CONTEMPORARY TEACHING AND EDUCATIONAL PRACTICES: INTEGRATED STRATEGIES FOR EFFECTIVE TEACHING
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202503111829
Wislandey de Almeida Santos1
Maria do Socorro Pereira da Silva2
Angela Márcia Rocha da Silva3
Neirivan dos Santos Brito4
Edileusa Carneiro Fernandes5
Fortunato Macedo Filho6
Resumo
Este artigo justifica-se pela necessidade de integrar estratégias didáticas ao planejamento, avaliação e projetos pedagógicos para promover um ensino efetivo e orientado ao desenvolvimento de competências essenciais no contexto contemporâneo. O tema central é a didática contemporânea e sua aplicação prática no ambiente educacional, onde práticas pedagógicas integradas transformam a experiência de ensino e aprendizagem de modo a contribuir para a progressão de conceitos, conhecimento e a intelectualidade. Os objetivos do estudo são explorar essas estratégias e demonstrar seu impacto na construção de um ambiente educacional mais ativo e reflexivo. A metodologia utilizada baseia-se em uma revisão de literatura e pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa, analisando teorias e práticas relevantes para uma didática integrada e o uso de ferramentas que corroboram para uma aprendizagem eficiente. Os principais resultados indicam que a adoção de práticas integradas favorece o protagonismo do aluno, no tocante ao seu envolvimento com o objeto da aprendizagem, considerando, no entanto, o papel central e indispensável do professor neste processo, e o desenvolvimento de habilidades críticas e colaborativas, mas, sobretudo, pautadas no conhecimento técnico/científico e filosófico. Conclui-se que a didática integrada é uma ferramenta essencial para tornar o ensino mais adaptado às demandas da sociedade contemporânea, com foco no desenvolvimento das capacidades cognitivas do estudante.
Palavras-chave: Didática contemporânea; Estratégias pedagógicas; Ensino efetivo; Planejamento integrado; Desenvolvimento cognitivo.
Abstract
This article is justified by the need to integrate teaching strategies into planning, evaluation and pedagogical projects to promote effective teaching oriented towards the development of essential skills in the contemporary context. The central theme is contemporary didactics and its practical application in the educational environment, where integrated pedagogical practices transform the teaching and learning experience in order to contribute to the progression of concepts, knowledge and intellectuality. The objectives of the study are to explore these strategies and demonstrate their impact on building a more active and reflective educational environment. The methodology used is based on a literature review and bibliographical research with a qualitative approach, analyzing theories and practices relevant to integrated teaching and the use of tools that support efficient learning. The main results indicate that the adoption of integrated practices favors the student’s protagonism, in terms of their involvement with the learning object, considering, however, the central and indispensable role of the teacher in this process, and the development of critical and collaborative skills, but, above all, based on technical/scientific and philosophical knowledge. It is concluded that integrated teaching is an essential tool to make teaching more adapted to the demands of contemporary society, with a focus on developing the student’s cognitive abilities.
Keywords: Contemporary didactics; Pedagogical strategies; Effective teaching; Integrated planning; Cognitive development
INTRODUÇÃO Em um cenário educacional marcado por constantes transformações, as práticas didáticas enfrentam o desafio de transcender a politização curricular em nome de teorias que supervalorizam narrativas progressistas e atender às demandas de uma sociedade que valorize o pensamento crítico, o conhecimento científico filosófico e a colaboração. A integração de estratégias como planejamento, avaliação e projetos pedagógicos emergem como uma solução para tornar o ensino mais dinâmico e conectado às realidades dos estudantes. Diante disso, surge a reflexão: como a didática contemporânea pode transformar a sala de aula em um espaço de aprendizagem ativo e preparação para os desafios do mundo atual?
A didática contemporânea, ao conectar teoria e prática, oferece um conjunto de estratégias que visam a criação de um ensino centrado na construção de competências e habilidades dos alunos (Candau, 2023). Este tema busca a aplicação de uma didática integrada, onde planejamento, avaliação e projetos pedagógicos se articulam para promover uma aprendizagem mais eficiente. A relevância dessa abordagem está diretamente ligada à formação de alunos mais autônomos e críticos, características indispensáveis na sociedade atual.
Todavia, a figura do professor é central nesse processo, assim como o uso inteligente da didática como instrumento pedagógico do ensino. Nesta perspectiva, o tema também reflete uma tendência educacional presente em instituições de ensino e programas governamentais que, como a Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2017), buscam desenvolver competências legislativas às demandas sociais, com o intuito de promover uma educação de qualidade e equidade.
Contudo, apesar dos avanços, ainda há uma lacuna na literatura quanto à aplicação prática da didática integrada. A maioria dos estudos se concentra em teorias isoladas sobre o planejamento, a avaliação ou os projetos, sem explorar as conexões possíveis entre esses elementos para transformar a prática educacional de maneira concreta. Este tema é, portanto, de grande importância estratégica, pois aponta para uma nova forma de conceber o ensino – considerando a transmissão do saber elaborado, mas também a partir de um processo de construção ativa de conhecimento.
Num contexto em que a prática pedagógica precisa ser adaptada rapidamente, entender e aplicar uma didática integrada às questões relacionadas às (teorias, à prática e ao conhecimento), para geração de um ensino efetivo, torna-se indispensável. Logo, entender que o professor precisa ter uma postura estratégica, para desenvolver suas atividades docentes, com o propósito de formar o aluno a partir de uma educação que visa a transformação do estágio de ignorância para um universo de conhecimento libertador.
Este artigo tem a intenção de explorar como estratégias didáticas integradas no planejamento, avaliação e projetos pedagógicos podem transformar a prática educacional, promovendo um ensino efetivo, sobretudo, centrado no desenvolvimento de competências essenciais para o aluno contemporâneo.
Subsequentemente, na primeira seção, discutimos os fundamentos teóricos da didática contemporânea e seu papel transformador na prática educativa, revisando sua evolução histórica e abordagens atuais. No capítulo seguinte, abordamos as estratégias didáticas específicas de planejamento, avaliação e projetos pedagógicos, evidenciando como essas práticas docentes podem contribuir para a construção de um ambiente de aprendizagem ativo e reflexivo. Por último, são apresentadas as considerações finais, destacando as contribuições e limites do estudo, bem como sugestões para futuras pesquisas, com o objetivo de ampliar a compreensão sobre a didática integrada como ferramenta de transformação educacional e evolução do conhecimento.
1. FUNDAMENTOS DA DIDÁTICA CONTEMPORÂNEA E O PAPEL
TRANSFORMADOR DA PRÁTICA EDUCACIONAL
O primeiro capítulo abordará os fundamentos teóricos e históricos da didática, com foco na evolução das práticas pedagógicas e nas concepções que sustentam a didática contemporânea. Serão exploradas as bases autorais e temáticas que influenciam a formação docente e a construção de competências no ensino atual, incluindo perspectivas de autores como Comenius, que são apresentadas para a reflexão sobre o papel da didática na educação como elemento central de orientação e estruturação do processo de ensino -aprendizagem.
Comenius (2011) define a didática como uma ciência orientadora do processo de ensino-aprendizagem, com foco no desenvolvimento integral do aluno. Essa abordagem se mantém relevante hoje, ao fundamentar práticas pedagógicas externas para a formação de competências, como pensamento crítico e autonomia, elementos centrais na educação atual (Libâneo, 1994).
O conceito de didática como ciência orientadora do ensino-aprendizagem, conforme proposto por Comenius (2011), estabelece as bases para práticas pedagógicas que buscam não somente a formação integral, mas também a transmissão consistente e consciente do conhecimento. Sua contribuição teórica oferece uma estrutura para a organização das aulas, enfatizando a importância do professor como mestre do saber e responsável por orientar os alunos na compreensão dos conteúdos. Para Libâneo (1994), a didática não se limita à articulação entre objetivos educacionais e habilidades críticas, mas inclui a transmissão do conhecimento técnico, científico e filosófico como elementos essenciais para uma formação sólida e estruturada.
Nesse contexto, tal entendimento destaca o papel central do professor na orientação pedagógica, utilizando a didática como ferramenta para garantir que o processo de ensino-aprendizagem contemple tanto a aquisição de conhecimentos quanto o desenvolvimento de habilidades analíticas e inteligentes (Franco, 2012). Nesse sentido, a educação não pode ser reduzida a um foco exclusivo nas transformações sociais ou práticas socioconstrutivistas, mas deve integrar um equilíbrio entre teoria e prática, permitindo que os alunos desenvolvam uma base intelectual robusta, capaz de responder às demandas técnicas e filosóficas da sociedade contemporânea.
Estudos de Brisolla (2020) indicam que metodologias ativas, como a interdisciplinaridade e a aprendizagem baseada em projetos, apoiam a organização pedagógica ao integrar diferentes áreas do conhecimento e promover a colaboração. Deste modo, essas abordagens permitem que os alunos desenvolvam habilidades práticas, como resolução de problemas e trabalho em equipe, enquanto consolidam os conteúdos ensinados. Nesse contexto, segundo a visão de Luckesi (2010), a didática integrada ao planejamento pedagógico se destaca como um elemento que contribui para a construção de uma aprendizagem mais estruturada e direcionada às demandas educacionais atuais.
Nesta perspectiva, pesquisas empíricas demonstram que a adoção de metodologias ativas, como a aprendizagem baseada em projetos, contribui para mudanças relevantes no ambiente educacional. Brisolla (2020) aponta que professores que utilizam estratégias interdisciplinares e projetos estruturados promovem um ensino focado no aluno, estimulando a colaboração e o protagonismo. Complementando essa visão, Oliveira et al. (2020) destacam que a aprendizagem baseada em projetos potencializa habilidades práticas, como a resolução de problemas, proporcionando a eficácia de uma didática integrada para atender às demandas pedagógicas contemporâneas.
A Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2017) orienta o uso de práticas pedagógicas que desenvolvem competências essenciais por meio de metodologias que estimulam a autonomia e o engajamento dos alunos. Brisolla (2020) enfatiza que essas metodologias requerem um planejamento pedagógico estruturado, no qual o aluno seja visto como agente ativo no processo de aprendizagem, o que amplia sua capacidade crítica e adaptabilidade. Nesse sentido, uma didática que privilegia o protagonismo do aluno contribui tanto para a assimilação do conhecimento quanto para o desenvolvimento de habilidades essenciais, como colaboração e pensamento crítico, indispensáveis na contemporaneidade.
1.1 A EVOLUÇÃO DA DIDÁTICA: TEORIAS E ABORDAGENS CONTEMPORÂNEAS
A evolução da didática está diretamente relacionada às mudanças nas práticas pedagógicas e ao papel central do professor no processo de ensino-aprendizagem. Em Didática Magna, Comenius (2011) defende um método “universal” que organiza e sistematiza o ensino com o objetivo de alcançar uma formação integral dos alunos. Do mesmo modo, Libâneo (1994) complementa essa visão – ao definir a didática como um campo necessário para estratégias planejadas que conectem o ensino ao desenvolvimento humano. Assim, a didática contemporânea integra esses fundamentos históricos com a necessidade de atender às demandas de inovação e adaptação pedagógica, como por exemplo as novas mídias tecnológicas e novos métodos de ensino.
Ao longo do tempo, a didática ampliou seu escopo para incluir abordagens que valorizem a interação entre teoria e prática, enfatizando a necessidade de uma formação sólida baseada na elaboração do saber e no desenvolvimento do conhecimento técnico, científico e filosófico. Com base nessa ótica, Franco (2012) destaca que a didática moderna incorpora metodologias que complementam o ensino tradicional, (e aqui vale lembrar que a pedagogia tradicional teve seus pontos positivos no tocante a aprendizagem do aluno), estimulando a compreensão e a participação do discente no processo educativo. Caldeira e Zaidan (2013) acrescentam que a práxis pedagógica deve considerar o contexto social, mas sem negligenciar o papel central do professor na organização do saber e na formação intelectual dos estudantes.
O conceito de didática contemporânea abrange elementos de interdisciplinaridade e inovação, mas mantém a elaboração de conhecimento como eixo fundamental. Ao ler Brisolla (2020), compreende-se que o autor argumenta que o planejamento pedagógico, ainda que responda às mudanças sociais, deve priorizar estratégias que assegurem a assimilação do conteúdo e o desenvolvimento de habilidades cognitivas, sem as quais, prejudicariam a formação efetiva do aluno. Portanto, esse equilíbrio permite que o professor exerça seu papel de mestre do saber, orientando os alunos na construção de uma base educacional que atende às exigências acadêmicas e tecnológicas da atualidade.
Logo, a evolução da didática demonstra a necessidade de práticas pedagógicas que equilibrem a transmissão de conteúdos com metodologias ativas. Para Veiga (1989), a didática contemporânea deve transformar a sala de aula em um espaço onde o professor oriente o aprendizado de forma ativa, promovendo a autonomia e o desenvolvimento integral dos alunos. Essa transformação, contudo, deve ser fundamentada em uma orientação pedagógica sólida que conecta os estudantes ao conhecimento técnico-científico, essencial para sua formação intelectual e adaptação às demandas do século XXI.
1.2 A DIDÁTICA COMO FIO CONDUTOR NA FORMAÇÃO DE COMPETÊNCIAS NO ENSINO CONTEMPORÂNEO
No ensino contemporâneo, a didática desempenha um papel essencial na formação de competências que abrange tanto o pensamento crítico quanto o domínio de conhecimentos técnicos e científicos. Para Libâneo (1994), a didática é uma ponte entre teoria e prática, orientando o professor na elaboração de estratégias que garantam uma transmissão eficaz do saber. Essa abordagem ajuda a instruir sim, mas dentro das bases pedagógicas curriculares de um ensino que visa o desenvolvimento cognitivo, além de preparar o aluno para compreender e aplicar o conhecimento de forma reflexiva, promovendo uma base sólida para sua formação.
Diante deste cenário, a Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2017) enfatiza que uma prática pedagógica deve contemplar a formação de competências cognitivas e socioemocionais sem negligenciar a construção de uma base teórica sólida. Brisolla (2020) observa que o planejamento didático precisa criar oportunidades de aprendizagem contextualizadas, mas reforça que a transmissão do conhecimento técnico é indispensável para o desenvolvimento integral do aluno em um ambiente social e tecnológico complexo. Assim, o ensino torna-se um aprendizado para o progresso acadêmico e profissional dos estudantes.
Por outro ângulo, a relação entre didática e competências implica em métodos que, embora valorizem a participação ativa do aluno, reconheçam o papel indispensável do professor como mestre do saber. Segundo Caldeira e Zaidan (2013), a didática fortalece a interação crítica dos estudantes com os conteúdos, promovendo uma aprendizagem que integra memorização – do ponto de vista da neurociência, o que gera progressão do saber, e não o simples “decoreba”. Assim, o processo de aprendizagem se configura como uma aplicação prática e reflexiva. Nesse contexto, o professor pode lançar mão desta didática contemporânea, como fio condutor para aulas planejadas que, além de colaborativa, oferece uma base técnica e científica necessária para uma formação eficiente.
Ademais, a didática contemporânea reafirma a centralidade do professor como mediador e orientador no processo educativo. Conforme Franco (2012), o professor deve promover um ambiente que incentive o engajamento dos alunos, mas sem abdicar da responsabilidade de transmitir conhecimento especializado. Dessa forma, a prática didática orienta a aquisição de competências que não respondem apenas às demandas de igualdade social atual, mas também fortalecem a compreensão e o domínio do saber técnico e científico, indispensáveis para os desafios contemporâneos.
2. DO PLANEJAMENTO À PRÁTICA: FERRAMENTAS DIDÁTICAS PARA TRANSFORMAR A EDUCAÇÃO
A prática pedagógica estruturada requer ferramentas que valorizem a figura do professor como mestre do saber e promovam a construção de um conhecimento técnico, científico e filosófico. Conforme Damascena et al. (2019), o uso de tecnologias educacionais digitais, como plataformas interativas e simuladores, fornece uma mediação didática que complementa a incorporação do conhecimento. Essas ferramentas, aliadas ao planejamento pedagógico, permitem ao professor organizar conteúdos de forma acessível e prática, promovendo a compreensão eficaz por parte dos alunos. No entanto, é fundamental que o professor desempenhe o seu papel de orientador, utilizando a tecnologia como suporte, e não como substituto do processo educativo.
A música, enquanto recurso didático, também contribui para o ensino ao engajar os alunos e facilitar a compreensão de conceitos complexos. Sobre esse prisma, Santos (2023) defende que a musicalização promove um ambiente de aprendizagem mais dinâmico, mas também auxilia na memorização e no desenvolvimento de habilidades cognitivas e emocionais. Sob a orientação do professor, a música pode ser utilizada para abordar conteúdos de maneira interdisciplinar, integrando o conhecimento técnico e filosófico em um processo que estimula o senso crítico e a criatividade dos alunos.
Os jogos educativos, por sua vez, são ferramentas eficientes para o aprendizado, permitindo desde associação de conceitos teóricos a práticas lúdicas. Pinto et al. (2012) ressalta que os jogos facilitam a interação entre alunos, objeto da aprendizagem e novas descobertas, proporcionando uma aprendizagem ativa. Contudo, o docente precisa direcionar essas atividades, garantindo que o uso dos jogos seja uma prática pedagógica com foco na elaboração do conhecimento. Dessa forma, o processo pedagógico não se reduz ao entretenimento, mas se configura como uma estratégia para consolidar saberes técnicos e estimular a resolução de problemas.
Por conseguinte, o livro didático permanece como uma ferramenta central no processo de ensino-aprendizagem. Pará Damascena et al. (2019), a didática aplicada ao uso desse recurso, combinada com novas tecnologias e métodos, amplia sua eficácia ao conectar conteúdos curriculares a realidades práticas. O professor, ao planejar as aulas com base no livro, pode integrá-lo a outros recursos, como jogos e música, oferecendo uma experiência educativa mais engajadora. Assim, o planejamento didático utiliza essas ferramentas de forma complementar, fortalecendo a prática docente e sobretudo a formação sólida e abrangente dos alunos.
2.1 PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO EFICIENTE: ESTRUTURANDO O CAMINHO PARA A APRENDIZAGEM
O planejamento didático eficiente transforma a teoria educacional em práticas concretas que garantem a compreensão e o desenvolvimento de competências e habilidades propostos pelos documentos oficiais de nossa legislação educacional. Em Didática Magna, Comenius (2011) destaca que a organização clara e sistemática do ensino é fundamental para o aprendizado. Deste modo, o professor, como mestre do saber, pode utilizar o planejamento para conectar os fundamentos teóricos à prática, estruturando o ensino de forma que o conhecimento técnico, científico, filosófico seja acessível e relevante para os estudantes, a ponto de fomentar a ampliação da visão de mundo e a intelectualidade nos termos cognitivos.
Diante das exigências educacionais, Candau (2023) aponta que o planejamento didático bem estruturado permite ao professor organizar ações que desenvolvam competências e habilidades de leitura, escrita, raciocínio lógico matemático e compreensão das ciências humanas/sociais. Por outro lado, esse processo privilegia as questões curriculares e os conteúdos – como parte fundamental na formação escolar discente, sem desconsiderar a necessidade de adaptar as práticas às demandas específicas dos alunos. Enfim, o planejamento eficiente precisa garantir que o professor mantenha o foco na preparação sólida dos estudantes, orientando o aprendizado para a vida em sociedade, para o trabalho, para a libertação do estágio de ignorância por meio do ato de conhecer.
Para Lira (2020), o planejamento integrado permite adaptar métodos, conteúdos e conceitos de acordo com as interações e o progresso dos alunos. Contudo, a articulação entre planejamento e prática pedagógica possibilita ao professor ajustes contínuos às necessidades da turma. Esse processo valoriza o papel do professor como mediador do conhecimento, garantindo que o ensino atenda tanto às especificidades dos alunos quanto à necessidade de uma formação baseada em fundamentos que irão ajudar no processo de aprendizagem e ampliação das capacidades de reflexão e pensamento elaborado.
Um planejamento eficiente também reflete o compromisso do professor em equilibrar o contexto social dos alunos com uma formação técnica e filosófica de qualidade. Nesse sentido, destaca-se que, ao planejar com cuidado, o educador pode criar atividades que conectem os conteúdos curriculares às experiências dos alunos, sem perder de vista os objetivos acadêmicos. Assim, esse equilíbrio entre teoria e prática permite ao professor orientar o aprendizado de forma clara, preparando as aulas para desafios educacionais e profissionais (Alves; Salustiano, 2020).
2.2 TRANSFORMANDO AVALIAÇÃO E PROJETOS EM RESULTADOS
A avaliação e os projetos educacionais desempenham um papel essencial na formação sólida dos alunos, ao integrarem o desenvolvimento de conhecimentos com base na matriz curricular pautada nas ciências, mantendo a neutralidade e deixando de lado a politização e ideologização com viés progressista. Segundo Franco (2012), a avaliação deve ir além da simples mensuração de conteúdos, abrangendo também a análise do progresso cognitivo dos alunos. Esse processo permite que o professor oriente pedagogicamente os estudantes, ajustando suas estratégias para garantir um aprendizado abrangente e contextualizado.
Libâneo (1994) entende que projetos bem planejados transformam o ambiente escolar, proporcionando aos alunos a oportunidade de aplicar teorias na prática sob a orientação do professor. Com relação a este entendimento, tal abordagem permite que o aprendizado vá além do simples protagonismo, com vista para a importância do domínio técnico e da construção de bases teóricas consistentes para resolver problemas e interpretar a realidade. Os projetos educacionais, por sua vez, funcionam como ferramentas que conectam o conteúdo acadêmico às práticas reais, promovendo a compreensão e aplicação do conhecimento. Aliás, esse fundamento é explorado pela corrente do pragmatismo deweyano (Dewey, 1969).
Outro aspecto relevante dos projetos é o incentivo à colaboração e ao trabalho em equipe, que fortalece as habilidades interpessoais e cognitivas dos alunos. Nesse contexto, destaca-se que os projetos estimulam a interdisciplinaridade e criam um ambiente de troca de ideias mediado pelo professor, garantindo que o aprendizado seja de fato efetivo (Brisolla, 2020). Neste aspecto, os projetos promovem a integração dos alunos, além de prepará-los para desafios em sociedade, que desbloqueiam conhecimento especializado e as virtudes como cooperação, respeito e responsabilidade.
Ademais, a avaliação contínua e formativa é outro elemento indispensável para transformar a prática pedagógica em resultados eficazes. Para Candau (2023), a avaliação formativa auxilia os alunos a refletirem sobre suas trajetórias de aprendizagem e a identificarem áreas de melhoria, sempre orientadas pelo professor. Logo, essa abordagem complementa o planejamento de projetos, para garantir que o processo de ensino-aprendizagem contemple tanto os aspectos práticos quanto os teóricos, incentivando uma compreensão crítica e sólida dos conteúdos e das vivências em comunidade.
Portanto, a integração entre avaliação e projetos educacionais potencializa o aprendizado e solidifica o papel do professor como orientador pedagógico. Conforme apontado por Baima (2024), essa abordagem permite identificar as reais necessidades dos alunos, promovendo um ciclo contínuo de aprendizagem e adaptação. Para tanto, esse processo garante uma educação que prioriza o aprendizado de conceitos, o desenvolvimento da intelectualidade e o domínio técnico e científico como fatores essenciais para o cumprimento da função social da escola como instituição educativa que prepara os estudantes para demandas educacionais, sociais, profissionais, políticas e filosóficas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo teve como objetivo central investigar como estratégias didáticas integradas ao planejamento, avaliação e projetos pedagógicos podem transformar a prática educacional, promovendo um ensino que alia conhecimento técnico, científico e filosófico a uma formação sólida e adaptada às demandas contemporâneas. A estrutura do artigo foi organizada para abordar, inicialmente, os fundamentos teóricos da didática contemporânea, explorando suas bases históricas e relevância atual. Na sequência, discutimos estratégias práticas para o planejamento, avaliação e desenvolvimento de projetos pedagógicos, analisando sua aplicação no ambiente escolar. Por fim, as reflexões conclusivas destacam as contribuições dessas estratégias para o ensino.
O estudo em questão apresenta limites teóricos e metodológicos, uma vez que se baseia em uma revisão de literatura com abordagem qualitativa. Por isso, as instruções podem variar em aplicabilidade, dependendo do contexto educacional. Além disso, sua natureza bibliográfica reduz a capacidade de generalização dos resultados.
Os desdobramentos deste trabalho incluem investigações empíricas que podem testar as estratégias propostas em contextos específicos. Estudos futuros explorarão o impacto direto dessas práticas no desempenho dos alunos, contribuindo para o avanço teórico e metodológico sobre a didática integrada.
Nesse sentido, conclui-se que uma didática integrada é uma ferramenta necessária para transformar o ensino, ao equilibrar teoria e prática, assegurando uma formação consistente para os alunos. Essa abordagem coloca o professor como mestre do saber e orientador pedagógico, essencial para conectar os estudantes ao conhecimento técnico e filosófico que os prepara para os desafios educacionais e sociais do presente e do futuro.
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1Mestre e Doutorando em Ciências da Educação pela ULSHP – FACULTÉ LIBRE DES SCIENCES DE L’HOMME DE PARIS (França). (2022/2024-atual); Graduando em Geografia Licenciatura – pela UEMA – Universidade Estadual do Maranhão (2024); Graduado em Música Licenciatura pela UEMA – Universidade Estadual do Maranhão (2022); Graduado em Sociologia pela FANOR BRASIL (2022) Especialista em Aprendizagem e Autoria na Educação Infantil e Ensino Fundamental pela UEMA (2014); Graduado em Pedagogia Licenciatura (2012). E-mail: professorwislandey@gmail.com
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