DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO FUNDAMENTAL II (6° AO 9° ANO)

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202505071522


Adevail Santos Rocha


RESUMO

O presente estudo tem como objetivo investigar as principais dificuldades de aprendizagem na disciplina de Língua Portuguesa enfrentadas por alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental II. A pesquisa buscou compreender as causas que contribuem para tais dificuldades, abrangendo fatores cognitivos, pedagógicos, emocionais e socioeconômicos, além de propor estratégias pedagógicas eficazes que possam ser aplicadas pelos educadores para superá-las. Para alcançar esses objetivos, foi adotada uma abordagem qualitativa com base em uma revisão bibliográfica, utilizando como fonte artigos científicos, livros e publicações acadêmicas que abordam o ensino da Língua Portuguesa e os desafios da aprendizagem na educação básica. A investigação revelou que as dificuldades se manifestam de diversas formas, como falhas na leitura, na produção textual, na interpretação e no domínio da gramática normativa, sendo agravadas pela ausência de práticas pedagógicas personalizadas, pela falta de estímulo à leitura e pelo uso limitado de recursos didáticos inovadores. Conclui-se que o enfrentamento eficaz dessas dificuldades exige o envolvimento ativo do professor na identificação precoce dos obstáculos e na implementação de estratégias diversificadas, como o uso de tecnologias educacionais, atividades lúdicas, produção textual contínua e práticas colaborativas em sala de aula.

Palavras Chave: Aprendizagem; Língua portuguesa; Ensino Fundamental.

ABSTRACT

This study aims to investigate the main learning difficulties faced by students in the 6th to 9th grade of Elementary School II in the Portuguese language subject. The research sought to understand the causes that contribute to such difficulties, covering cognitive, pedagogical, emotional and socioeconomic factors, in addition to proposing effective pedagogical strategies that can be applied by educators to overcome them. To achieve these objectives, a qualitative approach was adopted based on a bibliographic review, using as sources scientific articles, books and academic publications that address the teaching of the Portuguese language and the challenges of learning in basic education. The investigation revealed that the difficulties manifest themselves in various ways, such as failures in reading, text production, interpretation and mastery of normative grammar, being aggravated by the absence of personalized pedagogical practices, the lack of encouragement to read and the limited use of innovative teaching resources. It is concluded that effectively addressing these difficulties requires the active involvement of the teacher in the early identification of obstacles and in the implementation of diversified strategies, such as the use of educational technologies, recreational activities, continuous textual production and collaborative practices in the classroom.

Keywords: Learning; Portuguese language; Elementary Education.

1. INTRODUÇÃO

A Língua Portuguesa é uma das disciplinas mais fundamentais no currículo do Ensino Fundamental II, com um papel central na formação acadêmica e na vida social dos estudantes. Esta disciplina não se limita apenas à gramática e ortografia, mas se estende ao desenvolvimento da capacidade de leitura, escrita e interpretação de textos, que são habilidades essenciais para a comunicação e expressão de ideias (Almeida, 2018). 

No entanto, muitos alunos enfrentam dificuldades significativas nessa área, o que pode afetar negativamente seu desempenho acadêmico e suas perspectivas futuras. Este trabalho visa investigar as principais dificuldades de aprendizagem na Língua Portuguesa entre estudantes do 6° ao 9° ano do Ensino Fundamental II e propor possíveis intervenções pedagógicas para mitigar essas dificuldades.

A Língua Portuguesa, como parte do currículo escolar, tem uma relevância enorme no desenvolvimento intelectual e comunicativo dos alunos. No Ensino Fundamental II, especificamente nos anos finais (6° ao 9°), os estudantes são desafiados a compreender textos mais complexos, a aprimorar suas habilidades de produção textual e a aprofundar o entendimento sobre as regras gramaticais (Ferreira, 2019). No entanto, a realidade é que muitos alunos apresentam dificuldades em acompanhar essas demandas, o que pode resultar em desinteresse pela matéria, baixa autoestima e dificuldades no aprendizado de outras disciplinas.

A dificuldade na aprendizagem de Língua Portuguesa pode ser observada de diversas formas, como a dificuldade em compreender textos, a incapacidade de produzir textos coerentes e coesos, o uso inadequado da gramática, e a falta de habilidades de interpretação (Gomes, 2021). Esses obstáculos são frequentemente associados a uma série de fatores, como problemas cognitivos, fatores socioeconômicos, métodos de ensino inadequados e até questões emocionais dos alunos.

O objetivo principal deste trabalho é investigar as principais dificuldades de aprendizagem enfrentadas pelos estudantes do 6° ao 9° ano do Ensino Fundamental II na disciplina de Língua Portuguesa. Através dessa investigação, pretende-se identificar as causas que contribuem para essas dificuldades, como fatores cognitivos, pedagógicos, sociais e emocionais. Além disso, busca-se sugerir estratégias pedagógicas e metodológicas que possam ser adotadas pelos educadores para superar essas dificuldades e melhorar o desempenho dos alunos.

As dificuldades de aprendizagem podem variar de aluno para aluno, e a identificação precoce dessas dificuldades é essencial para aplicar estratégias de intervenção adequadas. O trabalho buscará compreender as diversas formas dessas dificuldades se manifestarem, seja na leitura, na escrita, na compreensão de textos, ou no uso da gramática correta, e fornecer uma base sólida para sugerir alternativas que possam ser implementadas nas práticas pedagógicas cotidianas.

Outro objetivo importante é analisar como o ambiente escolar e os recursos didáticos podem ser otimizados para proporcionar melhores condições para os alunos. Isso inclui a revisão das metodologias de ensino utilizadas, o treinamento dos professores para identificar e lidar com as dificuldades de aprendizagem e a análise de como o contexto social e familiar dos estudantes pode influenciar o processo de aprendizagem.

A justificativa para a realização deste trabalho repousa na necessidade urgente de compreender as dificuldades de aprendizagem que os estudantes enfrentam na disciplina de Língua Portuguesa. Com o crescente número de alunos com dificuldades nessa área, torna-se imperativo que os educadores, gestores escolares e demais envolvidos no processo educacional desenvolvam uma compreensão clara das causas dessas dificuldades. Isso se torna ainda mais relevante no contexto do Ensino Fundamental II, onde o domínio da língua é cada vez mais exigido, tanto para o desempenho escolar quanto para a comunicação eficaz no cotidiano.

Estudar as dificuldades de aprendizagem na Língua Portuguesa é essencial para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem. Identificar essas dificuldades de forma precoce pode permitir intervenções mais eficazes, que podem ser aplicadas antes que o problema se agrave, garantindo que os alunos não se sintam excluídos do processo educacional. O entendimento das dificuldades oferece a oportunidade de repensar as práticas pedagógicas e adaptar as metodologias de ensino para atender às necessidades específicas dos alunos.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO FUNDAMENTAL II

A Língua Portuguesa ocupa um papel central no currículo do Ensino Fundamental II, principalmente no 6° ao 9° ano, sendo essencial para o desenvolvimento cognitivo e comunicativo dos estudantes. Durante esse período, os alunos são desafiados a aprimorar suas habilidades linguísticas, tanto na compreensão quanto na produção de textos, além de compreender a norma culta da língua (Almeida, 2018). 

A formação integral do estudante na Língua Portuguesa é indispensável para a construção do conhecimento, sendo responsável por influenciar seu desempenho acadêmico em outras disciplinas e sua preparação para os desafios da vida acadêmica futura (Lima, 2020). O domínio da linguagem verbal é o alicerce para a aprendizagem em todas as áreas do saber, pois a leitura e a interpretação de textos, a escrita clara e organizada e o uso adequado da norma culta da língua são competências que permeiam a maioria das práticas escolares. 

Um estudante com dificuldades em compreender enunciados, elaborar argumentos ou expressar-se com clareza tende a enfrentar obstáculos não apenas na disciplina de Língua Portuguesa, mas também em Matemática, Ciências, História, Geografia e demais áreas que exigem raciocínio lógico e compreensão textual. 

De acordo com Gomes (2021), essa formação linguística amplia a capacidade de análise crítica do mundo, fortalece a autonomia intelectual e prepara o aluno para os contextos acadêmico e profissional futuros, nos quais a habilidade de comunicar-se com coerência e precisão é amplamente exigida. Portanto, investir no desenvolvimento da competência linguística não é apenas uma exigência curricular, mas uma condição fundamental para garantir uma trajetória escolar sólida, equitativa e voltada para a cidadania plena.

A Língua Portuguesa tem um papel fundamental na formação acadêmica dos estudantes, sendo uma ferramenta não apenas de comunicação, mas também de reflexão crítica e construção do pensamento. Através do domínio da língua, os alunos desenvolvem habilidades cognitivas que são aplicáveis em todas as áreas do conhecimento (Ferreira, 2019). A capacidade de ler, interpretar, produzir textos e compreender a norma gramatical da língua permite ao aluno não apenas comunicar suas ideias de forma clara e eficiente, mas também compreender o mundo ao seu redor de maneira crítica e reflexiva.

A Língua Portuguesa é um meio de expressão pessoal, permitindo aos alunos transmitirem suas experiências, opiniões e sentimentos. Este aspecto é essencial para o desenvolvimento de sua identidade e para a formação de cidadãos que saibam se posicionar e interagir de maneira adequada na sociedade (Gomes, 2021). 

A competência linguística, por sua vez, está diretamente ligada à habilidade de argumentação, que é importante tanto para a vida acadêmica quanto profissional dos estudantes. Essa competência vai além da simples gramática, envolvendo também a capacidade de fazer escolhas linguísticas adequadas ao contexto social, cultural e discursivo em que o indivíduo está inserido.

O domínio da Língua Portuguesa também tem um papel significativo na formação acadêmica futura dos alunos. A capacidade de compreender e produzir textos de forma eficaz é um pré-requisito para o sucesso em muitas áreas do conhecimento, desde as ciências exatas até as ciências humanas (Lima, 2020). A leitura crítica e a escrita acadêmica são habilidades essenciais em cursos de nível superior, e quanto mais sólido for o desenvolvimento da Língua Portuguesa durante o Ensino Fundamental II, mais preparado o estudante estará para os desafios que surgem no Ensino Médio e na universidade.

Assim, a Língua Portuguesa não se limita a uma disciplina dentro do currículo escolar, mas se configura como uma habilidade transversal, essencial para o desenvolvimento de diversas competências, como pensamento crítico, argumentação, leitura, escrita e análise de textos (Pereira, 2019). Essas habilidades são fundamentais tanto para o sucesso acadêmico quanto para a formação de cidadãos que possam atuar de forma crítica e reflexiva em uma sociedade complexa e em constante transformação.

2.2 PRINCIPAIS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

As dificuldades de aprendizagem na disciplina de Língua Portuguesa são um dos maiores desafios enfrentados pelos estudantes do Ensino Fundamental II, especialmente entre o 6° e 9° ano. Essas dificuldades se manifestam em diversas áreas da língua, como leitura, produção de textos, ortografia e gramática (Mendes et. al., 2024). Tais dificuldades podem prejudicar o desempenho acadêmico dos alunos, comprometendo seu desenvolvimento educacional e sua formação pessoal. A compreensão dessas dificuldades é crucial para a criação de estratégias pedagógicas eficazes que auxiliem os estudantes a superar esses obstáculos.

A leitura e a interpretação de textos são habilidades essenciais para o sucesso acadêmico e para a formação de cidadãos críticos e reflexivos. No entanto, muitos alunos apresentam dificuldades significativas nesse campo, o que impacta diretamente o aprendizado em outras disciplinas que dependem da compreensão textual (Oliveira; Castro, 2024). As dificuldades na leitura e interpretação podem ser causadas por diversos fatores, entre os quais se destacam a falta de vocabulário, dificuldades de decodificação e baixa fluência na leitura.

A compreensão leitora depende de uma série de fatores, e a falta de interesse pelo conteúdo é um dos principais obstáculos. Quando os alunos não se sentem motivados para ler, é mais difícil que eles se engajem no processo de compreensão e análise crítica dos textos. Além disso, a falta de atenção é outro fator que compromete a capacidade de compreender um texto de forma completa (Dantas, 2023). A distração ou a dificuldade em focar nas palavras e nas informações apresentadas também pode prejudicar o entendimento global do conteúdo.

Outro aspecto relevante é a presença de problemas emocionais, que podem afetar a capacidade de concentração e a disposição para a leitura. Alunos com dificuldades emocionais, como ansiedade ou depressão, tendem a ter uma redução na capacidade de processamento de informações, tornando a leitura e a interpretação mais desafiadoras. De acordo com Mendes et. al., (2024), o nível de complexidade do texto também influencia a compreensão. Textos mais longos ou com vocabulário mais técnico exigem maior capacidade de análise e interpretação, o que pode ser um desafio para estudantes que não possuem um repertório vocabular amplo ou que apresentam dificuldades na decodificação das palavras.

A produção de textos é outro campo onde muitos alunos enfrentam dificuldades. A escrita é uma habilidade que envolve a organização de ideias, a utilização adequada da gramática e o emprego de um vocabulário preciso e adequado ao contexto (Souza, 2023). Alunos com dificuldades na produção de textos costumam apresentar produções desorganizadas, com frases desconexas e falta de coesão entre os parágrafos, dificultando a compreensão do texto como um todo.

A falta de planejamento ao escrever um texto é uma das principais causas das dificuldades de produção textual. Sem um planejamento adequado, os alunos tendem a escrever de forma apressada e desorganizada, o que resulta em textos sem estrutura lógica e argumentação clara (Nascimento, 2021). O planejamento é essencial para a organização das ideias, permitindo ao aluno construir uma introdução coerente, um desenvolvimento bem estruturado e uma conclusão que sintetize as ideias principais. A ausência desse processo dificulta o desenvolvimento de textos coesos e bem articulados, além de prejudicar a clareza e a objetividade na comunicação.

Outro ponto importante é a dificuldade de estabelecer uma linha de raciocínio clara e objetiva. A escrita exige não apenas o domínio da língua, mas também a capacidade de argumentação e reflexão. Quando os alunos não conseguem organizar suas ideias de forma lógica, suas produções textuais tendem a ser confusas e difíceis de entender. Para Silva e Oliveira (2022), muitos estudantes apresentam dificuldades no uso adequado de conectivos, o que compromete a fluidez e a coesão do texto.

As dificuldades ortográficas e gramaticais são, sem dúvida, algumas das mais comuns entre os estudantes de Língua Portuguesa. A ortografia envolve a correta escrita das palavras, enquanto a gramática abrange as regras que regulam a estrutura da língua, como a concordância verbal e nominal, a regência e o uso adequado de preposições e conjunções (Nascimento, 2021). A falha no domínio dessas regras resulta em textos com erros frequentes, que comprometem a clareza da mensagem e a formalidade da comunicação.

Os erros de concordância verbal e nominal são muito comuns entre os alunos. Esses erros ocorrem quando o sujeito e o verbo, ou o substantivo e o adjetivo, não estão em conformidade em número e pessoa. Por exemplo, “A estudante foi embora porque os professores estavam conversando” apresenta um erro de concordância entre o sujeito “professores” e o verbo “estava”, que deveria estar no plural (Fonseca; Oliveira, 2024). Outro erro recorrente é o uso inadequado das preposições e conjunções, como o uso de “para” no lugar de “a” em frases como “Vou para escola”, ao invés de “Vou à escola”.

Esses erros são causados, muitas vezes, pela falta de atenção às regras gramaticais e pela dificuldade de aplicar corretamente a norma culta da língua. Eles podem ser evitados com o estudo contínuo das regras de concordância e regência, além de um maior cuidado durante a produção textual, com revisão e correção dos textos produzidos (Souza, 2023).

As dificuldades de aprendizagem em Língua Portuguesa, como as observadas na leitura e interpretação de textos, na produção escrita e nos aspectos ortográficos e gramaticais, afetam significativamente o desempenho acadêmico dos alunos. Para superar essas dificuldades, é essencial que os educadores adotem estratégias de ensino que envolvam a prática constante, o estímulo ao gosto pela leitura, o planejamento da escrita e a revisão de textos. De acordo com Fonseca e Oliveira (2024), é necessário que os estudantes recebam o suporte adequado para desenvolver suas competências linguísticas e melhorar sua compreensão e produção textual, fatores fundamentais para o sucesso acadêmico.

2.3 ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS PARA SUPERAR AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Superar as dificuldades de aprendizagem é um desafio que exige abordagens pedagógicas inovadoras e adaptadas às necessidades dos alunos. No contexto da Língua Portuguesa no Ensino Fundamental II, diversas estratégias podem ser adotadas para promover a inclusão e o desenvolvimento de habilidades essenciais, como leitura, produção textual, ortografia e interpretação (Santos, 2021). Essas estratégias devem considerar as diversidades dos alunos, seus ritmos e estilos de aprendizagem, e buscar engajamento por meio de práticas dinâmicas e interativas.

A personalização do ensino é um fator decisivo na superação das dificuldades de aprendizagem. Os alunos possuem ritmos, interesses e formas de aprender distintas, e reconhecer essas diferenças é fundamental para o sucesso acadêmico (Santos; Oliveira, 2020). A adaptação do ensino envolve práticas diversificadas, que podem incluir o uso de diferentes recursos didáticos, métodos de ensino mais flexíveis e atividades diferenciadas para atender às necessidades específicas de cada aluno.

A adaptação do ensino não deve ser vista apenas como uma modificação curricular, mas também como uma abordagem que reconhece o potencial de cada estudante e oferece suporte para que ele desenvolva suas habilidades (Santos, 2021). O professor deve ser um mediador do conhecimento, capaz de identificar as dificuldades e potencialidades dos alunos, oferecendo estratégias que se adequem a cada situação.

O uso de tecnologias educacionais tem se mostrado uma ferramenta poderosa no processo de aprendizagem. Plataformas digitais, aplicativos, jogos educacionais e ferramentas interativas podem transformar a forma como os alunos se relacionam com a Língua Portuguesa. Essas ferramentas oferecem uma maneira dinâmica e envolvente de aprender, estimulando a curiosidade dos alunos e tornando o processo de ensino mais acessível (Souza; Santos, 2020).

Por exemplo, jogos de palavras e aplicativos que ensinam ortografia, gramática e interpretação de textos de maneira divertida podem ser recursos valiosos para alunos que apresentam dificuldades. 

Plataformas online podem facilitar a personalização do ensino, permitindo que os alunos trabalhem em seu próprio ritmo e recebam feedback imediato sobre seu desempenho (Souza; Melo, 2020). Portanto, as tecnologias não apenas complementam as práticas pedagógicas tradicionais, mas também oferecem novas possibilidades de aprendizagem, especialmente para aqueles que enfrentam desafios específicos na disciplina.

Uma das estratégias mais eficazes para superar as dificuldades de aprendizagem em Língua Portuguesa é o estímulo à leitura e à produção textual. Essas duas habilidades são interdependentes e devem ser trabalhadas de forma contínua no cotidiano escolar (Santos; Oliveira, 2020). Promover atividades que incentivem a leitura e a escrita contribui para o desenvolvimento da capacidade de compreensão e expressão dos alunos, além de fortalecer o domínio da gramática e do vocabulário.

A leitura deve ser incentivada não apenas com textos didáticos, mas também com livros de ficção, revistas, jornais e outros materiais que despertem o interesse dos alunos. A produção textual, por sua vez, deve ser abordada como uma oportunidade para que os estudantes desenvolvam suas ideias, estruturando-as de forma coerente e coesa.

O trabalho em grupo e as discussões em sala de aula são atividades que podem promover o engajamento dos alunos e facilitar a compreensão dos textos (Souza; Melo, 2020). Quando os alunos têm a oportunidade de compartilhar suas interpretações, discutir diferentes pontos de vista e colaborar na elaboração de um trabalho, eles ampliam suas habilidades de argumentação e análise crítica.

Essas atividades também auxiliam no desenvolvimento da expressão oral e da capacidade de ouvir e respeitar as opiniões dos colegas. De acordo com Silva (2022), a troca de ideias durante os debates pode enriquecer a compreensão do conteúdo, estimulando a reflexão e a construção coletiva de conhecimento. Trabalhos em grupo e discussões promovem, assim, uma aprendizagem ativa e colaborativa, favorecendo a formação de habilidades fundamentais para a produção de textos e a interpretação crítica.

As estratégias lúdicas e criativas têm um grande potencial para tornar o ensino de Língua Portuguesa mais atrativo e envolvente. Atividades que incluem jogos, dinâmicas de grupo e desafios podem despertar o interesse dos alunos, tornando o aprendizado mais prazeroso. O ensino de Língua Portuguesa, quando abordado de forma criativa, consegue captar a atenção dos alunos de maneira eficaz, promovendo um aprendizado mais significativo (Santos; Oliveira, 2020).

As estratégias lúdicas são particularmente eficazes para alunos com dificuldades de concentração ou aqueles que têm uma abordagem mais prática para o aprendizado. Elas estimulam a participação ativa e permitem que os alunos explorem a língua de maneira interativa e divertida.

Jogos de palavras, quebra-cabeças e desafios ortográficos são excelentes ferramentas para o ensino da Língua Portuguesa. Essas atividades permitem que os alunos pratiquem de forma lúdica aspectos importantes da língua, como a ortografia, a construção de frases e a ampliação do vocabulário (Souza; Melo, 2020). Atividades como palavras cruzadas, caça-palavras e outros jogos de linguagem podem ser usadas para revisar e fixar conceitos de forma dinâmica.

Desafios ortográficos, como competições de soletração e jogos em grupo, são formas eficazes de trabalhar a ortografia de maneira divertida. Esses jogos não apenas ajudam a reforçar a escrita correta das palavras, mas também criam um ambiente de aprendizagem mais leve e descontraído, promovendo a interação entre os alunos e o fortalecimento do aprendizado.

3. CONCLUSÃO

As dificuldades de aprendizagem em Língua Portuguesa no Ensino Fundamental II têm múltiplas causas e manifestações, que podem ser cognitivas, pedagógicas ou socioeconômicas. Superar essas dificuldades exige um diagnóstico precoce, um acompanhamento contínuo e estratégias pedagógicas adequadas. O papel do professor é crucial, não apenas no desenvolvimento acadêmico dos alunos, mas também na identificação das suas necessidades específicas e no oferecimento de suporte adequado.

As dificuldades de aprendizagem em Língua Portuguesa não se limitam a questões cognitivas, mas também envolvem fatores pedagógicos e socioeconômicos. A falta de acesso a materiais de leitura, o contexto social e familiar dos alunos, e a qualidade do ensino ofertado são determinantes importantes para o desempenho escolar. 

Portanto, o professor desempenha um papel fundamental ao oferecer um ensino que não apenas transmita conteúdo, mas que também identifique e atue sobre as dificuldades dos alunos. A formação continuada, o acompanhamento individualizado e a criação de estratégias pedagógicas adequadas são essenciais para garantir o sucesso no processo de aprendizagem.

A promoção de um ensino de qualidade em Língua Portuguesa exige um esforço coletivo entre professores, gestores, famílias e a sociedade. Para melhorar o ensino e a aprendizagem, é necessário investir na formação contínua dos educadores, garantindo que estes estejam preparados para lidar com a diversidade na sala de aula e adaptar suas estratégias pedagógicas.

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