DERMATOPATIAS QUE ACOMETEM CÃES E GATOS

DERMATOPATHIES THAT AFFECT DOGS AND CATS

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.12668386


Vivianne Rocha Stanczyk 1
Caio Farias Cabral 2
Helen Teixeira dos Santos Silva3
Carla Sabrina Barbosa de Brito3
Felipe Batista Magalhães3
Vanessa Evelly da Silva3
Guthemberg Wallace de Jesus Silva 4
Thaires Marya Borges Leal3
Andréia Juliana da Silva Fonteles 5
Ligia Mara da Cunha Genovez 3


Resumo: A pele é o maior órgão do corpo do animal e tendo a função de atuar como uma barreira anatomofisiológica entre o animal e o ambiente, é alvo de várias injúrias físicas, químicas e microbiológicas. As dermatopatias designam as doenças que acometem diretamente a pele e são causadas por diversos fatores tais como as ectoparasitoses, infecções cutâneas fúngicas, bacterianas, alergias, entre outras. Dada a elevada prevalência de dermatopatias na clínica, a dermatologia se tornou uma área de grande ascensão e relevância na clínica veterinária de pequenos animais. Embora a literatura sobre dermatologia seja vasta, torna-se cada vez mais importante o estudo das dermatopatias pelos profissionais da área clínica de pequenos animais no contexto de saúde animal e saúde pública. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi apresentar uma revisão bibliográfica sobre as principais dermatopatias que acometem cães e gatos.

Palavras-chave: dermatologia. pele. pequenos animais. saúde animal.

Resume: The skin is the largest organ in the animal’s body and, having the function of acting as an anatomo physiological barrier between the animal and the environment, it is the target of various physical, chemical and microbiological injuries. Dermatopathies refer to diseases that directly affect the skin and are caused by various factors such as ectoparasitosis, fungal and bacterial skin infections, allergies, among others. Given the high prevalence of dermatopathies in the clinic, dermatology has become an area of ​ ​ great growth and relevance in small animal veterinary clinics. Although the literature on dermatology is vast, the study of dermatopathies by professionals in the clinical area of ​ ​ small animals in the context of animal health and public health is becoming increasingly important. Therefore, the objective of this work is to present a bibliographic review on the main skin diseases that affect dogs and cats.

Keywords: dermatology. skin. little animals. animal health.

1  INTRODUÇÃO

Na anatomia, a pele é considerada o maior órgão do corpo de um animal, sendo responsável por 16% de seu peso vivo, aproximadamente. As duas principais camadas da pele são: a epiderme e a derme, sendo compostas por uma variedade de componentes epiteliais, glandulares e neurovasculares. A camada mais externa da pele funciona como uma barreira físico-química capaz de proteger contra a entrada de patógenos e raios ultra-violetas. Já a segunda camada, é responsável por diversas respostas fisiológicas na pele, sendo rica em vasos sanguíneos, células do sistema imune e fibroblastos (SIMÕES et al., 2014).

As dermatopatias são doenças que acometem a pele e são causadas por vários fatores, como ectoparasitas, insetos, alergias, fungos, entre outros (WHITE et al., 2003). Além disso, são responsáveis por cerca de 30 a 40% dos casos atendidos na clínica de pequenos animais, independente da localização geográfica (WILLEMSE, 2002).

Devido a pele ser um órgão tão exposto, contribui bastante para o surgimento de dermatopatias. Os cães e gatos apresentam uma grande prevalência em casos dermatológicos, sendo a razão mais comum para os tutores procurarem atendimento médico veterinário (HIIL et al., 2006; PAULA, 2019).

O objetivo deste trabalho foi descrever a respeito das principais dermatopatias que acometem os cães e gatos.

2  METODOLOGIA

Foi realizado um levantamento bibliográfico através de uma revisão de literatura. As dermatopatias foram escolhidas com base na frequência que foram citadas em artigos científicos. Os dados foram obtidos nas bases de dados da PubMed, SciELO, ScinceDirect, Sage Journals, Europe PMC, Ovid e Scopus. As palavras-chave utilizadas foram: “dermatopatia solar”, “dermatopatia neoplásica”, “dermatopatia autoinmune”, “dermatopatia alérgicas”, “dermatopatia bacteriana”, “dermatopatia fúngica”, “dermatopatia parasitária”, “principais dermatopatias” combinadas às palavras “cães”, “gatos”, “pequenos animais” e “animais de companhia”, nos idiomas em português e inglês, no período de 1964 a 2023.

3  DESENVOLVIMENTO

3.1 Dermatopatia solar

3.1.1 Dermatite actínica

A dermatite actínica (DA) em cães e gatos é uma condição cutânea causada pela exposição excessiva à radiação ultravioleta (UV) proveniente do sol, essa condição é semelhante à dermatite actínica em humanos e pode resultar em lesões cutâneas graves. A DA ocorre especialmente nos animais de pelagem clara, raças de pelo curto e em regiões com alta incidência solar. A UV penetra na pele dos cães, desencadeando uma série de reações inflamatórias e oxidativas com ativação de mediadores pró-inflamatórios e produção de espécies reativas de oxigênio, acarretando em danos celulares. As áreas mais afetadas por essa dermatite são a face, plano nasolabial, ponte nasal, orelhas e região ventral do tronco. As lesões agudas mais comuns são eritema, alopecia, descamação, hiperqueratose e prurido, já em sua forma crônica observa-se a presença de crostas, úlceras, foliculite e nódulos (JENSEN et al., 2016).

O diagnóstico da DA é baseado no histórico clínico do paciente, exame físico e em exames complementares, sendo que o diagnóstico definitivo é obtido através do exame histopatológico. Na avaliação histopatológica das lesões cutâneas observam-se elastose, foliculite, hiperqueratose e disqueratose folicular na fase inicial da enfermidade, em estados crônicos de DA são visualizadas características como inflamação piogranulomatosa e neoplasias como carcinoma espinocelular, hemangiossarcoma, carcinoma escamoso, mastocitoma e hemangioma. O exame citológico mostrou-se inconclusivo para essa dermatopatia (JENSEN et al., 2016), porém, técnicas como o raspado de pele podem ser utilizadas na diferenciação de outras patologias e para descartar infecções secundárias (BARRETO et al., 2023).

O tratamento da DA em cães visa reduzir a inflamação, promover a cicatrização da pele e prevenir danos futuros causados pela exposição solar. Para isso, os protocolos baseiam se no uso de corticoides, antibióticos, terapia tópica, medicamentos antioxidantes e em evitar que o animal exponha-se diretamente ao sol durante períodos prolongados e de maior intensidade luminosa. Protocolos mais agressivos como excisão cirúrgica, criocirurgia e quimioterapia raramente foram empregados (JENSEN et al., 2016).

3.2 Dermatopatia neoplásica

3.2.1 Hemangioma e hemangiossarcoma cutâneos

Os hemangiomas e hemangiossarcomas cutâneos são frequentemente vistos no abdômen e nos flancos dos cães que ficam muito expostos ao sol. A diferença no tipo de neoplasia pode ocorrer em parte à espessura da epiderme, que influencia na profundidade da penetração dos raios UV (MCGAVIN e ZACHARY, 2009).

Os hemangiomas são tumores benignos que se originam das células endoteliais dos vasos sanguíneos e acometem qualquer parte do corpo. Esses tumores surgem como neoplasias firmes e flutuantes esféricos ou ovoides, bem circunscritas, azuladas até negroavermelhadas com até três centímetros de diâmetro (WIKINSON e HARVEY, 1996).

A constante exposição do animal ao sol faz com que o hemangioma progrida de uma ectasia vascular para uma neoplasia ou maligna de forma contínua. Esses tumores tendem a ser menos circunscritos que os demais hemangiomas (GROSS et al., 2009). Os hemangiossarcomas são tumores malignos do endotélio vascular, altamente invasivos, ocorrem principalmente em cães com mais de nove anos de idade e não há predisposição sexual (HARGIS et al., 1992; WIKINSON e HARVEY, 1996; GROSS et al., 2009; SZIVEK et al., 2012). Em geral, o hemangiossarcoma cutâneo é encontrado na derme, podendo se estender até o tecido subcutâneo.

Assim como os hemangiomas, os hemangiossarcomas que envolvem a pele glabra e com pouca pigmentação parecem ter gênese solar (GROSS et al., 2009). Com a exposição crônica aos raios ultravioleta B (UVB), ocorre uma diminuição progressiva da quantidade de células de Langerhans epidérmicas; diante disso, a imunidade fica reduzida podendo resultar em mudanças oncogênicas locais, o que facilita o desenvolvimento de neoplasias, especialmente o carcinoma de células escamosas, o hemangioma e o hemangiossarcoma (NUTTALL et al., 2009).

O diagnóstico do hemangiossarcoma é baseado na anamnese, exame clínico, citologia e histopatologia para se obter um diagnóstico definitivo (MACEWEN, 2001; DALECK et al., 2008; FERRAZ et al., 2008). O tratamento de hemangiomas é feito através da excisão cirúrgica do tumor e, normalmente, o prognóstico é favorável após a remoção (KRAL e SCHWARTZMAN, 1964). O tratamento para o hemangiossarcoma cutâneo de cães é a cirurgia, que pode ser curativa na maioria dos casos, se margens adequadas forem obtidas (WITHROW, 2001; DALECK et al., 2008).

3.3 Dermatopatia autoimune

3.3.1 Pênfigo foliáceo

Pênfigo foliáceo (PF) é uma doença imunomediada que afeta a epiderme de maneira superficial. As lesões são formadas quando as conexões intercelulares entre os ceratinócitos da epiderme, são interrompidas pelos autoanticorpos, em um processo denominado acantólise. Apesar de acometer diversas espécies, a espécie canina é a mais comumente afetada, no processo de acantólise os anticorpos afetam mais os desmossomos, células responsáveis pela adesão dos queratinócitos (MACEDO et al., 2008).

Os principais antígenos do PF são as proteínas que constituem os desmossomos. Os queratinócitos ao serem destruídos, passam a ter uma estrutura anormal, o que promove o depósito de imunoglobulinas entre as células gerando uma acantólise e consequentemente a formação de vesículas sob o extrato córneo (MEDLEAU e HNILICA, 2009; HARVEY e MCKEEVER, 2004). Os ceratinócitos separados tornam-se esféricos, com núcleo fortemente corado, assemelhando-se a um formato de “ovo frito” na citologia, conhecidos como células acantolíticas (NORSWORTHY, 2018).

Apesar da etiologia idiopática, há três possíveis classificações para a doença. A primeira é espontânea e é mais frequente em cães da raça Chow Chow, Dachshund e Akita. A segunda é influenciada por drogas, dentre elas pode-se destacar as sulfas potencializadoras. Por fim, a terceira é observada em cães com histórico anterior de dermatopatia alérgica (HNILICA e PATTERSON, 2017; SCOTT et al., 2001).

Clinicamente, ocorre primariamente a formação de pústulas, decorrente de sua fragilidade, as lesões geralmente encontradas são as secundárias, e estas têm uma variação de crostas secas, collaretes epidérmicos, pápulas, escamas e alopecia local (BALDA et al., 2008; OLIVRY, 2018). Inicialmente, as lesões do pênfigo foliáceo consistem em máculas eritematosas que evoluem rapidamente para uma fase pustular e findam como crostas secas, amarelas ou cor de mel a marrom (SCOTT et al., 2001).

As lesões surgem nos pavilhões auriculares, no plano nasal, ao redor dos olhos e constantemente envolve os coxins palmo-plantares podendo haver hiperqueratose com vilosidades e consequente claudicação, os membros, região abdominal ventral e região inguinal também podem ser afetados. Animais que apresentam quadro crônico da doença podem exibir sinais clínicos sistêmicos, como anorexia, pirexia, edema, linfoadenopatia, leucocitose neutrofílica, claudicação e depressão (MEDLEAU e HNILICA, 2009).

Para confirmar o diagnóstico, o histopatológico é o exame padrão ouro, devendo ser coletado de uma pústula íntegra (TILLEY, 2003). O local da biópsia não deve ser limpo, preparado ou esfregado com solução antisséptica , pois pode ocasionar a remoção do material de importância diagnóstica e gerar alterações inflamatórias iatrogênicas, já os pelos devem ser cortados o mais próximo da epiderme utilizando tesouras (CONCEIÇÃO et al., 2004). A realização da citologia por aspiração deverá ocorrer nas lesões primárias, entretanto somente se estas lesões estiverem em quantidade superior a duas ou três, caso contrário essas pústulas deverão ser reservadas para o exame confirmatório histopatológico. Na citologia das pústulas íntegras, é observado eosinófilos, neutrófilos íntegros, células acantolíticas e ausência de bactérias (HARVEY e MCKEEVER, 2004; MEDLEAU e HNILICA, 2009). Todavia, quando há infecção bacteriana secundária, neutrófilos degenerados e bactérias podem estar presentes.

O tratamento é longo e baseia-se em imunossuprimir o animal com a finalidade de diminuir a produção de autoanticorpos. A monoterapia com Prednisolona é uma das estratégias de tratamento mais comum (BIZIKOVA et al., 2019). Entretanto, outros princípios ativos podem ser utilizados, tais como Ciclosporina, Azatioprina, Clorambucil, Tetraciclina e Tacrolimus tópico (SIMPSON et al., 2019). Infecções secundárias são comuns e necessitam de tratamento com antibióticos. Banhos com sabonetes antibacterianos também podem ser úteis. Espera-se efeitos adversos decorrentes do uso de altas doses de hormônios esteroides. O paciente vai apresentar poliúria, polidipsia, polifagia e ganho de peso. Com a exposição prolongada a doses elevadas de corticoides, o desenvolvimento de diabetes em cães e gatos pode ocorrer. Em pacientes portadores de PF que sejam obesos, faz-se a associação dos corticosteroides com Azatioprina (GOMES et al., 2004).

A Prednisona é indicada na dose de 1 a 4 mg/kg a cada 24h, contudo em alguns casos esse medicamento deixa de ser funcional ou torna-se refratário, então indica-se uso de outros imunossupressores como Azatioprina, Clorambucil, dentre outros. Levando em consideração os riscos de efeitos colaterais das medicações utilizadas no tratamento, exames rotineiros devem ser realizados, como hemograma, função renal, hepática e urinálise. A vitamina E e os ácidos graxos podem proporcionar benefícios a certos pacientes, assim como o uso de filtros solares com um fator de proteção superior a 15. O prognóstico do pênfigo varia de bom a reservado, de acordo com o estágio da doença e devido às complicações do uso prolongado de imunossupressores (OLIVRY, 2018).

3.3.2 Lúpus eritematoso discoide

O lúpus eritematoso discoide, também conhecido como LED, é uma condição dermatológica imunomediada de natureza benigna, que se distingue do lúpus eritematoso sistêmico (LES) pela falta de manifestações além da pele. No LED, reações de hipersensibilidade ocorrem devido a uma resposta imunológica autoimune que se manifesta na pele (SCOTT et al., 1996; LARSSON e OTSUKA, 2000).

O LED é uma doença pouco diagnosticada na rotina veterinária, no entanto, entre as principais doenças de pele auto imunes que acometem os cães, é a segunda mais comum, perdendo apenas para o pênfigo foliáceo (WILKINSON e HARVEY, 1997; LARSSON e OTSUKA, 2000; MCDONALD, 2010). As raças caninas mais comumente afetadas são Pastores Alemães, Pointers Alemães de pelo curto, Collie, Afghan Hounds, Beagles, Poodles, Pastor de Shetland e Huski Siberiano (RHODES, 2003; SCOTT et al., 1996; THOMPSON, 1997).

A etiologia desta enfermidade permanece incerta sendo de ocorrência multifatorial e heterogênea, com predisposição genética, envolvimento viral, hormonal e exposição à radiação ultravioleta A (UVA) e UVB (BALDA et al., 2002; BERBERT e MANTESE, 2005; COSTNER e SONTHEIMER, 2003.).

Tanto os fatores genéticos quanto virais, hormonais e exposição à radiação ultravioleta contribuem para a alteração da regulação do sistema imunológico mediado pelas células T, aumento da atividade dos linfócitos B e diminuição da atividade dos linfócitos T supressores. Isso leva à produção anormal de anticorpos autorreativos, formação de imunocomplexos e interação com o sistema complemento, resultando no desenvolvimento do LED e em um intenso processo inflamatório (NETO e BONFÁ, 2006). Além disso, 50% dos casos apresentam uma piora nas lesões devido à exposição solar, que desencadeia uma série de processos inflamatórios causados pela radiação ultravioleta. Esses processos levam à deterioração dos elementos da derme e epiderme, resultando em uma resposta imunomediada crônica e localizada (SCOTT et al., 1996; LARSSON e OTSUKA, 2000; NUTTAL et al.,2011).

Frequentemente as lesões ficam confinadas ao plano nasal e pele adjacente, consistindo, a princípio, de eritema e despigmentação. Logo, surgem as lesões secundárias, como a erosão, ulceração, descamação e formação de crostas. Ocasionalmente, podem surgir lesões nas orelhas, em torno dos olhos, parte inferior dos membros e leitos ungueais e comissuras labiais. As lesões felinas são similares. O envolvimento oral é raro, consistindo de pequenas úlceras na boca (WILKINSON e HARVEY, 1996).

O diagnóstico é realizado por meio da coleta da anamnese, exames de sangue complementares, avaliação física e características das lesões. Ademais, são realizados exames confirmatórios, como o histopatológico, que é amplamente reconhecido como o método padrão ouro para confirmar a doença. Na maioria dos casos, este exame é suficiente e dispensa a necessidade de outros testes, como a imunofluorescência e os testes de anticorpos antinucleares, os quais geralmente resultam negativos (NUTTAL et al., 2011; OBERKIRCHNER et al., 2011).

Em geral, os métodos de tratamento adotados variam conforme a gravidade das lesões, mas incluem o uso de protetor solar, aplicação tópica de corticoides, antibióticos, vitamina E e ômega 3 (SILVA, 2020). Já os corticoides são recomendados como opção terapêutica, sugerindo o uso de prednisona (2mg/kg), administrada por via oral, uma vez ao dia, por um período de três semanas ou até que os sintomas diminuam, podendo então ser substituída por corticoides tópicos (BRENDLER et al., 2017).

Um dos tratamentos preconizados envolve o uso de Tetraciclina e Niacinamida. A Tetraciclina possui propriedades anti-inflamatórias e imunomoduladoras, enquanto a Niacinamida atua inibindo a degranulação de mastócitos, agindo como protetora contra danos causados pela luz e protegendo as células, inibindo a apoptose, fosfodiesterases e proteases. A dose recomendada é de 250 mg, de cada um dos ativos, para cães com até 10 kg e 500 mg para animais com mais de dez quilos, administrada por via oral a cada oito horas (BURLINA e STAFOCHE, 2018).

3.4 Dermatopatias alérgicas

3.4.1 Atópica

A dermatite atópica (DA) é uma condição crônica que causa reações alérgicas e inflamatórias na pele e nas orelhas externas de cães e gatos; a maioria dos casos ocorre em jovens adultos de raça definida. A doença é causada por um alérgeno chamado atopens, que pode ser controlado, mas não curada. A DAPE, que é uma das causas mais comuns de prurido observado em consultórios veterinários, é a causa mais rara (SCOTT; MILLER; GRIFFIN, 2001). É uma doença causada por vários fatores ambientais e genéticos (BRÉMENT, 2019). A instabilidade da barreira epidérmica na DA canina permite que os agentes alérgicos penetrem mais facilmente, agravando os sinais clínicos dos pacientes atópicos como eritema, alopecia, escoriação, liquenificação e edema e até hiperpigmentação ou melanose (MARSELLA et al., 2011).

O principal sintoma da doença é prurido. A intensidade pode ser expressa por várias formas, como coçar, morder, lamber ou esfregar (BERNSTEIN et al., 2019). A coloração marrom nas partes como as patas, o ânus e a região ventral é um outro achado significativo na anamnese de sintomas de dermatite atópica. Essa coloração pode ser vista em várias partes do corpo. De acordo com Nuttall et al. (2019), não existem testes de diagnóstico para esta doença, portanto, o diagnóstico é frequentemente feito por eliminação. O diagnóstico depende da história, dos sinais clínicos e da eliminação de outras causas potenciais do prurido. Dados da anamnese, resultados clínicos e exames laboratoriais devem ser utilizados para descartar diagnósticos diferenciais de alergias que não sejam ectoparasitas ou outras causas (HENSEL et al., 2015), nesse sentido, o exame citológico parece ser primordial (MULLER; GRIFFIN; CAMPBELL, 2021).

O primeiro passo é a eliminação de carrapatos e pulgas, que podem ser a causa do processo alérgico (BRUET et al., 2012). incluindo ectoparasitas, como alguns ácaros A sequência exige restrições alimentares, que devem ser mantidas por pelo menos oito semanas (RADITIC et al., 2011). A dermatite atópica canina pode ser considerada caso o prurido persista após a conclusão de todas as etapas (HENSEL et al., 2015). Os glicocorticoides orais ou oclacitinib são alternativas aceitas para o controle do prurido. A ciclosporina tem sido usada para tratar essa condição em cães por mais de dez anos com razoável segurança e eficácia (FERREIRA et al., 2021).

No entanto, quando se trata de lesões cutâneas, o banho deve ser feito com shampoos suaves e não irritantes para peles sem infecção, e shampoos com antimicrobianos para peles com disbiose reconhecida. Além disso, o banho remove alérgenos da pele e reduz o prurido temporário. Quando usado em conjunto com tratamentos tópicos de lipídios, também melhora a barreira cutânea (BRUET et al., 2012). Até agora, a imunoterapia específica para alérgenos é um excelente tratamento para DAC e parece ter o potencial de normalizar a resposta imunológica desregulada. No entanto, é longo e, infelizmente, é ineficaz em alguns cães, e quando é eficaz, pode reduzir significativamente a necessidade de anti-inflamatórios ao longo da vida (BERTINO et al., 2020).

3.5 Dermatopatias bacterianas

3.5.1 Impetigo

O impetigo é uma doença bacteriana geralmente causada por microorganismos estafilococos coagulase-positivos, geralmente em cães jovens antes da puberdade (BIRCHARD, 2008; PENA, 2007; PINHO, 2013). Caracteriza-se por pústulas subcorneal que acomete de modo esparso áreas da pele com pelos. Não é uma doença contagiosa. O prurido é raro, que geralmente indica envolvimento folicular não sendo um verdadeiro impetigo (SCOTT et al., 1996).

Os fatores predisponentes são a má nutrição, ambiente sem higiene, infecções virais, ectoparasitárias ou doença imunomediada (BIRCHARD, 2008; PENA, 2007). Em casos de impetigo bolhoso, pode estar associado a distúrbios endócrinos como diabetes mellitus, hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo, além de outras doenças debilitantes e outros microorganismos causadores podem estar presentes, como Pseudomonas sp. e a Escherichia coli (PENA, 2007).

O impetigo pode regredir espontaneamente, mas o tratamento pode apressar o processo de cura. Quando as lesões são poucas e bem separadas, antibióticos tópicos ou cremes antibacterianos podem ser eficientes. Em casos de lesões numerosas, são indicados banhos com shampoos anti-bacterianos contendo, por exemplo, peróxido de benzoíla, além do uso de antibióticos sistêmicos (BIRCHARD, 2008; MEDLEAU e HNILICA, 2006; SCOTT et al., 1996; VIEIRA, 2012).

3.5.2 Piodermite

A piodermite consiste em uma infecção bacteriana oriunda de diversas espécies do gênero Staphylococcus spp. Esta dermatopatia está relacionada à proliferação da microbiota normal da pele, podendo ser classificada pelo seu aspecto clínico-patológico em superficial ou profunda (OLIVEIRA et al., 2023). A piodermite superficial canina (PSC) é frequentemente diagnosticada nas clínicas veterinárias, onde o patógeno predominante é o Staphylococcus pseudintermedius, um patógeno comensal oportunista da pele e membranas mucosas do cão, representando aproximadamente 99% dos casos (LIMA et al., 2022).

Esse distúrbio dermatológico pode ser derivado de disfunções dérmicas como alergias, alteração do microambiente, dermatoses parasitárias, desequilíbrios hormonais, traumas, imunodeficiência, ou até infecções bacterianas na superfície da pele, todavia a principal dermatopatia associada a piodermite secundária é a dermatite atópica canina (OLIVEIRA et al., 2023).

De acordo com Patel (2018) a PSC pode acometer animais de diferentes idades, sexo ou raça, entretanto algumas raças como Bull Terrier, Pastor Alemão e raças de animais com pelo curto como Doberman, Pinscher, Dogue Alemão, Boxers, Teckel, Bulldogs, Rhodesian Ridgebacks tem predisposição a essa enfermidade. Em síntese, devido ao seu caráter secundário esse distúrbio dermatológico é bem recorrente, sendo caracterizado como uma das principais causas de prescrição antimicrobiana na clínica de pequenos animais.

Os sinais clínicos e dermatológicos da piodermite variam de acordo com a profundidade da infecção. A piodermite superficial é caracterizada por lesões tegumentares clássicas como pápulas, pústulas, crostas melicéricas, alopecia e colarinhos epidérmicos, o prurido costuma estar presente. A piodermite profunda pode apresentar fístulas, nódulos, formações vesicobolhosas ou císticas, exsudatos, edema e, em alguns casos, sinais sistêmicos (OLIVEIRA et al., 2023).

O diagnóstico da piodermite é essencialmente clínico observando-se as alterações derivadas da doença no animal, mas frequentemente são necessários exames complementares para auxiliar no diagnóstico diferencial e definitivo, como por exemplo a citologia para confirmar a infecção bacteriana e identificação da doença primária subjacente, histopatologia e testes de sensibilidade em casos de piodermite recorrente (OLIVEIRA et al., 2023).

Além disso, com o aumento dos casos de Staphylococcus pseudintermedius resistentes à meticilina já se utiliza atualmente a cultura bacteriana e antibiograma para identificação do patógeno, visto que o uso indiscriminado e empírico de antimicrobianos pode agravar ainda mais o problema (MANIER, 2020). Estes exames são mais precisos quando obtidos a partir de pústulas intactas ou através da ruptura induzida de lesões profundas.

O S. pseudintermedius pode ser isolado tanto em animais saudáveis quanto em animais acometidos com piodermite, geralmente nas regiões de narinas, orofaringe, região perianal e axilas, sendo estes locais classificados como reservatórios da bactéria (LIMA et al., 2022).

O tratamento da piodermite depende da gravidade da infecção. A terapia tópica geralmente vem com prioridade para evitar e reduzir a indução de cepas multirresistentes e minimizar a necessidade de tratamentos sistêmicos (OLIVEIRA et al., 2023). De acordo com Santos (2020) em sua avaliação com terapia tópica utilizando spray de AH 0.015% mostrou resultados tão eficazes quanto o tratamento realizado com clorexidine 2% aplicada diariamente no PSC. É válido salientar que fatores como idade (animais mais jovens respondem melhor à terapia tópica) e integridade da pele (erosão e inflamação possibilitam absorção maior) podem influenciar na resposta dos tratamentos (LIMA et al., 2022).

Em casos de piodermite generalizada, a terapia sistêmica é recomendada, utilizando medicamentos beta-lactâmicos como amoxicilina com clavulanato de potássio, cefalexina, cefovecina e quinolonas (OLIVEIRA et al., 2023). A resistência à meticilina é muito comum em bactérias do gênero Staphylococcus, o que dificulta o tratamento das piodermites pelo fato de conferir resistência a toda a classe de antibióticos beta-lactâmicos, incluindo aqueles utilizados de forma empírica (MANIER, 2020).

3.6 Dermatopatías fúngicas

3.6.1 Micose

A dermatofitose é uma infecção fúngica superficial da pele que afeta os tecidos ricos em queratina, como a pele, unhas e pelos (PATERSON, 2017; ROSSI e ZANETTE, 2018).Os responsáveis por essas infecções fúngicas superficiais são os dermatófitos pertencentes aos gêneros Trichophyton spp., Microsporum spp. e Epidermophyton spp., os quais dependem da queratina como substrato essencial para seu crescimento e sobrevivência (CAFARCHIA et al., 2004; MILLER et al., 2013). No contexto das doenças da pele, a dermatofitose é uma condição frequentemente observada na prática veterinária de animais domésticos, podendo também afetar os seres humanos sendo assim considerada como uma antropozoonose (ANDRADE e ROSSI, 2019). O Microsporum canis é consistentemente o dermatófito mais comumente isolado em infecções dermatofíticas em diversas áreas geográficas, tanto em gatos quanto em cães (CABAÑES; ABARCA; BRAGULAT, 1997).

As dermatofitoses podem ser transmitidas através do contato direto com objetos contaminados ou pela exposição a ambientes que contenham esporos fúngicos ou células queratinizadas da pele em crescimento (MORIELLO, 1990). A doença é influenciada por condições predisponentes, como comprometimento da integridade da pele, exposição à radiação ultravioleta, variações de temperatura, presença de doenças concomitantes ou o uso de medicamentos imunossupressores (ALJABRE et al., 1992).

É crucial destacar que a infecção não leva necessariamente ao aparecimento de sintomas clínicos visíveis. Os animais podem atuar como portadores assintomáticos do agente patogênico, convivendo com ele sem apresentar lesões visíveis. Assim, o quadro clínico pode surgir apenas em circunstâncias favoráveis para a replicação do patógeno (FRIAS e KOZUSNY-ANDREANI, 2010). Assim, características como idade, estado imunológico, e raça podem influenciar se o hospedeiro irá ou não apresentar sintomas típicos da doença (CHAVES, 2007).

O diagnóstico da doença envolve a análise do histórico do animal, exame físico, microscopia e cultura de fungos, visando uma investigação completa para evitar resultados falsos positivos e negativos (LOPES e DANTAS, 2016). Um método diagnóstico que pode ser usado como teste preliminar é a técnica da lâmpada de Wood, especialmente útil quando o agente causador é o M. canis, mas tem suas limitações devido ao fato de aproximadamente metade das espécies de M. canis e outros dermatófitos não apresentarem fluorescência sob esta forma de radiação ultravioleta (CARDOSO; FRIAS; KOZUSNY-ANDREANI, 2013).

Os sinais clínicos frequentemente observados em animais domésticos incluem lesões circulares, perda de pelos, crostas, descamação e coceira, cuja gravidade pode ser influenciada pela presença de ectoparasitas ou reações de hipersensibilidade (NEVES et al., 2011). Os sinais clínicos geralmente aparecem aproximadamente três semanas após a exposição ao agente causador da doença, manifestando-se com lesões que podem se espalhar por várias partes do corpo, sendo a região da cabeça e das extremidades as mais frequentemente afetadas (RAMSEY e TENNANT, 2010; MORIELLO, 2014).

De acordo com Bourguignan et al. (2013), enquanto em cães as lesões são geralmente evidentes, em gatos é possível encontrar dermatófitos mesmo em animais clinicamente saudáveis, os quais podem servir como reservatório da doença. Além disso, segundo Birchard e Sherding (2008), a dermatofitose generalizada não é frequentemente observada em cães, sendo achados como alopecia e seborreia disseminadas característicos em algumas apresentações dessa condição nesta espécie. Em cães adultos, a manifestação da doença geralmente está associada a condições sistêmicas subjacentes ou imunossupressão.

No que diz respeito ao manejo terapêutico, alguns cuidados são essenciais para promover o bem-estar e a recuperação do animal. Para isso, é fundamental garantir uma nutrição adequada, investigar e tratar qualquer outra condição médica presente, manter o ambiente limpo e utilizar os medicamentos de forma correta, o que pode acelerar o processo de tratamento (AVANTE et al., 2009).

O tratamento envolve a raspagem do pelo em animais de pelagem longa, além do uso de medicamentos antifúngicos administrados tanto topicamente quanto sistêmico, como itraconazol e cetoconazol. É essencial também realizar uma limpeza rigorosa do ambiente para prevenir novas infecções (REIS-GOMES, 2013). Conforme indicado por Miller et al. (2013), o tratamento deve ser mantido até que se obtenham pelo menos dois resultados negativos em culturas fúngicas. Caso não seja viável realizar o exame, a terapia deve ser continuada por um período prolongado por mais duas semanas após a remissão dos sintomas.

3.6.2 Malassezia

A Malassezia sp. é classificada como uma levedura lipofílica, são microrganismos normais pertencentes da microbiota do animal, no entanto são considerados patogênicos oportunistas em condições favoráveis para sua proliferação, ou seja depende do estado imunológico do animal, acometendo principalmente animais imunossuprimidos (VIANNA et al., 2022).

A espécie Malassezia pachydermatis foi isolada em 1925 pela primeira vez, em um rinoceronte indiano acometido por dermatite esfoliativa. Entretanto, só foi reconhecida como importância na clínica de cães e gatos apenas em 1950, mas como patógeno óptico. Em 1990, essa espécie foi aceita como dermatite comum em cães (GUILLOT e BOND, 2020).

As células dessa levedura tem como característica morfológica, o formato de pegadas, são células ovais e pequenas, possui uma parede espessa de até 6,5 μm. Se reproduzem por brotamento, formando colônias com coloração fosca, com aspecto cremoso e textura macia ou friável. A temperatura ideal para seu desenvolvimento é 37º C (MACÊDO et al., 2023).

A M. Pachydermatis é responsável por causar a malasseziose, considerada a principal espécie que acomete os cães. Encontrada principalmente no conduto auditivo, devido ao ambiente favorável proporcionado pela quantidade de pelos, calor e umidade. Assim, resultando em casos de otite (RODRIGUES et al., 2022). Porém, pode ser encontrado em demais regiões como no reto, boca, pele interdigital, tegumento cutâneo, sacos anais e vagina (NASCENTE et al., 2010). Essa espécie possui tropismo em regiões intertriginosas e prolifera em casos de animais imunossuprimidos acometidos por doenças de pele favorecida por dobras, distúrbios de hipersensibilidade subjacentes, endocrinopatias, defeitos de cornificação e, em gatos, diversas síndromes paraneoplásicas viscerais (GUILLOT e BOND, 2020).

O animal acometido por malassezia, apresenta variados sinais clínicos. Mas geralmente provocam otite externa e dermatite generalizada, assim apresentando eritema, alopecia, exsudação gordurosa e descamação, prurido leve a grave dependendo do estado imunológico do animal e a quantidade de leveduras. Podem surgir sinais clínicos secundários como escoriações, liquenificação, hiperpigmentação e exsudação (ANGILERI et al., 2019). É uma enfermidade considerada não contagiosa e em casos de dermatite generalizada pode ser observado hiperpigmentação na região acometida pelo fungo (RODRIGUES et al., 2022). Independe de raças,sexo e idade (MACÊDO et al., 2023).

A malasseziose, é diagnosticada através de exames citológicos, dermato histopatológico, cultivo fúngico, raspado de pele e testes alérgicos, dessa forma, descartando diagnósticos diferenciais (MACÊDO et al., 2023). O método mais utilizado em clínicas de cães e gatos é o citológico, pois é mais vantajoso devido sua rapidez em detectar a densidade e a presença populacional da cultura de M. pachydermatis. É realizado através do raspado da região acometida ou imprint com fita adesiva (RODRIGUES et al., 2022). Subsequente é realizado a análise da amostra através do microscópio óptico (GUILLOT e BOND, 2020).

O tratamento que geralmente é prescrito em casos de dermatites, segundo Macêdo et al. (2023) consiste em banhos com shampoo que tem como princípio ativo clorexidina ou miconazol, administração de pomadas à base de cetoconazol nas regiões acometidas. Em casos de otites , foi prescrito o uso de produtos para realizar a limpeza do conduto auditivo e administração de fármacos à base de orbifloxacino, furoato de mometasona e posaconazol. Segundo Guillot e Bond (2020) o animal acometido deve realizar o uso de fármacos orais para tratar de forma sistêmica, faz-se o uso de antifúngicos como itraconazol ou cetoconazol e o uso de corticoide por exemplo prednisolona. Para tratar da imunossupressão do animal realiza-se a administração de suplementos vitamínicos (MACÊDO et al., 2023).

3.7 Dermatopatias parasitárias

3.7.1 Dermatopatia Alérgica a Picada de Ectoparasitas

A Dermatopatia Alérgica a Picada de Ectoparasitas (DAPE) é caracterizada por uma reação de hipersensibilidade a proteínas presentes na saliva de pulgas e carrapatos que, quando eliminadas durante a picada dos ectoparasitas, desencadeiam a reação alérgica em animais hipersensíveis (DEMANUELLE, 2004). Entre as pulgas, a espécie Ctenocephalides felis, encontrada em 92% das infestações caninas e 99% das felinas e é a principal espécie causadora das alergias. Entre os carrapatos, o Rhipicephalus sanguineus, espécie com mais frequência nas infestações, desencadeia processos alérgicos após sua picada (SOUSA, 2010; CHARMAN et al., 1987).

Ocorrem reações de hipersensibilidade que podem ser classificadas em: tipo I (imediata) os antígenos salivares estimulam a produção de IgE induzindo severa inflamação na pele, causando prurido e dor; tipo IV (tardia) responsável por muitos animais desenvolverem o quadro alérgico. As substâncias alergênicas da saliva englobam polipeptídeos, aminoácidos, compostos aromáticos, materiais responsáveis pela liberação de histamina, além de enzimas proteolíticas e anticoagulantes sendo todas implicadas no processo de irritação imediata na pele dos animais. Simultaneamente, outras substâncias alérgicas de baixo peso molecular (haptenos) se ligam a proteínas da pele do hospedeiro e, após subsequente exposição, geram uma reação de hipersensibilidade tardia, resposta característica dada pelos animais com DAPE (MODELLI, 2012; FONSECA, 2000).

O prurido intenso é o sintoma primário, com a maioria dos casos, cães que apresentam lesões por mordeduras ao redor do ânus e na base da cauda, se estendendo para a região das costas, e demais áreas do animal. As lesões são avermelhadas, com um prurido ônico, presença de alopecia, além de crostas hemorrágicas e enegrecimento da pele. Gatos manifestam a alergia com sinais de alopecia e coceira, frequentemente com o aparecimento de crostas e protuberâncias ao redor do pescoço e no dorso. Os principais sintomas apresentados são o complexo granuloma eosinofílico, que consistem em lesões que afetam a pele e a cavidade bucal dos felinos, sendo encontrado na forma de úlcera, placas e por meio de granuloma (GUAGUERE e PRELAUD, 1999; TALAUKAS, 2009).

O diagnóstico varia de acordo com os achados clínicos característicos, onde a morfologia e a distribuição das lesões podem ser um fator, assim como a presença de ectoparasitas ou de seus dejetos, no entanto, pelo menos 15% dos casos de DAPE não há sinal de infestação nos animais. Já a melhora clínica, após o controle dos ectoparasitas com o uso de produtos específicos durante 4 a 6 semanas, vem sendo a melhor forma de diagnóstico. Para os casos em que durante esse período não houver resposta à terapia, deve-se pensar que não se trata de DAPE e novas investigações devem ser conduzidas (MODELLI, 2012; SCOTT; MILLER; GRIFFIN, 2001).

O tratamento consiste em eliminar a exposição ao agente alérgeno. Mediante o controle efetivo da infestação das pulgas e carrapatos no animal e no ambiente, atrelado ao tratamento sintomático do paciente com medicamentos que visem a diminuição da reação de hipersensibilidade e o controle do prurido possibilitam a melhoria do animal. Quando diagnosticada uma dermatopatia por infecção secundária à DAPE, a mesma também deverá ser tratada com o uso de antibióticos adequados. Com o objetivo de eliminar o intenso prurido, a administração de corticoide ou corticosteroide, vem sendo a droga mais utilizada na Medicina Veterinária, que em doses farmacológicas irá resultar numa rápida imunossupressão e diminuição da inflamação (NUTTALL, 2008).

As moléculas de curta ação e com menor efeito mineralocorticoide, como a Prednisolona, devem ser utilizadas por via oral em doses decrescentes. O tratamento pode ser iniciado com doses de 0,5 a 1,0 mg/kg/dia até que os sintomas estejam controlados (geralmente de 10 a 20 dias), depois a mesma dose deve ser reduzida em administrações a cada 48 horas. Posteriormente o clínico deverá, a cada 15 dias, aumentar o intervalo de administrações até que obtenha o maior intervalo possível (LUCAS, 2004).

3.7.2 Sarna notoédrica

Conhecida como sarna da cabeça do gato, a sarna notoédrica (sarna felina) é uma dermatose pruriginosa e formadora de crostas nos gatos ocasionada pelo ácaro Notoedres cati. A sarna notoédrica é muito contagiosa e geralmente é transmitida por contato direto. O ácaro pode sobreviver fora do hospedeiro por alguns dias. Em gatos, localiza-se principalmente nas orelhas e na cabeça do animal , podendo estender-se para outras partes do corpo, sobretudo em torno dos órgãos genitais (MONTEIRO, 2017).

Os sintomas incluem coceira e formação de crostas, que se espessam,endurecem e se desenvolvem à custa de exsudações de soro e extravasamento de sangue e os sinais clínicos variam de acordo com a imunocompetência do hospedeiro e a presença de comorbidades. (LIMA; ALVES; NEVES, 2009; MONTEIRO, 2017).

O N. cati pode infestar cães e causar lesões transitórias nos seres humanos em contato com os animais infestados (MONTEIRO, 2017). Por se tratar de uma zoonose, a prevenção deve ser feita respeitando os princípios de higiene básica do local onde os animais vivem e evitando contato direto ou indireto com animais infectados. O tratamento terapêutico é realizado com medicamentos da classe das avermectinas (LIMA; ALVES; NEVES, 2009).

3.7.3 Sarna sarcóptica

A sarna sarcóptica é causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei e tem como uma de suas principais características ocasionar coceira noturna, enquanto o hospedeiro dorme. As regiões afetadas são: cabeça, ao redor do focinho, olhos e orelhas, podendo atingir o corpo inteiro com a progressão da doença. Observam-se lesões cutâneas iniciais, áreas eritematosas, pápulas e vesículas foliculares. Quando o parasitismo progride, a pele fica mais espessa e ocorre a perda de pelos, pois os ácaros escavam túneis sob a pele. Nestas áreas, a sarna causa um grande número de pequenas protuberâncias, do tamanho de grãos de areia que dão sensação de aspereza ao toque. Embora incomum, há relatos na literatura de infecções por S. scabiei em gatos. Os ácaros da sarna sarcóptica podem infectar humanos, mas os não penetram a pele para se multiplicar, ocasionando apenas uma erupção papular vermelha e coceira que desaparece dentro de algumas semanas (MONTEIRO, 2017).

3.7.4 Sarna otodécica

A sarna de ouvido, causada pelo ácaro Otodectes cynotis, é altamente prevalente e contagiosa entre os animais, manifestando-se com sintomas como prurido intenso, otite e possíveis infecções secundárias bacterianas. A anatomia do conduto auditivo é complexa, dividida em orelha externa, média e interna, cada uma desempenhando funções específicas na audição e equilíbrio do animal. O ácaro, ao infestar o conduto auditivo, causa danos significativos, incluindo inflamação e aumento da produção de secreção ceruminosa, além de sensibilização do hospedeiro. O diagnóstico é crucial e pode ser realizado por meio de anamnese detalhada e métodos como inspeção direta com otoscópio e exame citológico do cerúmen. O tratamento inclui a limpeza adequada do conduto auditivo para remover secreções e debris, seguida pelo uso de terapias tópicas contendo agentes antibacterianos, antifúngicos e, em alguns casos, acaricidas. A ivermectina é uma opção terapêutica eficaz contra o O. cynotis, sendo administrada por via oral, parenteral ou tópica. Assim, a identificação precoce e o tratamento adequado da sarna otodécica são essenciais para prevenir complicações graves e melhorar a qualidade de vida dos animais afetados (CAMPOS; FREITAS; GOMES, 2019).

3.7.5 Sarna demodécica

A sarna demodécica é ocasionada pelos ácaros do gênero Demodex sp. Estes ácaros vivem na derme, nos folículos capilares e nas glândulas sebáceas, onde se alimentam de células epiteliais. As fêmeas põem ovos nesses locais, onde as larvas eclodem após alguns dias. Estes passam para o estágio de pupa que é chamado de protoninfa e depois deutoninfa; então a diferenciação ocorre em machos ou fêmeas, que vão direto à superfície da pele para copular (fase de contaminação). Após a cópula, fêmeas vivas (já fecundadas) e machos de volta ao folículo piloso. O folículo pode romper-se e os ácaros podem deslocar-se para outros órgãos, como o fígado e os linfonodos,porém não causam danos nessas áreas (MONTEIRO, 2017).

Nos cães, o aparecimento da doença não está relacionado à presença do ácaro, mas sim à imunidade, afetando geralmente filhotes com idades entre 3 e 6 meses e animais imunodeprimidos, pois a multiplicação descontrolada do ácaro promove lesões nos folículos e glândulas sebáceas na pele (PATEL; FORSYTHE, 2011).

O ácaro causa alopecia na cabeça, ao redor dos olhos e sob as pernas, além da formação de crostas e manchas vermelhas e intensa queda de pelos. O tratamento é feito com produtos tópicos à base de cetoconazol e clorexidina a 2%, podendo ser necessário o uso de antibióticos por via oral para tratar infecções secundárias (SPEGIORIN; DURLO, 2019).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados desta revisão permitiram concluir que as dermatopatias podem ser causadas por uma variedade de fatores, incluindo alergias, parasitas, predisposição genética, ambiente, dieta e estão distribuídas em adquiridas, imunológicas, bacterianas, parasitárias, fúngicas, neoplásicas, psicogênicas e desordens de ceratinização. Ressalta-se que as dermatopatias representam uma parcela significativa dos casos atendidos em clínicas de pequenos animais e que a pele exposta dos cães e gatos os torna mais suscetíveis a essas condições. Foram abordadas diversas dermatopatias, fornecendo informações sobre causas, sintomas, diagnóstico e tratamento.

Além disso, a importância do diagnóstico preciso, baseado na história clínica, sinais observados e exames complementares, é enfatizada para o tratamento eficaz das dermatopatias em animais de estimação. A abordagem multidisciplinar, envolvendo veterinários especializados em dermatologia, é fundamental para o manejo adequado dessas condições e para garantir o bem-estar e a saúde da pele dos cães e gatos.

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1 Médica Veterinária, Universidade Federal do Piauí, Bom Jesus, Piauí, Brasil
2 Mestrando em Ciência Animal, Universidade Federal do Piauí, Teresina, Piauí, Brasil
4 Graduando em Medicina Veterinária, Centro Universitário Santo Agostino, Teresina, Piauí, Brasil
5 Médica Veterinária, Universidade Federal do Pará, Santarém, Pará, Brasil
3 Graduando(a) em Medicina Veterinária, Universidade Federal do Piauí, Bom Jesus, Piauí, Brasil