DIABETES MELLITUS E SUAS PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES: UMA REFLEXÃO ACERCA DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11426908


Karine Oliveira Rocha1
Leticia Pilar Rodrigues Magalhães Da Silva2
Orientador: Prof. Me. Bruno Santos de Assis3


Resumo: o Diabetes Mellitus (DM), é uma doença metabólica crônica de origem multipla. Estima-se que mais de 537 milhões de pessoas vivem com DM no mundo, só no Brasil 16,8 milhões de brasileiros vivem com a doença. Objetivo: revelar as principais complicações decorrentes do DM, além de reconhecer a importância do papel do enfermeiro na assistência à pessoa com diabetes, e de apresentar um plano terapêutico que favoreça a prevenção, o controle e o tratamento do DM. Método: trata-se de uma revisão narrativa da literatura, a qual tem o objetivo de resumir e integrar as principais informações acerca de um determinado assunto ou tema, levando em consideração assim vários autores. Resultados: esse estudo revelou que as principais complicações do DM, são: retinopatia diabética, nefropatia diabética, neuropatia diabética, doença arterial periférica e o acidente vascular cerebral. Destacou a importância do papel do enfermeiro na assistência à pessoa com DM, através de intervenções de educação em saúde, cuidados com o pé diabético, administração de insulina, entre outros. Por fim, apresentou um plano terapêutico que beneficiasse a prevenção, o controle e o tratamento do DM, através doegajamento do paciente no próprio cuidado, rastreamento dos fatores de risco para DM, mudanças nos hábitos de vida, uso de insulina ou de fármacos antidiabéticos. Conclusão: considerando a complexidade do DM, é necessário assegurar o acesso dos usuário aos serviços de saúde, para prevenção e tratamento das complicações do diabetes, com vista para a melhoria na qualidade de vida e redução da morbimortalidade.

Palavras-chave: Diabetes Mellitus. Assistência de Enfermagem. Complicações do Diabetes.

Abstract: Diabetes Mellitus (DM) is a chronic metabolic disease of multiple origins. It is estimated that more than 537 million people live with DM worldwide, with 16.8 million Brazilians living with the disease in Brazil alone. Objective: reveal the main complications resulting from DM, as well as recognizing the importance of the nurse’s role in caring for people with diabetes, and presenting a therapeutic plan that favors the prevention, control and treatment of DM. Method: this is a narrative review of the literature, which aims to summarize and integrate the main information on a particular subject or theme, thus taking into account several authors. Results: this study revealed that the main complications of DM are diabetic retinopathy, diabetic nephropathy, diabetic neuropathy, peripheral arterial disease and stroke. It highlighted the importance of the nurse’s role in assisting people with DM, through health education interventions, diabetic foot care, insulin administration, among others. Finally, it presented a therapeutic plan that would benefit the prevention, control and treatment of DM, through patient engagement in their own care, screening for risk factors for DM, changes in lifestyle habits, use of insulin or antidiabetic drugs. Conclusion: considering the complexity of DM, it is necessary to ensure user access to health services for the prevention and treatment of diabetes complications, with a view to improving quality of life and reducing morbidity and mortality.

Keywords: Diabetes Mellitus. Nursing Care. Mental Health. Diabetes Complications.

1.  INTRODUÇÃO

O Diabetes Mellitus (DM), popularmente conhecido como diabetes, é definido como uma doença metabólica crônica de origem multipla. Ela corre quando os níveis de glicose estão altos no sangue (hiperglicemia), devido o pâncreas não conseguir produzir de forma suficiente a insulina, ou da incapacidade das células em não conseguir absorvê-la de forma eficaz. Por sua vez, a insulina é um hormônio essencial, produzida pelas células beta do pâncreas, que além de outras funções, regula a glicose presente na corrente sanguínea e a converte em energia para a manutenção das células do organismo (IDF 2021; WHO, 2021; PAHO, 2022).

Conforme Brasil (2013), os valores que definem o diagnóstico de DM, são: glicemia casual ≥ 200 com sintomas clássicos; glicemia em Jejum ≥ 126 mg/dL em duas ocasiões distintas; Teste de Tolerância Oral a Glicose (TTG) com glicemia ≥ 200 mg/dl 2h após 75g de glicose anidra, em qualquer uma das medidas do teste; e Hemoglobina Glicada (HbA1c)> 6,5%. No que diz respeiro aos principais sinais e sintomas DM, eles são: poliúria, polidipsia, polifagia e perda inexplicada de peso. Apesar desses sintomas estarem presentes no DM2, eles são mais intensos no DM1, podendo progredir para cetose, desidratação e acidose metabólica, especialmente na presença de estresse agudo (BRASIL, 2013).

Já em relação aos tipos de diabetes, eles são variados: diabetes tipo 1 (DM1), diabetes tipo 2 (DM2), diabetes gestacional (DMG), além de outros tipos de diabetes. Em concordância com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a classificação do diabetes com se feita com base na etiopatogenia, por permitir o tratamento adequado e a implementação de estratégias para o rastreamento das comorbidades agudas e crônicas (ADA, 2014; SBD, 2021; Rodacki et al., 2023).

Logo, o DM1 corresponde de 5 a 10% de todos os casos de diabetes, para esse tipo ainda não existe prevenção ou cura, mas há recursos para controlá-lo. Portanto, o diabetes tipo 1 ocorre pela destruição autoimune das células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina, fazendo com que o pâncreas produza pouca ou nada de insulina, essa insuficiência impede que a glicose entre nas células, permanecendo na corrente sanguínea, ocasionando aumento na taxa de glicemia. Embora as causas da doença não sejam totalmente compreendidas, uma provável explicação para o seu aparecimento seria a combinação da suscetibilidade genética com o estímulo ambiental. No que diz respeito a faixa etária, esse tipo de diabetes pode desenvolver-se em qualquer idade, porém, estudos recentes reconheceram que mais da metade de todos os novos casos de diabetes tipo 1 ocorrem em adultos (LESLIE, 2021; SBD 2023).

Na sequência, o diabetes tipo 2 é o mais comum, representando mais de 90% dos casos de diabetes em nível mundial. As causas do DM2 também não são totalmente conhecidas, o que se sabe é que os fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença, são poligênicos e ambientais, existindo uma forte ligação com a obesidade, aumento da idade, etnia e historia familiar (Rodacki et al.,2023). Além disso, alguns estudos apontam que o DM2, pode ser prevenido ou o seu aparecimento retardado, e que, frequentemente a doença acomete os adultos, mas crianças também podem apresentá-la. No DM2, a hiperglicemia resulta inicialmente da incapacidade das células do organismo em responderem à insulina, tornando o organismo resistente à insulina, como resultado, o hormônio fica menos eficaz, provocando aumento da sua produção. Logo, com o passar do tempo a produção da insulina pode ficar insuficiente, devido a disfunção progressiva das células beta pancreáticas (IDF, 2021; SBD, 2023).

Por sua vez, o diabetes mellitus gestacional (DMG) é definido como hiperglicemia reconhecida pela primeira vez durante a gravidez, nesse caso o aumento da resistência à insulina tem influência dos hormônios gestacionais. Em virtude disso, as mulheres grávidas com DMG têm um risco aumentado de complicações na gravidez e no parto, tanto para a mãe quanto para o bebê, além da probabilidade de desenvolverem problemas de saúde futuros (SBD,2021; ZAJDENVERG et al., 2023; SBD, 2023; WHO, 2024).

Atualmente o diabetes está entre as dez principais causas de morte a nível mundial, suas complicações agudas e crônicas podem causar danos incapacitantes e até mesmo fatais, acarretando altos custos para os sistemas de saúde. Portanto as principais complicações são: doenças cardiovasculares (DCV), lesões nervosas (neuropatia), lesões renais (nefropatia), amputação de membros inferiores e doenças oculares, resultando na perda permanente da visão. Por outro lado, se o diabetes for controlado adequadamente, estas complicações graves podem ser reduzidas ou até mesmo evitadas (BRASIL, 2013; ADA, 2014).

Em nível epidemiológico mundial, há estimativas de que mais 537 milhões de pessoas vivem com diabetes, somente na Região das Américas, 62 milhões de pessoas são acometidas pela doença. Atualmente o Brasil é o 5º país em incidência em diabetes, ficando atrás da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. Ao todo são 16,8 milhões de brasileiros com a doença, no entanto, estima-se que até 2030 o diabetes afete cerca de 21,5 milhões de brasileiros. Ainda de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), mais de 46% das brasieiros com diabetes desconhecem portar a doença (IDF, 2021; PAHO, 2022; SBD, 2023).

Segundo o relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (2022), algumas medidas podem reduzir a prevalência do DM e permitir que as pessoas com a doença tenham uma vida mais saudável, a partir de estratégias como: melhora na capacidade de diagnóstico precoce e de prevenção das complicações relacionadas ao diabetes; aumento na disponibilidade e no acesso aos cuidados de qualidade, incluindo medicamentos essenciais, como insulina, dispositivos de monitoramento da glicemia e apoio a autogestão; além da construção de estratégias e políticas para promover estilos de vida saudáveis, nutrição e prevenção da obesidade (PAHO, 2022).

Além disso, no estudo de Cho (2021) as intervenções de enfermagem mostraram eficácia ao encorajar os pacientes com diabetes a participarem ativamente na gestão dos cuidados para controlar a doença, através do estímulo para mudanças no estilo de vida e insentivo na tomada de decisões do paciente, sobre a própria saúde. Como resultado, a aplicação das estratégias para autogestão mostrou um aumento significativo no autocuidado do paciente e melhor controle glicêmico.

Dessa forma, o presente estudo justifica-se pela importância em aprofundar o conhecimento do paciente portador de diabetes mellitus, sobre a doença, assim como dos profissionais de enfermagem, protagonistas do cuidado em todos os níveis de atenção à saúde, se tratando de uma patologia crônica que apresenta alta morbimortalidade, e por representar um dos principais desafios que a saúde pública enfrenta na atualidade.

Contudo, os objetivos propostos por esta revisão da literatura, são: revelar quais são as principais complicações decorrentes do diabetes mellitus, além de reconhecer a importância do papel do enfermeiro na assistência à pessoa com diabetes, e de apresentar um plano terapêutico que favoreça a prevenção, o controle e o tratamento do diabetes mellitus.

2. METODOLOGIA

A presente pesquisa trata-se de uma revisão narrativa da literatura, a qual tem o objetivo de resumir e integrar as principais informações acerca de um determinado assunto ou tema, levando em consideração vários autores.

Para a construção desta revisão, foram utilizados os seguintes documentos: artigos científicos, manuais das seguintes entidades nacionais e internacionais: Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Ministério da Saúde (MS), Organização Mundial da Saúde (OMS), Associação Brasileira de Diabetes (ABD), International Diabetes Federation (IDF) e American Diabetes Association (ADA). Para que fossem incluídos neste estudo de revisão narrativa, foram estabelecidos critérios específicos, tais como, a disponibilidade eletrônica dos documentos, publicados em português, inglês ou espanhol e abordar o tema proposto nesta pesquisa.

A seleção dos documentos para este estudo considerou um recorte temporal de cinco anos e a coleta dos dados foi realizada no primeiro semestre de 2024. Para esta pesquisa foram selecionados 10 artigos científicos, além de 5 manuais, dois deles publicados com data anterior a 2019, entretanto foram considerados devido a importância da contribuição para o presente estudo, trata-se de um caderno do Ministério da Saúde (MS), publicado em 2013 e manual da American Diabetes Association (ADA), publicado em 2014. Inicialmente, os artigos foram selecionados a partir da leitura dos títulos e dos resumos, e, quando o título e/ou resumo se revelou insuficiente, foi necessária a avaliação através da leitura na íntegra.

As bases de dados utilizadas para a seleção dos artigos foram: Biblioteca Virtual da Saúde (BVS)-(DECS), Biblioteca Eletrônica Científica Online (SCIELO), PubMed e Ministério da Saúde (MS) e sites. Para a estratégia de busca, foram utilizados os seguintes descritores: Diabetes Mellitus AND Nursing Care AND Diabetes Complications.

3. DESENVOLVIMENTO

Com a finalidade encontrar os objetivos propostos, por esta revisão da literatura, o presente estudo foi dividido em três eixos temáticos, relacionados a seguir.

3.1 AS PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES DO DIABETES MELLITUS

Atualmente são escassos os dados sobre a prevalência e a incidência das complicações associadas ao diabetes, porém, os estudos até então publicados, revelaram resultados com grande variabilidade entre os países, o que realça a necessidade de reforçar a vigilância e promover a investigação sobre as complicações do diabetes (PAHO, 2022).

Neste contexto, o estado hiperglicêmico crônico, que caracteriza o diabetes, está associado a danos, disfunções e até falência de diferentes órgãos, afetando especialmente os olhos, os rins, os nervos, o coração e os vasos sanguíneos, piorando drasticamente a qualidade de vida das pessoas com diabetes (ADA, 2014; WHO, 2021).

Em termos gerais, as complicações da diabetes podem ser classificadas como complicações microvasculares, quando o dano vascular se situa nos pequenos vasos sanguíneos e complicações macrovasculares, quando a lesão se situa nas artérias. Sendo assim, a retinopatia diabética, a nefropatia diabética e a neuropatia diabética são as principais complicações microvasculares, enquanto a doença coronária, a doença arterial periférica e o acidente vascular cerebral (AVC) são as principais complicações macrovasculares (WHO 2021; PAHO, 2022).

Ainda nesse sentido, a retinopatia diabética é uma das complicações microvasculares do DM, e a principal causa de cegueira adquirida. Tendo como fatores de risco a duração do diabetes, hiperglicemia crônica, nefropatia, hipertensão arterial e dislipidemia. A exemplo disso, uma análise de 35 estudos de base populacional em 2016 mostrou que a prevalência global da retinopatia em indivíduos com diabetes era de 34,6%. Por outro lado, vários estudos sugerem que a gravidez pode agravar a retinopatia em mulheres com diabetes tipo 1, especialmente quando o controlo glicêmico é deficiente (ADA, 2014; PAHO, 2022).

Outra complicação do diabetes, fortemente associada ao controle inadequado da glicemia é a doença renal crônica (DRC) e a insuficiência renal em adultos, afetando entre 12% e 55% das pessoas com a doença. A incidência de DRC chega a ser 10 vezes maior, quando comparado às pessoas que não têm diabetes, sendo que nos casos mais graves, essa condição requer diálise ou transplante renal. Logo, a estratégia mais eficaz para reduzir a prevalência de complicações renais relacionadas com a diabetes é retardar ou prevenir o DM2, assim como diagnosticar e tratar a DRC na fase inicial (WHO, 2021; PAHO, 2022).

Na sequência, o pé diabético é outro agravo de saúde decorrente de complicações tardias do diabetes, por vezes secundária à neuropatia diabética e à doença arterial periférica (DAP). Além disso, é uma das principais causas de morbimortalidade nas pessoas com diabetes. Essa condição causa deformidade e reduz a sensibilidade dos pés, restringe a mobilidade articular causando carga anormal sobre os pés, com isso os traumas leves, calçados mal ajustados, entre outros, podem precipitar a formação de calos, hemorragia no tecido subcutâneo e o aparecimento de úlceras. A doença é caracterizada por feridas nos pés com váriados graus de destruição dos tecidos e maior exposição a infecções, é também a principal causa de amputação não traumática em membros inferiores, já que as pessoas com DM têm o risco 10 a 20 vezes maior de amputação quando comparado a não diabéticos (PAHO, 2022; LIRA 2023).

Corroborando com esses achados, segundo Schaper (2019) a doença arterial periférica (DAP), geralmente causada pela ateroesclerose, está presente em até 50% dos pacientes com úlcera de pé diabético. A DAP é um fator de risco importante para a má cicatrização de úlceras e para a amputação de membros inferiores.

Seguindo tal lógica, as doenças cardiovasculares representam a principal causa de morbimortalidade nas pessoas com diabetes. A combinação entre os fatores de risco, como a hipertensão, a dislipidemia e o consumo de tabaco, aumenta consideravelmente o risco de desenvolvimento das doenças cardiovasculares. Além disso, as pessoas com diabetes têm de 2 a 5 vezes mais chances de ter doenças cardiovasculares, sendo que as pessoas que vivem em países de rendimento baixo e médio são mais afetadas. Nos Estados Unidos da América (EUA), a taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares, principalmente AVC e infarto do miocárdio, é 1,7 maior nas pessoas que vivem com diabetes do que nas pessoas sem diabetes (PAHO, 2022).

Por fim, o diabetes em gestantes pode provocar complicações perinatais maternas e fetais, além de problemas de saúde futuros. A exemplo disso, nos bebês pode causar hipoglicemia neonatal, nascimento de crianças excessivamente grandes, partos prematuros, deficiência de ferro, alterações de funções como a cardiorrespiratória, entre outras complicações (MATTAR, 2023).

3.2 A IMPORTÂNCIA DO PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA À PESSOA COM DIABETES MELLITUS

De acordo com Brasil (2013), é competência do enfermeiro, realizar consulta de enfermagem para pessoas com maior risco para desenvolver DM2. Por sua vez, a consulta de enfermagem tem por objetivo conhecer a história de saúde do paciente, seu contexto social e econômico, grau de escolaridade, avaliar o potencial para o autocuidado e avaliar as condições de saúde. Além disso, é importante que o enfermeiro estimule e auxilie a pessoa a desenvolver seu plano de autocuidado em relação aos fatores de risco identificados durante o acompanhamento.

Corroborando com esses achados, Schaper (2019) recomenda que os profissionais de sáude devem educar os paciente e seus familiares com o objetivo de melhorar o conhecimento, o autocuidado e ensinar habilidades que facilite o reconhecimento de alterações ou sinais de complicações decorrentes do diabetes. Também é recomendado que o profissional avalie se o paciente, familiar ou cuidador, entendeu as orientações e se está motivado a colocar em prática o aprendizado. Além disso, os profissionais de saúde devem receber educação periódica para melhorar suas próprias habilidades no cuidado de pessoas com diabetes.

No estudo de Cunha (2020), sobre insulinoterapia, constatou-se que a maioria dos participantes realizavam a prática de forma inadequadamente, o que pode interferir na eficácia e segurança do processo. Esse fato reforça a importância do enfermeiro em esclarecer as dúvidas e reconhecer as necessidades dos pacientes com DM. Além disso, promover estratégias de educação em saúde voltadas para o paciente, familiares e cuidadores, no manejo adequado da insulinoterapia no domicílio.

Sobre o cuidado com pé diabético, os profissionais de saúde devem avaliar e classificar as úlceras quanto ao tipo (neuropática, neuroisquêmica ou isquêmica), causa (usar calçados apertado e andar descalço), localização e profundidade, sinais de infecção (para úlceras infectadas, obter uma amostra de tecido para cultura), e também outros fatores realacionados ao paciente como edema, desnutrição, e outros. Orientar os cuidados com os pés, sobre higiene, corte correto das unhas, hidratação da pele, inspeção dos membros inferiores, prevenção de acidentes, uso de calçados adequados (SCHAPER, 2019).

Segundo Lira (2023), as tecnologias educativas como, orientações verbais estruturadas, jogos educativos, aula expositiva, treinamentos teórico-práticos, vídeo educativo, folder, álbum seriado e desenhos lúdicos, calçado terapêutico, palmilhas, termômetro digital de infravermelho, kits de cuidados com os pés, aplicativo de telemedicina e telefone móvel, se mostraram efetivas na prevenção e tratamento da úlcera diabética.

Além disso, outro estudo construiu e validou um álbum seriado sobre insulinoterapia, para profissionais de saúde que atuam na atenção primária, a tecnologia foi desenvolviva para orientar o uso adequado de insulina, com isso melhorar o controle metabólico, reduzir as complicações do DM, e promover qualidade de vida aos portadores da doença (RIBEIRO, 2023).

3.3 PLANO TERAPÊUTICO PARA A PREVENÇÃO, O CONTROLE E O TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS

Para prevenir as complicações do DM, o controle glicêmico é medida mais importante, pois manter a hemoglobina glicada (HbA1c) abaixo de 7%, promove a diminuição de doenças como a retinopatia, doença renal e neuropatia. As pessoas com DM1, tratadas intensivamente com insulina também têm redução de desfechos cardiovasculares, após um período maior de acompanhamento, indicando a importância do controle glicêmico a longo prazo (LYRA, 2023).

Além disso, para evitar o DM e reduzir os agravos é essencial ter conhecimento sobre a doença. Nesse contexto, as tecnologias de educação em saúde têm sido amplamente utilizadas por estimular o enganjamento do paciente no próprio cuidado. A exemplo disso, um estudo, após analisar 11 ensaios clínicos controlados randomizados, recomendou o uso das tecnologias educativas, verbais e de treinamento, na prevenção e tratamento da úlcera diabética. Como resultado a pesquisa revelou, que as tecnologias educativas promoveram melhora no controle glicêmico, disposição para o autocuidado com os pés, prevenção e cicatrização da úlcera diabética, e ainda apresentaram fator de proteção para amputação (LIRA, 2023).

Portanto, a falta de informação sobre a doença, faz com que, em muitos casos, o diagnóstico do diabetes sejo feito mediante complicações instaladas, já que o DM2 tende a ser assintomático por muito tempo, o que dificulta a detecção precoce da doença. Por esse motivo, é importante ter atenção não apenas com os sintomas, mas também com os fatores de risco para o desenvolvimento do DM. Sendo assim, o rastreamento ajuda a identificar as pessoas que apresentam alto risco para desenvolver DM, e as pessoas que portam a doença porém desconhecem tê-la (BRASIL, 2013).

De acordo com Associação Americana de Diabetes (ADA), os critérios para rastrear o DM em adultos assintomáticos, tendo em vista os fatores de risco, são: IMC acima de 25 kg/m2, e mais um dos seguintes fatores: pai ou mãe com DM, hipertensão arterial ou uso de anti-hipertensivo, história de DMG ou de recém-nascido acima de 4 kg, dislipidemia, exame prévio de HbA1c ≥5,7%, tolerância diminuída à glicose ou glicemia de jejum alterada, obesidade severa, acanthosis nigricans, síndrome de ovários policísticos, história de doença ou risco cardiovascular aumentado, inatividade física e idade superior 45 anos (ADA, 2014).

Nesse mesmo sentido, para o rastreio de DMG nas gestantes sem diagnóstico prévio de DM, independentemente da presença de fatores de risco, é recomendado que a investigação diagnóstica seja feita entre a 24ª e 28ª semana de gestação, através da realização de um teste de tolerância oral à glicose, com medida da glicose plasmática em jejum, 1 e 2 horas após a ingestão de 75 g de glicose anidra (IDF, 2021; ZAJDENVERG, 2023).

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) disponibiliza uma calculadora virtual de risco de diabetes, por meio de um questionário simples, a ferramenta permite que a pessoa identifique se faz parte do grupo de risco para desenvolver diabetes tipo 2 nos próximos anos, e a depender do resultado, ainda recomenda a necessidade de procurar auxílio médico e fazer exame para verificar a glicemia no sangue (SBD, 2020).

Segundo Brasil (2013), as pessoas que apresentam fatores de risco para DM devem passar por consulta de rastreamento e realizar teste glicêmico. Os objetivos da consulta de rastreamento são: conhecer a história pregressa da pessoa; realizar o exame físico, incluindo a verificação da pressão arterial, de dados antropométricos e do cálculo do IMC; identificar os fatores de risco para DM; avaliar as condições de saúde e solicitar os exames laboratoriais necessários e que possam contribuir para o diagnóstico e para a decisão terapêutica ou preventiva (BRASIL, 2013).

Para a Organização Pan-Americana da Saúde (2022), outro fator preocupante é a atividade física insuficiente que também está relacionado ao diabetes. De acordo com estimativas de 2016, quase 40% da população das Américas não é suficientemente ativa fisicamente, uma taxa consideravelmente maior do que a observada em todo o mundo (27,5%) (PAHO, 2022).

Considerando também que o diabetes é a principal causa de amputação não traumáticas em membros inferiores no mundo, é importante reforçar as medidas de prevenção. Segundo as diretrizes do Grupo de Trabalho Internacional sobre Pé Diabético (IWGDF) para a prevenir o aparecimento de úlceras nos pés, existem cinco elementos fundamentais: identificar o pé em risco, inspecionar o pé em risco com frequência, educar o paciente/família e os profissionais de saúde, usar calçados adequados e tratar os fatores de risco para ulceração (SCHAPER, 2019).

Ainda de acordo com Schaper (2019), o tratamento dos fatores de risco para ulceração em pacientes com diabetes, deve incluir a remoção dos calos em excesso, proteção ou drenagem das bolhas quando necessário, tratamento das unhas encravadas ou espessas, tratamento de infecções, alívio da pressão plantar, intervenção para acelerar a cicatrização, orientações para o autocuidado dos pés e o gerenciamento da doença arterial periférica, com o intuito de reduzir as complicações da ulceração, a exemplo do retardo no processo de cicatrização, presença de infecção e amputação em membros inferiores (SCHAPER, 2019; LIRA, 2023).

Contudo, antes de estabelecer o tratamento adequado para o DM, é fundamental diagnosticar o tipo de diabetes. Para o DM2 existem várias opções terapêuticas para controlar a hiperglicemia. No entanto, as opções de tratamentos precisam ser individualizadas, os riscos devem ser considerados, a tolerabilidade, os efeitos adversos e o custo. O tratamento do DM2 as medidas de estilo de vida são sempre recomendadas (alimentação saudável, controle do peso e a implementação de atividade física) e em situações específicas o uso de antidiabéticos (únicos ou combinados), ou ainda terapia a base de insulina (LYRA, 2023).

Concordando com esses achados, um ensaio clínico randomizado controlado no Reino Unido, avaliou 149 participantes com idade entre e 20 e 65 anos, na remissão do DM2 durante um programa de controle de peso liderado na atenção primária. Após o primeiro ano, 68 (46%) dos 149 participantes da intervenção estavam em remissão e 36 (24%) haviam alcançado pelo menos 15 kg de perda de peso. A intervenção consistiu na retirada de medicamentos antidiabéticos e anti-hipertensivos, substituição da dieta por dieta fórmula de 825-853 calorias por dia durante 12 a 20 semanas, reintrodução alimentar escalonada e, em seguida, suporte estruturado para manutenção da perda de peso (LEAN et al., 2019).

Por fim, no que diz respeito ao tratamento e o controle do DM tipo 1, essa condição de saúde requer cuidado profissional especializado e também acesso a diversos recursos, como um plano estruturado de auto-gestão que inclui injeção subcutânea de insulina, ou bomba de insulina, para manter o nível de glicose adequado no sangue, monitorização da glicose no sangue, atividade física, dieta saudável, educação e apoio. Para que as pessoas possam retardar ou prevenir muitas das complicações associadas ao diabetes (CUNHA, 2020; LESLIE 2021).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa revelou as principais complicações do diabetes, são elas: a retinopatia diabética, nefropatia diabética, neuropatia diabética, doença arterial periférica e o acidente vascular cerebral (AVC), além das complicações associadas ao DMG. Essas condições de saúde contribuem para piora considerável na qualidade de vida das pessoas com diabetes, assim como o aumento da taxa de morbimortalidade.

Destacou também, a relevância do papel do enfermeiro na assistência à pessoa com diabetes, através da implementação de interveções voltadas para a prevenção e o diagnóstico precoce do diabetes, assim como o reconhecimento das complicações agudas e crônicas. Ainda mostrou encorajar as pessoas com diabetes a se envolverem na autogestão da doença, através do conhecimento adquirido e adesão do autocuidado. Ressaltando que a assistência de enfermagem, pautada em práticas baseadas em evidências científicas, mostrou garantir qualidade e segurança no cuidado ao paciente portador de diabetes.

Por fim, apresentou um plano terapêutico que beneficiasse a prevenção, o controle e o tratamento do diabetes mellitus. A prevenção se deu, principalmente, por intermédio de tecnologias educativas para prevenir o DM e suas complicações e enganjar o paciente no próprio cuidado. Já o controle e o tratamento do DM, emergiu através do rastreamento dos fatores de risco associados ao diabetes, como: obesidade, inatividade física, hipertensão, hábitos alimentares ruins, entre outros, e do dignóstico do tipo de DM para estabelecer o melhor tratamento e controle da doença, por meio de mudanças nos hábitos de vida, uso de insulina ou de fármacos antidiabéticos.

Desse modo, considerando a complexidade do diabetes e aumento previsível da doença, é necessário assegurar o acesso dos usuário aos serviços de saúde, para gestão adequada do diabetes, incluindo a prevenção e tratamento das complicações do diabetes, para redução da morbimortalidade e melhoria na qualidade de vida das pessoas acometidas pela doença. Assim, para enfrentar com êxito o diabetes, se faz necessário a implementação de políticas públicas de saúde, além de avaliar as políticas já existentes, para melhorar a capacidade dos serviços de saúde em responder as necessidades da população.

REFERÊNCIAS

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¹ Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem do Centro Universitário LS, e-mail: leticiapillarrrm@gmail.com

² Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem do Centro Universitário LS, e-mail: karine._rocha@hotmail.com

³ Professor orientador Me. Bruno Santos de Assis. Enfermeiro, mestre em Ciência Política, com linhas de pesquisa em direitos humanos, cidadania e estudos sobre a violência. Coordenador do curso Bacharelado em Enfermagem da UNILS, e-mail: bruno.assis@unils.edu.br