DESENVOLVIMENTO DE UM DISPOSITIVO MECÂNICO COM SISTEMA DE TRAVA DE SEGURANÇA COM DIVERSAS COMBINAÇÕES PARA ESTEPE DE CAMINHÃO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7274927


Tiago Detrudes Da Costa1
Orientador: Prof. Dr. Adilandri Mércio Lobeiro


RESUMO

O Brasil é um país de grandes proporções e não é diferente quando se trata da frota de caminhões que é considerada uma das maiores do mundo. O desenvolvimento do país está totalmente ou todo atrelado ao modal rodoviário, pois aproximadamente 60% da carga é transportada por esse meio apesar de ainda existir muitas estradas de péssima qualidade, muitas rodovias sem pavimentação e pouca ou quase nenhuma segurança.

Segundo a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) há aproximadamente 2,4 milhões de caminhões ativos no país. Isso revela uma população gigantesca que fica vulnerável nas estradas, pois durante o descanso ao fazer as notas fiscais é quando a marginalidade entra em ação e furta componentes de alto valor agregado dos caminhões. É o que acontece com o pneu reserva dos implementos rodoviários que fica totalmente exposto mostrando a facilidade de subtração do mesmo.

E é exatamente nesse ponto onde esse trabalho tem objetivo de desenvolver e apresentar uma solução, com inovação em tecnologia e em processo produtivo, prática e eficaz para minimizar ou reduzir a probabilidade de furto do estepe desses veículos automotores. Os implementos rodoviários quando vem de fabrica apresentam apenas um sistema simples para fixação do estepe num suporte e com isso evitar o desprendimento do mesmo durante a movimentação do veículo. Portanto não há uma segurança para evitar a ação da marginalização.

O chamado Custo Brasil é um dos fatores atrelado ao custo de transporte de carga no país, pois sabemos que isso influencia no preço final do produto e no desenvolvimento econômico do país. Uma das causas que faz elevar o custo dos produtos estão relacionadas as condições das estradas e pavimentações, falta de segurança, preços de combustíveis entre outros. Esse trabalho vem ao encontro de minimizar esse chamado custo Brasil por meio de redução de furtos de estepes de caminhões.

O método de pesquisa foi o estudo de caso da empresa Truckdoor Logística e a coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas, com questionário estruturado e amostragem não probabilística, por conveniência. A análise dos motoristas permitiu a compreensão do contexto e da dinâmica do furto diante do modal rodoviário brasileiro.

Palavras – chave: Estepe, ANTT, frota mundial, dispositivo de segurança

1. INTRODUÇÃO

O modal rodoviário brasileiro é um dos principais senão o mais importante meio de participação no transporte de cargas. Ao decorrer das décadas de 1990 e 2000, o modal rodoviário representou mais de 60% do total de cargas transportadas no país. É nítida a dependência excessiva do transporte rodoviário brasileiro na movimentação de cargas nesse modal, quando comparamos a sua participação com de outros países de mesmas medidas populacionais. Nos Estados Unidos da América, por exemplo, a participação das rodovias no transporte de carga é de 26%, na Austrália é de 24% e na China é de apenas 8% (BARTHOLOMEU, 2006, p. 23).

Entre os anos de 1960 e 1980, a malha rodoviária federal pavimentada apresentou um crescimento expressivo, de 8.675 km para 47.487 km (IPEA, 2010), representando uma média de quase 2 mil km por ano de novas rodovias. De 1980 até os dias atuais, todavia, o crescimento se mostrou bastante lento, uma vez que a malha rodoviária federal possui hoje cerca de 65 mil km de extensão pavimentada, representando uma média de quase 500 km de novas rodovias por ano. De acordo com a Fundação Dom Cabral e o Fórum Econômico Mundial (FDC; FEM, 2009) o Brasil tem a terceira malha rodoviária mais extensa do mundo, todavia apenas 12% destas vias são pavimentadas.

O modal rodoviário Brasil respondia, em 1950, a apenas 38% do transporte de cargas nacionais (BNDES, 2008). Com o Plano de Metas, no governo Juscelino Kubitscheck, as rodovias foram priorizadas buscando, entre outros objetivos, estimular a indústria de transformação por meio da indústria automobilística. “Foi natural concentrar a atenção no complexo de petróleo e derivados, e na instalação da indústria mecânica e eletroeletrônica, como o passaporte para que a civilização brasileira penetrasse na modernidade” (LESSA, 2009, p. 87).

O transporte rodoviário no Brasil demonstra alta relevância para os diversos setores empresariais. O objetivo principal desta área é movimentar mercadorias com o menor tempo e custo, sem alterar a qualidade dos produtos, afinal, o transporte representa uma grande parcela dos custos logísticos. O transporte tem um papel fundamental no serviço ao cliente, pois diferentes clientes demandam diferentes prazos de entrega e segurança. É uma área estratégica nas empresas e deve ser monitorada, tanto para evitar insatisfação dos clientes, quanto danos causados nas mercadorias pelo veículo ou por um fator externo (Gomes e Seregati, 2009).

De acordo com o estudo da FIRJAN (2017), os Estados brasileiros perdem arrecadação de impostos com a comercialização clandestina e a violência aumenta devido ao fato de o roubo de cargas servir como financiamento ao tráfico de drogas e armas. Neste sentido, a eficiência das operações de transporte rodoviário que é de fundamental importância para o desenvolvimento econômico e social Brasil é afetada pela inércia governamental na redução do roubo de cargas.

O roubo na forma genérica impacta em toda a cadeia de abastecimento do Brasil e de outros países elevando a inflação de preços ao consumidor final. Nesse artigo, tratado o furto de estepe de caminhões, que causa prejuízos econômicos e financeiros às empresas de transportes e consequentemente disfunções no processo logístico gerando atrasos nas entregas, multas de trânsito e de contrato, danos e avarias às mercadorias.

Sutton (2010) destaca dois objetivos do roubo de mercadorias, o primeiro é roubar itens com valor de mercado e o segundo é comercializar as mercadorias. O dinheiro proveniente do roubo de carga de acordo com Sutton (2010) tem sido utilizado para a compra de drogas e álcool. Atrelado ao roubo de carga ou de componentes de caminhões estão as receptações de mercadorias que abastece o mercado ilegal o qual é demandado e ofertado por comerciantes e consumidores. Com esse mapeamento ou identificação desse mercado ilegal, é necessário considerar ambas as partes ofertante e demandante das mercadorias roubadas a fim de inviabilizar esse método.

Apesar da evolução econômica do Brasil nas últimas décadas, houve também em paralelo o crescimento dos problemas sociais causada pela disparidade entre as rendas da população, tendo como fator resultante a criminalidade, violência e marginalidade. Hagan e Petersen (1995) sugerem que a “privação relativa”, traduzida pelo sentimento de frustração percebida por indivíduos de menor condições econômicas quando comparados à outros de classes detentoras de mais condições ou mesmo da classe média, podem influenciar ou impactar a minoria a exercer práticas de delitos. Ainda nessa perspectiva Becker (1968) apresenta um modelo econômico que busca parametrizar práticas criminosas em relação à desigualdade, ao que Marques Junior (2014, pág. 2) evidencia “o crime será cometido se a sua utilidade esperada superar a utilidade que pode ser gerada quando se aloca as horas de trabalho e outros recursos em outra atividade”.

O gerenciamento dos riscos em como objetivo a identificação do mesmo durante todo o transporte e consiste no levantamento de sua natureza, no valor e na frequência em que acontece, para em seguida, estabelecer ações e atitudes que possam mitigar e controlar as perdas e reparações financeiras e em ações que inibem a atuação da marginalidade.

A figura 1 ilustra os fatores que contribuem para ótima movimentação de cargas.

Tomando as devidas orientações os veículos seguramente estarão em vantagens estratégicas melhores que as ações da marginalidade e com isso reduzirá os impactos negativos quanto a produtividade brasileira.

Tabela 1 – Fatores para gestão de riscos contra roubo de carga

Antes do carregamentoCondiçoes do veículo (mecânica, elétrica e lubrificante).Abastecer para evitar paradas nos postos de gasolina.A escolha da rota para evitar possíveis áreas de riscos.Fracionar a carga em lotes menores redzindo os possíveis ganhos dos criminosos.
Durante o trajetoManter o sigilo dos locais de parada.Iinformações sobre a carga devem ser mantidas em segredo.Manutenção corretiva no trajeto em locais com boa iluminação e movimentaçãoA escolta durante o trajeto
No descarregamentoO responsável pelo recebimento deve ser avisado do horário de entrega.O transportador deve conferir a documentação do  responsável pela mercadoria
Rastreadores e sensores de cargaBotões do pânico, rastreadores e localizadores podem contribuir para mstrar a localização do veícuo ou o trajeto que está tomando caso ocorra o roubo.
Fonte: Adaptado de Guidoni (2018)

Já o quadro 2 torna nítida a participação dos modais de transportes no Brasil quanto a movimentação de cargas no país. O modal rodoviário é o que mais contribui para a alavancagem econômica do Estado, portanto é também o sistema mais visado pela criminalidade. O modelo de distribuição de cargas porta a porta é muito vantajoso, pois transporta diversos produtos fracionados e também a granel oferecendo rapidez e facilidade.

Tabela 2 – Matriz do transporte de carga (movimentação anual)

ModalMilhões (TKU)Participação (%)
Rodoviário485.62561.1
Ferroviário164.80920.7
Aquaviário108.00013.6
Dutoviário33.3004.2
Aéreo3.1690.4
Total794.9031000
Fonte: CNT, 2018

*TKU – toneladas por quilometro útil

2. OBJETIVOS

“A ciência começa com a observação e deve, no fim, voltar à observação para a validação final”.

Goode e Hatt

O presente estudo e pesquisa têm como objetivo o desenvolvimento do protótipo de segurança para estepe de caminhão o qual é visto pelo setor como uma solução para redução ou minimazação dos furtos, pois não utilizam métodos eficientes e capazes de inibir a ação do marginal. Além dessa prototipagem também compõe o objetivo desse trabalho a análise do setor de transportes, seus veículos, metodologia de proteção do estepe. Aplicado, o estudo, a um dos setores que mais se desenvolve e tem demando suporte de segurança em todos os aspectos em nosso país e que apesar deste crescimento incontestável nas últimas décadas não possui ainda uma atenção devida de estudos focados nesse mercado. O setor de prestação de serviços é um grande mercado da economia brasileira e na intenção de gerar resultados precisos e menos genéricos foi escolhido como objetivo para orientar este estudo o segmento de transporte rodoviário.

O objetivo desejado ao fim é produzir um protótipo que inibi a ação do marginal quanto a subtração do pneu sobressalente dos caminhões, analisar as formas estratégicas das transportadoras e motoristas autônomos, a ser confirmado ao fim, de que as transportadoras adotam em sua grande maioria estratégias empresariais não formais, empíricas e ineficientes. Para tanto foi realizado durante o ano de 2021 um estudo em campo com organizações atuantes no setor de transportes rodoviários de cargas focando e detalhando os métodos adotados para evitar o roubo do estepe, levando-se em consideração as etapas e fases do planejamento estratégico como direcionador do processo de análise e de execução do projeto. A condução da pesquisa se deu através de uma pesquisa qualitativa, teoricamente embasada em entrevistas aos motoristas a partir de questionários aplicados junto a 3 transportadoras endereçadas na cidade de Campo Mourão no estado do Paraná, na maioria empresas de pequeno e médio porte.

3. METODOLOGIA

A abordagem da pesquisa está orientada ao desenvolvimento desse artigo a fim de atingir os objetivos por meio de estudos qualitativo-quantitativo, com propósito exploratório. O método de pesquisa foi o estudo de caso em campo e a coleta de dados realizada por meio de entrevistas, com questionário estruturado e amostragem não probabilística. O processo de análise dos casos de furtos dos estepes de caminhões pode ser considerados fatores influenciadores de um mercado ilegal e muito aquecido. Nessa direção, o nível de informações disponíveis acerca do tratamento desse assunto é ainda relativamente baixo, fato que justifica a natureza exploratória deste trabalho e a proposição de uma solução tecnológica para inibir essas ações. Para a efetiva compreensão do contexto formado por transportadoras de cargas afetadas por essa ação danosa, devemos levar em consideração suas particularidades as quais são condicionadas pelo ambiente onde atuam.

A escassez de referências bibliográficas de âmbito científico é um aspecto que dificulta a elaboração de estudos acadêmicos sobre roubos de cargas no transporte rodoviário (VALIM, 2004), a maior parte desse material disponível é de natureza jornalística. A pesquisa fundamentada na experiência buscou-se em entrevistas com representantes e motoristas das organizações atingidos pelas ações dos criminosos, de modo a captar suas observações e interpretações acerca do contexto estudado. Respaldou-se em escolher profissionais experientes a serem entrevistados por ter potencial em conceder contribuições e experiência para a compreensão do fenômeno em estudo.

Após as entrevistas com diversos profissionais da área de transportes, houve uma convergência para uma solução tecnológica com o objetivo de inibir as ações dos meliantes. Com as informações prestadas pelos agentes do transporte foi possível alcançar uma proposta de valor na qual é economicamente viável com sua utilização pelo fato de inúmeros benefícios promovido. Com o tratamento das informações foi modelado uma solução em software CAD módulo estudante, na tecnologia de três dimensões (3D). Composto de partes cilíndricas, sextavadas, com usinagem de corte a laser, torno convencional, solda e tratamento superficial obteve-se um produto denominado de TRAVA SEGREDO DE ESTEPE PARA CAMINHÃO. Portando um segredo para abertura somente com a chave específica tornando a ação danosa sem possibilidades, ou reduzindo a probabilidade de subtração.

Com o projeto elaborado, foi possível dimensionar os materiais a serem processados, tempo de produção, custo de fornecimento, transporte das peças, recursos humanos necessários, custo por etapa, mapeamento dos fornecedores todo o processo produtivo do protótipo até sua instalação em caminhões da empresa Truckdoor de Campo Mourão – PR.

Foram executados dois modelos e instalados, mas houve uma rejeição por motivo da inviabilidade econômica até que se chegasse numa solução viavelmente econômica, aceita pelos pagantes do dispositivo de travamento por meio de segredo. Então há três modelos testados, mas o último protótipo é o que oferece melhor resultado econômico e técnico, tornando atrativo por ambas as partes.

O grande diferencial do terceiro protótipo está no processo produtivo o qual reduziu drasticamente a usinagem de torneamento, a soldagem as quais foram substituídas pelo corte a laser. Com isso reduziu tempo de processamento, aumento da disponibilidade de inúmeras combinações de segredos, facilitou a instalação que poderá ser pelo próprio motorista e na venda do implemento ainda é possível reinstalar noutro veículo.

4. RESULTADOS ESPERADOS

O estudo de caso na empresa teve como entrevistado o gestor cujo tempo de atuação na empresa é mais de um ano. A empresa possui 60 funcionários e seu tamanho é dimensionado no faturamento caracteriza-se como de médio porte e o tipo de carga transportada é a granel, ou seja, o termo “granel” é utilizado para classificar mercadorias em grandes quantidades sem embalagens, como por exemplo, carga de grãos de soja ou bobinas de papéis. As regiões que a empresa realiza o transporte correspondem aos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul. A carga de maior volume e valor agregado é a soja.

Dentre as causas que cooperam com o roubo de pneu sobressalente, o respondente informou que é o comportamento de descuido e até mesmo intransigente do motorista. Tal comportamento se refere a decisões como: paradas em postos de gasolina com pouca movimentação ou sem a orientação da gestão de risco, paradas desnecessárias em acostamentos de rodovias, a não verificação das travas como cadeado ou cintos e o aceite de caroneiros quando em processo de viagem. No tocante ao comportamento dos motoristas, este talvez seja advindo de deficiências em treinamento e orientação, fazendo com que em situações de risco a equipe de colaboradores não saiba o procedimento adequado a tomar para evitar tal prejuízo. Isso demonstra a demanda de ações por parte da empresa o que culmina em um ambiente propício ao roubo. O respondente também citou a marginalização de algumas regiões do país que são mapeados e orientados os motoristas para tal cautela – o gestor entrevistado relata que um dos roubos aconteceu em uma destas regiões e quando o motorista percebeu a falta do pneu sobressalente já estava na sede da empresa.

As medidas que a empresa utiliza para a prevenção contra essa modalidade de roubo se concentra apenas em correntes com cadeados e cordas. E com essa oportunidade foi apresentado o protótipo de trava para segurança do estepe onde foi instalado com sucesso em nove caminhões. Gerou um resultado positivo, pois houve a minimização da perda do componente do implemento.

Como mostram as figuras abaixo desde a primeira fase até as demais melhorias do processo de fabricação e do produto em si, percebe-se a evolução da inovação do dispositivo.

Figura SEQ Figura \* ARABIC 1 – Primeiro protótipo e instalado em 2 implementos rodoviários na empresa Truckdoor

FIGURA SEQ Figura\* ARABIC 2 – Segundo protótipo e instalado em 9 implementos rodoviários na empresa Truckdoor

5. DETALHAMENTO DA INOVAÇÃO

A presente inovação refere-se a um dispositivo mecânico com aplicação no setor de transportes rodoviários, especificamente em caminhões. Esse dispositivo tem o objetivo de reduzir a probabilidade de furto do pneu sobressalente os quais são exigidos por lei. Nos implementos rodoviários o estepe vem de fábrica com um sistema de fixação por porcas sextavadas e uma haste, apenas para manter os pneus estepes fixos durantes a movimentação.

Na atualidade, percebemos o quão vulneráveis estão os profissionais da estrada à violência, assaltos, roubos, furtos entre outros, obrigando-nos a viver uma vida sob uma pressão e tornando uma vida aflita. 

Existe a necessidade de viabilizar meios, técnicas e recursos para inibir as ações de furtos dos estepes de caminhão. Da forma que o (s) pneu (s) sobressalente (s) é/são dispostos nos implementos rodoviários tornam-se vulneráveis, dessa maneira facilita a subtração do mesmo e essa população de caminhões estão desguarnecidos.

Isso porque as carretas vêm de fábrica com um sistema de fixação por porcas sextavadas e uma haste, apenas para manter os pneus estepes fixos durante as movimentações.

Conforme trata o art. 105 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, para incluir como equipamento obrigatório dos veículos o estepe – pneu e roda sobressalentes – idêntico aos demais pneus e rodas instalados no veículo, inclusive quanto ao aro e demais dimensões e inciso IX do artigo 230 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro), o veículo deve estar equipado com o pneu sobressalente.

A trava de segredo para estepe de caminhão é compreendida, composta, por uma trava de segurança com peças no formato cilíndrico e sextavado. Sua composição é dada por: um cabo em aço carbono (SAE 1020) 5/8 polegadas de diâmetro por 180mm de comprimento, um tubo schedule 40 com diâmetro interno de 1,75 polegada por 100mm de comprimento e com quatro furos para alojar o cabo e uma chapa que encaixa na porca soldada com chapa segredo para travar o segredo, uma porca 5/8 polegadas soldada numa chapa cortada a laser e essa chapa contém cortes diferentes para encaixe, um copo giratório falso para proteção da porca soldada na chapa, um copo giratório falso para proteção da porca soldada na chapa – tubo de 2 polegadas cortada na serra fita e soldada no disco de chapa 1/8 de polegada cortada a laser; disco espessura 1/8 de polegada cortada a laser com um furo central de 17mm para passar o parafuso 5/8 de polegadas, material SAE 1020 e tratamento superficial com galvanização para evitar oxidação.

Caracterizada pelo fato de o seu sistema de abertura ser somente destravado com uma chave de segurança e com segredo especifico. Por outro lado, não há possibilidade de desacoplamento por métodos convencionais.

6. PROCESSO DE FABRICAÇÃO

6.1 Desenvolvimento em desenho técnico

Disposto de técnicas foi elaborado o design de forma robusta com inúmeras combinações de formas geométricas. As combinações são dadas pelo método de modelagem automática conforme armazedada um raciocínio lógico para elaboração da mesma. Esse lógica de criação de combinações é desenhada na forma circular, ângulo de 360° (graus) e a cada 3’ (minutos) o é possível produzir um código novo do mesmo modelo de desenho. Ao alterar o modelo de desenho esse processo se repetirá.

Figura 3-Suporte de estepe para caminhões, sistema da fábrica de implementos e sistema de travamento pelo dispositivo

6.2 Desenvolvimento de fornecedores de matéria-prima e serviços

Após o desenvolvimento do desenho, os detalhamentos e a lista de materiais foram disponibilizados para compra de insumos e verificação de empresas prestadora de serviços e forncedoras de matéria prima. A efetivação das compras de matérias-primas e fornecimento de matéria prima foram realizadas na cidade de Campo Mourão – Pr, nas seguintes empresas: Fixação Parafusos, Depósito Comercial Ivaiporã, Depósito Marinho, Villar tornearia, Sinapse Equipamentos, Alexsandro Valentin Soldas.

Tabela 3 – Matéria prima e fornecedor

DiscriminaçãoFornecedor
Tubo de aço 1 ¼”Fixação Parafusos
Tubo de aço 2”Fixação Parafusos
Porca sextavadaFixação Parafusos
Barra trefilado 5/8”Fixação Parafusos
Tampas de pvcComercial Ivaiporã
Corda de náilonDepósito Marinho
Villar torneariaVillar
Alexsandro Valentin  Alexsandro
Sinapse EquipamentosCarol Souza

7. ORÇAMENTO

Para a execução do projeto, ou seja, a prototipagem do dispositivo mecânico para trava com segredo para estepe de caminhão fora desenvolvidos fornecedores de matéria prima na Cidade de Campo Mourão – PR, Maringá – PR e de serviços em Cascavel – PR e também em Campo Mourão – PR.

Tabela 4 – Primeira fase da prototipagem chave de segurança estepe (2 unidades)

FonteDiscriminaçãoSaída (R$)Fornecedor
Tiago DetrudesAço120,00Fixação Parafusos
Tiago DetrudesTampas de pvc38,00Comercial Ivaiporã
Tiago DetrudesCorda de náilon6,00Depósito Marinho
AurélioUsinagem tornearia300,00Antônio Villar
AurélioUsinagem CNC200,00Sinapse
Tiago DetrudesUsinagem CNC25,00Sinapse
AurélioSoldado/Montagem250,00Alexandro Alves
Total939,00
Tiago Detrudes189,00
Aurélio750,00

Tabela 5 – Segunda fase da prototipagem chave de segurança estepe (9 unidades)

FonteDiscriminaçãoSaída (R$)Fornecedor
AurélioAço252,94Fixação Parafusos
Tiago DetrudesTampas fundo copo35,70BM Megalaser
Tiago DetrudesCorda de náilon36,00Depósito Marinho
AurélioUsinagem CNC1.470,00ART Celso
AurélioSoldador/Galvanização140,00Júlio Garaluz
Tiago DetrudesUsinagem Villar120,00Antônio Villar
Total2.054,64
Tiago Detrudes296,00
Aurélio1.758,64

8. CRONOGRAMA

A execução da prototipagem seguiu o cronograma estabelecido abaixo.

Tabela 6 – Cronograma da prototipagem

MÊS/ ETAPASMês/ anoNov/202 1Dez/ 2021Fev/ 2022Mar/ 2022Abr/ 2022Mai/ 2022Jun/ 2022Jul/ 2022Ago/ 2022Set/ 2022
Escolha do temaX
Levantamento bibliográficoX
Coleta de dadosX
Análise dos dadosXX
Organização do roteiro/partesX
Redação do trabalhoXX
Revisão e redação finalXX
Entrega da dissertaçãoX
Defesa da dissertaçãoX

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARTHOLOMEU, D. B. Quantificação dos impactos econômicos e ambientais decorrentes do estado de conservação das rodovias brasileiras. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2006. 159p.

BECKER, G. Crime and Punishment: An Economic Approach.1968. Journal of Political Economy, 76(2), 169-217. Disponível em: <www.jstor.org/stable/1830482>. Acesso em: 02 nov. 2021.

FDC. Fundação Dom Cabral; FEM. Fórum Econômico Mundial. The Brazil Competitiviness Report. Rio de Janeiro: FDC, 2009.

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1Dissertação apresentada como requisito para obtenção do título de Mestre em Inovações Tecnológicas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).