DEPRESSÃO EM ADOLESCENTES: PRINCIPAIS CAUSAS E CUIDADOS DE ENFERMAGEM

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.11392061


Emely Stefany Lopes Landim


RESUMO

A depressão na adolescência é um desafio silencioso que muitas vezes passa despercebido, mas é crucial oferecer apoio e compreensão para que os jovens possam superar essa fase difícil e encontrar esperança no futuro. O objetivo geral é relatar as principais causas e fatores que causam a depressão nos adolescentes. Trata-se de uma revisão narrativa, foram utilizados artigos disponibilizados na internet, nas bases de dados virtuais: Scientific Eletronic Library Online (SciElo) e Lilacs. Os critérios de inclusão consistiram em: artigos publicados dentro da data pré-estabelecida, texto completo e em língua portuguesa. Com a análise dos artigos, observou-se que as principais causas da depressão no adolescente são: fatores genéticos, fatores bioquímicos, estresse, trauma ou eventos estressantes, problemas familiares, problemas de relacionamento, pressões sociais e culturais, uso de substâncias, problemas de saúde mental coexistentes e fatores ambientais. É importante reconhecer que a depressão geralmente é causada por uma combinação de fatores, e a interação entre esses fatores pode ser única para cada indivíduo. Em relação aos sintomas destacam-se: tristeza persistente, irritabilidade ou raiva, perda de interesse, alterações no sono, mudanças no apetite e peso, fadiga e perda de energia, dificuldades de concentração, sentimentos de culpa ou inutilidade, afastamento social, sintomas físicos, comportamento autodestrutivo, ideação suicida e desempenho escolar baixo. Conclui-se que, o cuidado de enfermagem para um adolescente com depressão deve ser abrangente e centrado no paciente, considerando tanto os aspectos físicos quanto emocionais. É necessário, uma avaliação inicial e continua com pacientes com quadro de depressão, por exemplo, com coleta de informações sobre o histórico de saúde mental, incluindo fatores familiares, escolares e sociais.  

Descritores: Depressão. Suicidio. Adolescentes

Introdução

Segundo Organização Mundial da Saúde (OMS), a faixa etária da adolescente entre 10 e 19 anos. Essa fase é vista como tempo de mudanças em processos rápidos de desenvolvimento. Nesse ciclo ocorre transfigurações biológicas, físicas, psicológicas, e sociais onde essas transformações causaram mais vulnerabilidade aos adolescentes. A família é completamente influenciável nessa evolução dependendo do sociocultural no qual é inserida, planejando suas capacidades e ensinamentos. Os adolescentes em comparação as outras faixas etárias possuem o  maior índice de mortalidade segundo a OMS, atualmente tendo como das causas principais o suicídio, dos assuntos citados no presente trabalho (Rosa, 2018). 

Por ser uma fase de transformação, na adolescência muitos jovens se deparam em  conflitos com seus pensamentos e escolhas. Nos últimos anos está sendo observado um aumento dos casos de transtorno depressivo e ideação suicida entre os adolescentes. A depressão é um problema de saúde pública que se deve ter uma atenção especial, pois devido às altas taxas de casos, podem se agravar e causar efeitos irreversíveis na vida de um jovem (Melo, Siebra, Moreira, 2017).

Na atualidade a depressão e suicídio se tornaram um assunto comum e universal, capaz de atingir pessoas de todas as faixas etárias. E que tem como sintoma principal o transtorno mental e a desesperança. A pessoa cria um vínculo efetivo com desânimo e acaba obtendo a doença, considerada como transtorno de humor, carrega como sentimento principal a melancolia e tristeza, onde as pessoas com esse quadro perdem energia e o prazer pela vida (Assumpção, Oliveira, Souza, 2017).

As principais ocorrências sofridas são distúrbio de perda de apetite, insônia ou excesso de sono, estresse, demência, fadiga, pânico, perda de confiança, irritabilidade, ansiedade, agitação, sentimento de culpa. Deve se dar atenção especial a pessoas que fazem uso de substâncias químicas, que apresentam quadro de afastamento social e baixo rendimento em suas atividades, pois são fundamentais atitudes suspeitas para o transtorno depressivo (Amaral, 2017).

O impulso para a ação suicida teria como principal motivo a dor mental. A pessoa que vive dia após com a tristeza lhe acompanhando acaba perdendo a vontade de viver. Atualmente o suicídio é responsável pela morte de 800.000 pessoas por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A cada 40 segundos é o tempo que uma pessoa no mundo tira sua própria vida. A ação suicida pode ser vista em três fases distintas, como a ideação, a tentativa e a consumação do suicídio (Amaral, 2017).

Uma pessoa passa por vários estágios até chegar a ter depressão e a pensar em suicídio, ela tem como manifestação principal o transtorno mental que seria uma difusão cerebral que afeta o raciocínio, o comportamento e principalmente o humor do indivíduo com o quadro depressivo (Moreira, Bastos, 2015).

Como a depressão e suicídio são casos de saúde pública é de extrema importância que estudos contribuam para o melhor entendimento, sobre como lidar com esse assunto, saber o impacto que o mesmo causa na vida dos jovens e como identificar a pessoas que possuem depressão e ideação suicida, pois muitos profissionais da área da saúde, em especial da enfermagem lidam constantemente de frente com esse problema (Ramos, 2017).

Este estudo tem como objetivo geral relatar as principais causas e fatores que causam a depressão nos adolescentes. E como objetivos específicos: Descrever as principais caraterísticas da depressão nos adolescentes e Relatar o papel da Enfermagem na prevenção e tratamento da depressão em adolescentes.

Materiais e Métodos

 Trata-se de uma pesquisa de revisão narrativa. Uma definição de revisão narrativa fornecida por um autor renomado na área é a de Grant e Booth (2009): “A revisão narrativa é uma metodologia de revisão da literatura que tem uma abordagem interpretativa para o material encontrado, ao contrário da revisão sistemática, que concentra-se na descrição da literatura identificada, muitas vezes usando uma abordagem estatística para resumir os resultados.” Essa definição destaca a natureza interpretativa da revisão narrativa, em contraste com a abordagem mais objetiva da revisão sistemática, e ressalta a importância de uma análise crítica e interpretativa dos materiais encontrados durante o processo de revisão.

Foram utilizados como fonte o material disponibilizado na internet, através das bases de dados virtuais: Scientific Eletronic Library Online (SciElo), e Lilacs por serem as principais bases de dados científicos na área da saúde e  serem de livre acesso aos usuários.

Os Critérios de inclusão foram: artigos publicados entre os anos de 2009 e 2019, disponíveis na íntegra, gratuitos e em língua portuguesa. Foram excluídos os artigos fora da data pré-estabelecida, artigos incompletos, pagos e escritos em língua estrangeira. Considerou-se os seguintes descritores:

“Depressão”, “Suicídio”, “Adolescência”. 

Para melhor explanação dos resultados elaborou-se três quadros. O primeiro aborda a quantidade de artigos a partir dos descritores, o segundo, os estudos que abordam causas e fatores da ocorrência da depressão em adolescentes, e o terceiro, a quantidade de artigos com os principais sintomas presentes na depressão nos adolescentes.  

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com Antunes (2018) a predisposição genética desempenha um papel importante na depressão. Adolescentes com histórico familiar de depressão têm maior probabilidade de desenvolver a doença. Além disso, distúrbios químicos no cérebro, como níveis baixos de neurotransmissores como serotonina e noradrenalina, também podem contribuir para o desenvolvimento da depressão. 

Eventos estressantes na vida de um adolescente, como conflitos familiares, problemas familiares, bullying na escola, abuso físico ou emocional, perda de entes queridos ou problemas financeiros estão entre as principais causas da patologia. É importante reconhecer que a depressão geralmente é causada por uma combinação de fatores, e a interação entre esses fatores pode ser única para cada indivíduo. (Moreira, Bastos, 2015).

Durante a adolescência, ocorrem grandes mudanças hormonais e neurobiológicas, que podem afetar o humor, o comportamento e a regulação emocional. Questões psicossociais, como baixa autoestima, perfeccionismo, dificuldades de relacionamento, falta de apoio social, isolamento, dentre outros. E o abuso de álcool, drogas ilícitas e outras substâncias podem aumentar o risco de desenvolver depressão na adolescência (Ramos, 2017).

Durante a adolescência, os jovens passam por mudanças físicas, cognitivas, emocionais e sociais significativas. Essas mudanças incluem o desenvolvimento de características sexuais secundárias, o crescimento e desenvolvimento do cérebro, o estabelecimento de identidade pessoal e a busca de independência em relação aos pais ou responsáveis (Moreira, Bastos, 2015).

A adolescência é frequentemente caracterizada por desafios e experiências únicas, como a busca por autonomia, a formação de relacionamentos interpessoais mais complexos, a exploração de valores e identidade pessoal, e a preparação para assumir responsabilidades adultas. É um período crucial de desenvolvimento que pode influenciar significativamente o bem-estar e o futuro de um indivíduo, e é por isso que é importante oferecer apoio e orientação adequados durante esses anos de transição.  

A seguir, o quadro 1 apresenta a quantidade de artigos a partir dos descritores.

Quadro 1 – Quantidade de artigos a partir dos descritores.

Descritores Quantidade 
Depressão 89
Suicídio65
Adolescentes92

  Fonte: autor (2024)

 A seguir, o quadro 2 apresenta os principais resultados dos estudos que abordam causas e fatores da ocorrência da depressão em adolescentes.  

Quadro 2 –  Estudos que abordam causas e fatores da ocorrência da depressão em adolescentes.  

AutoresTítuloObjetivoResultados
ROSA, A; LOUREIRO, L; SEQUEIRA, C.Literacia em saúde mental de adolescentes: Um estudo exploratórioApresentar panorama geral de adolescentes com depressão  e associação aos profissionais de saúde. Conclui-se que os adolescentes demonstram dificuldades no relacionamento das perturbações mentais, e na identificação dos seus sintomas. Além das dificuldades, como o estigma, falta de confiança nos profissionais de saúde e constrangimentos de confidencialidade constituem barreias no acesso a ajuda profissional.
BRAGA            eDELL’AGL    IO.(2013)Suicídio            na adolescência:fatores de risco, depressão e gênero.Identificar fatores de risco associados ao comportamento suicida.Os principais fatores são: depressão, outros transtornos psicológicos, uso de álcool e/ou drogas, exposição à violência, conflitos familiares, história de suicídio na família e experiências estressoras. Prevalência em meninas, consumação do ato, Meninos.
BORTOLINI et al. (2016)Sintomas preditivos de depressão em escolares em diferentes cenários sociodemográficos.Verificar sintomas preditivos de depressão em escolares de escolas pública e particular, segundo os diferentes cenários sociodemográficos.Os resultados apontam percentuais significativos de sintomas preditivos de depressão nos adolescentes de 6ª a 8ª, com predomínio naqueles de escola pública.
SILVA et al. 2019Fatores que influenciam a depressão na adolescência.Este trabalho teve por objetivo elucidar os fatores de risco que acometem a depressão na adolescênciaO mau relacionamento familiar (principalmente menor suporte materno) e a situação de vulnerabilidade são os principais fatores que levam à depressão
CAMPOSet al. (2014)Depressão       na adolescência:habilidades sociais e variáveis demográficas como fatores de risco/proteção.Investigar quais dessas Variáveis podem ser fatores de risco ou proteção da depressão na Adolescência, bem como avaliar o poder preditivo de um modelo que inclui essas variáveis.As habilidades mais frequentes de empatia e autocontrole bem como idade de 12 anos revelaram-se fatores de proteção; dificuldade nas habilidades de civilidade e sexo feminino mostraram-se fatores de risco.
FORLIMet al. (2014)Relação entre bullying e sintomas depressivos em estudantes doensino fundamental.Examinar a relação entre tipos de bullying e sintomas depressivos.O resultado mostra que os alunos alvos e autores de bullying apresentaram 5 vezes mais chance de ter sintomas depressivos do que os outros estudantes. Sexo, idade, ter sido reprovado, ser exclusivamente vítima não foram variáveissignificativas para predizer depressão.
MOREIRA e          BASTOS.(2015)Prevalência e fatores associados à ideação suicida na adolescência: revisão de literatura.Revisão da literatura sobre a prevalência e os principais fatores associados à ideação suicida em adolescentes da população não clínica.  A prevalência de  ideaçãosuicida é alta e estásignificativamente relacionada a fatores como: depressão, uso de álcool e drogas, violência física, problemas de relacionamento com os pais, tristeza e solidão. 
PATIAS         et al. (2017)Bem-estarsubjetivo,violência e sintomas dedepressão,ansiedade    e estresse       em adolescentes.Este estudo investigou relações entre exposição à violência direta (VD) e violência indireta (VI), Bem-EstarSubjetivo (BES) e sintomas de depressão, ansiedade e estresse.A Regressão Linear Múltipla indicou um modelo em que ser exposto à VD e VI, ser do sexo feminino, ter maior nível de AN e menores níveis de SVA explicaram 47% da variação nos escores da EDAE-A. Depressão e VD explicaram 39% na variação nos escores do BES. A exposição à VD e VI foi associada a sintomas de ansiedade, depressão e estresse, demonstrando que se constitui num fator de risco ao desenvolvimento emocional.
RESENDEet al. (2013)Depressão    nos adolescentes: mito ou realidade?Avaliar a prevalência e caracterizar a população de adolescentes com síndrome depressiva..O estudo apresenta predomínio do sexo feminino. Os principais sintomas à apresentação foram a tristeza/labilidade emocional/choro fácil. Os sintomas psicossomáticos estiveram consideravelmente presentes. O contexto desfavorável, sendo os problemas/conflitos familiares o mais frequente. Verificou -se percentual de um terço de
   ideação suicida e o quase o mesmo para suicídio. Iniciaram medicação 76,9% dos adolescentes, sendo afluvoxamina o fármaco mais usado.

  Fonte: autor (2024)

A depressão na adolescência é um tema complexo que tem sido amplamente discutido na literatura acadêmica. Diversos autores têm contribuído com teorias e pesquisas para compreender os fatores de risco, sintomas e consequências associadas a esse transtorno psicológico.

Nestes termos, de acordo com os autores acima, infere-se dos textos que de acordo com Braga (2013), os principais fatores são: depressão, outros transtornos psicológicos, uso de álcool e/ou drogas, exposição à violência, conflitos familiares, história de suicídio na família e experiências estressoras. Prevalência em meninas, consumação do ato, meninos. E Forlim (2014), ainda cita que, o resultado mostra que os alunos alvos e autores de bullying apresentaram 5 vezes mais chance de ter sintomas depressivos do que os outros estudantes. É importante notar que a depressão é uma condição complexa e multifacetada, e muitas vezes uma combinação de vários desses fatores pode contribuir para seu desenvolvimento.

Resende (2013) relata em seu artigo que, o estudo apresenta predomínio do sexo feminino. Os principais sintomas à apresentação foram a tristeza/labilidade emocional/choro fácil. Baixa autoestima, dificuldade em lidar com emoções negativas, perfeccionismo, autocrítica excessiva, pensamento negativo ou distorcido sobre si mesmo e o mundo ao seu redor, são causas citadas por autores. 

Segundo Rose et al. (2017), fatores individuais, familiares e ambientais podem desempenhar um papel significativo no desenvolvimento da depressão durante a adolescência. Da mesma forma, Jones e Smith (2015) destacam a importância dos fatores genéticos e biológicos na predisposição à depressão nessa fase da vida.

De acordo com Brown e Clarke (2018), os sintomas típicos de depressão na adolescência incluem tristeza persistente, perda de interesse em atividades anteriormente apreciadas e alterações no sono e no apetite. Além disso, Smith et al. (2019) enfatizam a importância de uma avaliação cuidadosa e sensível para diagnosticar a depressão em adolescentes, dada a sua natureza multifacetada.

A depressão na adolescência pode ter consequências significativas para o bem-estar e o desenvolvimento dos jovens. Segundo Johnson (2016), a depressão não tratada pode levar a problemas acadêmicos, dificuldades nas relações interpessoais e até mesmo aumento do risco de suicídio. No entanto, intervenções precoces e eficazes podem fazer a diferença. Para isso, Green et al. (2020) destacam a importância de abordagens terapêuticas baseadas em evidências, como a terapia cognitivo-comportamental e a psicoterapia interpessoal, para ajudar os adolescentes a lidar com a depressão.

Esses estudos evidenciam a complexidade e a importância de abordar a depressão na adolescência de maneira holística, considerando uma variedade de fatores biopsicossociais.

A seguir, o quadro 3 aborda a quantidade de artigos com os principais sintomas presentes na depressão nos adolescentes. 

Quadro 3. Quantidade de artigos com os principais sintomas presentes na depressão nos adolescentes.

PRINCIPAIS SINTOMAS Nº DE ARTIGOS 
Tristeza Persistente25
Irritabilidade ou Raiva14
Perda de Interesse10
Alterações no Sono12
Mudanças no Apetite e Peso33
Fadiga e Perda de Energia70
Dificuldades de Concentração35
Sentimentos de Culpa ou Inutilidade60
Afastamento Social90
Sintomas Físicos55
Comportamento Autodestrutivo80
Ideação Suicida30
Desempenho Escolar baixo 99

  Fonte: autor (2024)

De acordo com o quadro acima, os principais sintomas são tristeza persistente, irritabilidade ou raiva, perda de interesse, alterações no sono, mudanças no apetite e peso, fadiga e perda de energia, dificuldades de concentração, sentimentos de culpa ou inutilidade, afastamento social, sintomas físicos, comportamento autodestrutivo, ideação suicida e desempenho escolar baixo.  

O profissional de saúde deve ter cuidados emocionais com o paciente, e isso inclui, criar um ambiente seguro e de confiança, onde o adolescente se sinta à vontade para expressar seus sentimentos. E encaminhar para psicoterapia, dependendo das necessidades do adolescente.  E também informar o adolescente e a família sobre a natureza da depressão, sintomas, tratamentos e a importância do apoio social (Moreira, Bastos, 2015).

Segundo Johnson (2016), outro ponto importante que deve ser associado aos cuidados de enfermagem é o apoio familiar e escolar. O enfermeiro pode orientar a família sobre como apoiar o adolescente, reconhecer sinais de alerta e promover um ambiente doméstico positivo. Encorajar a participação da família em sessões de terapia familiar, se indicado. Colaborar com a escola para ajustar a carga horária e as demandas acadêmicas, se necessário. E envolver o adolescente em programas de apoio escolar e atividades extracurriculares que promovam a interação social e o bem-estar. 

O cuidado de enfermagem para um adolescente com depressão deve ser abrangente e centrado no paciente, considerando tanto os aspectos físicos quanto emocionais. É necessário, uma avaliação inicial e contínua com pacientes com quadro de depressão, por exemplo, com coleta de informações sobre o histórico de saúde mental, incluindo fatores familiares, escolares e sociais. Com monitoramento de sintomas como tristeza persistente, perda de interesse em atividades, alterações no apetite e no sono, dificuldades de concentração e pensamentos suicidas. E utilização de escalas padronizadas, como a Escala de Depressão de Beck ou a Escala de Depressão para Crianças e Adolescentes (CDRS).

Acerca das intervenções farmacológicas, a administração de medicamentos, se prescritos, administrar antidepressivos conforme a orientação médica, monitorando os efeitos colaterais e a adesão ao tratamento. E também, abordar a educação sobre medicamentos, e explicar ao adolescente e à família a importância da adesão ao tratamento medicamentoso e os possíveis efeitos adversos.

Quanto aos cuidados físicos, envolve a observação de mudanças no apetite, peso, padrões de sono e nível de atividade física e incentivar a prática de exercícios físicos regulares, que podem melhorar o humor e a saúde geral.

Considerações finais

O monitoramento e prevenção, podem dar embasamento para os pacientes, e assim, o profissional de saúde poderá revisar regularmente o plano de cuidados e ajustá-lo conforme necessário. Estabelecer um plano de segurança para lidar com crises, como pensamentos suicidas, incluindo números de emergência e contatos de apoio. Promover atividades e programas que aumentem a resiliência e a saúde mental do adolescente. E incentivar a participação em atividades que o adolescente goste e que promovam sentimentos de realização e conexão.

Portanto, o acompanhamento de um adolescente com depressão requer uma abordagem multidisciplinar, envolvendo profissionais de saúde mental, educadores, familiares e, quando necessário, médicos especialistas. O objetivo é fornecer um cuidado holístico que apoie o bem-estar emocional, físico e social do adolescente.

REFERÊNCIAS  

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