DE SONHADORES A SOBRECARREGADOS: ESTRESSE E SAÚDE MENTAL NO CONTEXTO ACADÊMICO

FROM DREAMERS TO OVERWHELMED: STRESS AND MENTAL HEALTH IN THE ACADEMIC CONTEXT

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202511061118


Lorhanny Gabrielly David Rabelo1
Gabriele Campos de Almeida2
Orientadora: Profa. Me. Larissa Isaura Gomes3


RESUMO

Este trabalho tem como objetivo compreender a relação entre estresse e adoecimento psíquico em estudantes universitários, por meio de uma pesquisa bibliográfica. Foram analisados estudos nacionais e internacionais que abordam os principais fatores de risco associados ao sofrimento mental no ensino superior, bem como as possíveis contribuições da Psicologia na promoção da saúde mental nesse contexto. Os achados revelam que a sobrecarga acadêmica, as demandas psicossociais, a insegurança vocacional, o isolamento social, as dificuldades financeiras e o estigma relacionado à saúde mental estão entre os principais fatores de risco. Os indicadores mostram alta prevalência de sintomas como ansiedade, depressão e ideação suicida entre estudantes, o que evidencia a urgência de estratégias institucionais e preventivas. Nesse cenário, a Psicologia se apresenta como área fundamental, oferecendo ações de acolhimento, escuta qualificada, orientação profissional, grupos terapêuticos e apoio à formulação de políticas institucionais inclusivas. A literatura analisada indica que a atuação psicológica contribui significativamente para a redução do sofrimento psíquico dos discentes e para a promoção de ambientes acadêmicos mais saudáveis. Conclui-se portanto que, a Psicologia, enquanto ciência e profissão, agrega para as realidades discentes encontradas tendo o compromisso de fomentar espaços de conversação que instiguem a criação de serviços, ações e projetos que contribuam dentro da referida pauta.

Palavras-chave: Saúde Mental; Estresse Acadêmico; Psicologia; Ensino Superior; Adoecimento psíquico.

ABSTRACT

This study aims to investigate the relationship between stress and mental illness in university students through bibliographic research. National and international studies addressing the main risk factors associated with mental distress in higher education were analyzed, as well as the potential contributions of Psychology to promoting mental health in this context. The findings reveal that academic overload, psychosocial demands, career insecurity, social isolation, financial difficulties, and stigma related to mental health are among the main risk factors. Indicators show a high prevalence of symptoms such as anxiety, depression, and suicidal ideation among students, highlighting the urgent need for institutional and preventive strategies. In this context, Psychology presents itself as a fundamental field, offering welcoming actions, qualified listening, professional guidance, therapeutic groups, and support for the formulation of inclusive institutional policies. The analyzed literature indicates that psychological intervention contributes significantly to reducing students’ mental distress and promoting healthier academic environments. In conclusion, Psychology, as both a science and a profession, plays a significant role in addressing students’ realities, upholding the commitment to promote dialogical spaces that encourage the development of services, initiatives, and projects contributing to the aforementioned theme.

Keywords: Mental Health; Academic Stress; Psychology; Higher Education; Mental Illness.

1. INTRODUÇÃO   

O adoecimento psíquico dos estudantes universitários tem implicações de longo alcance (Moretti et al., 2017). Além de prejudicar o rendimento acadêmico e deflagrar a possibilidade do aumento dos índices de evasão escolar, o impacto sobre a saúde mental pode perpetuar-se ao longo da vida, dificultando a inserção no mercado de trabalho e comprometendo o desenvolvimento pessoal (Moretti et al., 2017). Pesquisas como a de Moretti et al. (2017), mostram que estudantes com transtornos psíquicos têm maior propensão a desenvolver doenças crônicas, como distúrbios de ansiedade e depressão majoritária, o que compromete a qualidade de vida e a produtividade a longo prazo. Portanto, torna-se urgente a implementação de estratégias de prevenção e intervenção que possam mitigar esses efeitos. E a Psicologia, assume nesse cenário, posição estratégica para instigar ações, serviços e projetos direcionados para esta demanda.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2024), saúde mental refere-se a um bem estar no qual o indivíduo desenvolve suas habilidades pessoais, consegue lidar com os estresses da vida, trabalha de forma produtiva e encontra-se apto a contribuir com a comunidade.

A saúde mental significa um socius saudável, qualidade de vida de modo geral, pois implica emprego, satisfação no trabalho, vida cotidiana significativa, participação social, lazer, qualidade das redes sociais, equidade, entre outras dimensões da vida (OMS, 2024). Por mais que se decrete o fim das utopias e a crise dos valores, não se pode escapar, o conceito de saúde mental vincula-se a uma pauta emancipatória do sujeito, de natureza inapelavelmente política (Almeida et al., 1999).

A fase universitária é uma etapa de transição crucial na vida de muitos estudantes, nesse período, enfrentam múltiplas demandas, tanto no campo do desenvolvimento acadêmico quanto no pessoal e social (Lima et al., 2019). A pressão para alcançar um desempenho acadêmico elevado, combinada com a necessidade de adaptar-se a um novo ambiente e equilibrar responsabilidades financeiras e sociais, cria um cenário propício ao desenvolvimento de estresse crônico (Câmara et al., 2024).

A exposição contínua a esses fatores pode resultar em consequências negativas para a saúde mental dos universitários, manifestando-se em transtornos psíquicos como ansiedade, depressão e burnout (Câmara et al., 2024). Nesse contexto, compreender as dinâmicas do estresse e seus efeitos sobre a saúde mental torna-se imprescindível para a formulação de intervenções eficazes.

O conceito de estresse, introduzido por Hans Selye (1956), refere-se à resposta inespecífica do organismo diante de estímulos internos e externos, sejam eles positivos ou negativos. No ambiente universitário, essa resposta é intensificada pela constante pressão por desempenho e pela necessidade de adaptação a um novo ciclo de vida. Segundo Dias et al. (2019), o estresse não é apenas uma resposta fisiológica, mas uma interação entre as demandas do ambiente e os recursos individuais para lidar com essas demandas. A forma como o estudante avalia e enfrenta essas pressões pode determinar o impacto emocional e psíquico. A literatura contemporânea indica que, sem a adoção de estratégias adequadas de enfrentamento, o estresse crônico pode evoluir para o adoecimento psíquico (Lima et al., 2019).

A saúde mental dos estudantes universitários é um tema de crescente preocupação global, constituindo uma demanda de saúde pública. Segundo a Organização Mundial da Saúde (2024), em um estudo conduzido em parceria com a Iniciativa Mundial de Saúde Mental entre Estudantes Universitários (WMH-ICS), aproximadamente um terço dos calouros universitários relataram sintomas de algum transtorno mental, com a depressão e a ansiedade sendo os transtornos mais prevalentes. Fatores como a pressão acadêmica, o afastamento das redes de apoio social e as incertezas sobre o futuro contribuem para o aumento da vulnerabilidade à saúde mental nessa fase da vida (Auerbach et al., 2018). 

Embora muitas instituições de ensino superior tenham implementado programas de apoio psicológico, esses ainda são insuficientes para atender à demanda crescente de estudantes em sofrimento psíquico (Gomes et al., 2023). A oferta limitada de serviços de suporte, aliada à persistência do estigma associado à busca por ajuda psicológica, dificulta o acesso dos estudantes às intervenções adequadas (Gomes et al., 2023). A ausência de uma rede de apoio mais robusta e eficiente revela uma lacuna importante na promoção da saúde mental no ambiente universitário, tornando-se fundamental investigar novas abordagens e metodologias para lidar com essa problemática.

O adoecimento psíquico entre estudantes universitários tem se tornado uma preocupação crescente em virtude do aumento de casos de ansiedade, depressão, estafa emocional e ideação suicida (OMS, 2024). As múltiplas exigências do ensino superior, associadas à sobrecarga acadêmica, insegurança profissional, isolamento social, dificuldades financeiras e ausência de suporte institucional adequado, favorecem o desenvolvimento de quadros de sofrimento mental que comprometem a permanência e o desempenho dos discentes (Câmara et al., 2024).

Nesse cenário, a Psicologia surge como um campo fundamental para compreender os determinantes do estresse acadêmico e propor estratégias de cuidado. Justifica-se, portanto, a realização desta pesquisa pelo seu potencial de contribuir para a promoção da saúde mental no ambiente universitário e para a formulação de práticas mais humanizadas e preventivas nas instituições de ensino.

O objetivo geral deste estudo é compreender a relação entre o estresse e o adoecimento psíquico no contexto universitário, com foco nos fatores de risco e nas possíveis contribuições da Psicologia para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e suporte à saúde mental dos estudantes. Para alcançar tal finalidade, os objetivos específicos são: identificar os principais fatores de risco associados ao estresse acadêmico e ao adoecimento psíquico entre estudantes universitários; analisar os impactos do sofrimento mental na trajetória acadêmica, pessoal e social dos estudantes; discutir as possibilidades de intervenção psicológica no ambiente universitário, considerando ações de acolhimento, prevenção e políticas institucionais de cuidado; e apontar estratégias baseadas na Psicologia que favoreçam a promoção da saúde mental e a permanência qualificada no ensino superior.

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de natureza bibliográfica. A seleção do material foi realizada entre março de 2024 e abril de 2025, com base em produções acadêmicas em língua portuguesa e inglesa, disponíveis nas bases SciELO, PePSIC, BVS e Google Acadêmico. Foram considerados artigos científicos, livros, dissertações, relatórios institucionais e documentos técnicos publicados entre 2015 e 2025, com exceção dos autores clássicos, que ultrapassam a temporalidade aqui recortada. 

Os descritores utilizados para a busca foram: estresse acadêmico, saúde mental, ensino superior, Psicologia e adoecimento psíquico. Os critérios de inclusão envolveram produções que tratassem dos fatores de risco, impactos e intervenções relacionados ao sofrimento psíquico no ensino superior. O material foi analisado de forma exploratória, seletiva e interpretativa, visando à identificação de categorias temáticas que possibilitassem compreender o fenômeno e subsidiar propostas de intervenção.

2. UNIVERSIDADE, FAMÍLIA E TRABALHO: O DESAFIO DO EQUILÍBRIO

A transição da vida escolar para a universitária é, para muitos jovens, um marco na conquista da independência, mas também um momento desafiador, caracterizado por um processo crítico de adaptação (Costa et al., 2016). O período universitário é marcado por transformações pessoais, profissionais e acadêmicas (Gomes et al., 2023). Neste contexto, os estudantes vivenciam uma série de desafios que envolvem o desempenho acadêmico, e o equilíbrio entre as diversas esferas de suas vidas, como a família e o trabalho.

Cada uma dessas esferas apresenta demandas próprias, que muitas vezes entram em conflito, afetando tanto o bem-estar do estudante quanto sua capacidade de se desenvolver plenamente durante sua formação acadêmica (Costa et al., 2016). A conciliação entre essas dimensões torna-se um grande desafio, uma vez que, no cenário atual, a pressão por resultados positivos em todos esses campos é cada vez mais intensa (Gomes et al., 2023).

A vida universitária, é uma fase de adaptação a novas responsabilidades. Muitos estudantes deixam suas casas e assumem uma nova identidade, agora como universitários, e devem enfrentar a constante pressão por desempenho acadêmico, e lidar com questões psicossociais, como a adequação a um novo ambiente e a gestão de relações interpessoais mais complexas (Gomes et al., 2023).

Esses desafios, embora promovam crescimento, também impõem uma série de tensões. A pressão por conseguir conciliar todos os aspectos da vida acadêmica, as expectativas de suas famílias e as exigências do mercado de trabalho têm gerado um impacto significativo na saúde mental dos universitários, com reflexos diretos em sua qualidade de vida e no rendimento acadêmico (Câmara et al., 2024).

Segundo os estudos de Leitão (2017), a família, como um dos pilares de apoio ao estudante, pode funcionar tanto como uma fonte de suporte quanto de pressão. Para muitos, as expectativas familiares em relação ao sucesso acadêmico e à rapidez com que o estudante se integra ao mercado de trabalho são intensas e podem provocar autocobrança e adoecimento psicológico no discente (Leitão, 2017). 

A responsabilidade em casa pode ser uma fonte adicional de estresse (Câmara et al., 2024). Muitos universitários se veem na posição de precisar ajudar com as finanças familiares ou até mesmo cuidar de membros mais velhos ou crianças, o que gera uma sobrecarga de tarefas (Leitão, 2017). Essa dinâmica familiar, se não for adequadamente compreendida e gerida, pode se tornar uma fonte de ansiedade, dificultando ainda mais a adaptação do estudante à vida universitária e comprometendo sua saúde mental (Leitão, 2017).

Por outro lado, o trabalho, que é uma realidade para muitos universitários, apresenta uma outra camada de complexidade. A necessidade de se manter financeiramente durante os estudos, seja por meio de estágios, empregos de meio período ou integral, formal ou informal, impõe uma carga adicional de responsabilidades (Niquini et al., 2015). A jornada dupla entre os estudos e o trabalho frequentemente resulta em uma agenda apertada e exaustiva (Niquini et al., 2015).

Neste contexto, muitos estudantes acabam priorizando o trabalho em detrimento da vida acadêmica, o que pode levar ao comprometimento de seu desempenho e à perda de oportunidades de aprendizado (Niquini et al., 2015). O desgaste físico e emocional que acompanha essa sobrecarga pode gerar efeitos adversos na saúde mental do estudante, incluindo estresse crônico, ansiedade e até mesmo sintomas depressivos (Leitão, 2017).

Este cenário de múltiplas responsabilidades reflete uma realidade que muitos estudantes enfrentam diariamente, a busca pelo equilíbrio entre as demandas da vida acadêmica, as expectativas familiares e a necessidade de trabalho. No entanto, essa balança nem sempre é fácil de alcançar, e os impactos na saúde mental desses estudantes podem ser negativos. 

Estudos como o de Leitão (2017), Niquini et al. (2015) e Gomes et al. (2023), apontam que a sobrecarga de tarefas e responsabilidades está diretamente relacionada ao aumento dos níveis de estresse e adoecimento psíquico, o que evidencia a necessidade de se compensar as políticas de apoio aos universitários. Isso inclui desde a oferta de serviços de saúde mental nas universidades até a criação de estratégias que promovem a gestão do tempo e a conciliação entre estudo e trabalho (Niquini et al., 2015).

Em face do cenário atual, torna-se cada vez mais urgente discutir formas de oferecer suporte adequado a esses estudantes, levando em consideração a diversidade de suas experiências e desafios. Sob o ponto de vista de Gomes et al. (2023) as universidades, enquanto espaços de formação, precisam ser mais do que locais de ensino acadêmico. Devem ser também ambientes que compreendam as necessidades emocionais e sociais de seus alunos. 

Programas de acolhimento psicológico, atividades de gestão de estresse e estratégias para facilitar a conciliação entre trabalho e estudo são algumas das abordagens que podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos estudantes (Niquini et al., 2015).  É essencial que as famílias, a sociedade e as instituições de ensino se unam para apoiar os jovens na busca por uma formação acadêmica equilibrada, que permita o seu desenvolvimento pessoal sem comprometer sua saúde mental (Leitão, 2017).

3. SOB PRESSÃO: INDICADORES DE SAÚDE MENTAL NO AMBIENTE ACADÊMICO

O estresse é definido como a resposta do corpo ao incômodo físico e emocional, capaz de perturbar o equilíbrio interno e levar a mecanismos disfuncionais nas esferas cognitiva e comportamental (Moretti et al., 2017). Ele engloba uma série de reações desencadeadas por situações desafiadoras, como demandas acadêmicas, que podem impactar o bem-estar e o desempenho de um indivíduo (Moretti et al., 2017).

O desempenho acadêmico se refere à performance e aos resultados dos alunos em ambientes educacionais, influenciados por vários fatores, incluindo níveis de estresse, carga de trabalho e circunstâncias pessoais (Lima et al., 2019). É um aspecto crucial da etapa educacional dos alunos, refletindo sua capacidade de atender aos requisitos acadêmicos e se destacar em seus estudos (Lima et al., 2019).

A relação entre estresse e desempenho acadêmico é complexa, com pesquisas indicando que altos níveis de estresse podem afetar negativamente a capacidade dos alunos de se concentrar, reter informações e tomar decisões de forma eficaz (Moretti; Hübner, 2017). Isso pode levar à diminuição do desempenho acadêmico e impedir o sucesso geral dos alunos em seus empreendimentos educacionais (Moretti; Hübner, 2017).

Estressores acadêmicos, como exames, prazos de cursos e pressões de carga de trabalho, foram identificados como contribuintes significativos para os níveis de estresse entre estudantes universitários (Moretti et al., 2017). E podem afetar a saúde mental dos alunos, levando a sintomas de ansiedade, depressão e esgotamento, que por sua vez afetam seu desempenho acadêmico e bem-estar (Moretti et al., 2017).

As estratégias para gerenciar o estresse e melhorar o desempenho acadêmico incluem a implementação de serviços de apoio à saúde mental, a promoção de um equilíbrio saudável entre vida profissional e pessoal e o fornecimento de recursos para o gerenciamento do estresse e mecanismos de enfrentamento (Lima et al., 2019). Ao lidar com os estressores de forma eficaz e apoiar o bem-estar mental dos alunos, as universidades podem criar um ambiente propício ao sucesso acadêmico e ao crescimento pessoal (Moretti et al., 2017).

A saúde mental de estudantes universitários tem emergido como uma preocupação global e estratégica para a promoção do bem-estar e do desenvolvimento humano segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – Instituto Internacional para o Ensino Superior na América Latina e nas Caraíbas (UNESCO-IESALC, 2024). De acordo com dados de 2021, mais de 60% dos estudantes do ensino superior nos Estados Unidos relataram ao menos um transtorno mental, representando um aumento de quase 50% em relação aos dados de 2013 (UNESCO-IESALC, 2024).

Os dados são expressivos na América Latina, no Chile, 45% dos estudantes manifestaram sintomas de ansiedade, 46% de depressão e 53% de estresse, indicando uma sobreposição de condições que afetam diretamente o desempenho acadêmico (UNESCO-IESALC, 2024). No Brasil, estudos evidenciam um cenário igualmente preocupante. Uma pesquisa realizada em oito universidades federais de Minas Gerais revelou que 59,7% dos estudantes apresentam sintomas de ansiedade, sendo que quase 34% enfrentam quadros severos, interferindo na frequência às aulas e no rendimento acadêmico (Guia da Faculdade, 2024).

Um estudo conduzido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com 767 estudantes universitários identificou que 41,2% apresentaram níveis extremamente graves de ansiedade, 30,2% níveis extremamente graves de depressão e 26,2% níveis extremamente graves de estresse, refletindo o impacto significativo das desordens emocionais no contexto pós-pandêmico (Marinho, 2025).

A Fundação Oswaldo Cruz, por meio do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), tem desempenhado papel de destaque na formação científica e na promoção de ações integradas à saúde pública e à educação (IOC, 2025). Em seus cursos, especialmente na pós-graduação, são relatados desafios significativos quanto ao sofrimento emocional dos estudantes, incluindo sentimentos de solidão, insegurança quanto ao futuro profissional e diagnósticos tardios de transtornos como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) (IOC, 2025).

A revisão sistemática de Campbell et al. (2022) identificou fatores de risco recorrentes para o adoecimento mental entre universitários, incluindo experiências adversas na infância, identidade LGBTQIA+, diagnóstico de autismo e falta de engajamento com atividades acadêmicas e sociais. A pesquisa, baseada em 31 estudos do Reino Unido, também revelou que estudantes com baixos níveis de literacia em saúde mental apresentam maior dificuldade em identificar sintomas e buscar ajuda especializada (Campbell et al., 2022).

O estigma cultural sobre saúde mental é apontado como uma das principais barreiras ao acesso aos serviços psicológicos. Mesmo quando os serviços estão disponíveis, muitos estudantes evitam utilizá-los por medo de julgamento ou desconhecimento sobre sua existência (Campbell et al., 2022). A Unesco-Iesalc (2024), reforça que a ausência de metas específicas voltadas ao bem-estar estudantil nos planos educacionais agrava essa realidade, sendo que apenas 26% dos países de alta renda incluem objetivos explícitos de saúde mental em seus planos de ensino superior.

A pandemia de COVID-19 provocou um agravamento desse cenário. Dados revelam que 75% dos estudantes universitários no Canadá consideraram que a pandemia piorou suas condições emocionais preexistentes, fato também constatado em países latino-americanos (UNESCO-IESALC, 2024). O isolamento social, a suspensão de atividades presenciais e a sobrecarga acadêmica foram os principais fatores associados ao aumento de quadros de ansiedade, depressão e ideação suicida (Campbell et al., 2022).

Apesar dos desafios, boas práticas institucionais na América Latina têm se destacado. A Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, adota uma abordagem interseccional e transcultural no acolhimento psicológico, considerando identidade racial, de gênero e classe social na formulação de estratégias de cuidado (UNESCO-IESALC, 2024). A Pontifícia Universidad Católica de Chile promove campanhas massivas de conscientização e oficinas de psicoeducação para combater o estigma e aumentar o conhecimento sobre saúde mental (UNESCO-IESALC, 2024).

Iniciativas complementares incluem investimentos em infraestrutura e ambiente universitário. Em universidades da China, por exemplo, a presença de espaços verdes foi associada a melhorias na saúde mental e no desempenho acadêmico dos estudantes (UNESCO-IESALC, 2024). A criação de salas sensoriais, uso de fones de ouvido com cancelamento de ruído e flexibilidade nos formatos de avaliação são apontadas como medidas eficazes para estudantes com TEA, ansiedade ou transtornos sensoriais (UNESCO-IESALC, 2024).

A formação docente também desempenha papel central. Em instituições como a Universidade da Califórnia, Irvine (EUA), e a Mahidol University (Tailândia), são ofertados programas de capacitação para que professores identifiquem sinais de sofrimento psicológico e encaminhem os estudantes aos serviços adequados (UNESCO-IESALC, 2024). No Brasil, o IOC integra ações de extensão e aproximação com a comunidade, como o programa “IOC+Escolas”, que promove educação em saúde e divulgação científica em escolas públicas, fortalecendo o vínculo entre ciência, educação e bem-estar (IOC, 2025).

4. A PSICOLOGIA COMO POSSIBILIDADE DE CUIDADO: DESAFIOS E RECURSOS PARA A SAÚDE MENTAL UNIVERSITÁRIA

A Psicologia, enquanto ciência e profissão voltada ao cuidado da saúde mental, possui papel estratégico na promoção do bem-estar psíquico de estudantes universitários, contribuindo de forma significativa para a prevenção, diagnóstico e enfrentamento dos fatores que conduzem ao adoecimento mental (Barros et al., 2020). Essa atuação se materializa em diversas frentes, desde o acolhimento clínico até a formulação de políticas institucionais inclusivas e sensíveis às especificidades da comunidade acadêmica (Gomes et al., 2023).

Um dos principais eixos de atuação da Psicologia no ensino superior diz respeito aos serviços de apoio psicológico oferecidos pelas instituições, frequentemente vinculados a clínicas-escola ou setores de assistência estudantil (Alves et al., 2020). Esses serviços promovem escuta qualificada, acolhimento individual e grupal, além de ações educativas voltadas à psicoeducação e ao fortalecimento de recursos internos dos estudantes (Alves et al., 2020). Tais espaços têm se mostrado eficazes na redução de sintomas ansiosos, depressivos e relacionados ao estresse acadêmico (Souza et al., 2022).

A implementação de oficinas temáticas e grupos terapêuticos é outro recurso amplamente utilizado pelos profissionais da Psicologia (Leitão, 2017). Nessas modalidades de intervenção, são trabalhadas competências emocionais, como habilidades sociais, manejo da ansiedade e regulação emocional, que auxiliam na adaptação acadêmica e no enfrentamento de situações de crise (Leitão, 2017). Tais estratégias favorecem o desenvolvimento do autoconhecimento e da autonomia dos estudantes, reforçando fatores protetivos à saúde mental (Alves et al., 2020).

A atuação do psicólogo também se estende à orientação profissional, auxiliando estudantes em processos de escolha ou reavaliação de sua trajetória acadêmico-profissional. Muitos casos de sofrimento psíquico estão relacionados à indecisão vocacional ou à sensação de inadequação ao curso escolhido, o que torna a orientação uma ferramenta preventiva e restauradora (Alves et al., 2020). Ao favorecer a reflexão sobre expectativas, valores e metas de vida, a Psicologia contribui para o realinhamento do projeto de vida estudantil (Barros et al., 2020).

No campo institucional, a Psicologia pode colaborar na elaboração de políticas de saúde mental, com foco na inclusão e equidade, propondo ações que considerem os marcadores sociais da diferença, como raça, gênero, sexualidade e condição socioeconômica (Gomes et al., 2023). Nesse sentido, a abordagem interseccional adotada por algumas universidades brasileiras, como a USP, tem sido referência ao integrar questões psicossociais ao atendimento psicológico (UNESCO-IESALC, 2024). Compor espaços de análise e traçar estratégias interventivas considerando as categorias classe, raça e gênero, por exemplo, torna-se coerente com a pauta aqui exposta.

Outro aspecto relevante é a atuação da Psicologia na formação docente. Psicólogos podem oferecer capacitação a professores sobre sinais de sofrimento psíquico e estratégias de apoio, fortalecendo a rede de cuidado na instituição (Sales, 2023). Essa ação é especialmente importante diante do estigma ainda existente em torno da saúde mental, pois promove o reconhecimento precoce de sintomas e o encaminhamento adequado dos estudantes (Campbell et al., 2022).

No contexto da pandemia de COVID-19, a Psicologia ampliou suas contribuições por meio da adaptação de serviços para o formato remoto, garantindo o acesso contínuo ao cuidado mesmo durante o isolamento social (Maia et al. 2020). A escuta interessada e a contenção emocional foram essenciais para mitigar os impactos do distanciamento, da sobrecarga acadêmica e das incertezas vividas durante esse período (UNESCO-IESALC, 2024).

Para além das intervenções clínicas e institucionais, a Psicologia também atua na produção de conhecimento por meio de pesquisas que investigam os determinantes do sofrimento psíquico no ensino superior. Tais investigações subsidiam políticas públicas, fortalecem as práticas baseadas em evidências e possibilitam o aprimoramento contínuo das ações preventivas e terapêuticas (Alves et al., 2020). A produção científica brasileira tem avançado nesse campo, com destaque para estudos conduzidos por universidades públicas e institutos como a Fiocruz (IOC, 2025).

É imprescindível destacar que a promoção da saúde mental requer um trabalho integrado e intersetorial. A Psicologia, deve articular suas práticas com outros setores da universidade, como assistência social, pedagogia e gestão acadêmica, visando construir ambientes saudáveis, colaborativos e inclusivos (Gomes et al., 2023). 

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho se propôs a compreender, por meio de uma pesquisa bibliográfica, a relação entre o estresse e o adoecimento psíquico entre estudantes universitários, destacando os principais fatores de risco e as possíveis contribuições da Psicologia na promoção da saúde mental nesse contexto. Os achados evidenciam que a vida acadêmica, embora represente um espaço de crescimento intelectual e pessoal, também pode se constituir como um ambiente de vulnerabilidade emocional e psíquica, especialmente diante da sobrecarga de demandas, da insegurança vocacional, da instabilidade financeira e da fragilidade das redes de apoio institucionais.

Constatou-se que o sofrimento mental dos estudantes não pode ser interpretado como uma condição meramente individual, mas como um fenômeno multifatorial, atravessado por determinantes sociais, culturais e institucionais. A ausência de políticas efetivas de acolhimento, a persistência do estigma em relação à saúde mental e a dificuldade de acesso a serviços especializados contribuem para o agravamento desse quadro.

Diante do aqui exposto, compreende-se que a Psicologia enquanto ciência e profissão se apresenta como um campo fundamental, no cuidado clínico, na articulação de políticas públicas institucionais, na formação de redes de suporte e na construção de estratégias educativas e preventivas. Intervenções como escuta qualificada, grupos terapêuticos, orientação profissional e capacitação docente mostraram-se eficazes para mitigar o sofrimento psíquico e fortalecer os fatores protetivos na trajetória acadêmica.

Embora a literatura analisada traga contribuições relevantes sobre os impactos do estresse acadêmico e as estratégias psicológicas de enfrentamento, nota-se uma lacuna significativa na produção de dados empíricos voltados às especificidades regionais e socioculturais dos estudantes de instituições de pequeno e médio porte, como as do interior do Brasil. Há escassez de estudos que avaliem a efetividade das ações institucionais de saúde mental a partir da perspectiva dos próprios discentes.

Dessa forma, recomenda-se que futuras pesquisas explorem abordagens qualitativas e quantitativas aplicadas diretamente aos contextos universitários locais, com foco em populações vulneráveis, como estudantes de primeira geração no ensino superior, trabalhadores-estudantes e alunos que apresentam histórico prévio de sofrimento psíquico. Investigações longitudinais também podem colaborar para compreender os efeitos duradouros do estresse acadêmico sobre a trajetória profissional e a saúde emocional dos egressos do ensino superior.

Conclui-se alguns elementos importantes, a mudança do cenário atual depende do comprometimento ético e político das instituições de ensino, das políticas públicas e dos profissionais da Psicologia, no sentido de garantir um ambiente acadêmico mais humano, justo e saudável. A Psicologia, com sua capacidade técnica, ética e crítica, oferece ferramentas para que esse compromisso seja efetivado, contribuindo com a construção de uma universidade mais democrática, inclusiva e promotora de saúde integral.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA Filho N. COELHO, M. T. A.; PERES, M. F. T. O conceito de saúde mental. Revista USP, São Paulo, n. 43, p. 100-125, set./nov. 1999. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revusp/article/download/28481/30335/33252 Acesso em: 22 maio 2025.

ALVES, C. F.; TEIXEIRA, M. A. P. Construção e Avaliação de uma Intervenção de Planejamento de Carreira para Estudantes Universitários. Psico-USF, Campinas, v. 25, n. 4, p. 697-709, 2020. https://doi.org/10.1590/1413/82712020250409 Disponível em: https://www.scielo.br/j/pusf/a/rbKFqpVxJqpqgDZ3PfMLwjM/?lang=pt Acesso em: 22 maio 2025.

AUERBACH, R. P.  et al. Projeto internacional de estudantes universitários da Pesquisa Mundial de Saúde Mental da OMS: Prevalência e distribuição de transtornos mentais. Journal of Abnormal Psychology, [S.l.], v. 127, n. 7, p. 623-638, 2018. https://doi.org/10.1037/abn0000362 Disponível em: https://psycnet.apa.org/doiLanding?doi=10.1037%2Fabn0000362 Acesso em: 20 maio 2025.

BARROS, L. O.; AMBIEL, R. A. M. Instrumentos de Avaliação Psicológica em Orientação de Carreira: Análise da Produção Nacional. Psicologia: ciência e profissão, Brasília, DF, 40, e203346, 2020. https://doi.org/10.1590/1982-3703003203346 Disponível em:  https://www.scielo.br/j/pcp/a/w7sSNrFmFfKZS8mPPjZ4VMf/?lang=pt Acesso em: 21 maio 2025.

CÂMARA, S. G.; CARLOTTO, M. S. Estressores acadêmicos como preditores da síndrome de Burnout em estudantes. Revista Brasileira De Educação, Rio de Janeiro, v. 29, e290020, 2024. https://doi.org/10.1590/S1413-24782024290020 Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbedu/a/d9pY8jsZJW4QyPFVLGXJcJd/?lang=pt Acesso em: 20 maio 2025. 

CAMPBELL, F. et al. Factors that influence mental health of university and college students in the UK: a systematic review. BMC Public Health, [S.l.], v. 22, p. 1778, 2022. https://doi.org/10.1186/s12889-022-13943-x Disponível em: https://bmcpublichealth.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12889-022-13943-x. Acesso em: 22 maio 2025.

COSTA, M.; MOREIRA, Y. Saúde mental no contexto universitário. Blucher Design Proceedings, [S.l.], n. 10, p. 73-79, 2016. Disponível em: https://www.proceedings.blucher.com.br/article-details/saude-mental-no-contexto-universitario-24233 Acesso em: 15 nov. 2024.

DIAS, E. N.; PAIS-RIBEIRO, J. L. O Modelo de <em>Coping</em> de Folkman e Lazarus: aspectos históricos e conceituais. Revista Psicologia e Saúde, [S. l.], v. 11, n. 2, p. 55-66, 2019. https://doi.org/10.20435/pssa.v11i2.642Disponível em: https://pssaucdb.emnuvens.com.br/pssa/article/view/642. Acesso em: 01 out. 2024.

GOMES, L. M. L. D. S.  et al. Saúde mental na universidade: ações e intervenções voltadas para os estudantes. Educação em Revista, v. 39, e40310, 2023. https://doi.org/10.1590/0102-469840310 Disponível em: https://www.scielo.br/j/edur/a/wpFT8qpYkFN3JgWS5XD9qJD/?lang=pt Acesso em: 20 maio 2025.

GUIA DA FACULDADE. Pesquisa indica que quase 60% de universitários mineiros convivem com sintomas de ansiedade. 2024. Disponível em: https://publicacoes.estadao.com.br/guia-da-faculdade-2023/pesquisa-indica-que-quase-60-de-universitarios-mineiros-convivem-com-sintomas-de-ansiedade/. Acesso em: 22 maio 2025.

INSTITUTO OSWALDO CRUZ – IOC. Guia do Aluno 2025. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2025. Disponível em: https://www.ioc.fiocruz.br/sites/default/files/ctools/guia_do_aluno_2025.pdf. Acesso em: 22 maio 2025.

LIMA, S. O. et al. Prevalência da Depressão nos Acadêmicos da Área de Saúde. Psicologia: ciência e profissão, Brasília, DF, v. 39, e187530, 2019. https://doi.org/10.1590/1982-3703003187530 Disponível em: https://www.scielo.br/j/pcp/a/Qd5gjh8KPsf6kXVvQWFgmHp/?lang=pt Acesso em: 20 maio 2025.

LEITÃO, H. Quando a vida não vale a pena: considerações sobre o suicídio entre os jovens. Tópica: revista de Psicanálise, [S.l.], v. 10, p. 25-32, 2017. Disponível em: https://www.gpal.com.br/_files/ugd/e4268b_bc690416dd82464c841159282c5b19c5.pdf?index=true Acesso em: 15 nov. 2024.

MAIA, B. R.; DIAS, P. C. Ansiedade, depressão e estresse em estudantes universitários: o impacto da COVID-19. Estudos de Psicologia, Campinas, v. 37, e200067, 2020. https://doi.org/10.1590/1982-0275202037e200067. Disponível em: https://www.scielo.br/j/estpsi/a/k9KTBz398jqfvDLby3QjTHJ/?lang=pt Acesso em: 22 maio 2025.

MARINHO, C. A. C. Prevalência de sintomas de ansiedade, estresse, depressão e estresse pós-traumático em estudantes universitários no contexto pós-pandemia da Covid-19. 2025. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2025. Disponível em: http://hdl.handle.net/1843/82067. Acesso em: 22 maio 2025.

MORETTI, F A.; HÜBNER, M. M. C. O estresse e a máquina de moer alunos do ensino superior: vamos repensar nossa política educacional? Revista Psicopedagogia, São Paulo, v. 34, n. 105, 2017. Disponível em: https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S0103-84862017000300003&script=sci_abstract . Acesso em: 03 out. 2024.

NIQUINI, R. P. et al. características do trabalho de estudantes universitários associadas ao seu desempenho acadêmico. Educação em Revista, [S.l.], v. 31, n. 1 p. 359-381, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-4698122477 Acesso em: 15 nov. 2024.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Saúde mental: visão geral e impacto. Genebra: OMS, 2024. Disponível em: https://www.who.int/health-topics/mental-health#tab=tab_1. Acesso em: 18 out. 2024.

SALES, R. V. Guia de Acolhimento Estudantil para a Educação Superior. Brasília, DF: CAPES, 2023. Disponível em: https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/740179/2/Neiva%20Sales%20Gerioni%20-%20Produto%20educacional%20com%20ficha%20de%20avalia%C3%A7%C3%A3o.pdf . Acesso em: 22 maio 2025.

SELYE, H. O estresse da vida. Tradução: C. Lidiane Oliveira (2014). New York: McGraw-Hill, 1956. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/219155007/traducao-hans-selye. Acesso em: 18 out. 2024.

SOUZA, J. P. A. et al. (2022). Sintomas de ansiedade generalizada entre estudantes de graduação: prevalência, fatores associados e possíveis consequências. Jornal Brasileiro De Psiquiatria, [S.l.], v. 71, n. 3, p. 193-203.  https://doi.org/10.1590/0047-2085000000381 Disponível em: https://www.scielo.br/j/jbpsiq/a/phdLZspxdbSmbRtqGs5WtGh/?lang=pt Acesso em: 20 maio 2025. 

UNESCO-IESALC. Supporting the mental health and well-being of higher education students. SDG Brief, 2024. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000391501.locale=en. Acesso em: 22 maio 2025.


1Graduanda em Psicologia pela Faculdade Cidade de Coromandel (FCC). E-mail: lorhanny.003846@aluno.fcc.edu.br
2Graduanda em Psicologia pela Faculdade Cidade de Coromandel (FCC). E-mail: gabriele.003971@aluno.fcc.edu.br
3Doutoranda em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Mestre em Saúde pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU); Especialista em Psicologia Jurídica pela Universidade Cândido Mendes (UCAM/RJ); Especialista em Gestão Pública pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU);Graduada em Psicologia pela Universidade de Uberaba (UNIUBE); Coordenadora do Curso de Psicologia da Faculdade Cidade de Coromandel (FCC); Docente dos Cursos de Graduação e Pós-Graduação do Grupo Idea (FCC, FPM e FCJP). E-mail: isaura.doutoranda.ppgpsi.ufmg@gmail.com