DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E INCLUSIVO NO JALAPÃO: ESTRATÉGIAS PARA O FOMENTO DO TURISMO COM BENEFÍCIOS PARA A COMUNIDADE LOCAL

SUSTAINABLE AND INCLUSIVE DEVELOPMENT IN JALAPÃO: STRATEGIES TO PROMOTE TOURISM WITH BENEFITS FOR THE LOCAL COMMUNITY

DESARROLLO SOSTENIBLE E INCLUSIVO EN JALAPÃO: ESTRATEGIAS PARA FOMENTAR EL TURISMO CON BENEFICIOS PARA LA COMUNIDAD LOCAL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202507312358


Jair Martins de Souza Júnior1
Leandro Dias Costa2
Ângelo Marcelo Tusset3
Paula Karini Dias Ferreira Amorim4


RESUMO

O Jalapão, situado no sudeste do Tocantins, destaca-se como uma das regiões mais emblemáticas do Cerrado, tanto pela riqueza ambiental quanto pela relevância sociocultural de suas comunidades tradicionais. Nos últimos anos, tem registrado expressivo crescimento do turismo, especialmente em Mateiros e São Félix do Tocantins. Esse movimento impulsiona a economia local, mas também impõe desafios à preservação ambiental e à inclusão social. Este estudo analisa como o turismo no Jalapão pode ser desenvolvido de forma sustentável e inclusiva, com foco nos meios de hospedagem. A pesquisa adota abordagem qualitativa e quantitativa, valendo-se de revisão bibliográfica, análise documental, questionários e entrevistas com gestores e representantes comunitários. Os resultados evidenciam que o turismo favorece a geração de empregos e o aumento da renda familiar, mas enfrenta limitações relacionadas à distribuição equitativa dos benefícios, à sazonalidade e à pressão sobre os recursos naturais. Identificou-se ainda que o turismo de base comunitária constitui alternativa promissora para o fortalecimento cultural e a gestão participativa dos recursos, em sintonia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Conclui-se que consolidar um modelo de turismo sustentável no Jalapão requer políticas públicas eficazes, capacitação comunitária e gestão ambiental integrada, equilibrando desenvolvimento econômico, preservação e inclusão social.

Palavras-chave: Turismo sustentável, Jalapão, Desenvolvimento inclusivo, Comunidade local, Meios de hospedagem.

ABSTRACT

The Jalapão, located in the southeast of Tocantins, stands out as one of the most emblematic regions of the Brazilian Cerrado, both for its environmental richness and for the sociocultural relevance of its traditional communities. In recent years, the region has experienced significant growth in tourism, especially in Mateiros and São Félix do Tocantins. While this expansion drives the local economy, it also poses challenges for environmental preservation and social inclusion. This study analyzes how tourism in Jalapão can be developed in a sustainable and inclusive way, with a focus on lodging facilities. The research adopts a mixed-methods approach, combining qualitative and quantitative techniques, including bibliographic review, document analysis, questionnaires, and interviews with lodging managers and community representatives. The results show that tourism contributes to job creation and increased household income but still faces limitations regarding the equitable distribution of benefits, seasonality, and pressure on natural resources. Community-based tourism was also identified as a promising alternative for strengthening cultural identity and promoting participatory resource management, aligned with the Sustainable Development Goals (SDGs). It is concluded that consolidating a sustainable tourism model in Jalapão requires effective public policies, community training, and integrated environmental management, balancing economic development, preservation, and social inclusion.

Keywords: Sustainable tourism, Jalapão, Inclusive development, Local community, Lodging facilities.

INTRODUÇÃO

O Jalapão, situado no Tocantins, destaca-se como uma das regiões naturais mais ricas do Cerrado brasileiro, abrangendo cerca de 34 mil km² e englobando oito municípios: Ponte Alta do Tocantins, Mateiros, São Félix do Tocantins, Lizarda, Rio Sono, Novo Acordo, Santa Tereza do Tocantins, Lagoa do Tocantins e Rio da Conceição (NATURATINS, 2024). Com paisagens formadas por fervedouros, cachoeiras, chapadas e formações geológicas únicas, tornou-se um destino de destaque para o ecoturismo e o turismo de aventura. Além de seu apelo cênico, o Jalapão apresenta elevada relevância ecológica, sendo considerado um dos últimos refúgios de biodiversidade do Cerrado, bioma severamente ameaçado pelo desmatamento e pela expansão agropecuária (BRASIL, 2013). Nesse contexto, o Parque Estadual do Jalapão (PEJ), criado com 158.885 hectares, integra um corredor ecológico de Unidades de Conservação que assegura a proteção de espécies nativas e a manutenção de processos ecológicos essenciais (XAVIER; LIRA, 2018).  A riqueza natural da região alia-se à preservação cultural promovida por comunidades tradicionais, em especial os quilombolas, como Mumbuca e Prata. Esses grupos mantêm práticas sustentáveis de manejo dos recursos e modos de vida ancestrais, atuando como agentes fundamentais na conservação ambiental. O artesanato em capim-dourado, reconhecido nacional e internacionalmente, tornou-se símbolo da identidade cultural do Jalapão, reforçando o vínculo entre biodiversidade e patrimônio cultural (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2007). Assim, a articulação entre conservação ambiental e valorização cultural confere à região singular importância para o desenvolvimento sustentável e inclusivo. Nas últimas décadas, o Jalapão vivenciou um expressivo aumento no fluxo turístico. Em 2018, registraram-se mais de 32 mil visitas apenas às dunas do PEJ, evidenciando a crescente demanda por experiências autênticas em contato direto com a natureza (TOCANTINS, 2019). Essa expansão acompanha uma tendência global de valorização do ecoturismo (FONSECA; RODRIGUES, 2015). Entretanto, o crescimento acelerado traz consigo desafios, como pressão sobre recursos hídricos nos fervedouros, degradação de trilhas, sobrecarga nos atrativos e ameaça de descaracterização cultural. A ausência de planejamento adequado pode reduzir o protagonismo comunitário, colocando em risco a sustentabilidade do destino. Por isso, faz-se necessária a adoção de estratégias que articulem preservação ambiental, respeito cultural e benefícios socioeconômicos às populações locais (BRASIL, 2010). O turismo sustentável apresenta-se como alternativa viável, ao integrar dimensões econômicas, sociais e ambientais. No Jalapão, tal abordagem permite não apenas a geração de renda, mas também a proteção do Cerrado e o fortalecimento das comunidades tradicionais. Iniciativas de Turismo de Base Comunitária (TBC) têm sido impulsionadas, favorecendo a autonomia local e a distribuição equitativa dos benefícios (SANTOS; SILVA; COELHO, 2019). Além disso, práticas como a limitação da capacidade de carga nos atrativos e o manejo adequado de resíduos contribuem para a longevidade da atividade turística (FONSECA; RODRIGUES, 2015). O engajamento comunitário na gestão fortalece a identidade cultural e amplia oportunidades de empreendedorismo. A consolidação de um modelo sustentável no Jalapão exige articulação entre setor público, privado e sociedade civil. Programas como o Investe Turismo e o Programa de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável (PDRIS) têm buscado estruturar destinos turísticos e estimular o desenvolvimento socioeconômico regional (ADTUR, 2018). Nesse contexto, a capacitação profissional e o acesso a crédito emergem como instrumentos fundamentais para viabilizar o protagonismo comunitário. Tais políticas asseguram que a atividade turística não se limite a gerar lucros imediatos, mas promova equidade, inclusão e conservação ambiental (MINISTÉRIO DO TURISMO; SEBRAE; EMBRATUR, 2019). O turismo sustentável no Jalapão conecta-se diretamente aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, reforçando compromissos globais de erradicação da pobreza e promoção de sociedades justas até 2030. Destacam-se, nesse contexto, o ODS 1 (Erradicação da Pobreza), o ODS 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico), o ODS 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis), o ODS 12 (Consumo e Produção Responsáveis), o ODS 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima) e o ODS 15 (Vida Terrestre). A proteção do Cerrado e a valorização das comunidades quilombolas se alinham diretamente a essas metas (BRASIL, 2019; ICMBio, 2013). Assim, ao promover o turismo sustentável, o Jalapão não apenas fortalece sua economia regional, mas também contribui para a construção de um futuro mais justo e ambientalmente equilibrado. A relevância deste estudo para a Engenharia de Produção é evidenciada pelo seu enquadramento na grande área da Engenharia da Sustentabilidade, com ênfase na Gestão Ambiental, conforme a classificação da ABEPRO (2008). A pesquisa fornece bases para práticas de gestão sustentáveis que conciliam eficiência produtiva e conservação ambiental, além de propor estratégias replicáveis em outros destinos turísticos. Dessa forma, ao valorizar a cultura local, promover crescimento inclusivo e preservar recursos naturais, o trabalho insere-se no contexto do desenvolvimento regional sustentável.

REFERENCIAL TEÓRICO

O turismo sustentável busca equilibrar a atividade turística com a preservação ambiental, o respeito sociocultural e a viabilidade econômica. Segundo Senna, Dutra e Aquino (2023), “o turismo necessita ser planejado e gerido de uma forma sustentável, consequentemente, deve ser preparado um programa de avaliação, supervisão e medição cuidadosa que possa permitir à população local tirar partido das oportunidades ou se adaptar às alterações”. Essa abordagem surge como resposta aos impactos negativos do turismo convencional, como a degradação dos ecossistemas, a descaracterização cultural e a concentração dos lucros. O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) define uso sustentável como a exploração do ambiente de forma a garantir a perenidade dos recursos naturais renováveis e processos ecológicos, preservando a biodiversidade e atributos ecológicos de maneira justa e economicamente viável (BRASIL, 2000). Já a Organização Mundial do Turismo (OMT, 2004) afirma que a prática deve atender simultaneamente às necessidades dos visitantes, do setor e das comunidades locais, assegurando sua manutenção no longo prazo. No Jalapão, essa perspectiva é essencial, considerando seu patrimônio natural e cultural. No Brasil, o conceito ganhou força na década de 1980, consolidando-se com a Política Nacional de Ecoturismo (BRASIL, 1994). Souza, Santos e Cançado (2022) destacam que, em 2014, a Assembleia Geral da ONU reconheceu o turismo sustentável como ferramenta para a erradicação da pobreza, desenvolvimento comunitário e proteção da biodiversidade. Contudo, a ausência de infraestrutura e o crescimento desordenado representam desafios. Milagres (2020) alerta que a atividade frequentemente ocorre sem medidas eficazes de preservação. Casos como o Parque Nacional do Iguaçu, citado por Costa (2021), demonstram que concessões bem planejadas podem garantir preservação e geração de renda. Franco Neto (2023) reforça que a efetivação de políticas sustentáveis no Jalapão dependerá de ações coordenadas entre poder público e iniciativa privada.

Desenvolvimento Inclusivo no Turismo

O turismo inclusivo visa democratizar o acesso e assegurar que comunidades locais sejam protagonistas da atividade. O Plano Nacional de Turismo 2007-2010, intitulado “Uma Viagem de Inclusão”, já reconhecia a relevância do setor para a redução de desigualdades e para a geração de oportunidades (DA SILVA e CORRÊA, 2017). No Jalapão o turismo tem crescido de forma acelerada, sua implementação deve considerar não apenas a exploração sustentável dos atrativos naturais, mas também a valorização das comunidades tradicionais, assegurando que essas populações sejam beneficiadas com o desenvolvimento da atividade. Conforme Da Silva e Corrêa (2017), o turismo pode se consolidar como instrumento de inclusão social quando estruturado em consonância com políticas públicas que ampliem as oportunidades locais. Entretanto, para que esse modelo seja efetivo, é essencial que sejam implementadas políticas públicas capazes de fortalecer a participação das comunidades no setor e mitigar os impactos sociais negativos que podem surgir da expansão desordenada do turismo, como defende Sachs (2008). O Turismo de Base Comunitária (TBC) é apontado como alternativa viável. Irving (2009) afirma que o modelo valoriza a cultura, fortalece laços comunitários e garante experiências autênticas aos visitantes. Bezerra et al. (2011) demonstram o sucesso dessa abordagem na Reserva Mamirauá, no Amazonas. No Jalapão, experiências em comunidades quilombolas enfrentam barreiras como acesso a crédito e capacitação, mas representam importante estratégia de inclusão.

Impactos Econômicos e Sociais

O turismo figura entre os setores mais dinâmicos da economia global e contribui para a geração de empregos e diversificação econômica. O MMA, em “Diretrizes para Visitação em Unidades de Conservação” (BRASIL, 2006), aponta que o turismo fortalece a apropriação das áreas protegidas pela sociedade e incrementa a economia local. No Jalapão, o caso do artesanato em capim dourado, produzido pela comunidade do Mumbuca, ilustra a importância do ecoturismo para a renda local. Contudo, persiste o problema da concentração de lucros nas mãos de grandes operadores, limitando à inclusão (BRASIL, 2006). Além dos impactos econômicos, há efeitos sociais como valorização imobiliária e aumento do custo de vida, que podem marginalizar populações tradicionais se não houver planejamento adequado. O Ministério do Turismo (2007) defende a regionalização como política pública para ampliar recursos e fortalecer a gestão integrada. Costa (2021) ressalta que concessões e parcerias público-privadas representam caminhos para o desenvolvimento sustentável. No Jalapão, tais medidas são vistas como alternativas para equilibrar preservação ambiental e crescimento econômico.

Preservação Ambiental e Gestão de Recursos Naturais

A ausência de ordenamento turístico pode comprometer ecossistemas. Paulinho e Pizzio (2024) apontam que empresas têm explorado a região de forma predatória, sem fiscalização eficaz. Problemas como descarte inadequado de resíduos e sobrecarga dos atrativos naturais tornam urgente o planejamento. Fonseca et al. (2018) defendem um turismo integrado, capaz de conciliar crescimento econômico e conservação da biodiversidade, com capacitação comunitária e regulamentação da visitação. De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), o uso sustentável é ‘a exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável’ (NETO, 2023). Um exemplo é a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Catedral do Jalapão, onde ecoturismo e educação ambiental são aliados na conservação. Fonseca et al. (2018) relatam que a criação dessa RPPN decorreu do compromisso com a preservação e valorização do patrimônio local. Souza et al. (2022) reforçam que, globalmente, cresce a importância do turismo sustentável em áreas protegidas.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e Turismo

O turismo sustentável está alinhado aos ODS da ONU (2015), que visam erradicar a pobreza, promover justiça social e proteger o meio ambiente até 2030. No Jalapão, o desafio é equilibrar crescimento turístico e conservação ambiental. O Programa de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável (PDRIS) busca fortalecer a competitividade regional com base nos ODS. Segundo a ADTUR (2018), o programa abrange 72 municípios, promovendo inclusão social e sustentabilidade ambiental. Destacam-se os ODS 1, 8, 11, 12, 13 e 15, diretamente relacionados ao turismo. Milagres (2020) observa que a atividade tem gerado renda em Mateiros e São Félix do Tocantins, mas ainda enfrenta desafios de infraestrutura e regulação. A ADTUR (2018) menciona iniciativas como projetos de turismo comunitário e elaboração de planos de marketing. Para consolidar esses avanços, torna-se imprescindível integrar políticas públicas e ampliar a participação das comunidades locais.

METODOLOGIA

A metodologia adotada nesta pesquisa combina abordagens quantitativa e qualitativa, caracterizando-se como uma pesquisa de natureza aplicada, com objetivo exploratório e descritivo. A opção pela abordagem mista justifica-se pela necessidade de compreender tanto dados numéricos quanto aspectos descritivos relacionados ao desenvolvimento sustentável e inclusivo do turismo no Jalapão. O foco da análise recai sobre os meios de hospedagem situados em Mateiros e São Félix do Tocantins, considerando seus impactos econômicos, sociais, ambientais e culturais. Essa abordagem é essencial para compreender a dinâmica entre o crescimento turístico e os impactos socioambientais, uma vez que, segundo Santos e Silveira (2016), o Jalapão constitui um corredor ecológico composto por diversas Unidades de Conservação, cuja gestão sustentável é indispensável para a preservação da biodiversidade.

Abordagem Metodológica

A pesquisa utiliza uma abordagem mista, unindo métodos quantitativos e qualitativos. A dimensão quantitativa foi empregada para mensurar variáveis como geração de empregos, incremento da renda familiar e participação dos moradores locais no setor de hospedagem. A qualitativa buscou interpretar as percepções e práticas dos gestores quanto às estratégias de promoção do turismo sustentável e inclusivo. Para Fonseca e Rodrigues (2015), a análise mista possibilita compreender o turismo como um fenômeno que transcende indicadores numéricos, abarcando dimensões sociais e ambientais. Nesse sentido, a combinação das abordagens oferece maior abrangência à análise, permitindo investigar tanto a materialidade dos dados quanto os significados atribuídos pelos participantes. Conforme Bardin (2016), a análise qualitativa é fundamental para interpretar fenômenos sociais, já que possibilita captar a subjetividade presente nas narrativas e práticas dos gestores. Assim, o método adotado viabiliza uma investigação aprofundada sobre o turismo sustentável e sua contribuição ao desenvolvimento inclusivo.

Delineamento da Pesquisa

A pesquisa apresenta caráter exploratório e descritivo. O exploratório busca investigar preliminarmente as práticas de turismo sustentável no Jalapão, enquanto o descritivo visa detalhar as características observadas no setor de hospedagem. O estudo foi desenvolvido por meio de pesquisa de campo em Mateiros e São Félix do Tocantins, tomando os meios de hospedagem locais como unidade de análise. A delimitação é justificada pela relevância desses empreendimentos para o desenvolvimento socioeconômico regional, sobretudo na geração de empregos e na integração de práticas sustentáveis às atividades turísticas. Santos, Silva e Coelho (2019) destacam que o turismo comunitário no Jalapão tem favorecido a inserção econômica das comunidades tradicionais, ampliando o controle local sobre a atividade e seus benefícios.

Técnicas de Coleta de Dados

Os dados foram obtidos por meio de questionários aplicados a gestores de meios de hospedagem em Mateiros e São Félix do Tocantins. Os instrumentos continham questões fechadas e abertas, permitindo a coleta de dados quantitativos e qualitativos. De acordo com Tocantins (2019), o número de visitantes no Parque Estadual do Jalapão tem apresentado crescimento contínuo, o que reforça a necessidade de analisar os impactos dessa expansão no setor de hospedagem e nas comunidades locais. Para ampliar a participação, a aplicação ocorreu de forma presencial e online, atendendo gestores com diferentes níveis de disponibilidade.

Os questionários contemplaram aspectos como:

  • perfil socioeconômico dos gestores;
  • práticas de contratação e participação de moradores locais;
  • adoção de medidas sustentáveis nos empreendimentos;
  • percepções sobre os impactos econômicos, sociais e ambientais do turismo na região.

A seleção dos participantes foi realizada por amostragem não probabilística, utilizando-se o critério de acessibilidade, ou seja, contemplando os gestores que se dispuseram a participar. O número de respondentes foi definido ao longo do processo de coleta, assegurando representatividade suficiente para a análise.

Análise e Tratamento dos Dados

O tratamento dos dados foi realizado com auxílio do software Microsoft Excel, empregando duas técnicas principais.

Análise Estatística Descritiva (Quantitativa):

Aplicada às questões fechadas, esta técnica permitiu examinar médias, percentuais, frequências e medianas, apresentando resultados por meio de tabelas e gráficos. O objetivo foi identificar padrões relacionados à participação dos moradores no setor de hospedagem e à correlação entre crescimento turístico e geração de empregos. Conforme Brasil (2010), o rápido crescimento do turismo no Jalapão trouxe novos desafios e oportunidades, exigindo quantificação adequada para orientar políticas e estratégias de sustentabilidade.

Análise de Conteúdo (Qualitativa):

Conduzida a partir das respostas abertas, a análise de conteúdo seguiu Bardin (2016), permitindo categorizar e interpretar os discursos dos gestores. A codificação foi realizada manualmente, por meio de categorias temáticas no Excel, possibilitando compreender as perspectivas dos participantes sobre turismo sustentável. Segundo Fonseca e Rodrigues (2015), a análise qualitativa é imprescindível para captar as interações entre turismo e aspectos culturais e ambientais das comunidades. Dessa forma, a combinação de métodos estatísticos e qualitativos possibilitou uma visão ampla e detalhada dos impactos do turismo no Jalapão.

Aspectos Éticos

Embora envolva participantes humanos, não foi necessária a submissão ao Comitê de Ética, pois os dados coletados não tinham caráter sensível e seriam utilizados apenas para fins acadêmicos. Os participantes foram informados quanto aos objetivos da pesquisa, e a participação foi voluntária. O anonimato das respostas foi assegurado, preservando a privacidade dos gestores entrevistados, em consonância com a Resolução CNS 466/2012. Assim, a metodologia foi estruturada de modo a atender plenamente aos objetivos do estudo, permitindo analisar como o turismo sustentável pode ser promovido no Jalapão. A abordagem mista, aliada à aplicação criteriosa dos questionários e à análise integrada dos dados, favorece a identificação de estratégias para o fortalecimento econômico, social, cultural e ambiental das comunidades locais, alinhando-se aos princípios do desenvolvimento sustentável.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O estudo revelou que os meios de hospedagem em Mateiros e São Félix do Tocantins desempenham papel central no fortalecimento do turismo no Jalapão, constituindo-se como vetores diretos de transformação econômica e social. A pesquisa identificou que, embora a maioria das pousadas seja de pequeno porte e de caráter familiar, sua atuação tem promovido geração de emprego e diversificação das fontes de renda. Observou-se que 50% dos empreendimentos operam com equipes de 4 a 6 colaboradores, enquanto outros funcionam com estruturas ainda mais enxutas, reforçando o predomínio de modelos comunitários e familiares. Essa característica favorece a proximidade entre gestores, trabalhadores e turistas, o que contribui para uma experiência mais autêntica e alinhada ao perfil de ecoturismo buscado pelos visitantes. Entretanto, constatou-se ausência de programas internos de capacitação profissional, o que limita a qualificação dos serviços oferecidos e restringe o potencial de crescimento dos empreendimentos. Apesar disso, 83% dos meios de hospedagem relataram atender tanto turistas nacionais quanto internacionais, evidenciando o Jalapão como destino consolidado no turismo de natureza e com potencial de internacionalização. Tais achados reforçam a necessidade de políticas públicas voltadas à formação continuada, ao acesso a crédito e à profissionalização do setor, de modo a fortalecer a competitividade sem comprometer a identidade cultural das comunidades. No âmbito social e cultural, o turismo tem se mostrado uma ferramenta relevante para a valorização das tradições e para a ampliação da qualidade de vida das comunidades. Em localidades como Mumbuca, a produção artesanal de capim-dourado, impulsionada pelo fluxo turístico, tornou-se símbolo de resistência cultural e de protagonismo feminino, demonstrando a importância das cadeias produtivas associadas ao turismo comunitário. Contudo, a pesquisa também evidenciou desafios significativos, como a elevação do custo de vida e a especulação imobiliária, que têm pressionado as populações tradicionais e ameaçado a permanência de famílias em seus territórios. Outro ponto crítico identificado foi a percepção das comunidades quanto à falta de governança participativa, com relatos de exclusão nos processos de tomada de decisão sobre concessões e regulamentações em Unidades de Conservação. Essa realidade evidencia a urgência da implementação de instrumentos de cogestão e de maior diálogo entre poder público, iniciativa privada e sociedade civil. Apesar dessas tensões, os meios de hospedagem demonstraram disposição em apoiar práticas sustentáveis, como controle do fluxo de visitantes e adoção de medidas básicas de gestão ambiental, ainda que de forma incipiente. Esses resultados sugerem que, embora o turismo tenha ampliado oportunidades e fortalecido a identidade cultural, sua consolidação como modelo de desenvolvimento inclusivo depende de políticas que garantam equidade e autonomia às comunidades locais. Quanto aos impactos ambientais, a pesquisa constatou que a ausência de infraestrutura adequada e de fiscalização eficiente tem gerado preocupações crescentes em relação à preservação dos recursos naturais do Jalapão. Relatos apontaram sobrecarga em atrativos como fervedouros e cachoeiras, além de descarte inadequado de resíduos e exploração intensa dos recursos hídricos. Embora algumas iniciativas, como a gestão da RPPN Catedral do Jalapão, demonstrem a viabilidade de integrar ecoturismo e conservação, a realidade predominante ainda é de práticas pontuais e pouco articuladas. Nesse sentido, a pesquisa reforça a importância da adoção de certificações ambientais, da promoção da educação ambiental entre turistas e da regulamentação da capacidade de carga nos atrativos naturais. Outro ponto relevante foi a associação dos resultados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com destaque para os ODS 1, 8, 11, 12, 13 e 15, evidenciando que o turismo no Jalapão pode contribuir tanto para a erradicação da pobreza e geração de trabalho decente quanto para a conservação ambiental e valorização cultural. No entanto, o alcance dessas metas exige ações coordenadas e de longo prazo, com investimentos em infraestrutura sustentável, fortalecimento do turismo de base comunitária e efetiva participação das comunidades nas instâncias de governança. Assim, os resultados evidenciam que o Jalapão tem potencial para consolidar-se como modelo de destino sustentável, mas sua efetivação depende de uma transição de práticas isoladas para um sistema integrado de desenvolvimento territorial, baseado na equidade, na preservação ambiental e na inclusão social.

CONCLUSÃO

A presente dissertação teve como foco central a análise do desenvolvimento sustentável e inclusivo do turismo no Jalapão, com ênfase nos meios de hospedagem localizados nas cidades de Mateiros e São Félix do Tocantins. Partiu-se do pressuposto de que o turismo, se bem planejado, pode representar um vetor de promoção de melhorias econômicas, sociais, culturais e ambientais para as comunidades locais. Utilizou-se uma abordagem qualitativa e exploratória, com a aplicação de questionários junto aos gestores dos meios de hospedagem, além da observação direta, o que permitiu uma compreensão aprofundada da realidade local. A partir dessa investigação, buscou-se responder à seguinte questão de pesquisa: como o turismo sustentável pode ser promovido no Jalapão com benefícios econômicos, sociais e ambientais para as comunidades locais?  Os objetivos definidos foram amplamente contemplados ao longo da pesquisa. De forma geral, constatou-se que os meios de hospedagem analisados têm contribuído para a geração de empregos e incremento da renda nas comunidades, embora predomine a informalidade e haja carência de qualificação profissional. As práticas sustentáveis adotadas, ainda que existentes, são limitadas e carecem de sistematização e apoio técnico. Foi observada uma consciência ambiental incipiente entre os gestores, que, apesar de reconhecerem a importância da sustentabilidade, encontram dificuldades estruturais e institucionais para implementar ações mais efetivas. Além disso, verificou-se que a precariedade da infraestrutura básica, especialmente no que se refere ao saneamento, compromete diretamente os avanços desejados para a consolidação do turismo sustentável na região. Um aspecto relevante evidenciado diz respeito à relação entre o turismo e as comunidades tradicionais do Jalapão. Apesar do reconhecimento do potencial cultural dessas comunidades como diferencial competitivo, há ainda um distanciamento entre os meios de hospedagem e os saberes tradicionais. A valorização da cultura local, quando presente, ocorre de forma pontual, sendo necessário fomentar políticas públicas que incentivem o protagonismo das comunidades na cadeia produtiva do turismo. Isso implica, por exemplo, a inclusão de moradores locais em ações formativas, em processos de gestão compartilhada e no fortalecimento de iniciativas de turismo de base comunitária, elementos fundamentais para uma abordagem mais inclusiva e democrática do desenvolvimento regional. Dessa forma, a pesquisa corrobora a tese de que o turismo pode ser um catalisador do desenvolvimento sustentável no Jalapão, desde que respaldado por planejamento estratégico, ações intersetoriais e políticas públicas comprometidas com a equidade e com a conservação ambiental. A continuidade de estudos que aprofundem a compreensão das dinâmicas sociais e ecológicas locais é imprescindível, bem como o fortalecimento de parcerias entre poder público, setor privado e sociedade civil. Com base nos resultados obtidos, recomenda-se a criação de programas específicos de capacitação, incentivos à formalização do trabalho, investimentos em infraestrutura ambiental e a ampliação do diálogo com as comunidades locais, visando garantir que os benefícios do turismo sejam efetivamente partilhados de forma justa e duradoura.

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1Mestrando em Engenharia de Produção – Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Ponta Grossa, Paraná, Brasil. E-mail: jairmartins@alunos.utfpr.edu.br

2Mestrando em Engenharia de Produção – Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Ponta Grossa, Paraná, Brasil. E-mail: leandrodias@alunos.utfpr.edu.br

3Doutor em Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, Brasil. E-mail: tusset@utfpr.edu.br

4Doutora em Comunicação e Cultura Contemporânea. Universidade Federal da Bahia, UFBA, Brasil.
E-mail: paulakarini@ifto.edu.br