DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NO CONTEXTO ESCOLAR: EXPLORANDO AS COMPLEXIDADES E POSSÍVEIS SOLUÇÕES

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202503111624


Cleide Alves dos Santos Conceição de Souza1
Gilze Lidiane de Carvalho Barboza Vieira2
Maristela Batista Gomes dos Santos3


Resumo  

Este artigo busca aprofundar a reflexão acerca da urgência na abordagem das dificuldades de aprendizagem, frequentemente negligenciadas; destaca a necessidade de estratégias práticas para aprimorar a educação, especialmente para alunos fora dos padrões tradicionais de diagnóstico. Ressignificar a aprendizagem, considerando as variadas formas e ritmos no desenvolvimento humano, é essencial, conforme a perspectiva de Vygotsky (2001), que a concebe como habilidade intrínseca. Este estudo, baseado em metodologia qualitativa e revisão bibliográfica Mazucato, (2018), busca responder: Como identificar e tratar as complexidades das dificuldades de aprendizagem, assegurando uma aprendizagem integral e eficaz, considerando a singularidade de cada sujeito? A contribuição teórica de Vygotsky (2001), Tomlinson (2014), Gomes (2018), Silva, Jardim, Souza (2022), Stekich (2023) e outros subsidia a reflexão. O artigo aborda o conceito de dificuldades de aprendizagem, explorando suas complexidades e impactos na trajetória educacional, indo além do desempenho acadêmico para abranger aspectos psicossociais. Estratégias inovadoras, diagnóstico precoce e formação continuada para educadores são enfatizados. Resultados destacam a eficácia de estratégias pedagógicas inovadoras, intervenções precoces e colaboração entre escola, famílias e profissionais de saúde. A personalização do ensino, flexibilidade curricular e uso da tecnologia emergem como cruciais. Este estudo contribui para um sistema educacional mais equitativo, promovendo oportunidades iguais, independentemente dos desafios encontrados. Sintetizando a reflexão, sugere-se a continuidade das pesquisas, visando melhorias constantes no cenário educacional diante das complexidades das dificuldades de aprendizagem.

Palavras-chave: Dificuldades de Aprendizagem. Diagnóstico Precoce. Intervenções Inovadoras. Formação Continuada

Abstract

This article seeks to deepen reflection on the urgency of addressing learning difficulties, which are often neglected; highlights the need for practical strategies to improve education, especially for students outside traditional diagnostic standards. Reframing learning, considering the varied forms and rhythms of human development, is essential, according to Vygotsky’s (2001) perspective, who conceives it as an intrinsic skill. This study, based on qualitative methodology and literature review (Mazucato, 2018), seeks to answer: How to identify and treat the complexities of learning difficulties, ensuring integral and effective learning, considering the uniqueness of each subject? The theoretical contribution of Vygotsky (2001), Tomlinson (2014), Gomes (2018), Silva, Jardim, Souza (2022), Stekich (2023) and others supports the reflection. The article addresses the concept of learning difficulties, exploring their complexities and impacts on the educational trajectory, going beyond academic performance to cover psychosocial aspects. Innovative strategies, early diagnosis and ongoing training for educators are emphasized. Results highlight the effectiveness of innovative pedagogical strategies, early interventions and collaboration between schools, families and health professionals. Personalization of teaching, curricular flexibility and use of technology emerge as crucial. This study contributes to a more equitable educational system, promoting equal opportunities, regardless of the challenges encountered. Synthesizing the reflection, we suggest continuing research, aiming for constant improvements in the educational scenario in the face of the complexities of learning difficulties.

Keywords: Learning difficulties. Early Diagnosis. Innovative Interventions. Continuing Training

Introdução

A reflexão sobre as dificuldades de aprendizagem, muitas vezes subestimadas, é urgente, destacando a necessidade de encontrar soluções práticas para aprimorar a educação, especialmente para alunos que não se enquadram nos paradigmas tradicionais de diagnóstico. 

Ressignificar o conceito de aprendizagem, assim como as dificuldades que permeiam todo esse processo, é primordial para se compreender os tipos e ritmos de aprendizagem no desenvolvimento humano não pela deficiência, mas sim pelas suas habilidades. Considerando a perspectiva de Vygotsky, (2001) a aprendizagem é concebida como a habilidade intrínseca do ser humano para compreender tanto a realidade material quanto a simbólica. Este entendimento se desdobra em um processo contínuo que permeia toda a vida. 

As reflexões trazidas neste artigo, são frutos da necessidade de olhar a realidade, em um movimento de busca permanente de novos elementos e novas possibilidades de significação para processos que são tão cristalizados, como os chamados problemas e dificuldades de aprendizagem, confundidos com os distúrbios e transtornos da aprendizagem. 

Com o objetivo de fornecer resultados sobre as complexidades das dificuldades de aprendizagem e identificar estratégias para lidar com alunos que enfrentam essas dificuldades, adotou-se a metodologia com abordagem qualitativa, utilizando-se da revisão bibliográfica, Mazucato, (2018). Este percurso metodológico visa responder a pergunta central deste estudo: Como identificar e tratar as complexidades das dificuldades de aprendizagem, garantindo uma aprendizagem eficaz e integral, considerando a singularidade de cada sujeito? 

Os aportes teóricos de Vygotsky (2001), Tomlinson (2014), Gomes (2018/), Silva: Jardim: Souza (2022), Stekich (2023) e outros, embasarão este artigo, fornecendo subsídios necessários para reflexão e aprofundamento das discussões realizadas nesse trabalho.

Este estudo abordará inicialmente o conceito de dificuldades de aprendizagem e suas complexidades. Em seguida, os impactos dessas dificuldades na trajetória educacional dos alunos, delineando suas implicações não apenas no desempenho acadêmico, mas também em aspectos psicossociais. A etapa subsequente será dedicada à análise de estratégias, com foco no diagnóstico e intervenção para enfrentar as complexidades identificadas.

No capítulo subsequente, apresentará uma análise das estratégias de diagnóstico e intervenção, destacando a importância do reconhecimento precoce e de abordagens inovadoras. Por fim, na fase conclusiva deste estudo, será apresentada reflexões consolidadas e sugestões para futuras pesquisas, vislumbrando contribuições para a melhoria contínua do cenário educacional frente às complexidades das dificuldades de aprendizagem.

1. Complexidades e desafios das Dificuldades de Aprendizagem

A dificuldade de aprendizagem refere-se a desafios persistentes que alguns estudantes enfrentam ao adquirir habilidades acadêmicas esperadas para a idade e o nível educacional. Estas complexidades desafiam os estudantes, impondo obstáculos, que podem abranger diversas áreas, como leitura, escrita, matemática e habilidades motoras, exigindo uma análise minuciosa e uma abordagem cuidadosamente delineada.

Neste sentido, é fundamental distinguir dificuldades de aprendizagem de transtornos ainda aquelas cujas causas são provenientes de deficiência diagnosticada e ou laudada.   Segundo Silva; Jardim; Souza, (2022)

As dificuldades de aprendizagem são entendidas como alterações do processamento da informação que resultam em déficits em qualquer tarefa cognitiva (funções executivas de recepção, integração e expressão do que está sendo aprendido), metacognitiva (planejamento, compreensão e avaliação do que está sendo aprendido) e/ou motivacional (determinação de metas capazes de iniciar e sustentar ações orientadas para a aprendizagem). p. 92

Ao explorarmos as dificuldades de aprendizagem, evidencia-se a urgência na identificação e no tratamento dessas barreiras. Tal empreendimento não apenas garante uma aprendizagem eficaz, mas também confirma a singularidade de cada sujeito imerso nesse desafio educacional multifacetado. Nesse contexto, é imprescindível considerar as perspectivas de teóricos da psicologia educacional.

Vygotsky, ao lançar a zona de desenvolvimento proximal, Piaget, ao investigar as fases do desenvolvimento cognitivo, Skinner, com suas contribuições ao behaviorismo, e Gardner, que enriquece a compreensão com a teoria das inteligências múltiplas, oferecem perspectivas específicas sobre as complexidades das dificuldades de aprendizagem. Essas contribuições, não apenas desvendam essas questões, mas também traçam caminhos para a superação dos desafios aparentemente impenetráveis.

Por mais obscuro que essa jornada possa parecer, ela não é inacessível. Mediante um entendimento aprofundado e a aplicação de soluções inovadoras, a moldagem de um futuro educacional mais inclusivo e significativo, capaz de transcender as fronteiras impostas pelas dificuldades de aprendizagem.

2. Desafios e Estratégias na Trajetória Educacional de Alunos com Dificuldades de Aprendizagem

As dificuldades de aprendizagem exercem influência na modelagem da trajetória educacional dos discentes, afetando não apenas seu desempenho acadêmico, mas também aspectos como autoestima e participação ativa no processo de ensino-aprendizagem.

Silva; Jardim; Souza, (2022), ressaltam que, a variedade de dificuldades de aprendizagem carece de uma abordagem diferenciada para atender às necessidades específicas de cada aluno. Essas dificuldades podem ser sanadas com: adaptações curriculares, apoio individualizado, tecnologia assistiva, avaliação diferenciada e ambiente de aprendizagem inclusiva.

Além disso, o ambiente escolar e os fatores socioeconômicos podem desempenhar um papel significativo no desenvolvimento e na manifestação de dificuldades de aprendizagem Gomes, (2018). Muitas escolas podem não ter ambientes adequados e oferecer recursos limitados, os alunos podem enfrentar falta de acesso a tecnologia, tutores ou programas de suporte, o que pode impactar os níveis de desenvolvimento acadêmico, além de outros fatores limitantes. Pesquisas indicam que um ambiente de apoio e compreensão pode atenuar os efeitos adversos das dificuldades de aprendizagem, Silva; Jardim; Souza, (2019).

Nesse sentido, é fundamental considerar estratégias que promovam a auto eficácia e o bem-estar emocional dos alunos (Menezes, et al. 2020). Como a criação de ambiente de apoio, desenvolvimento de habilidades socioambientais, mentorias de aconselhamentos, promoção de auto eficácia, estabelecimento de metas realista, feedback construtivo, incentivo à autonomia, conscientização sobre saúde mental, parceria com pais e responsáveis, programas de relaxamento e resiliência.

Alunos com dificuldades de aprendizagem podem enfrentar barreiras para participar ativamente nas atividades da sala de aula (OLIVA, 2016). E com isso, abordagens inclusivas e adaptações curriculares podem facilitar a participação efetiva desses alunos Rodrigues, (2019). 

Pensando nessa problemática, algumas soluções são colocadas em práticas para sanar e amenizar maiores impactos. A implementação de metodologias de ensino diferenciadas, como aprendizagem baseada em projetos e ensino personalizado, pode beneficiar os alunos com dificuldades de aprendizagem Tomlinson, (2014).

A tecnologia educacional  oferta  recursos adaptativos, Stekich, et al. 2023). Ela proporciona um conjunto diversificado de recursos que podem ser ajustados para atender às necessidades específicas de alunos com diferentes estilos de aprendizagem e desafios educacionais, contribuindo assim para a promoção de uma educação mais inclusiva e personalizada. 

Além disso, a parceria entre escola, pais e comunidade é essencial para apoiar alunos com dificuldades de aprendizagem, pois “a aprendizagem é um processo complexo, que envolve a pessoa em todas as suas dimensões: afetiva, cognitiva e psicossocial”. Sprada; Garghetti, (2016).

Em síntese, os pais devem participar ativamente da educação de seus filhos, tanto em casa quanto na escola, e devem envolver-se nas tomadas de decisão e em atividades voluntárias, sejam esporádicas ou permanentes, dependendo de sua disponibilidade. (Polonia; Dessen, 2005 p.307).

Essa colaboração entre essas partes interessadas cria um ambiente de apoio mais abrangente, que pode influenciar positivamente a trajetória educacional dos alunos.  Assim como, programas de treinamento e conscientização podem fortalecer a base necessária para uma parceria mais forte entre escola, pais e comunidade, impactando positivamente a trajetória educacional dos alunos ao criar ambientes de aprendizagem mais colaborativos.

3. Diagnóstico e intervenção

A abordagem de soluções para as dificuldades de aprendizagem demanda uma análise aprofundada das estratégias de diagnóstico e intervenção. Neste contexto, a identificação precoce de dificuldades de aprendizagem é de suma importância, possibilitando a implementação de intervenções. A identificação das dificuldades específicas geralmente acontecem no espaço da sala de aula pelo professor. 

Geralmente as dificuldades de aprendizagem são caracterizadas por obstáculos que comprometem o desenvolvimento de habilidades fundamentais no contexto escolar. Dessa forma, sua identificação formal ocorre apenas quando a criança apresenta desafios em seu desempenho acadêmico, tornando-se perceptíveis à medida que enfrenta dificuldades na assimilação dos conteúdos escolares SMITH; STRICK (2001)

Para atender as necessidades específicas dos aprendizes, destaca-se a relevância de métodos inovadores que transcendem abordagens convencionais, enfocando estratégias personalizadas e adaptativas. A necessidade de explorar e promover a aplicação de intervenções que não apenas abordem as dificuldades identificadas, mas também fomentem o potencial latente dos alunos. Smith e Strick abordam essa questão quando apontam que:

Uma avaliação para as dificuldades de aprendizagem não apenas deve comprovar que existe uma lacuna significativa entre o potencial para aprender de uma criança e seu desempenho real em uma ou mais áreas escolares fundamentais, mas, também deve determinar que a criança teve oportunidades adequadas de aprendizagem e investigar e destacar uma variedade de outras possíveis causas de desempenho abaixo do esperado. (SMITH e STRICK, 2001, p. 79).

Abordar de forma proativa as dificuldades de aprendizagem durante os estágios iniciais do desenvolvimento educacional, além da realização de uma avaliação criteriosa para detecção precoce, é fundamental. Nesse sentido, estratégias de diagnóstico precisas, respaldadas por instrumentos validados, não apenas fornecem a base essencial para identificar as dificuldades, mas também estabelecem o alicerce necessário para intervenções positivas. 

O emprego de métodos inovadores, como a utilização de tecnologias educacionais e abordagens personalizadas baseadas em inteligência artificial, emerge como um campo promissor. Tais abordagens não apenas identificam as lacunas no processo de aprendizagem, mas também adaptam as intervenções de maneira dinâmica, considerando as características individuais do aluno.

A importância da atuação de uma equipe multidisciplinar, como enfatizado por Bossa (2000) para o enfrentamento dessas complexidades, exige uma abordagem integrada, na qual profissionais de diferentes áreas contribuam com suas expertises para compreender, diagnosticar e intervir nas questões educacionais. Essa equipe, composta por Psicólogos, Pedagogos, Psicopedagogo, Fonoaudiólogos, entre outros especialistas, desempenha um papel fundamental na avaliação abrangente das necessidades dos alunos.

A interação colaborativa entre os membros da equipe multidisciplinar, conforme discutido por Bossa (2000), permite a troca de conhecimentos e a elaboração de estratégias personalizadas e eficazes. A diversidade de abordagens e o enfoque interdisciplinar contribuem para uma compreensão mais completa das dificuldades específicas de cada aluno, promovendo intervenções mais precisas e adaptadas às necessidades individuais do educando, em parceria com a escola e a família.

3.1 Formação para os profissionais da educação

No âmbito das complexidades relacionadas às dificuldades de aprendizagem enfrentadas pelos discentes, diversos fatores externos surgem com influências significativas. Dentre estes, destacam-se aqueles vinculados à metodologia adotada pelos docentes, bem como às propostas pedagógicas que, por vezes, revelam-se incoerentes e desprovidas de significado nas instituições educacionais. É importante destacar que a formação dos profissionais da educação desempenha um papel primordial na consecução de estratégias destinadas a atenuar as referidas dificuldades de aprendizagem. 

Os professores enfrentam um cenário desafiador e em constante transformação. Apesar de perceberem a necessidade de reformular suas práticas pedagógicas e adotar novas abordagens no ensino, muitas vezes não possuem a formação adequada nem os recursos necessários para lidar com essas mudanças. A falta de preparo e informações atualizadas dificulta a adoção de estratégias eficazes para enfrentar as dificuldades encontradas em sala de aula, tornando o processo de ensino ainda mais complexo Alonso (2003).  

Além disso, os educadores são pressionados por diferentes setores da sociedade. Os pais, muitas vezes sem compreender plenamente as dificuldades enfrentadas pelos alunos, cobram respostas imediatas dos professores, que nem sempre estão preparados para fornecê-las. Paralelamente, a sociedade atribui à escola e aos docentes a responsabilidade por problemas de ordem social, exigindo soluções para desafios que ultrapassam o âmbito educacional Alonso (2003). Esse contexto de cobranças intensas, aliado à falta de suporte e formação adequada, reforça a necessidade de políticas educacionais que valorizem e capacitem os professores para que possam desempenhar seu papel com mais segurança e eficácia. 

A compreensão de que a concepção de dificuldade de aprendizagem está intrinsecamente vinculada à prática pedagógica do professor, bem como a postura dos demais profissionais da educação, denota a consideração de que o insucesso escolar não é exclusivamente imputável ao desempenho deficitário do discente Santos e Pereira, (2012). Nesse contexto, os resultados acadêmicos deficitários dos alunos demandam uma reflexão crítica sobre práticas pedagógicas obsoletas e desmotivadoras. Santos e Pereira afirmam que:

Por muito tempo o discurso do fracasso escolar remetia-se aos baixos rendimentos dos alunos na execução das atividades planejadas pelos professores, isso caracterizava a escola como inocente de práticas desgastadas e desmotivadoras. Assim, o sucesso do aluno resumia-se apenas aos seus próprios esforços. Por não mais satisfazer esse discurso o processo de ensino e aprendizagem começa ser questionado o que provoca a busca de respostas para o fracasso do aluno e da escola.

Investir em programas de formação continuada que abordem as mais recentes descobertas em neurociência educacional, métodos de intervenção e a aplicação de tecnologias inovadoras é primordial. A formação deve enfatizar a compreensão da diversidade das dificuldades de aprendizagem e promover a adaptação pedagógica. Farias e Gracino (2020), tratam sobre a importância de investimento  em programas de formação continuada para os professores que abordem as recentes descobertas em neurociência educacional, métodos de intervenção eficazes e a aplicação de tecnologias inovadoras. 

A formação continuada, segundo a abordagem de Farias e Gracino (2020), não deve ser concebida como um mero paliativo para suprir deficiências deixadas pela formação inicial. Ao contrário, deve ser entendida como um processo dinâmico e aprofundado, propiciando a expansão e a atualização constante do repertório profissional. Dessa maneira, a formação continuada se configura como uma via para o aprimoramento constante das competências pedagógicas e a incorporação de novas perspectivas teóricas e práticas. Esse enfoque colabora para a construção de práticas pedagógicas mais sólidas e alinhadas às demandas contemporâneas do campo educacional.

Considerações Finais

As complexidades das dificuldades de aprendizagem no contexto escolar, foram exploradas ao longo deste estudo, buscando não apenas compreendê-las, mas também propor estratégias. A fundamentação teórica foi construída a partir de uma revisão bibliográfica, embasadas em teorias pedagógicas, psicológicas e práticas inovadoras.

Identificou-se que as dificuldades de aprendizagem transcendem obstáculos momentâneos, impactando o desempenho acadêmico, autoestima e confiança dos alunos. A abordagem para superar essas dificuldades destaca a importância do diagnóstico precoce e de intervenções inovadoras. A utilização de tecnologias educacionais e estratégias personalizadas foram apontadas como umas ferramentas essenciais nesse processo.

As estratégias propostas incluíram adaptações curriculares, apoio individualizado, tecnologia assistiva, avaliação diferenciada e a promoção de um ambiente de aprendizagem inclusiva. Ressaltou-se  também o papel significativo do ambiente escolar e dos fatores socioeconômicos no desenvolvimento e manifestação das dificuldades de aprendizagem.

Além disso, destacou-se a necessidade de formação continuada para os profissionais da educação. A compreensão da diversidade nas dificuldades de aprendizagem e a promoção de ambientes educacionais inclusivos requerem um comprometimento constante com o aprimoramento profissional. Investir em programas de formação que incorporem descobertas recentes em neurociência educacional, métodos de intervenção eficazes e tecnologias inovadoras é essencial.

No âmbito da intervenção, salientamos a importância da atuação de uma equipe multidisciplinar, conforme proposto por Bossa (2000). A colaboração entre profissionais de diferentes áreas, como Psicólogos, Psicopedagogos, Pedagogos e Fonoaudiólogos, é fundamental para uma avaliação abrangente das necessidades dos alunos e a elaboração de estratégias personalizadas. 

Conclui-se que enfrentar as dificuldades de aprendizagem requer uma abordagem integral, considerando a singularidade de cada aluno. A personalização do ensino, a flexibilidade curricular e o uso inovador da tecnologia educacional são elementos-chave para superar os desafios apresentados.

Em síntese, este estudo contribui para a construção de um sistema educacional mais equitativo, onde cada aluno tem a oportunidade de evoluir, independentemente dos desafios encontrados. Ao implementar as estratégias propostas, acredita-se que é possível criar ambientes educacionais mais inclusivos e significativos, promovendo o sucesso de todos os alunos em sua jornada educacional.

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1Mestranda em Ciências da Educação, Pedagoga, Licenciada em Letras, Psicopedagoga, Especialista em AEE, Tutoria EAD. E-mail:cleidecads@yahoo.com.br
2Mestranda em Ciências da Educação, Psicopedagoga, Especialista em gestão escolar, Graduada em normal superior, Professora da educação infantil. E-mail:gilzelevi@gmail.com
3Mestranda em Ciências da Educação, Pedagoga, Licenciada em Letras, Psicopedagoga, Especialista em AEE, Tutoria EAD. E-mail: maristelambg@yahoo.com.br