria aplicado um jogo e outro teste diagnóstico para verificar seus progressos.
A aplicação do 2º teste diagnóstico com a mesma estrutura do 1º aconteceu na residência dos alunos. Foi estipulado o tempo de 20 minutos para sua resolução.
Por meio da observação notou-se que todos os alunos demonstraram nervosismo durante a realização do teste e apresentaram dificuldades na resolução das operações matemáticas, principalmente devido ao pouco conhecimento da tabuada. As maiores dificuldades foram nas operações de multiplicação e divisão, grande parte dos alunos não conseguiu resolver ou errou as questões dessas operações. Também se destaca que todos os alunos afirmaram que não conseguem fazer cálculos “de cabeça” e recorrem a contagem nos dedos ou desenhos de palitinhos ou bolinhas.
É preciso destacar que o nervosismo durante a realização do teste pode ser decorrente do medo que muitos alunos atribuem a testes e provas por serem os instrumentos que são avaliados os seus conhecimentos e é atribuída uma nota pelo seu desempenho. Tirar uma nota baixa para o aluno significa fracassar, o mesmo tem medo da reação dos pais que em alguns casos castigam os filhos quando não apresentam um bom desempenho escolar. Segundo José e Coelho (1995, p. 178):
O receio de falhar, de ser reprovado ou de perder prestígio aos olhos dos outros é um fator muito comum de medo na escola. Muitas vezes a criança leva à escola o medo que sente dos pais, de uma censura por nota baixa, de uma observação na caderneta escolar.
Muitas crianças não sabem lidar com suas emoções e nem as verbalizar, mas isso não impede que tais emoções interfiram em suas atividades cotidianas, principalmente no meio escolar, despertando sentimentos de fracasso, desânimo e de desmotivação. O medo, a timidez e o nervosismo muitas vezes são resultados de situações familiares, escolares e de convívio malsucedidas que podem ocasionar problemas de comportamento mais sérios.
Portanto, torna-se necessário considerar os fatores emocionais como influentes nas dificuldades de aprendizagem dos alunos. É preciso que pais e professores respeitem a dignidade e as emoções das crianças, oferecendo compreensão e apoio considerando-as como indivíduos com emoções intensas e que estão em processo de formação contínua de sua identidade e que precisam de motivação constante.
Formulários destinados aos alunos
Como já mencionado, o formulário é constituído por 12 perguntas, porém, para este artigo destacamos as que consideramos mais relevantes.
Perguntados se “Você gosta de aprender as quatro operações da matemática?”, 50% dos alunos consideram as quatros operações matemáticas difíceis, 12,5% não gostam de matemática e outros 12,5% não conseguem entender as quatro operações. É possível deduzir que as respostas podem estar relacionadas com fatores como dificuldades em entender o conteúdo, ou falta de interesse e motivação em estudar com dedicação a tabuada e as quatro operações, ou métodos de ensino ultrapassados e ineficientes.
De acordo com o Anuário Brasileiro da Educação Básica (2020) da organização da sociedade civil Todos Pela Educação, de cada 100 estudantes que ingressam na escola, 89 concluem o Ensino Fundamental 1 aos 12 anos, ao final desta etapa 48,9% têm aprendizagem adequada em Matemática. No Ensino Fundamental 2, de cada 100 estudantes que ingressam na escola, 78 concluem esta etapa de ensino e ao final dela 21,5% têm aprendizagem adequada em Matemática.
Pode-se perceber que a aprendizagem de matemática ainda precisa melhorar bastante, não adianta o aluno concluir uma etapa de ensino e não apresentar uma aprendizagem significativa, pois as dificuldades de aprendizagem o acompanharão por toda vida acadêmica e como cidadão, podendo se agravar.
Questionados sobre “O que você acha que pode te ajudar a aprender as quatro operações?”, 62,5% dos alunos responderam que estudar mais a tabuada os ajudaria a aprender as quatro operações matemáticas, 12,5% ter mais tempo para estudar, 12,5% ter alguém para ajudar em casa e 12,5% se fizer aula de reforço.
Muitos alunos apresentam falta de interesse em estudar a tabuada devido a acharem chata, difícil, por não compreenderem seu sentido ou por não conseguirem aplicá-la em sua realidade fora do meio escolar. Por tais motivos, torna-se necessário que na aprendizagem da tabuada e das quatro operações, bem como da matemática em geral, seja atribuído o foco à construção dos conceitos e ao diálogo. Isto porque,
Se 4 x 4 são 16, e isto só é verdadeiro num sistema decimal, não há de ser por isto que o educando deve simplesmente memorizar que são 16. É necessário que se problematize a objetividade desta verdade em um sistema decimal. De fato, 4 x 4, sem uma relação com a realidade, no aprendizado sobretudo de uma criança, seria uma falsa abstração. Uma coisa é 4 x 4 na tabuada que deve ser memorizada; outra coisa é 4 x 4 traduzidos na experiência concreta: fazer quatro tijolos quatro vezes (Freire,1983, p.34).
A tabuada é de primordial importância para o entendimento e desenvolvimento de todos os conteúdos matemáticos, inclusive para efetuar as quatro operações. Ao compreender e aprender a tabuada, os alunos terão mais facilidade no desenvolvimento dos cálculos das operações.
Em relação a “Das quatro operações qual você tem mais dificuldade para fazer?”, 37,5% dos alunos afirmaram apresentar dificuldade na operação de divisão, 25% em todas, 25% em multiplicação e 12,5% em subtração.
Isso pode estar relacionado com as dificuldades dos alunos em contextualizar e interpretar a matemática e os problemas matemáticos, bem como a falta de compreensão da tabuada, interferindo na resolução das operações matemáticas, principalmente na multiplicação e divisão.
A multiplicação está associada à ideia de adições repetitivas, Toledo e Toledo (1997, p. 120) afirmam que “a multiplicação é vista sob o seu aspecto de adição de parcelas iguais”. Desta forma, como a multiplicação em seu desenvolvimento exige também a realização da adição, nota-se que muitos alunos apresentam dificuldades em efetuar mais de uma operação ao mesmo tempo.
A divisão é inversa a multiplicação e o grande “calcanhar de Aquiles” dos alunos, isso porque o método para realizar esta operação é mais complexo do que os métodos das outras três operações, logo, exige mais estudo e prática para seu aprendizado. A divisão é a ‘‘subtração reiterada de parcelas iguais. Está ligada em duas diferentes ideias que são elas: repartir igualmente e medir” (Toledo e Toledo, 1997, p.145).
Indagados se “Os jogos lúdicos ajudaram você a realizar a atividade das quatro operações?”, 50% dos alunos responderam “Sim. Ficou mais fácil” e os outros 50% “Sim. Ficou mais divertido”. Portanto,
O jogo ganha um espaço como a ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulo ao interesse do aluno, que como todo pequeno animal adora jogar e joga sempre principalmente sozinho e desenvolve níveis diferentes de sua experiência pessoal e social. O jogo ajuda-o a construir suas novas descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva ao professor a condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem (Antunes, 2014, p. 36).
Dessa forma, o jogo apresenta-se como uma estratégia de ensino, aprendizagem e de avaliação da aprendizagem eficiente e prazerosa principalmente para o aluno que é o protagonista desse processo, possibilitando além de uma aprendizagem significativa, o desenvolvimento de diversas habilidades e potencialidades. A criança aprende brincando, logo, os jogos possibilitam que experimentem situações e manipulem objetos, contribuindo para o seu desenvolvimento intelectual, afetivo, social e psicomotor.
Sobre “Qual a importância de você aprender as quatro operações da matemática?”, 37,5% dos alunos apontaram que aprender as quatro operações ajudará no futuro com a profissão, 25% que ajudará nas tarefas da escola, 25% que ajudará a trabalhar com dinheiro e 12,5% que poderá utilizar todos os dias.
As quatro operações, assim como a própria matemática, estão presentes em todas as ciências, ramos da educação, disciplinas, bem como nas atividades da vida cotidiana. Logo, aprendê-las e compreendê-las é de fundamental importância para o processo de formação do indivíduo como cidadão e como profissional. Quase a todo momento as pessoas precisam fazer contas, cálculos, comparações, medições, localizações entre outras ações. Neste sentido,
O uso diário da aritmética (as tradicionais operações de adição, subtração, multiplicação e divisão) e a apresentação de informações complexas através de gráficos são comuns em nosso cotidiano. A matemática é amplamente usada nas mais diversas situações, mas muitas vezes de modo invisível e inesperado (Paraizo, 2016, p. 17).
No que se refere ao campo profissional, praticamente todas as profissões em um momento ou outro precisarão utilizar as quatro operações e a matemática. Algumas profissões as utilizarão mais do que outras. Assim, a matemática e seus conteúdos, apesar da aversão que muitas pessoas têm por ela, por não conseguirem entender a sua importância e identificá-la nas situações cotidiana, é de grande importância para a vida em sociedade.
Perguntados “Como você se sente quando estuda as quatro operações de matemática?”, 25% dos alunos apontaram que mudam de humor rapidamente, 25% ficam muito agitados, 25% são muito tímidos e calados, 12,5% sentem uma tristeza profunda e 12,5% consideram que não sofrem de problema emocional.
Na maioria dos casos de alunos com dificuldades de aprendizagem são apontados como principais motivos a dificuldade de um determinado conteúdo ou a falta de capacidade e/ou didática do professor, fatores esses que podem influenciar, porém não são os únicos.
Os fatores emocionais podem se apresentar como a principal causa das dificuldades de aprendizagem, que merecem ser considerados e observados antes de atribuir “a culpa” ao aluno e de rotulá-lo como preguiçoso, desinteressado e que não gosta de estudar, rótulos estes que muitas vezes afetam a autoestima do aluno, tornando-os desmotivados, inseguros e duvidando de sua capacidade aprender determinado conteúdo. Muitas vezes a falta de conhecimento da influência das emoções e sentimentos no processo de ensino-aprendizagem faz com que esses fatores passem despercebidos. Segundo Rozek e Serra (2015, p. 174),
Não restam mais dúvidas de que os componentes afetivo-emocionais devem ser vistos como fatores em constante relação com as capacidades cognitivas, podendo estes estimular ou inibir o processo de aprendizagem dos alunos. Crianças com emoções equilibradas tendem a manifestar uma autoestima mais elevada, o que contribui para o sucesso em seu rendimento escolar. Por outro lado, crianças que manifestam ansiedade, por exemplo, tendem a questionar as suas reais potencialidades para aprender; elas expressam sentimento de insegurança e preocupação excessiva, e esses aspectos acabam prejudicando sua performance escolar.
Os dados coletados nesta pesquisa demonstram que os fatores emocionais exercem forte influência nas dificuldades de aprendizagem da tabuada e das quatro operações apresentadas pelos alunos participantes. Uma criança que apresenta seu emocional abalado, não consegue se concentrar e exercitar suas capacidades e habilidades necessárias para o processo de aprendizagem.
Sobre “O aluno possui algum problema financeiro que dificulta os estudos?”, a maioria (87,7%) dos alunos afirmaram não ter dificuldades financeiras e apenas 12,5% não tem como comprar o material escolar.
Sabe-se que os fatores econômicos interferem na aprendizagem dos alunos, em alguns casos sendo o principal motivo das dificuldades de aprendizagem. No caso dos alunos participantes da pesquisa que não possuem problemas financeiros, esse fator não exerce influência nas suas dificuldades de aprendizagem.
As duas perguntas seguintes referiam-se sobre dificuldades enfrentadas pelos alunos para frequentar a escola e sobre a existência de algum problema de saúde que dificultava os estudos. Grande parte dos alunos (62,5%) responderam que não possuem dificuldades para frequentar a escola e todos (100%) afirmaram que não possuem problemas de saúde. Relacionando as três perguntas, pode-se considerar que as dificuldades de aprendizagem das quatro operações matemáticas dos alunos participantes da pesquisa não estão relacionadas com os fatores econômico, saúde, familiar, social e de infraestrutura (transporte, distância, falta de vagas).
As dificuldades de aprendizagem dos alunos participantes da pesquisa estão relacionadas com fatores emocionais (tristeza, mudança de humor, agitação, timidez, nervosismo, medo, ausência de motivação e interesse) e metodológicos.
Aplicação do jogo “ASMD – Adição, Subtração, Multiplicação e Divisão”
O jogo foi explicado e entregue aos alunos após o término do 2º teste diagnóstico. Teve como objetivo motivar os alunos acerca das quatro operações e refletir sobre a importância e efetividade do uso de jogos como instrumento de ensino e aprendizagem dos conteúdos matemáticos. O tabuleiro é composto por 18 operações distribuídas entre 4 de adição, 4 de subtração, 5 de multiplicação e 5 de divisão. Foi estipulado um tempo de 10 minutos para sua conclusão.
Por meio da observação foi possível identificar que todos os alunos demonstraram animação com o jogo, alguns tiveram bom desempenho outros não em grande parte devido a dificuldade na tabuada. Perguntados sobre o jogo, todos afirmaram que gostaram mais do jogo do que do teste porque ficou mais divertido e mais fácil estudar as quatro operações matemáticas, mas que precisavam estudar mais a tabuada para melhorar seu desempenho. É possível considerar que além de contribuir para a aprendizagem, o jogo despertou interesse e motivação nos alunos.
Será que a matemática é de fato difícil de ser ensinada e aprendida? A realidade é que por seu caráter abstrato, a matemática exige uma prática contínua, atenção e memorização de seus conteúdos, ações que não são dos interesses dos alunos.
Os jogos possibilitam que os próprios alunos sejam sujeitos ativos e protagonistas do processo de ensino-aprendizagem e da construção de conhecimentos. Contribuem para o desenvolvimento do pensar matemático através de atitudes tais como pesquisar, argumentar e validar resultados, bem como de habilidades e capacidades. Segundo Starepravo (2009, p. 220),
Quando o aluno pode “fazer matemática” e não apenas ver seu professor mostrando como se faz, passa a se relacionar melhor com ela. Gostamos daquilo que nos desafia, que nos envolve, gostamos de saber que somos capazes de superar desafios.
Os jogos possibilitam encarar o erro como algo natural e necessário para se chegar ao êxito, criar procedimentos próprios para a resolução de situações-problema, agir com autonomia e iniciativa, criar e testar hipóteses, cooperação, debater, questionar, refletir, saber utilizar os conhecimentos matemáticos para a resolução de problemas do cotidiano entre outras. Formulário destinado ao professor
Foi selecionado um professor de matemática para a aplicação de um formulário composto por 10 perguntas abertas e fechadas. Neste artigo foram selecionadas as consideradas mais relevantes. Para proteger a identidade do professor, ele será identificado como “Professor A”.
Ao ser perguntado “Como é avaliado o nível de aprendizagem que os alunos chegam ao Ensino Fundamental II em relação ao conhecimento das quatro operações básicas de matemática?”, o “Professor A” afirmou ser utilizada a avaliação diagnóstica onde a maioria dos casos demonstra que os alunos chegam ao 6º do Ensino Fundamental com várias dificuldades em matemática, tais como: pouco domínio da tabuada, efetuar corretamente as quatro operações e saber identificar e interpretar qual a operação a ser realizada na resolução dos problemas matemáticos, sendo que nessa etapa já deveriam ter adquirido essas habilidades.
Questionado sobre “Quais as principais dificuldades observadas que o (a) aluno (a) tem para realizar as atividades das operações básicas em sala de aula?”, o “Professor A” considera que “o aluno não tem interesse”.
Como já visto anteriormente, o desinteresse dos alunos pelos estudos pode ter causas diversas (relação professor x aluno, aulas desinteressantes, conteúdos descontextualizados da realidade do aluno, métodos de ensino ultrapassados, falta de apoio da família, reprovação entre outras) que não devem ser atribuídas como responsabilidade integral do aluno, mas sim consideradas e investigadas pelo professor buscando estratégias para motivar e incentivar os alunos.
“Em relação às atividades das quatro operações, quando são externas ou as atividades passadas para casa, quais as principais dificuldades observadas?” na opinião do “Professor A” “é a falta do apoio familiar”.
O apoio da família na vida escolar do aluno depende da dinâmica e estrutura familiar, da importância, sentido e significado atribuídos à educação. A família tem sido apontada como principal fator responsável pelas situações de êxito ou fracasso escolar de alunos, na maioria dos casos devido à falta de acompanhamento dos pais na vida escolar dos filhos. No processo de educação, torna-se extremamente necessário a parceria entre escola e família para que o aluno desenvolva uma aprendizagem significativa e tenha um bom desempenho escolar. As duas instituições possuem objetivos comuns, entre eles a formação para o exercício da cidadania, porém, possuem responsabilidades singulares:
[…] é papel da família […] cumprir e orientar o estudante para que cumpra as regras estabelecidas pela escola de forma consciente e espontânea; participar das reuniões e da entrega de resultados, informando-se das dificuldades apresentadas pelo/a seu/sua filho/a, bem como seu desempenho; acompanhar e orientar as atividades de casa, entre outras. A escola tem como responsabilidades: […] receber os pais com prazer em reuniões periódicas, esclarecendo o desempenho do aluno e, principalmente, exercendo o papel de orientadora diante de possíveis situações que possam vir a necessitar de ajuda, de forma a oferecer uma educação de qualidade para seus alunos; entre outras (Melo, 2017, p. 1 apud Melo, 2020, p. 44).
Portanto, escola e família devem estabelecer uma boa relação baseada em diálogo e respeito, entendendo que o maior beneficiado será o aluno, proporcionando a este um bom desempenho escolar e uma melhor aprendizagem. A participação e o apoio da família no processo de ensino-aprendizagem do aluno são de suma importância, pois é no ambiente familiar onde convive a maior parte dos dias e vivencia as maiores e diversas experiências.
Perguntado “Das quatro operações qual o aluno tem mais dificuldade para fazer?”, o “Professor A” respondeu “a operação de divisão”.
As 3 perguntas seguintes se referiam a possíveis problemas de saúde, emocionais e dificuldades em frequentar a escola apresentados pela turma que poderiam dificultar a aprendizagem das quatro operações. De acordo com o “Professor A” os alunos da turma não apresentam problemas de saúde e nem emocionais, bem como não têm dificuldades para frequentar a escola.
Na perspectiva do “Professor A” os alunos não apresentam problemas emocionais que influenciem em seus estudos e na aprendizagem das quatro operações básicas da matemática, talvez pelo fato dos alunos não demonstrarem em sala de aula, ou porque o professor não conseguiu identificar como causa das dificuldades de aprendizagem. Em alguns casos, o professor não se encontra preparado para lidar com as dificuldades de aprendizagem manifestadas pelos alunos, até mesmo porque na maioria das vezes as causas são difíceis de serem identificadas.
Sobre “O que você acredita que pode ajudar o aluno no aprendizado das quatro operações?”, o “Professor A” destacou “estudar mais a tabuada”.
O conhecimento e o domínio da tabuada são importantes para a realização de praticamente todos os cálculos matemáticos e necessários para a compreensão de todos os conteúdos matemáticos que o aluno terá contato não só durante o período escolar, mas também em situações cotidianas futuras que vivenciará. Logo, as dificuldades de aprendizagem da tabuada precisam ser solucionadas para que assim seja proporcionada uma aprendizagem matemática significativa.
Na maior parte dos casos os alunos são orientados a “decorar” a tabuada, porém a técnica de memorização não significa que o aluno teve uma aprendizagem efetiva e eficaz que durará pelo resto de sua vida, podendo por exemplo, depois de alguns dias, semanas ou meses esquecer o seu conteúdo. Para que ocorra a real aprendizagem da tabuada, é necessário que o aluno a compreenda e que consiga atribuir sentido e significado a ela, utilizando até mesmo procedimentos próprios para isto. Conforme afirma Poncio Jr. (2015, p. 10):
Muitos conseguem aprender e memorizar de forma espontânea, mas é preciso lançar um olhar àqueles, (que não são poucos), que encontram imensa dificuldade nas operações, principalmente na multiplicação refletindo posteriormente na divisão. Memorizar, decorar, sem compreender não faz sentido, obviamente, no entanto outras experiências práticas podem proporcionar ao aluno os ganchos necessários para encontrar os resultados na multiplicação.
Neste sentido, a dificuldade de aprendizagem da tabuada e consequentemente das quatro operações, estão mais relacionadas à forma como são apresentadas e ensinadas aos alunos. Aprender matemática para alguns alunos se torna difícil pois na maioria das vezes o conteúdo que está sendo ensinado não apresenta um significado fora da sala de aula, não consegue identificá-lo nas suas experiências cotidianas. É imprescindível que o professor busque estratégias para relacionar os conteúdos ministrados em sala de aula com as situações cotidianas vivenciadas pelos alunos e com os conhecimentos matemáticos prévios destes, possibilitando ao aluno construir seu conhecimento e uma aprendizagem significativa.
Sobre “O professor acha que os jogos lúdicos contribuem para a realização das atividades das quatro operações?”, o “Professor A” respondeu “sim e ficou mais divertido para todos”.
A matemática apresenta-se como uma disciplina desafiadora para alunos e professores. Para os alunos, porque boa parte deles a consideram uma disciplina difícil e apresentam dificuldades em seu aprendizado, ocasionando sentimentos como medo, fobia, aversão, desinteresse e incapacidade. Para os professores, porque a cada conteúdo a ser ministrado em sala de aula, enfrentam desafios para que seus alunos consigam aprendê-los.
A maneira que a matemática é ensinada nas escolas, pode ser o fator que contribui para as dificuldades de aprendizagem apresentadas pelos alunos. No modelo tradicional, os conteúdos são ensinados pelos professores apresentando as fórmulas e regras, exemplificam por meio da resolução de um exercício modelo e depois passam uma lista de exercícios para os alunos resolverem e servir como instrumento de fixação do conteúdo. É antes, durante e após esse processo que surgem as dificuldades e dúvidas dos alunos, que buscam saber “para que serve”, “porque fazer dessa maneira” e outros questionamentos.
É por esse e outros motivos que os professores precisam avaliar seus métodos de ensino, para proporcionar uma aprendizagem significativa a seus alunos, de modo que os envolva na construção do conhecimento, desafiados, possibilitando que adquiram capacidades e habilidades para compreender a utilidade, sentido e significado dos conteúdos matemáticos, sabendo identificá-los e aplicá-los nos fenômenos e situações do cotidiano.
A utilização de jogos como instrumento de ensino possibilita todo o processo descrito acima. Segundo Strarepravo (2009, p. 52):
Os jogos colocam os alunos constantemente diante de situações de resolução de problemas e, como essas situações se apresentam de uma forma diferenciada dos “problemas” em geral trabalhados na escola (enunciados com formatação padrão, apresentados por escrito), acabam encorajando o aluno a usar procedimentos pessoais, os quais podem ser, posteriormente, objeto de discussão com toda a classe. Não basta que o professor utilize os jogos, é preciso que saiba escolher o mais apropriado para o conteúdo e para o objetivo que propõe. Enquanto os alunos jogam, deve observar como realizam as atividades, suas ações, os diálogos e interações entre os alunos, questionando-os quando necessário, por exemplo, o por quê de escolherem tal procedimento ao invés de outro e assim sucessivamente, para compreender como funciona o raciocínio dos alunos e o nível de compreensão do conteúdo matemático trabalhado.
Indagado sobre “Em sua opinião, quais são os fatores que dificultam a aprendizagem das quatro operações de matemática dos alunos do sexto ano dessa escola?”, o “Professor A” afirmou “a falta de interesse é o fator que mais dificulta a aprendizagem deles”.
A falta de interesse do aluno está relacionada com diversos fatores e situações que se originam no contexto socioeconômico e familiar (carências econômicas, sociais, culturais, problemas familiares, escolaridade dos pais, falta de apoio e participação da família na vida escolar), no sistema educacional (seu funcionamento, recursos, currículos, ações de enfrentamento às dificuldades de aprendizagem e de incentivo para permanência, formação dos professores), nas escolas (sua estrutura física, gestão, ações para combater o fracasso escolar, métodos de avaliação e de ensino entre outros), na sala de aula (métodos de ensino utilizados pelo professor, as relações estabelecidas entre professor e alunos, alunos com outros alunos) e no próprio aluno (motivação).
Portanto, para que o interesse do aluno seja despertado e mantido é necessário que seja estabelecida uma parceria entre os agentes envolvidos no processo de ensino-aprendizagem (alunos, pais, professores e escola) e que exerçam suas responsabilidades. O aluno é o maior prejudicado pelas dificuldades de aprendizagem que vivencia que são influenciadas por diversos fatores. Cabe ao professor e a escola identificarem essas causas e informarem às famílias para que juntos possam elaborar estratégias de enfrentamento e possibilitar uma aprendizagem significativa para o aluno.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Aprender matemática é um desafio complexo para alunos de todas as idades e das etapas de ensino (da Educação Infantil até o Ensino Superior). As dificuldades de aprendizagem dos conteúdos que muitos apresentam podem durar ao longo de toda a vida. Em muitos casos, a aprendizagem não está ocorrendo na escola devido a vários fatores que mencionamos nesta pesquisa (socioeconômicos, familiares, emocionais, metodológicos, neurológicos, educacionais). Por tal motivo, cada vez mais os professores estão sendo desafiados a utilizar métodos de ensino que ultrapassem essas dificuldades e que possibilitem uma aprendizagem efetiva e eficaz da matemática.
Na realização dos testes diagnósticos, notou-se que todos os alunos apresentaram dificuldades na resolução das operações básicas, principalmente nas de multiplicação e divisão, muito pelo fato de que envolvem mais de uma operação e pela falta de conhecimento e domínio da tabuada, tendo em vista que a maioria dos erros foram relacionados à tabuada.
Na realização do jogo, apesar de ainda demonstrarem dificuldades na resolução das operações básicas, o desempenho melhorou se comparado ao dos testes. Importa destacar que o jogo possibilitou despertar nos alunos interesse e motivação durante a sua realização, bem como sensibilizar os alunos sobre a importância de se dedicarem mais no estudo da tabuada para conseguirem melhorar a sua aprendizagem sobre as quatro operações.
Em relação aos formulários, a pergunta que chamou mais atenção foi a relacionada a como se sentiam quando estudavam sobre as quatro operações, onde a maioria indicou a manifestação de sentimentos tais como tristeza, mudança de humor, agitação e timidez. O que possibilita considerar que os fatores emocionais são os que mais influenciam nas dificuldades de aprendizagem dos alunos participantes da pesquisa, tendo em vista que nas perguntas seguintes sobre a possível existência de problemas de saúde e financeiros, 62,5% e 100% responderam “não”, respectivamente.
A aplicação de formulário ao professor revelou que este considera que a “falta de interesse” é a principal dificuldade apresentada pelos alunos na realização das atividades das quatro operações em sala de aula, bem como o fator que dificulta o aprendizado dos alunos do 6º ano da referida escola. Como já destacado, o desinteresse do aluno com a aprendizagem não pode ser a ele atribuído integralmente, têm causas diversas que devem ser investigadas pelo professor e pela escola para que as providências certas sejam tomadas com o intuito de modificar tal situação.
Sobre o uso dos jogos, o professor apontou que contribuiu na aprendizagem e tornou o processo de ensino e aprendizagem mais divertido, despertando o interesse e motivação dos alunos. A matemática não é mera teoria, é prática também e cabe ao professor demonstrar isso para os alunos através da aplicação do conhecimento matemático no contexto social vivenciado por eles e os ensinando a construírem o conhecimento matemático por meio de procedimentos próprios.
O professor precisa conhecer e compreender a importância e o potencial dos jogos como prática pedagógica que pode tornar as aulas e os conteúdos matemáticos mais interessantes, significativos e proveitosos para os alunos. Se quer realmente que os alunos aprendam ao invés de apenas repetir e executar o que foi ensinado sem refletir e questionar, é preciso repensar suas práticas e aulas.
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1Mestra em Ciências da Educação pela Universidade Del Sol. Docente na Secretaria de Educação e Desporto do Estado do Amazonas (SEDUC-AM).