DESAFIOS DA ATUAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM FRENTE A SEGURANÇA DO PACIENTE HOSPITALIZADO

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.11477409


Ana Luísa de Figueiredo1
Ana Letícia Carnevalli Motta²
Camila Aparecida Pereira Reis³


RESUMO

Tem-se evidenciado de maneira relevante na área de medicina e enfermagem, sobretudo em ambiente hospitalar, certos desafios como excesso de carga de trabalho, número de profissionais reduzido, o cumprimento de desgastantes e duradouras jornadas de trabalho, fatores que interferem diretamente na assistência ao paciente. A influência de  exaustão os profissionais tornam-se mais susceptíveis a causarem  algum  dano  ao  paciente e levar à ocorrência de eventos adversos. O presente estudo teve por objetivo identificar os desafios atrelados à assistência da equipe de enfermagem frente a garantia da segurança do paciente hospitalizado, bem como propor melhorias nas atuações da equipe de enfermagem. Foi realizada uma revisão integrativa de literatura com pesquisa em bases de dados em que foram selecionados 12 artigos para análise e discussão. Os resultados foram descritos em quatro vertentes relacionadas aos desafios da equipe de enfermagem frente a segurança do paciente, como estrutura e recursos humanos das organizações hospitalares, notificações de eventos adversos, comunicação e trabalho em equipe, assistência e educação continuada. Analisando a estrutura e recursos humanos encontrou-se escassez de equipamentos e recursos humanos, estrutura inadequada, ausência de materiais, dificuldades de condições monetárias, além da sobrecarga de trabalho, devido à alta rotatividade, número reduzido de profissionais de enfermagem e falta de motivação aos mesmos. No quesito notificação de eventos adversos se encontrou vulnerabilidade significativa no âmbito de uma cultura organizacional punitiva, pautada na culpabilização, fato que gera omissão dos relatos de EA, dificultando a construção de um ambiente voltado para a segurança do paciente. Observando a comunicação e trabalho em equipe considerou-se falhas na comunicação como pontos primordiais e dificuldade dos profissionais em lidar com o trabalho em equipe. Já na assistência e educação continuada evidenciou-se resultados unânimes pelo não cumprimento dos Procedimentos Operacionais Padrão,  e necessidade de além do conhecimento haver  a institucionalização de protocolos e POPs, aperfeiçoamento de práticas e procedimentos, recursos materiais apropriados e sistemas adequados. Também, observou-se que o aprendizado organizacional com melhoria contínua foi uma dimensão forte em determinado hospital estudado. Conclui-se que os desafios encontrados nas instituições hospitalares são diversos e variam de acordo com cada unidade, no entanto, sobressai-se a necessidade de recursos materiais e humanos, a notificação de eventos adversos, a utilização de POPs, a comunicação e trabalho em equipe, e  a educação permanente. Contudo, apesar das dificuldades, a atuação da equipe de enfermagem é primordial e imprescindível para a concretização da eficácia frente à assistência segura.

Palavras-chave: Segurança do Paciente; Equipe de Enfermagem; Hospital; Desafios.

1 INTRODUÇÃO

Em conformidade com Tondo e Guirardello (2017), a segurança do paciente durante o período da atenção prestada nos serviços de saúde pode ser obtida com redução dos riscos que venham a causar danos desnecessários aos indivíduos e também uso de práticas que tragam a excelência ao cuidado. 

Alguns princípios básicos direcionam e qualificam a prática do cuidado da equipe de enfermagem perante a assistência  ao paciente como ética e compromisso profissional. Sendo assim, é de grande valia que a realização de procedimentos seja executada de maneira adequada e segura conforme às necessidades dos pacientes hospitalizados, com o intuito de alcançar os melhores resultados e de reduzir os erros que trazem prejuízo à saúde dos indivíduos (MENDES, 2011).

Conforme Siman (2019), compreende-se a segurança do paciente uma estratégia para reduzir a um mínimo possível os riscos de danos desnecessários entrelaçados ao cuidado de saúde aos pacientes. No entanto, trata-se de um dinamismo contínuo envolvendo  educação continuada, metodologia de ações para identificar e analisar situações de risco e eventos adversos (EA), que são indesejáveis complicações provindas dos cuidados prestados aos indivíduos que não se atribuem à natural evolução da doença. 

Evitar tais eventos, atualmente, constitui em um dos maiores desafios atrelados ao aprimoramento da segurança dos pacientes, sejam hospitalizados ou não. Além disso, devido ao prolongamento do  tempo  de  internação hospitalar, elevação de custos assistenciais e consequentemente, influência nas taxas de morbimortalidade, a segurança do paciente tornou-se motivo de discussões de âmbito internacional. De acordo com o meio científico, propõe-se que existam desafios na assistência da equipe de enfermagem frente a garantia da segurança do paciente hospitalizado quando se observa com frequência a ocorrência de iatrogenias e eventos adversos que podem resultar em danos à saúde dos pacientes. Supõe-se que a segurança do paciente ainda não é uma prioridade na mentalidade de muitos profissionais, permitindo assim, a instalação de uma cultura cuja ocorrência de EA de forma demasiada e irresponsável (MOURÃO, 2019).

Segundo Costa (2020), nota-se que a equipe de enfermagem desempenha grande parte do cuidado assistencial ao paciente hospitalizado e por períodos prolongados, fato que pode gerar uma sobrecarga associada a estes fatores, que se o profissional não se cuidar, resultará em deficiências e erros na assistência. O objetivo deste trabalho foi identificar os desafios atrelados à assistência da equipe de enfermagem frente a garantia da segurança do paciente hospitalizado, bem como propor melhorias nas atuações da equipe de enfermagem.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Contexto histórico da segurança do paciente no Brasil

No Brasil, apresentou-se um ambiente propício por volta da década de 1990 e início do ano 2000, para a integração de ações voltadas à assistência à saúde visando a segurança do paciente; podendo assim destacar a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) pelo Ministério da Saúde no ano de 1999, com o intuito de garantir a segurança sanitária dos serviços e produtos do país. Em 2001, por meio do Ministério da Saúde, a ANVISA organizou uma rede nos hospitais para notificar a ocorrência de eventos adversos. Entretanto, não há ainda, a nível nacional, banco de dados que possa receber e analisar episódios e são poucos os hospitais com sistema formal de cadastramento que analisam tais notificações (CARVALHO et al., 2017; DE SÁ et al., 2022).

Silva (2016) relata que no ano de 2004, por meio do programa da Aliança Mundial para Segurança do Paciente, criou-se estratégias e diretrizes com o intuito de divulgar e incentivar práticas que visassem a garantia da segurança no cuidado ao paciente. Este programa priorizou o desenvolvimento de pesquisas embasadas em evidências científicas, como também pesquisas de grande impacto, visando instituir medidas que possam aumentar a segurança e a qualidade dos diversos serviços de saúde.

Previstos na Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, no intuito de direcionar a identificação de ações que ajudassem a prevenir riscos para os pacientes e nortear os países que tivessem interesse em implantar tais medidas, têm-se os desafios globais para a segurança do paciente. No biênio 2005-2006, ocorreu o primeiro desafio global, que salientou sobre infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras), cujo propósito foi promover a higiene das mãos como método sensível e efetivo para a prevenção das infecções e teve por tema “Uma Assistência Limpa é uma Assistência mais Segura”. A OMS definiu a data de 5 de maio para a instalação da Campanha Mundial de higiene das mãos (BRASIL, 2013; ARAÚJO, 2016).

De 2007 a 2009  após a assinatura da Declaração de Compromisso na luta contra as Iras, no Brasil, a OMS trabalhou em parceria com a ANVISA, envolvendo ações de promoção e prevenção de infecção em serviços de saúde; e tratou a respeito do desafio de promover a segurança dos pacientes na cirurgia com o tema “Cirurgias Seguras Salvam Vidas”, com a funcionalidade de reduzir a morbimortalidade causada pelas intervenções cirúrgicas.  No ano de 2008, com o intuito de fortalecer a assistência segura e de qualidade ao paciente por parte da equipe de enfermagem, foi estabelecida a Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente (REBRAENSP) (CASSIANI, 2010).

Em 2013, com a Portaria GM/MS nº 529/2013 foi instituído o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), com a finalidade de proporcionar uma assistência e atenção seguras, com a redução de incidentes que possam ocasionar danos à saúde da população e intuito de contribuir para a qualificação do cuidado em saúde no território nacional (TOSO et al., 2016). Além disso, esse programa visou organizar e implantar ações ligadas diretamente com a gestão de riscos nas instituições de saúde, utilizando a implantação de protocolos, núcleos de segurança dos pacientes e a notificação de eventos adversos (BRASIL, 2014).

Com o PNSP, foi executado um levantamento focando em problemas com elevada incidência e instaurou-se seis protocolos essenciais em busca da garantia da segurança do paciente, sendo relacionados à higiene das mãos, queda, identificação dos pacientes, lesão por pressão, administração segura de medicação e cirurgia segura (SILVA, 2016).

2.2 A Segurança do Paciente em ambiente hospitalizado

Conforme a OMS, compreende-se por segurança do paciente um conjunto de ações que contribuem para a redução de danos e agravos desnecessários ao paciente; tendo esses causas distintas incluindo doenças, incapacidade, sofrimento, lesão e até mesmo morte (CANUTO, 2020). A realização de procedimentos de maneira segura e conforme necessidade de cada indivíduo hospitalizado, são princípios que direcionam e qualificam o cuidado em saúde com compromisso e ética profissional (DA ROSA, 2015). 

O ambiente hospitalar é o local que proporciona cuidados à saúde, bem como, tratamentos complexos e demais procedimentos aos indivíduos. A partir do momento que esses sujeitos adentram as dependências dos hospitais para usufruírem dos serviços já se tornam suscetíveis a ocorrência de eventos adversos, ainda mais durante a internação (SILVA, 2021). 

De acordo com Carvalho e Cassiani (2012) observa-se a relevância de mensurar sobre segurança nas instituições, pois incentiva o ambiente a ter conhecimento a respeito desta cultura. Certos ocorridos como o erro, falhas na comunicação entre a equipe, déficit na estrutura organizacional e falta de educação continuada interferem diretamente na elevação das taxas de  morbimortalidade dos pacientes (AIRES, 2017). 

A segurança do paciente é reconhecida no âmbito internacional como um fator que determina a qualidade nas instituições de saúde, portanto, vale relembrar que cada indivíduo tem por direito receber uma assistência à saúde segura e de qualidade, tendo os serviços que fornecer uma atenção que preze pela efetividade, eficácia, otimização, eficiência, legitimidade, equidade e aceitabilidade. Com o segundo desafio global de tema “Cirurgias Seguras Salvam Vidas”, realizado de 2007 a 2009, os produtos deste biênio foram a divulgação de uma lista de verificação de segurança cirúrgica nos serviços de saúde com uma avaliação integral do paciente previamente a cada procedimento cirúrgico, sendo fundamental a identificação e mitigação desse risco nos pacientes hospitalizados (BRASIL, 2013).

Sendo assim, cabe ressaltar que é de extrema necessidade colocar-se maior atenção aos protocolos de segurança do paciente, estes que surgiram com a finalidade de reduzir a um mínimo possível os danos e agravos desnecessários aos pacientes; e torna-se fundamental na garantia da qualidade dos serviços em saúde. Além de trazer condições benéficas aos usuários das instituições de saúde, os protocolos de segurança contribuem na área financeira com redução de gastos desnecessários e a atenção voltada para a segurança do paciente através de uma comunicação efetiva, favorece a harmonia e o bem estar no ambiente hospitalar para os profissionais (DE SOUSA, 2020).

2.3 Desafios inerentes à garantia da segurança do paciente: reflexões sobre a atuação da equipe de enfermagem

Segundo Vasconcelos e Caliri (2016), a equipe de enfermagem tem um papel crucial na assistência direta e contínua dos pacientes, por isso é visível a precisão de práticas  baseadas  em  evidências,  com  o  propósito  de  assegurar  uma  assistência  de  qualidade  ao paciente. Comprova-se a relevância do enfermeiro e da equipe de enfermagem na avaliação do paciente durante a admissão hospitalar e também nas aferições diárias em busca de fatores de risco, que devem ser citados no plano terapêutico, promovendo assim assistência segura, eficiente, equitativa e centrada nas demandas do indivíduo (SALES, 2010; DOS SANTOS, 2016).

Neste espaço de cuidados aos pacientes, a enfermagem desenvolve ações desde a prevenção de doenças e promoção da saúde até a reabilitação; para tanto é importante destacar a relevância do trabalho em equipe. Uma assistência excepcional envolve atendimento de qualidade com a utilização de protocolos, uma equipe multiprofissional, efetividade, eficiência, segurança, inovação e tecnologia; mas além disso envolve uma gestão estratégica, com objetivos definidos e com a valorização dos colaboradores, pois esses gestos implicam em uma associação direta com a redução dos eventos adversos e aumento na qualidade da assistência (TOSO, 2016).

O contentamento do profissional com o trabalho é um fator que está diretamente relacionado com a qualidade do serviço prestado. A insatisfação do enfermeiro pode estar relacionada, dentre outros aspectos, ao acúmulo de atividades e às escassas perspectivas de obter novas percepções, prejudicando o seu desempenho junto com o paciente. Nesse contexto, o conhecimento pode ser pensado como uma ferramenta importante para os profissionais de saúde garantirem cuidados seguros e excelentes. Assim, emerge a necessidade do discernimento do enfermeiro acerca da segurança do paciente, a fim de garantir o cuidado efetivo de forma segura e identificar os possíveis lapsos, para saná-los (DA ROSA, 2015).

Tem-se evidenciado de maneira relevante na área de medicina e enfermagem, sobretudo em ambiente hospitalar, certos desafios como excesso de carga de trabalho, número de profissionais reduzido, o cumprimento de desgastantes e duradouras jornadas de trabalho, fatores e que interferem diretamente na assistência ao paciente, pois sob  a influência  de  exaustão  os profissionais tornam-se mais susceptíveis  a causarem  algum  dano  ao  paciente e levar à ocorrência de EA (TEIXEIRA et al., 2014 ; KOLANKIEWICZ et  al., 2020). 

Analisando os índices elevados de EA nas instituições hospitalares, em que os atendimentos são diretamente dependentes da equipe de enfermagem, percebe-se que é de grande necessidade que os profissionais de saúde, sobretudo enfermeiros, forneçam cuidados aos pacientes com ênfase na prevenção e redução de danos desnecessários aos mesmo, alicerçando-se em princípios da beneficência, diminuindo os prejuízos e aumentando os benefícios (MOREIRA, 2018).

Boas condições de trabalho nas instituições, saúde do trabalhador e relações de equipe são o que resulta em um ambiente mais humanizado e interferem diretamente na qualidade do cuidado. Uma grande satisfação profissional constitui-se em fator imprescindível para a melhoria qualitativa da assistência em saúde e satisfação, o que implica, diretamente, na melhor evolução clínica dos pacientes (VEGRO, 2016).

A  segurança  do  paciente  está  ligada  justamente  no  trabalho  em  equipe  e só é aperfeiçoada quando a informação é dividida. Compreende- se que a continuidade segura da assistência é resultado da labuta que exige atuação do quadro  geral,  principalmente  com  atuação  da  gestão,  a  qual  necessita  estar  alerta  aos fatores  que  intervêm  na excelência  dos  serviços  prestados (DE SOUSA, 2020). O trabalho em equipe é a associação de relação harmoniosa, interação e cooperação entre os indivíduos no mesmo espaço. Esse bom relacionamento é utilizado como estrutura de auxílio na resolução de problemas de equipes (SOMENSE, 2014).

3 METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa de literatura com pesquisa nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde de Enfermagem (BDENF) e Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). O período de levantamento das referências foi no mês de maio do ano de 2024 e para a seleção dos artigos foram utilizados, em português, os descritores em Ciências da Saúde (DeCS) “segurança do paciente”, “equipe de enfermagem”, “hospital” e “desafios” com o operador booleano “AND” nas consultas. 

Foram definidos tais critérios de inclusão como artigos científicos publicados com livre acesso on-line, na íntegra, no idioma português, nos últimos 14 anos, de 2010 a 2024, que abordem a temática desafios para a segurança do paciente hospitalizado. Considerou-se critérios de exclusão publicações classificadas como tese, editorial, dissertações, cartas, manuais, protocolos e artigos que não abordassem a questão de pesquisa, artigos não disponíveis em texto completo e com data de publicação inferior ao ano de 2010. 

Na base de dados foram encontradas 487 publicações da BDENF e 444 da LILACS que foram submetidas à leitura do título da publicação e dos descritores em que selecionou-se 66 artigos, e destes, 52 artigos foram submetidos à leitura criteriosa dos resumos. Após, foram selecionados 12 artigos para análise e discussão. No Fluxograma 1 podem ser observados resultados sobre a pesquisa nas bases de dados e descritores utilizados.

Fluxograma 1. Distribuição dos artigos científicos selecionados conforme a base de dados BDENF, LILACS e descritores utilizados.

Fonte: Arquivo pessoal

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os 12 artigos analisados estão listados na Tabela 1, em que são observados o título, periódico, autores, ano de publicação, delineamento, objetivo e resultados.

Tabela 1 – Distribuição dos artigos quanto ao título, periódico, autores, ano de publicação, delineamento, objetivo e resultados

ArtigoTítulo e periódicoAutores e ano de publicaçãoDelineamentoObjetivoResultados
1
Processos de medicação, carga de trabalho e a segurança do paciente em unidades de internação
Revista da Escola de Enfermagem da USP
MAGALHÃES et al., 2015Estudo qualitativo descritivo com abordagem ecológico-restaurativa. Levantar pontos críticos do processo de medicação, suas repercussões nas demandas de trabalho da equipe de enfermagem e riscos para a segurança dos pacientes.Três categorias emergiram da análise temática: Desafios nos processos de prescrição e dispensação de medicamentos; Administração de medicamentos – organização no turno de trabalho; Uso de novas tecnologias para diminuir erros de medicamentos. Os resultados apontam que o processo de medicação assume um caráter de centralidade na organização do trabalho da equipe de enfermagem, sendo que estes profissionais configuram-se como a última barreira para detectar falhas de prescrição e dispensação de medicamentos.
2Cultura de segurança do paciente no cuidado em saúde: análise reflexiva
Revista de Enfermagem UFPE On line.
MATOS et al., 2016Estudo de análise reflexiva fundamentado em um levantamento bibliográfico. Promover reflexão sobre a atuação dos gestores/ profissional/ familiar/ paciente no desenvolvimento de uma cultura de segurança do paciente no cuidado em saúde. O cuidado prestado aos pacientes é complexo e requer que seja executado com qualidade e sem gerar danos desnecessários ao indivíduo. É perceptível a existência de um círculo vicioso que necessita ser rompido para que processos sejam revistos e estratégias implementadas visando a qualidade e a garantia de cuidados seguros.
3Comunicação de enfermagem e as repercussões na segurança do paciente
Revista de Enfermagem UFPE On line.
SETTANI et al., 2019Estudo bibliográfico descritivo do tipo revisão integrativa.Analisar a contribuição da comunicação de enfermagem para a segurança do paciente.Analisaram-se três estudos e se observou que a comunicação interprofissional na passagem de plantão permite o registro e fornece informações condizentes a todo o processo de cuidado, propiciando um ambiente de trabalho harmonioso com assistência livre de danos ao paciente.
4A percepção da equipe de enfermagem sobre a importância da segurança do paciente em um hospital público do Norte
Revista Nursing
CUNHA et al., 2020Pesquisa descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa.Demonstrar a percepção da equipe de enfermagem sobre a importância da segurança do paciente em um hospital público do Norte em Belém do Pará.Houve 4 categorias temáticas com base na análise de conteúdo de Bardin, na qual se evidenciou a insipidez de conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre a segurança do paciente, falta de consenso quanto a existência de protocolo no local e dificuldades estruturais para implementar as metas de segurança do paciente.
5Associação entre fatores laborais da equipe de enfermagem na cultura de segurança do paciente
Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro 
LEMOS et al., 2023Estudo transversal.Avaliar a cultura de segurança do paciente em função de variáveis relacionadas ao trabalho exercido pela equipe de enfermagem.A dimensão 3 (Aprendizado organizacional – melhoria contínua) apresentou o maior percentual de respostas positivas (58,2%), enquanto a dimensão 12 (Respostas não punitivas ao erro) apresentou o menor percentual (19,2%). Algumas variáveis laborais apresentaram relação com a cultura de segurança do paciente, como prestar assistência direta ao paciente (p<0,045) e tempo de trabalho na unidade (p<0,014).
6Sobrecarga da equipe de enfermagem e o risco de eventos adversos
Revista Nursing 
SILVA et al., 2023Estudo descritivo quantitativo.Analisar os elementos relacionados a sobrecarga de trabalho da equipe de enfermagem que podem influenciar na ocorrência de eventos adversos e comprometer a segurança do paciente. A maioria dos participantes eram técnicos de enfermagem do sexo feminino, com tempo de atuação superior a 10 anos, com carga horária semanal de 40 horas, e apenas 1 vínculo epregatício. O cooperativismo entre os colegas foi notório, e a grande maioria afirmou haver sobrecarga de serviço na unidade e que essa, por sua vez, afeta a segurança do paciente.
7Cultura de segurança do paciente entre profissionais de Enfermagem em um hospital filantrópico de Minas Gerais
Revista Cuidarte 

VIEIRA MAGALHÃES et al., 2021Trata-se de um estudo observacional do tipo transversal.Avaliar a cultura de segurança do paciente em um hospital filantrópico de Minas Gerais, observando, ainda, possíveis diferenças por turnos de trabalho, diurno e noturno. Foram incluídos 118 participantes no estudo, sendo 17,2% desse total enfermeiros e o restante técnicos de enfermagem. Nenhuma dimensão da cultura de segurança foi identificada como fortalecida na instituição. Foram consideradas como áreas frágeis: a “abertura à comunicação”, o “trabalho em equipe entre as unidades hospitalares”, a “adequação de pessoal”, as “mudanças de turno e transição entre as unidades”, e as “respostas não punitivas aos erros”. Em algumas dimensões foram observadas diferenças por turno de trabalho, diurno e noturno.
8Percepções de enfermeiros de um hospital privado sobre eventos adversos na assistência de enfermagem
Revista de Enfermagem UFPE On line.
AOZANE et al., 2016Estudo qualitativo descritivo.Conhecer percepções de enfermeiros de um hospital privado sobre Eventos Adversos na assistência de enfermagem.Os enfermeiros têm conhecimento sobre os Eventos Adversos e suas ocorrências no ambiente de trabalho, identificam a necessidade de protocolos direcionados às ações de enfermagem e percebem a importância de capacitações permanentes.
9Cultura de segurança do paciente: percepções da equipe de enfermagem 
HU Revista
SILVA-BATALHA e MELLEIRO, 2016Estudo exploratório- descritivo de natureza qualitativaIdentificar a percepção de profissionais de enfermagem de um hospital de ensino acerca das dimensões de cultura de segurança do paciente e identificar os fatores intervenientes na segurança do paciente.Os discursos desvelaram potencialidades: empenho da supervisão de enfermagem para com a segurança do paciente; mobilização da educação continuada e a importância da notificação dos eventos adversos para a melhoria do sistema; e fragilidades: dificuldades para com o trabalho em equipe, a culpabilidade diante do erro; o dimensionamento inadequado da equipe de enfermagem; e dificuldades na passagem de plantão.
10Cultura de segurança do paciente em organização hospitalar
Revista Cogitare Enfermagem 
SILVA e ROSA, 2016Estudo transversal do tipo survey de natureza descritiva.Descrever a cultura de segurança do paciente de uma organização hospitalar pública localizada na cidade de Feira de Santana – Bahia. Constata-se que a segurança do paciente está comprometida nesta organização hospitalar. Isso requer maior envolvimento dos profissionais desta organização no desenvolvimento de estratégias para o aprendizado organizacional e melhoria contínua, alicerçadas no Programa Nacional de Segurança do Paciente. Sugere-se minimizar fragilidades, melhorar a qualidade e segurança dos serviços ofertados, compartilhar responsabilidades entre todos os envolvidos no cuidado, direta ou indiretamente, para garantir a segurança do paciente nesta organização. 
11Mudanças na prática de enfermagem para melhorar a segurança do paciente
Revista Gaúcha de enfermagem
SIMAN e BRITO, 2016Estudo proveniente de tese, de abordagem qualitativa, delineado pela estratégia de pesquisa Estudo de Caso. Identificar mudanças na prática de enfermagem com vistas à melhoria da qualidade do cuidado e da segurança do paciente. Evidenciaram-se mudanças na prática de enfermagem como a identificação de riscos assistenciais e físicos; destaque para risco de queda, lesão por pressão, com adoção de impressos próprios e uso da escala de Braden; notificação de eventos adversos; identificação do paciente; adoção de protocolos; comunicação eficaz com educação permanente e reuniões de forma multiprofissional.
12Cultura de segurança na percepção da enfermagem: revisão integrativa
Revista de Enfermagem UFPE On line.
CAVALCANTE et al., 2016Revisão integrativa.Analisar as produções científicas sobre a percepção dos profissionais de enfermagem acerca da cultura de segurança do paciente nos hospitais.A análise dos resultados dos artigos nesta revisão  mostra a percepção dos profissionais de enfermagem a respeito da cultura de segurança  dos pacientes nos hospitais que se destacou no processo de categorização dos dados em duas categorias temáticas: a percepção dos trabalhadores de enfermagem e os fatores que interferem na percepção da cultura de segurança do paciente.

Fonte: Arquivo pessoal.

 Após a análise dos artigos selecionados, foi possível levantar quatro vertentes relacionadas aos desafios da equipe de enfermagem frente a segurança do paciente, como estrutura e recursos humanos das organizações hospitalares, notificações de eventos adversos, comunicação e trabalho em equipe, assistência e educação continuada .

 4. 1 Estrutura e recursos humanos 

A organização hospitalar é o local onde se desempenha o cuidado em saúde, no entanto, cabe a ela prover de estrutura adequada e recursos humanos necessários. As condições de trabalho, dimensionamento de pessoal, jornada de trabalho e comprometimento profissional influenciam diretamente na segurança do paciente (SILVA-BATALHA E MELLEIRO, 2016). Em sua pesquisa, Vieira Magalhães et al. (2021) inferiu precariedades nos serviços como escassez de equipamentos e recursos humanos, sobrecarga de trabalho, falta de motivação aos profissionais relacionada à baixa valorização e  elevada hierarquização entre as diferentes profissões. Siman e Brito (2016) corrobora destacando desafios institucionais como estrutura inadequada, ausência de materiais e insumos humanos, equipamentos ultrapassados e instalações antigas, dificuldades de condições monetárias, além da sobrecarga de trabalho, devido à alta rotatividade e  número reduzido de profissionais de enfermagem. Também Aozane et al. (2016) revelou que a falta de capacitação, demasiados e duplos expedientes de trabalho, cansaço físico e emocional a que estão submetidos os profissionais de enfermagem interferem na ocorrência de exorbitantes EA. 

Cavalcante et al. (2016) destacou a escassez de recursos humanos, a grande demanda assistencial, a forte carga de trabalho e as novas tecnologias desconhecidas para os profissionais como  fatores que dificultam o desenvolvimento de ações para segurança; e Silva et al. (2023), referiu insuficiência de profissionais e sobrecarga de trabalho como fatores que influenciam na cultura de segurança dos pacientes e profissionais. Ademais, Lemos et al. (2023) revelou que a inadequação do dimensionamento de pessoal e quadro de profissionais deficiente gera omissão de cuidados, carga excessiva e jornada exaustiva de trabalho, indicando maior risco à ocorrência de danos e agravos aos pacientes. Também Silva et al. (2016) relatou que na unidade de saúde pesquisada não há seguimento de protocolos de segurança do paciente, bem como, o provimento de recursos humanos e materiais não são adequados.

 Cunha et al. (2020) apresentou como fragilidades da assistência a deficiência estrutural, dimensionamento de recursos inadequados, carência de recursos, falta de conhecimento e capacitação, além da sobrecarga de trabalho. Matos et al. (2016) mostrou um quadro de insatisfação profissional por conta do acúmulo de atividades e escassas perspectivas de obter novos conhecimentos, porém propôs que é preciso um adequado dimensionamento da equipe de enfermagem de acordo com a gravidade e a necessidade dos pacientes, pois este influencia na garantia da segurança do paciente. Também Magalhães et al. (2015) observou que a ocorrência de atrasos nos horários de medicação se dava por interrupções e mudanças nas atividades do turno da equipe de enfermagem devido intercorrências, indisponibilidade de equipamentos e materiais, solicitação de pacientes e familiares, e demais cuidados, o que levou à sobrecarga de trabalho aos profissionais. 

Assim, cabe ressaltar que é de suma importância para uma assistência segura que haja uma boa gestão e administração dos recursos das unidades hospitalares a fim de garantir o provimento adequado de insumos, materiais, equipamentos, bem como a realização do dimensionamento de profissionais conforme a complexidade dos pacientes para assim evitar a sobrecarga de trabalho e diminuir a ocorrência de danos e gastos desnecessários. 

4. 2 Notificação de eventos adversos 

A notificação de eventos adversos é uma ferramenta de suma importância para a identificação de falhas, problemas relacionados ao processo de trabalho e cuidado em saúde. Quando não se identifica os erros e não se analisa os resultados e desfechos, tende-se a aumentar a incidência de EA, o que impacta de forma negativa na assistência prestada. Observou-se que uma cultura não punitiva ao erro está intimamente ligada ao relato de EA por parte dos profissionais de enfermagem (LEMOS et al., 2023).

 Matos et al. (2016) evidenciou que o maior desafio para a implantação de um sistema de saúde seguro é a subjetividade cultural, pois  há predominância de uma cultura culposa, em que os erros são vistos como fracassos pessoais, no entanto deveriam ser encarados como oportunidade de melhorar o sistema. Silva et al. (2023) condiz revelando que há falhas na notificação de erros na assistência, por medo de punições, mesmo que a equipe de enfermagem tenha liberdade para expressar suas opiniões sobre processos que possam afetar a segurança do paciente. Em conformidade, Silva e Rosa (2016) encontrou vulnerabilidade significativa no âmbito de uma cultura organizacional punitiva, pautada na culpabilização, fato que gera omissão dos relatos de EA, dificultando a construção de um ambiente voltado para a segurança do paciente.

Em contraposição, Aozane et al. (2016) referiu que grande maioria dos entrevistados em sua pesquisa realiza a notificação de EA através da descrição da situação ocorrida; fato que atua no fortalecimento da cultura de segurança através do reconhecimento e identificação dos erros para assim tomar medidas educativas. Silva-Batalha e Melleiro (2016), corrobora revelando que os participantes de seu estudo ratificaram a importância da notificação, para que as medidas de melhoria sejam tomadas. Ainda acrescenta, que a organização estudada desenvolvia ações somente corretivas após a ocorrência de incidentes, para garantir que não voltassem a ocorrer. Contudo, o resultado do estudo apontou que a maioria da equipe multiprofissional não percebeu na gestão hospitalar a segurança do paciente como prioridade, pois somente parecia se interessar após a ocorrência de EA.

Vieira Magalhães et al. (2021) relatou que apesar do ato de errar ainda estar associado à culpa, à cultura de pensar que os erros são provocados por descuido e ao ambiente de trabalho punitivo; observou que a organização estudada está caminhando rumo à superação deste desafio. 

Percebe-se a grande importância da notificação de EA, no entanto é necessário acabar com esta cultura de ações punitivas ao erro, visando que os profissionais se sintam sintam menos temerosos ao terem que comunicar tais ocorrências, para que assim as instituições possam implantar ações que visem a correção dos erros cometidos. Ademais, é indispensável que se implantem ações de prevenção e promoção da saúde, para minimizar a ocorrência desses erros; utilizando de palestras, educação continuada, materiais explicativos impressos e virtuais, ressaltando que a notificação é importante, mas a prevenção de tais danos é essencial.

4. 3 Comunicação e trabalho em equipe 

A comunicação se faz uma ferramenta imprescindível para uma boa interação entre a equipe multidisciplinar e exerce influência direta sobre os indivíduos. Para um bom desenvolvimento da assistência de maneira eficaz e segura, a equipe precisa ter uma boa transmissão de informações, para que assim seja dada sempre a continuidade do cuidado. Um ato muito importante de se destacar em que se tem a comunicação ligada diretamente é a passagem de plantão, que é um momento indispensável, pois permite a comunicação entre os membros da equipe, além de sistematizar e garantir a constância da assistência visando a segurança do paciente (LEMOS et al., 2023). 

Siman e Brito (2016) salientou que a comunicação eficaz e educação continuada são fundamentais no trabalho em equipe multidisciplinar, sendo determinantes para a segurança do paciente. Settani et al. (2019) condiz que a segurança do paciente precisa ser vista como responsabilidade de toda a equipe multiprofissional para o desenvolvimento do trabalho,  transmissão de informação universal. No entanto, percebeu que a comunicação efetiva é um dos desafios para garantir a segurança do paciente no ambiente hospitalar, pois as falhas atreladas a ela são uma das principais causas de EA. Corroborando, Cavalcante et al. (2016) considerou que a falta de comunicação compromete significativamente a segurança do paciente e faz-se necessário a implantação de medidas para reduzir os EA no hospital e melhorar a segurança. A segurança do paciente pode ser melhorada com a instauração da cultura não punitiva, na qual os enfermeiros discutem os erros e os potenciais riscos de eventos adversos. 

Magalhães et al. (2015) apontou que tem-se abjunção entre as equipes médica e de enfermagem, o que ocasiona falhas de comunicação sobre quaisquer alterações em prescrição de pacientes e demais cuidados. Matos et al. (2016) apoiando desta ideia apontou falhas na comunicação como pontos primordiais a serem observados, já que faz-se necessária uma boa relação entre todos os profissionais envolvidos no processo de construção da cultura de segurança do paciente. 

No que se refere ao trabalho em equipe, Silva-Batalha e Melleiro (2016) discorreram que os trabalhadores têm dificuldade em lidar com o trabalho em equipe, apontando para a necessidade dos gestores de enfermagem sensibilizar e educar os trabalhadores neste quesito. Corroborando, apresentou-se resultados expressivos de respostas negativas a respeito do trabalho em equipe na unidade pesquisada por Silva e Rosa (2016), contudo relatou área com potencial de melhoria. Em contraposição a essas vertentes temos Silva et al. (2023) que relatou a parceria e o trabalho em equipe como ponto positivo notável entre os profissionais.

O trabalho em equipe e a comunicação são indispensáveis para a atuação da equipe de enfermagem, pois permitem uma continuidade do cuidado, boa interação entre os profissionais, transmissão de conhecimentos e informações importantes que interferem diretamente no cuidado. A união de ambos traz benefícios por meio de ações integrativas e cooperativas entre profissionais e são essenciais para a garantia do cuidado seguro e qualificado pela enfermagem, com redução das taxas de morbimortalidade e satisfação dos profissionais. 

4.4 Assistência e educação continuada 

A enfermagem responsabiliza-se pela liderança em segurança nos hospitais, priorizando a formação, pesquisa, prática baseada em evidências e ideia de que a segurança do paciente é um bem comum a todos (CAVALCANTE et al., 2016).

Aozane et al. (2016), evidenciou resultados unânimes ao afirmar que os EA ocorrem, em grande parte, pelo não cumprimento dos Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) e por desatenção no momento da realização do procedimento. Corroborando, Cunha et al. (2020) evidenciou grande desconhecimento dos profissionais quanto à existência de protocolos de procedimentos padrão, supondo assim que as práticas de cuidado não seguem um alinhamento ou padronização. 

Silva et al. (2023) relatou que é necessário além do conhecimento, a institucionalização de protocolos e POPs, aperfeiçoamento de práticas e procedimentos, recursos materiais apropriados e sistemas adequados para tal prevenção para redução de incidentes na assistência em saúde pela equipe de enfermagem. Em conformidade, Aozane et al. (2016) inferiu que a implantação de protocolos pode tornar as ações de todos os profissionais que atuam, direta e indiretamente no cuidado mais seguras, com ações de prevenção e orientação. 

Cunha et al. (2020) referiu que nos resultados de seu estudo evidenciou-se que a educação continuada ocorria no hospital de forma tímida, com pouca frequência e divulgação, no entanto, percebeu-se uma falha na comunicação destes profissionais com os responsáveis pelos treinamentos por carência de divulgação ou diálogo. Em contrapartida, Vieira Magalhães et al. (2021) apresentou que o aprendizado organizacional com melhoria contínua foi uma dimensão forte no hospital estudado e diz respeito à capacidade de aprendizagem, sendo por meio de uma educação contínua de maneira formal e informal. Corroborando, Silva et al. (2016) destacou a educação permanente e mudanças na prática de enfermagem como maneira de melhorar a segurança do paciente através de reuniões formais, grupos de estudos, comunicação eficaz inserindo temas voltados para a segurança na assistência.  

Para a garantia da segurança na assistência é imprescindível que os profissionais sejam instruídos através de educação permanente na instituição, trabalhando sobre temas comuns rotineiros, principalmente os relacionados às causas de EA, administração de medicação, importância de utilizar o POP, comunicação efetiva, trabalho em equipe e demais vertentes. A implementação de estratégias voltadas para melhoria da qualidade assistencial, associadas ao compromisso, transparência e responsabilidade coletiva através da gestão de riscos, irá proporcionar melhor atuação frente a segurança do paciente.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Conclui-se que para uma segurança eficaz do paciente hospitalizado é necessário uma estrutura de qualidade, profissionais bem capacitados, empenhados e uma gestão que promova um ambiente harmônico e eficiente. Os desafios encontrados nas instituições hospitalares são diversos e variam de acordo com cada unidade, no entanto, sobressai-se a necessidade de recursos materiais e humanos, a notificação de eventos adversos, a utilização de POPs, a comunicação e trabalho em equipe, e  a educação permanente. Contudo, apesar das dificuldades, a atuação da equipe de enfermagem é primordial e imprescindível para a concretização da eficácia frente à assistência segura. Capacitar, motivar e educar a equipe de enfermagem é o melhor método para que seja instaurada uma cultura de segurança e de qualidade nos serviços de saúde.

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1Discente da graduação em enfermagem no Centro Universitário do Sul de Minas – UNIS/MG.
Email: ana.figueiredo1@alunos.unis.edu.br
²Docente da graduação em enfermagem no Centro Universitário do Sul de Minas – UNIS/MG.
E-mail: ana.motta@professor.unis.edu.br
³Discente da graduação em enfermagem no Centro Universitário do Sul de Minas – UNIS/MG.
Email: camila.reis2@alunos.unis.edu.br