DESIGN ESTRATÉGICO COMO MOTOR DE CRESCIMENTO ECONÔMICO: A NOVA FRONTEIRA DO EMPREENDEDORISMO DIGITAL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202510211747


Ronny dos Santos Nascimento


RESUMO

O presente artigo tem como objetivo geral analisar o papel do design estratégico como propulsor do crescimento econômico e da inovação no contexto do empreendedorismo digital. Busca-se compreender de que forma o design, entendido como prática orientada à solução de problemas e à geração de valor simbólico e funcional, pode ser incorporado à gestão de negócios digitais para promover diferenciação competitiva e sustentabilidade econômica. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, com base em revisão bibliográfica de autores contemporâneos da área de design, inovação e economia criativa, além da análise de casos práticos de startups e empresas digitais que adotam o design como elemento central de suas estratégias. Os resultados apontam que o design estratégico transcende o aspecto estético, configurando-se como ferramenta de gestão integrada, capaz de alinhar propósitos de marca, experiências do usuário e modelos de negócio escaláveis. Conclui-se que o design, quando aplicado de forma estratégica, constitui um diferencial competitivo essencial para o empreendedor digital contemporâneo, impulsionando a geração de valor, a inovação contínua e o desenvolvimento econômico sustentável.

Palavras-chave: Design Estratégico. Empreendedorismo Digital. Inovação.

ABSTRACT

This article aims to analyze the role of strategic design as a driver of economic growth and innovation within the context of digital entrepreneurship. It seeks to understand how design, understood as a practice oriented toward problem-solving and the creation of both symbolic and functional value, can be incorporated into the management of digital businesses to foster competitive differentiation and economic sustainability. Methodologically, this study adopts a qualitative approach based on a literature review of contemporary authors in the fields of design, innovation, and the creative economy, as well as the analysis of practical cases from startups and digital companies that place design at the core of their strategies. The results indicate that strategic design transcends the aesthetic dimension, emerging as an integrated management tool capable of aligning brand purpose, user experience, and scalable business models. It is concluded that design, when applied strategically, constitutes an essential competitive advantage for the contemporary digital entrepreneur, driving value creation, continuous innovation, and sustainable economic development.

Keywords: Strategic Design. Digital Entrepreneurship. Innovation.

1. INTRODUÇÃO

O avanço das tecnologias digitais e a consolidação da economia criativa vêm redesenhando o cenário contemporâneo dos negócios e ampliando as possibilidades de atuação empreendedora. Nesse contexto, o design estratégico assume um papel central como mediador entre inovação, gestão e experiência do usuário, oferecendo às empresas uma nova perspectiva sobre como conceber, desenvolver e sustentar modelos de negócio competitivos. De acordo com Abrão Junior (2024), o empreendedorismo digital caracteriza-se pela utilização intensiva de tecnologias digitais para a criação de novos empreendimentos e pela transformação de modelos tradicionais em estruturas mais ágeis, escaláveis e orientadas à experiência do consumidor.

A literatura recente reforça que a relação entre design e empreendedorismo digital extrapola o campo estético, configurando-se como um processo estratégico de tomada de decisão. Bezerra, Souza e Gonçalves (2022), em estudo bibliométrico sobre a produção científica internacional no tema, identificaram o crescimento expressivo de pesquisas que relacionam design, inovação e performance organizacional em ambientes digitais, revelando a maturação teórica e prática desse campo. Para Franco et al. (2021), o empreendedorismo digital constitui uma resposta adaptativa ao contexto de transformação tecnológica global, e o design atua como um agente estruturante na construção de soluções centradas no usuário e orientadas a resultados sustentáveis.

No âmbito corporativo, CzrnhaK et al. (2024) demonstram que o design estratégico, quando incorporado à cultura organizacional, aumenta a assertividade e a capacidade de inovação das empresas ao articular dimensões simbólicas e operacionais. Essa abordagem é corroborada por Franzato (2022, 2023), que entende o design estratégico como um processo de construção de cenários e de integração entre planejamento, sustentabilidade e propósito institucional. Além disso, Gomes e Bentz (2025) destacam a aproximação teórica entre o design estratégico e a teoria dos sistemas sociais de Luhmann, evidenciando o design como sistema comunicativo capaz de reconfigurar as relações entre agentes econômicos e sociais.

Todavia, embora o design estratégico se mostre cada vez mais presente no discurso das organizações, sua aplicação prática no empreendedorismo digital ainda enfrenta desafios relacionados à compreensão de seu papel como vetor de crescimento econômico e inovação. A ausência de metodologias consolidadas e a dificuldade de mensurar o impacto do design nas estratégias empresariais reforçam a necessidade de estudos que aproximem teoria e prática (Melo; Gomes, 2022; Schreiber et al., 2024).

Dessa forma, surge a seguinte questão-problema: de que forma o design estratégico pode ser incorporado à gestão de negócios digitais como instrumento propulsor do crescimento econômico e da inovação, promovendo diferenciação competitiva e sustentabilidade econômica?

O objetivo geral é analisar o papel do design estratégico como propulsor do crescimento econômico e da inovação no contexto do empreendedorismo digital. Busca-se compreender de que forma o design, entendido como prática orientada à solução de problemas e à geração de valor simbólico e funcional, pode ser incorporado à gestão de negócios digitais para promover diferenciação competitiva e sustentabilidade econômica.

A justificativa deste estudo repousa na crescente relevância do design estratégico como instrumento de competitividade e desenvolvimento econômico, especialmente no ecossistema digital. Como demonstram Silva e Barauna (2024), o design, ao ser compreendido como prática social e sistêmica, contribui para a formação de contextos inovadores e sustentáveis. Assim, compreender o design estratégico como um motor de crescimento econômico não apenas reforça sua importância no cenário empresarial contemporâneo, mas também amplia o debate sobre o papel da criatividade e da inovação na economia digital.

Este artigo está estruturado em três seções, correspondentes aos objetivos específicos. No primeiro capítulo, discute-se o referencial teórico sobre design estratégico e empreendedorismo digital, abordando suas origens, conceitos e interfaces interdisciplinares. O segundo capítulo apresenta uma análise de casos e práticas empresariais em startups e organizações digitais que utilizam o design como eixo central de suas estratégias. Por fim, o terceiro capítulo discute os resultados obtidos, destacando os impactos do design estratégico na geração de valor, na inovação contínua e na sustentabilidade econômica dos empreendimentos digitais.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

O design estratégico tem se consolidado como um campo interdisciplinar capaz de articular estética, gestão e inovação na criação de valor organizacional. Segundo Franzato (2023), o design deixou de ser apenas uma ferramenta estética e comunicacional para se tornar um processo estruturante da estratégia empresarial, orientado à construção de significados e à sustentabilidade competitiva. Nesse sentido, o design estratégico opera como um mediador entre as dimensões simbólicas e funcionais do negócio, promovendo a convergência entre propósito, identidade e desempenho econômico.

A literatura contemporânea situa o design estratégico no contexto da economia do conhecimento e da digitalização dos processos produtivos. Para Gomes e Bentz (2025), o design deve ser compreendido como um sistema comunicativo, nos termos da teoria dos sistemas de Luhmann, em que a comunicação de sentido entre atores econômicos gera novos arranjos de valor. Essa perspectiva amplia a função do design, transformando-o em elemento catalisador da inovação e da aprendizagem organizacional. O design, portanto, atua não apenas na interface entre produto e consumidor, mas também na estrutura cognitiva e cultural das empresas.

A partir da visão de Calabre e Manzini (2023), o design estratégico relaciona-se intrinsecamente à economia criativa, pois mobiliza recursos intangíveis, como cultura, simbolismo e experiência, na geração de soluções competitivas. Essa abordagem reforça a noção de que o crescimento econômico contemporâneo não depende apenas de capital físico ou tecnológico, mas também da capacidade de produzir valor simbólico. Assim, no empreendedorismo digital, o design emerge como instrumento central de diferenciação, posicionamento e fidelização do público.

No âmbito do empreendedorismo digital, o design estratégico assume papel particularmente relevante devido à natureza dinâmica e volátil dos mercados digitais. De acordo com Bezerra, Souza e Gonçalves (2022), os modelos de negócio digitais exigem constante inovação, experimentação e adaptação, o que demanda práticas de design que integrem pesquisa de usuário, prototipagem ágil e estratégias de branding baseadas em dados. Essa integração permite que as empresas desenvolvam produtos e serviços centrados na experiência, reduzam riscos de mercado e fortaleçam a percepção de valor junto ao consumidor.

Melo e Gomes (2022) destacam que, no ambiente digital, o design estratégico transcende a dimensão visual para incorporar processos analíticos e sistêmicos. Isso inclui a utilização de metodologias como Design Thinking e Service Design, que permitem identificar oportunidades de inovação por meio da empatia, da experimentação e da co-criação. Tais metodologias deslocam o foco da simples criação de produtos para a geração de ecossistemas de valor sustentáveis e interativos. A lógica é menos linear e mais interativa, favorecendo o aprendizado contínuo e a adaptação estratégica.

Além disso, estudos recentes como os de CzrnhaK et al. (2024) demonstram que organizações que incorporam o design estratégico em sua cultura corporativa apresentam maior capacidade de inovação incremental e radical. Isso ocorre porque o design promove uma visão holística da empresa, articulando suas dimensões simbólicas (identidade e propósito) e operacionais (eficiência e desempenho). Essa articulação é essencial para o empreendedorismo digital, no qual o valor econômico está cada vez mais associado à experiência e à confiança dos usuários.

Outro aspecto central diz respeito à sustentabilidade econômica e social derivada da aplicação do design estratégico. Conforme Silva e Barauna (2024), a adoção de práticas de design orientadas à sustentabilidade permite às empresas equilibrar crescimento econômico e responsabilidade ambiental, além de fortalecer sua legitimidade institucional. Essa abordagem se alinha à lógica contemporânea do capitalismo sustentável, em que inovação e propósito são indissociáveis.

Por fim, a literatura indica que o design estratégico atua como vetor de transformação econômica ao reconfigurar as relações entre produção, consumo e significado. Ele fornece às organizações digitais um arcabouço metodológico para lidar com a complexidade dos mercados globais e com a velocidade das mudanças tecnológicas. Conforme Franzato (2022), o design estratégico é, ao mesmo tempo, processo e linguagem: um meio pelo qual as empresas constroem narrativas, experimentam modelos e geram diferenciação competitiva.

Dessa forma, observa-se que o design estratégico, quando incorporado de forma sistêmica à gestão de negócios digitais, torna-se um verdadeiro motor de crescimento econômico e inovação. Ele redefine a forma como as organizações pensam, criam e entregam valor, consolidando-se como um instrumento essencial para a competitividade, a sustentabilidade e a relevância no ecossistema digital contemporâneo.

3. MÉTODO

O presente estudo caracteriza-se como uma revisão bibliográfica narrativa, cujo propósito é analisar o papel do design estratégico como propulsor do crescimento econômico e da inovação no contexto do empreendedorismo digital. A escolha dessa abordagem metodológica justifica-se pela necessidade de compreender o fenômeno a partir de uma perspectiva teórica ampla e interpretativa, considerando o design não apenas como disciplina projetual, mas como prática estratégica integrada à gestão, à inovação e à geração de valor simbólico e funcional nas organizações contemporâneas. Trata-se, portanto, de uma pesquisa de caráter qualitativo e exploratório, voltada à análise de diferentes perspectivas conceituais e empíricas que relacionam design, empreendedorismo e economia digital.

A investigação foi desenvolvida com base em fontes secundárias de natureza científica e técnica, selecionadas em bases de dados reconhecidas, como o Portal de Periódicos da CAPES, SciELO, Scopus e Google Scholar, abrangendo publicações entre os anos de 2020 e 2025. O recorte temporal foi definido com o intuito de contemplar a produção científica recente sobre design estratégico, empreendedorismo digital e economia criativa, sem desconsiderar contribuições clássicas que estruturam a consolidação desses conceitos. Além disso, o recorte garante a atualização do debate sobre o papel do design em um contexto marcado pela transformação tecnológica e pela digitalização dos modelos de negócio.

Os critérios de seleção das fontes priorizaram estudos que abordassem o design estratégico enquanto processo de gestão e inovação, o papel do design na geração de valor simbólico e funcional, a relação entre design e competitividade em negócios digitais, a integração entre design e sustentabilidade econômica e o impacto do design estratégico sobre o crescimento organizacional e a transformação digital. Foram incluídas obras que apresentassem fundamentação teórica consistente, revisões integrativas, estudos de caso e análises comparativas que contribuíssem para a compreensão crítica do tema. Em contrapartida, foram excluídas publicações sem revisão por pares, materiais jornalísticos ou textos opinativos, a fim de assegurar a validade científica e o rigor metodológico do estudo.

A análise dos materiais coletados foi conduzida por meio de uma abordagem crítico-comparativa e interpretativa, conforme propõe Gil (2019), permitindo identificar convergências e divergências entre autores e perspectivas teóricas. Essa estratégia analítica possibilitou mapear as principais correntes conceituais do design estratégico e refletir sobre sua atuação como sistema comunicativo, integrador e inovador no contexto digital. Tal abordagem permite compreender o design não apenas como instrumento de diferenciação estética, mas como mediador entre propósitos organizacionais, cultura corporativa e experiências significativas para o usuário.

A interpretação dos resultados foi organizada em três eixos analíticos correspondentes aos objetivos específicos da pesquisa. O primeiro eixo dedica-se à compreensão da evolução conceitual e epistemológica do design estratégico e sua inserção na economia digital, explorando as bases teóricas que sustentam sua atuação como ferramenta de inovação e crescimento. O segundo eixo aborda as práticas empresariais e os estudos de caso que evidenciam o design como eixo estruturante da competitividade e da diferenciação simbólica em startups e empresas digitais. O terceiro eixo discute as implicações econômicas e sociais do design estratégico, com ênfase em sua contribuição para a sustentabilidade e para a consolidação de modelos de negócio escaláveis e resilientes.

A escolha pela revisão narrativa, em detrimento de métodos quantitativos ou sistemáticos, deve-se à natureza interdisciplinar e interpretativa do objeto de estudo, que exige uma análise contextual e simbólica das relações entre design, inovação e economia. De acordo com Melo e Gomes (2023), o design estratégico constitui um domínio de fronteira, cuja compreensão ultrapassa a mensuração objetiva de resultados, demandando a integração de dimensões culturais, tecnológicas e comunicacionais. Nesse sentido, a revisão narrativa permite não apenas reunir evidências científicas recentes, mas também construir uma leitura crítica e reflexiva sobre a forma como o design se consolida como vetor de crescimento econômico e inovação no ambiente digital.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise dos estudos revisados evidencia que o design estratégico desempenha papel central na consolidação do empreendedorismo digital como motor de crescimento econômico e inovação. A literatura aponta que sua aplicação transcende a dimensão estética, configurando-se como ferramenta integradora de processos, cultura e estratégia organizacional. De acordo com Abrão Junior (2024), a incorporação de práticas de design no contexto digital promove não apenas a criação de novos empreendimentos, mas também a transformação de modelos de negócio tradicionais em estruturas mais ágeis, escaláveis e orientadas à experiência do consumidor. Esse alinhamento estratégico entre inovação tecnológica e design evidencia que o valor do empreendimento digital não está limitado à funcionalidade do produto ou serviço, mas também à percepção simbólica construída junto ao público-alvo.

Estudos bibliométricos, como o de Bezerra, Souza e Gonçalves (2022), reforçam a consolidação teórica e prática dessa relação, identificando a crescente produção científica que articula design, inovação e performance organizacional em ambientes digitais. A análise das tendências de pesquisa revela que a literatura se concentra em três grandes eixos: a) a integração do design estratégico na formulação de estratégias digitais; b) o impacto do design na competitividade e na diferenciação de mercado; e c) a contribuição do design para a sustentabilidade econômica e social das organizações. Esses eixos evidenciam que o design estratégico funciona como mecanismo de adaptação das empresas frente à complexidade e à volatilidade dos ecossistemas digitais.

Casos empíricos ilustram essa aplicação prática. CzrnhaK et al. (2024) demonstram que empresas calçadistas que adotam o design estratégico como eixo central da gestão apresentam maior assertividade nas decisões e maior capacidade de inovação, articulando dimensões simbólicas, como identidade de marca e experiência do usuário, com processos operacionais. De forma similar, Melo e Gomes (2022) identificam que startups internas de empresas não tecnológicas, ao incorporarem o design estratégico, aumentam a eficiência na experimentação de novos produtos e serviços, reduzindo riscos e promovendo a escalabilidade. Essas evidências corroboram a ideia de que o design estratégico é um vetor de diferenciação competitivo, capaz de gerar valor econômico e simbólico simultaneamente.

A contribuição do design estratégico para a sustentabilidade e para o planejamento de longo prazo é destacada por Franzato (2022; 2023), que argumenta que o design atua como processo de construção de cenários, integrando planejamento, inovação e propósito institucional. Essa perspectiva indica que o design estratégico não é apenas uma ferramenta de execução, mas também um mecanismo de visão prospectiva, capaz de orientar decisões corporativas em contextos complexos e incertos. Nesse sentido, o design se constitui como recurso cognitivo e organizacional, promovendo alinhamento entre objetivos econômicos, valor simbólico e impacto social.

Do ponto de vista teórico, Gomes e Bentz (2025) estabelecem uma aproximação do design estratégico com a teoria dos sistemas sociais de Niklas Luhmann, indicando que o design funciona como um sistema comunicativo que reconstrói relações entre agentes econômicos e sociais. Essa leitura reforça a ideia de que o design é simultaneamente instrumento de gestão e elemento de significado, capaz de gerar coesão e inovação organizacional por meio da integração entre processos, cultura e experiência do usuário.

Schreiber et al. (2024) e Silva e Barauna (2024) ampliam essa perspectiva ao relacionarem design estratégico à economia criativa e à construção de ecossistemas de valor plural, nos quais inovação, criatividade e responsabilidade social são indissociáveis. O design, nesse contexto, não apenas diferencia produtos e serviços, mas estrutura narrativas, engaja comunidades e contribui para a sustentabilidade econômica e social. A análise das contribuições de diferentes autores evidencia que o design estratégico atua em múltiplas dimensões: como processo de gestão, como ferramenta de inovação e como mecanismo de construção de valor simbólico e econômico.

O Quadro 1 sintetiza os principais achados identificados na literatura e nos estudos de caso analisados, destacando as áreas de impacto do design estratégico no contexto do empreendedorismo digital.

Quadro 1 – Principais contribuições do design estratégico para o empreendedorismo digital

AUTOR(ES)CONTRIBUIÇÃO PRINCIPALIMPACTO NA ECONOMIA DIGITALOBSERVAÇÕES
Abrão Junior (2024)Transformação de modelos tradicionais em estruturas digitais escaláveisCrescimento econômico e inovaçãoÊnfase na experiência do consumidor
Bezerra, Souza e Gonçalves (2022)Consolidação teórica do design e inovação em ambientes digitaisDiferenciação e competitividadeIdentificação de tendências emergentes
CzrnhaK et al. (2024)Integração de design estratégico na cultura organizacionalAssertividade e inovação operacionalAplicação em empresas calçadistas
Melo e Gomes (2022)Implementação em startups internas de empresas não tecnológicasRedução de riscos e escalabilidadeFoco na experimentação
Franzato (2022; 2023)Planejamento estratégico e construção de cenáriosSustentabilidade e visão de longo prazoIntegração entre propósito e inovação
Gomes e Bentz (2025)Design como sistema comunicativoCoesão organizacional e inovaçãoRelações sociais e econômicas integradas
Schreiber et al. (2024)Design estratégico na economia criativaValor simbólico e econômicoÊnfase em ecossistemas de inovação
Silva e Barauna (2024)Prática social e sistêmica do designSustentabilidade e engajamento comunitárioConstrução de ecossistemas pluriverso

Fonte: elaborado pelo aluno, 2025

A discussão dos resultados indica que o design estratégico atua como um motor multifacetado de crescimento econômico no empreendedorismo digital. Ele integra dimensões cognitivas, simbólicas, sociais e operacionais, promovendo inovação, sustentabilidade e diferenciação competitiva. Além disso, os estudos analisados evidenciam que empresas que incorporam o design de forma sistêmica obtêm vantagens significativas em termos de escalabilidade, assertividade estratégica e criação de valor simbólico, consolidando sua posição em mercados altamente competitivos.

Portanto, os achados desta pesquisa corroboram a hipótese de que o design estratégico não é apenas um instrumento auxiliar, mas um vetor essencial de inovação e crescimento econômico, capaz de transformar modelos de negócio digitais, fortalecer a identidade organizacional e gerar impacto econômico e social duradouro.

5. CONCLUSÃO

Conclui-se que o design estratégico constitui um vetor essencial de inovação e crescimento econômico no contexto do empreendedorismo digital, atuando como ferramenta integradora de valor simbólico, funcional e competitivo, capaz de transformar modelos de negócio, fortalecer identidades institucionais e promover sustentabilidade econômica e social. 

Os resultados evidenciam que a aplicação sistêmica do design permite às organizações digitais desenvolver soluções escaláveis, centradas no usuário, e alinhadas a estratégias corporativas de longo prazo, ao mesmo tempo em que fomenta a experimentação, a criatividade e a diferenciação em mercados altamente competitivos. 

Com base nessas evidências, sugere-se que pesquisas futuras aprofundem a mensuração quantitativa dos impactos do design estratégico sobre desempenho econômico e inovação, investiguem metodologias específicas para integração do design em startups e empresas consolidadas de diferentes setores, e explorem o papel das dimensões culturais, sociais e ambientais na consolidação do design como elemento propulsor de ecossistemas digitais resilientes e sustentáveis, ampliando a compreensão sobre como práticas de design podem gerar valor econômico, social e simbólico de forma simultânea.

REFERÊNCIAS

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