DESCONFORTOS DOS COLABORADORES NO CORTE MANUAL DA CANA DE AÇÚCAR

Nova Fisio, Revista Digital. Rio de Janeiro, Brasil, Ano 15, nº 86, Maio/Junho de 2012. http://www.novafisio.com.br

Desconfortos dos colaboradores no corte manual da cana de açúcar

DISCOMFORTS OF EMPLOYEES IN MANUAL HARVESTING OF SUGAR CANE

Elenice Barbosa Furine*; Ângela Maria Alves Neves**; Diego Lelis Ferreira***
* Pós graduada em Fisioterapia Respiratória pela FAMERP, pós graduada em Saúde Pública pela FAMA, Pós graduanda em Fisioterapia do trabalho/ergonomia na FAMERP: elenice.furine@usinacoruripe.com.br
** Pós graduada em Saúde Publica pela FAMA, Pós graduanda em Fisioterapia do trabalho/ergonomia na FAMERP.
*** Mestre em Ciências da Saúde pela UFU, docente e coordenador do programa de pós graduação da Faculdade Aldete Maria Alves (FAMA).
Revisado por: Rodrigo Silva Perfeito (rodrigosper@yahoo.com.br)
Nova Fisio, Revista Digital. Rio de Janeiro, Brasil, Ano 15, nº 86, Maio/Junho de 2012. http://www.novafisio.com.br

Resumo

O trabalho apresentado teve o intuito de verificar os resultados obtidos decorrentes da implantação e manutenção de um programa de Ginástica Laboral (GL) específico para trabalhadores do corte manual da cana de açúcar na cidade de ITURAMA-MG. O estudo em questão teve como objetivo analisar os benefícios da implantação de um programa de Cinesioterapia/ Ginástica Laboral. A pesquisa teve a participação de 300 colaboradores e foram realizados durante três meses avaliando a Cinesioterapia/Ginástica Laboral aplicada todos os dias por fisioterapeuta responsável, no início da jornada de trabalho dos participantes. A partir da aplicação e análise dos questionários respondidos pelos 300 participantes foi possível verificar que um programa de Cinesioterapia/Ginástica Laboral, desenvolvido, planejado e conduzido por profissionais capacitados, trouxe benefícios importantes para a saúde dos colaboradores, onde 59% relataram queixas algicas em alguma região do corpo, com predominância da região lombar (136; 46%). Durante a pesquisa, já com o programa em funcionamento, 106 (34%) responderam que, com a implantação da ginástica laboral, sentiram mais disposição, 82 (27%) mais agilidade e 37 (12%) sentiram alívio de dores durante a jornada de trabalho. Conclui-se que a Cinesioterapia/Ginástica Laboral contribui para a saúde e a qualidade de vida do trabalhador de corte manual da cana de açúcar, uma vez que seus benefícios vão além do ambiente de trabalho, pois o programa gera modificações na maneira de pensar dos participantes além dos benefícios no relacionamento com outros trabalhadores e melhora das queixas de dores/desconfortos osteomioarticulares.
Palavras chave: Cinesioterapia, Ginástica Laboral, Dores, Desconfortos, Qualidade de vida.

Abstract

The work presented aimed to verify the results obtained from the implementation and maintenance of a program of Gymnastics (GL) specific to workers in manual harvesting of sugar cane in the city of Iturama-MG. The present study aimed to analyze the benefits of implementing a program Kinesiotherapy/Gymnastics. The survey was attended by 300 people and lasted for three months evaluating the Kinesiotherapy/Gymnastics applied every day for physiotherapist in charge at the beginning of the workday of the participants. From the application and analysis of questionnaires completed by 300 participants was possible to verify that a program Kinesiotherapy/Gymnastics, developed, planned and applied by trained professionals, brought important benefits to the health of employees, where 59% reported pain complaints in some region of the body, predominantly the lumbar region (136, 46%). During the search, the program already in operation, 106 (34%) responded that with the introduction of gymnastics, felt more available, 82 (27%) faster and 37 (12%) experienced pain relief during the day work. It is concluded that the Kinesiotherapy/Gymnastics contributes to the health and quality of life of the employee manual harvesting of sugar cane, since its benefits go beyond the desktop, because the program generates changes in thinking of the participants besides the benefits in the relationship with other workers and improvement of complaints of pain/musculoskeletal discomforts.
Keywords: Kinesiotherapy, Gymnastics, Pain, Discomfort, quality of life.

Introdução

Nas últimas décadas, o mundo vem sofrendo várias transformações tecnológicas que trazem facilidades e benefícios para a sociedade. Porém, por outro lado, as mesmas transformações podem acarretar complicações aos Seres humanos com as novas situações de trabalho e o excesso de atividades, trazendo como consequência a falta de tempo e o stress do dia a dia, o que acaba por modificar também os hábitos de vida dos indivíduos, trazendo consigo o sedentarismo, a má alimentação e alterações psicológicas. Essas alterações ocorridas no organismo dos indivíduos e no ambiente ocupacional, anexas à cobrança por produtividade nas empresas, fazem com que os trabalhadores exijam mais do que o corpo possa resistir, trazendo problemas antes pouco observados no ambiente ocupacional. Um destes problemas são os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORTS) associados à insatisfação no ambiente ocupacional (RODRIGUES et al., 2009).
Lesões por Esforços Repetitivos (LERS) são distúrbios que ocorrem devido à sobrecarga biomecânica ocupacional, sendo as mais comuns o trabalho repetitivo, força excessiva, compressão mecânica, postura inadequada e ausência de pausas durante o trabalho. Neste contexto de atenção à saúde do trabalhador, são inseridos no ambientes ocupacionais novos aliados para proteger a saúde de quem desenvolve suas atividades laborais, tais como: professores de Educação Física e o fisioterapeuta (PEREIRA, 2001).
A ginástica laboral pode reduzir a incidência de Doenças Ocupacionais e Lesões de Esforço Repetitivo, e desta forma, diminuir o número de afastamentos dos empregados na empresa. Além dos benefícios físicos, a prática voluntária da ginástica laboral proporciona ganhos psicológicos, diminuição do estresse e aumento no poder de concentração, motivação e moral dos trabalhadores (FONTES, 2006).
Segundo Pereira (2001), todas as modificações políticas, sociais e econômicas ocorridas contribuíram para que o profissional de Fisioterapia deixasse de atuar apenas no terceiro nível de prevenção (reabilitação) e passasse a atuar no segundo (tratamento precoce da doença) e mais recentemente no primeiro (Promoção de saúde e prevenção de doenças). Surge, então, a Fisioterapia do Trabalho, especialidade do profissional fisioterapeuta que atua na prevenção e terapêutica das atividades desempenhadas de forma incorreta no ambiente ocupacional, tendo este profissional como arsenal de seu trabalho, algumas possibilidades de atuação para minimizar as dificuldades que muitas empresas passam atualmente.
Ainda nas palavras do autor, podem-se citar como algumas das atuações do fisioterapeuta do trabalho: as avaliações cinético funcionais dos trabalhadores, paralelo aos exames admissionais e periódicos do médico do trabalho; programas ergonômicos e de prevenção; treinamento e conscientização dos trabalhadores; terapêutica dos casos no ambiente laboral e desenvolvimento e/ou supervisão do programa de Cinesioterapia/Ginástica Laboral.
É bastante importante salientar que a ginástica laboral faz parte de um projeto de qualidade de vida no trabalho com seus objetivos voltados à saúde do trabalhador e tal projeto tem parâmetros ergonômicos que não se restringem somente à prática da atividade física (ZILLI, 2002).
Para Baú (2002), a ginástica laboral é uma sequência de exercícios diários que visam normalizar capacidades e funções corporais para o desenvolvimento do trabalho, diminuindo a possibilidade de comprometimentos da integridade do corpo. Ela busca proporcionar ao trabalhador a manutenção de um corpo e uma mente saudável, promovendo a saúde e a melhora da qualidade de vida. Mediante esta atuação, almeja-se reduzir e prevenir dores, diminuir o absenteísmo e os acidentes de trabalho, prevenir fadiga muscular e mental e melhorar relacionamento interpessoal com colegas.
Para Oliveira (2001), o programa de promoção de saúde do trabalhador deve ser criado com o objetivo de abordar e minimizar as possíveis deficiências dos indivíduos e de seu posto de trabalho, incluindo sessões de ginástica laboral, palestras, dicas interdependentes que acabam por proporcionar-lhe melhor qualidade de vida.
Segundo Baú (2002), os benefícios gerais da ginástica laboral são: prevenção da fadiga muscular e mental; melhora do desempenho no trabalho e fora dele decorrente da desenvolvimento do metabolismo em geral; redução dos acidentes de trabalho; diminuição do absenteísmo e da procura ambulatorial; prevenção da saúde, bem como, o aumento na produtividade.
A Cinesioterapia/Ginástica Laboral pode ser classificada quanto ao horário de sua realização, dividindo-se em três momentos: preparatória, realizada no início do expediente com o objetivo de preparar musculatura e as articulações para o trabalho; compensatória, de pausa ou de distensionamento – realizada no meio do expediente, com a função de distensionar a musculatura exigida no trabalho; e de relaxamento, realizada ao final do expediente com o intuito de promover relaxamento muscular e mental (MENDES e LEITE, 2004).
Para Iida (2005), a Ginástica Laboral é fundamental para a prevenção da ocorrência ou reincidência de DORT’s (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) ou causados por esforço repetitivo, seja por falta de preparo físico, por má postura ou por más condições de trabalho.
Considerando um trabalhador que corta 12 toneladas de cana de açúcar por dia, caminha 8.800 metros, despende 133.332 golpes de facão e, aproximadamente, 36.630 flexões e entorses torácicos para golpear a cana; carrega 12 toneladas/dia e tem uma perda média de 8 litros de água/dia, fica fácil entender o risco de morte por excesso de trabalho (ALVES, 2006).
No Brasil, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) informa que problemas relacionados às colunas estão em terceiro lugar no número de queixas e afastamentos. Só perde para as doenças psiquiátricas, que estão em segundo lugar e para os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) e lesões por esforço repetitivo (LER). O INSS percebe, no entanto o aumento no número de queixosos com dores nas costas (GRANCHI, 2007).
Diante das informações citadas, o objetivo do presente estudo é o de conhecer e identificar os desconfortos relacionados ao trabalho dos colaboradores no corte manual da cana de açúcar na cidade de ITURAMA-MG. Assim como, verificar a aceitação destes colaboradores a um programa instituído de ginástica laboral e conhecer os benefícios trazidos aos mesmos mediante a aderência ao programa.

Metodologia

Foi realizado um estudo em forma de questionário, onde entrevistamos 300 colaboradores do corte manual de cana de açúcar da cidade de ITURAMA-MG. O período de análise foi de 07 de julho de 2009 a 10 setembro de 2009 no próprio local de trabalho. As informações referentes à pesquisa foram obtidas pelas próprios pesquisadores e registradas em formulário próprio.

Resultados e discussão

A localização dos desconfortos mais comumente relatada pelos trabalhadores foi na coluna lombar (136; 46%) (Gráfico I).
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A coluna lombar é uma estrutura complexa que conecta a parte superior do corpo (incluindo peito e braços) com a parte inferior (incluindo pélvis e pernas). Esta parte importante da coluna proporciona mobilidade, que permite movimentos como girar e curvar, e força, que permite ficar em pé, andar e carregar. O funcionamento adequado desta parte do corpo é necessário para quase todas as ações do dia a dia. A dor nessa região pode restringir as atividades de uma pessoa e reduzir sua capacidade de trabalho e a qualidade do aproveitamento da vida diária (FERREIRA, 2009).
Os principais desconfortos relatados pelos colaboradores foram dores (110; 44%), cansaço (64; 26%) e formigamento nos membros (36; 15%) (Gráfico II).
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A pior coisa que você pode fazer é curvar-se para frente sobre a região lombar (usando a cintura, em vez dos quadris) e então girar. É comum que façamos isso para erguer e abaixar objetos no dia-a-dia sem perceber o que essa manobra poderá causar para nossas costas no futuro. Curvar-se e torcer-se demasiadamente são coisas perigosas por si só, mas não tanto quanto combinar os dois movimentos. Quando você se abaixa e gira ao mesmo tempo, especialmente ao levantar algo, uma grande força rotacional ou esforço transverso é aplicado sobre as juntas facetadas e discos, o que aumenta drasticamente o esforço sobre estes tecidos (GRAELLS, 2004, p.01).
Couto (1995) enfatiza a importância da pausa para o organismo humano. Nas atividades repetitivas, pode-se destacar que:
– O fluxo de sangue normal retira as concentrações acumuladas de ácido lático muscular, evitando assim possíveis irritações nas terminações nervosas livres;
– Os tendões retornam às suas estruturas normais, voltando a sua formação normal (visco elasticidade e conformação);
– Ocorre lubrificação dos tendões pelo líquido sinovial, evitando atrito interestrutural.
A postura corporal do cortador de cana é de constante flexão de tronco, e intensa utilização da musculatura dos braços e punhos. A contração abrupta e desordenada das grandes massas musculares pode originar forças de grandes intensidades que causam lesões nas estruturas do corpo induzindo ao aparecimento de dores e consequentemente inflamações que levam o funcionário a adoecer (PROCANA, 2009).
Cansaço e fraqueza podem estar simplesmente relacionados ao ritmo alucinante do cotidiano das pessoas ou pode ser um sintoma sério de mau estado de saúde. As dores e o cansaço físico passam a ser frequentes devido a uma rotina estressante. Além dessas causas, o cansaço crônico pode ser provocado por problemas psicológicos; enfermidades ou doenças recentes; má alimentação e excesso de esforço físico (JOZY, 2009).
Nós nos expressamos por meio de nosso corpo, e é justamente nele que se soma todo o estresse físico e mental. O cansaço é a debilitação de forças, causando fraqueza em um ou mais músculos do corpo. O cansaço pode ser provocado por noites mal dormidas ou por cansaço físico e muscular (JOZY, 2009, p.38).
Foi possível verificar no presente estudo que a maioria dos desconfortos mencionados pelos colaboradores aumentava durante o trabalho no corte manual da cana de açúcar (148; 92%) (Gráfico III) e diminuía de intensidade mediante repouso (108; 67%) (Gráfico IV).
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Dores nas costas e nas pernas são sinais de que a postura errada no trabalho causou lesões corporais. Diante destes sintomas, fica difícil se concentrar nas atividades, o que causa queda no rendimento do profissional. Com a rotina, as pessoas acabam por construir uns ciclos viciosos, que começa com hábitos posturais errados, seguidos de esforço repetitivo, fadiga e dores, no final sofre o trabalhador que tem sua qualidade de vida altamente comprometida, e a empresa, que vivencia um alto índice de absenteísmo (NUNES, 2007, p.01).
Em geral a dor na coluna não é sinal de problema médico sério. A grande maioria dos casos de dor na coluna é benigna e não progressiva. Geralmente, as síndromes de dor na coluna são devido à inflamação, especialmente na fase aguda, a qual dura de duas semanas a três meses. Quando dura mais de três meses, ou quando há mais dor na perna do que nas costas, geralmente é necessário um diagnóstico mais específico. Nem todos os tratamentos para dor na coluna funcionam para os diversos casos e indivíduos na mesma condição, e muitos acham que precisam tentar várias opções de tratamento para descobrir o que funciona melhor. Apenas em uma minoria, estimada entre 1-10% dos casos, requer cirurgia. Geralmente acredita-se que alguma forma de alongamento e exercício físico consistente sejam um componente essencial dos programas para tratamento de dor de coluna (FONTES, 2006).
Constatamos que grande maioria dos colaboradores (278; 93%) relataram melhora com a ginástica laboral (Gráfico V).
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Tendo em vista o considerável número de riscos ergonômicos e várias disfunções posturais, dores nas costas e lesões por esforços repetitivos que acometem os colaboradores em seu período ativo, o ergonomista vem para orientar e prevenir esses males, contribuindo por uma melhor qualidade de vida a cada um deles (GUTIERREZ, 2005).
As atividades de Ginástica Laboral realizadas durante a pesquisa consistiram basicamente em aulas/exercícios de aquecimento músculo-esquelético, alongamento, resistência muscular localizada e fortalecimento, que muitas vezes, vem de encontro com reeducação postural e refinamento da coordenação motora.
Os benefícios mais comumente relatados decorrentes da aplicação da ginástica laboral realizada todos os dias foram: mais disposição (106; 34%), agilidade (82; 27%) e mais flexibilidade durante a jornada de trabalho (46; 15%) (Gráfico VI).
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Nas palavras de Zilli (2002), além das terminologias usuais de ginástica laboral ou de pausa, estas metodologias são também conhecidas como Cinesioterapia Laboral, tendo como objetivos, a busca de alguns benefícios, como: fisiológicos, psicológicos, sociais e empresariais, influenciando em sua qualidade de vida (indireta e diretamente) e promovendo melhorias no ambiente de trabalho e produtividade.
Para o autor, os benefícios fisiológicos possibilitam melhor utilização das estruturas osteomioarticulares, promovendo o combate e a prevenção das doenças profissionais, do sedentarismo, estresse, depressão, ansiedade, melhora da flexibilidade, força, coordenação, ritmo, agilidade, resistência, mobilidade e melhor postura; sensação de disposição e bem estar para a jornada de trabalho, redução da sensação de fadiga no final da jornada, promoção da saúde e da qualidade de vida do trabalhador e propicia, através da realização dos exercícios, características preparatórias, compensatórias e relaxantes no corpo humano. Os benefícios posturais promovem fortalecimento dos músculos, ligamentos, tendões e articulações; melhora da flexibilidade, amplitude de movimento e função das estruturas que compõem as articulações; diminuição do risco de lesões por esforços repetitivos, de estiramentos entorse musculares; e diminuição do risco de desenvolver osteoporose. Os benefícios psicológicos propiciam a sensação de bem estar, aumento da concentração, da autoestima, do ciclo de amizades, promovendo a integração e socialização. Os benefícios sociais favorecem o relacionamento social e trabalho em equipe e melhora as relações interpessoais. E os empresariais geram redução de gasto com afastamento e substituição de pessoal, diminuição de queixas, afastamentos médicos, acidente e lesões; melhoria da imagem da instituição junto aos empregados e a sociedade e maior produtividade.
O fisioterapeuta do trabalho/ergonomista na empresa propicia melhoria da condição de saúde geral de todos os funcionários; adaptação ao posto de trabalho; melhoria na produção, no clima organizacional, na procura ambulatorial, nos acidentes de trabalho, no afastamento por D.O.R.T. (LER), educação postural e ergonômica; identificação de novos fatores geradores de lesões ocupacionais; prevenção das patologias, aplicação adequada das atividades laborais; maior estimulo por parte dos funcionários para a prática de atividades; mensuração adequada dos dados para a auditoria de resultados; feedback para a empresa e o departamento médico e ausência da fadiga física, mental e psíquica (ZILLI, 2002).

Considerações finais

Em geral, os trabalhadores de corte manual de cana de açúcar da cidade de Iturama obtiveram uma excelente participação e consequentemente resultados positivos perante a Cinesioterapia/Ginástica Laboral.
Esta pesquisa permitiu observar uma relação entre a postura de trabalho adotada e a presença de desconfortos relacionados ao trabalho.  Dessa forma, mostrou-se que não se pode apenas considerar o tipo de postura adequada para questionar a existência de nexo entre o tipo de trabalho e a predominância na pesquisa em relação à dor na coluna lombar.
No geral, a maioria das empresas estão buscando uma melhora na qualidade de vida dos funcionários, visando um aumento no desempenho das tarefas diárias, assim como diminuição de afastamentos por lesões causadas no ambiente de trabalho. Através deste programa de melhorias, ambas as partes são beneficiadas (fisioterapeuta e empresas), gerando lucros e bem estar para o trabalhador.
Baseando-se na premissa de que o Homem passa parte de sua vida ativa envolvido com o trabalho, é necessário que ações sejam desenvolvidas a fim de que diminuam os efeitos causados pelo desempenho inadequado das atividades diárias.  A ginástica laboral no local de trabalho fundamenta-se na valorização da prática de atividades físicas como instrumento de promoção da melhoria da qualidade de vida do trabalhador.
No entanto, independentemente dos resultados obtidos postula-se a necessidade de pausas durante a jornada de trabalho para o corpo não se desgastar em demasia.

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