REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10207532
Naédia do S. Moraes Nascimento
Paulo Melo da Silva
Sebastião Emanuel Barbosa da Silva
Cássia Barboza da Silveira
Fernando Costa de Souza
Orientador: Me. Elvis Geanderson Lima do Vale
RESUMO
A dança é uma arte que significa expressões gestuais e faciais através de movimentos corporais, emoções, considerada como um produto histórico e que pode ser tomada através da criatividade, seja uma criação individual ou coletiva, e se baseando no próprio corpo e nos movimentos que todo ser humano tem, junto com um modo pessoal de expressão. Diante disto, o estudo tem como objetivo geral apontar os benefícios das danças urbanas para os jovens. Tem ainda como objetivos específicos: historicizar as danças urbanas descrever os tipos de danças urbanas; e identificar as contribuições da dança urbana para os jovens. A metodologia uma utilizada foi uma revisão bibliográfica, de cunho qualitativo. A pesquisa concluiu que os jovens se reconhecem nos objetivos das danças urbanas, pois elas refletem a sua realidade social e se apresentam como instrumento de conscientização e de autoconhecimento e promove coordenação, equilíbrio, boa postura e ritmo, além de desenvolver a criatividade, criticidade e emancipação dos jovens.
Palavras-chave: Dança. Danças urbanas. Jovens.
ABSTRACT
Dance is an art that means gestural and facial expressions through body movements, emotions, considered as a historical product and that can be taken through creativity, whether an individual or collective creation, and based on the body itself and the movements that everyone human being has, along with a personal mode of expression. In view of this, the study has the general objective of pointing out the benefits of urban dances for young people. It also has the following specific objectives: to historicize urban dances to describe the types of urban dances; and identify the contributions of urban dance to young people. The methodology used was a bibliographic review, of a qualitative nature. The research concluded that young people recognize themselves in the objectives of urban dances, as they reflect their social reality and are presented as an instrument of awareness and self-knowledge and promote coordination, balance, good posture and rhythm, in addition to developing creativity, criticality and emancipation of the young.
Keywords: Dance. Urban dances. Young people
INTRODUÇÃO
A ideia mais utilizada para identificar a origem das danças urbanas como o ponto de partida, teve a sua origem nos Estados Unidos através de ritmos afro-americana influenciando e fazendo com que outros estilos de danças surgissem. Cada vez mais popular, esse movimento ganhou adeptos até mesmo no Brasil.
No Brasil ela chegou apenas na década de 1980 por meio da popularização de filmes e videoclipes de artistas norte-americanos que foram introduzidos rapidamente na cultura brasileira não só na dança, mas em outros elementos que compõem essa manifestação cultural. Desde então, o movimento ganhou mais adeptos.
Ao contrário do que se concebe no senso comum, a dança de rua não é restrita a periferia e muito menos deve ser marginalizada. A dança urbana é voz, é som, ritmo, movimento, desenvolvimento, reconhecimento, inteiração, aprendizagem e ressignificados.
Diante disto, o estudo tem como objetivo geral apontar os benefícios das danças urbanas para os jovens. Tem ainda como objetivos específicos: historicizar as danças urbanas descrever os tipos de danças urbanas; e identificar as contribuições da dança urbana para os jovens.
A defesa que aqui se apresenta é de que a dança urbana pode ser utilizada como um instrumento para a buscar o conhecimento do corpo em movimento, dentro das escolas o objetivo não é criar espetáculos nem formar dançarinos, mas sim utilizá-la da melhor forma possível para que os jovens praticantes possam vivenciar a capacidade de elaborar seus movimentos, contribuindo para construção da consciência corporal, expressão, e sua autoconfiança por meio da sua prática.
Além disso, a dança urbana não é uma atividade que se restringe apenas aos movimentos corpóreos e artísticos, em um trabalho dissociado da emoção, da consciência, da coletividade, do aprendizado e do desenvolvimento. Além disso, a dança pode ser desenvolvida em qualquer espaço.
A pesquisa possui relevância profissional, social e científica. No âmbito profissional o estudo proporcionará embasamento para uma prática segura e eficiente; e para o meio científico a investigação trará contribuições apontando o que de mais relevante foi abordado por outros pesquisadores.
1. DANÇAS URBANAS
1.1 DANÇA
A dança é uma das artes mais antigas, é composta pela complexidade de diversas movimentações e expressões corporais. Ela vem sendo desenvolvida desde a antiguidade, no período da pré-história passou a ser muito utilizada em manifestação do homem, em relação à aspectos culturais, crenças, na socialização e afins.
A dança vem desde os homens primitivos, surgiram como expressão religiosa, os primeiros ritmos foram de percussões e deste então o corpo humano passa a se movimentar de forma rítmica. Na idade média onde a igreja católica exerceu o poder no ocidente europeu a dança de rua, assim algumas prática de danças religiosas foram extintas, era permitido dançar apenas nas festas de nobres a dança de corte uma dança sem toques ou usava-se uma luva para a pratica por representar uma pratica do pecado pela igreja, passando se a repressão, as danças voltaram à cena na Europa ballet que era dançado só por mulheres os homens não praticavam quando apareciam homens era para apenas mostra os corpos bonitos e de suporte para as bailarinas (DIAS, 2016, p. 14).
Quando a dança chegou na cultura grega ela se referia a uma prática sagrada e por isso ela era praticada para fins de adoração aos deuses como uma forma de agradecimento. Nesse período histórico ela era realizada em lugares específicos, como em templos, e em outras situações, como em mortes, nascimentos, guerras entre outros. A dança era voltada para a adoração aos deuses, e com o decorrer da sua prática foi ganhando mais gestos e conjuntos de passos que hoje é conhecida como coreografias (CARBONERA, 2013).
Os negros que não morriam durante a travessia dos navios negreiros da África para os Estados Unidos eram obrigados a dançar para manterem a saúde. Já os senhores brancos dançavam valsa, polca e quadrilhas e eram imitados pelos negros com o intuito de ridicularizá-los, misturando as danças que conheciam com a visam que tinham da cultura europeia (COLOMBERO, 2017).
Com o passar dos tempos, devido às mudanças sociais a dança passou por modificações e começou a ter mais liberdade para ser expressada, devido ao crescimento da população surgiu novas culturas, isto contribuiu com que a dança formasse o surgimento de novos estilos. O Brasil sofreu influência africana, europeia e árabe que originou ritmos e passos de dança.
Carbonera (2013) classifica a dança em: dança folclórica, dança de salão, dança contemporânea, dança clássica, danças atuais e danças urbanas:
Dança folclórica: é a dança passada de geração para geração ao longo do tempo. Trata-se de uma dança tradicional e recreativa que retrata a cultura regional, suas crenças, valores trabalho e significados;
Dança de salão: é uma dança social usada em reuniões sociais e executada por pares entrelaçados e considerada recente quando comparada às demais. A valsa é o ritmo mais conhecido na dança de salão, entretanto, as diferentes regiões do Brasil possuem outros ritmos de dança de salão, como o chamamé, polca, vaneirão no Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul;
Dança Clássica: era a maior expressão artística do movimento corporal e foi utilizada para entreter as casas reais da Europa e sua nobreza em celebrações. A dança clássica é, nos dias atuais, a base para outros tipos de dança, entre ela, o Jazz, dança contemporânea, sapateado, dança oriental e o Hip Hop;
Dança contemporânea: surgiu na década de 60 com o intuito de protestar ou romper com a cultura clássica. Também chamada de erudita é uma dança de concerto executada por companhias de dança com base na improvisação e com gestos criados livremente;
Danças atuais: caracterizam-se pelas danças que a população em massa gosta de dançar. Entre as danças atuais pode-se citar o samba, axé, pagode, funk e reggae que são danças influenciadas pelas raízes africanas. Oriundas dos batuques, tambores essas danças ainda são marginalizadas, porém, são as que mais contagiam.
2.1 DANÇAS URBANAS
O surgimento deste estilo na década de 1970 nos subúrbios das cidades de Nova York e Chicago nos Estados Unidos como forma de diversão e de expressão corporal da comunidade periférica é considerado um divisor de águas, pois as danças urbanas também eram uma forma de apontar para o poder público e para a sociedade os problemas que afligiam a comunidade, tais como pobreza, drogas, violência, entre outros (DANSE, 2021).
Colombero (2017, p. 14) aponta acontecimentos que deram início a esse movimento. A segregação e perseguição aos negros nos Estados Unidos na década de 60 em que houve um embate entre este grupo e a polícia. As escolas “ou eram para brancos ou para negros, a separação também ocorria nos ônibus onde os assentos eram marcados para brancos e negros, sendo que os negros de forma alguma podiam ocupar o assento dos brancos.”
A crise de 1929 nos Estados Unidos provocada pela queda da bolsa de valores que gerou desemprego em todas as áreas, inclusive na classe artística. Como forma de garantir o sustento os artistas foram para as ruas, faziam shows noturnos e a divisão destes espaços propiciou uma troca de conhecimentos que originou novos estilos de dança e de ritmos (SANTOS, 2018).
Nesse período surgiu o Hip Hop, queapesar de não ter essa definição nesse período, representava uma manifestação social e artística. Esse estilo representava e ainda representa a voz de uma cultura desvalorizada, em que se discutia a violência, a discriminação racial e exclusão social.
Foi a partir da luta negra que nascem as danças urbanas e com isso, consequentemente, faz com que os negros tenham um espaço de destaque na história das danças urbanas. Pelo fato da mão de obra escrava norte-americana ter vindo da África, e com ela juntamente costumes e tradições, algumas marcas do povo negro, como por exemplo, a movimentação corporal, são visivelmente perceptíveis nas danças urbanas (SANTOS, 2018, p. 18).
Na década de 70, fortaleceu-se nas áreas centrais de comunidades jamaicanas, latinas e afro-americanas da cidade de Nova Iorque. Esse estilo musical conta com quatro elementos essenciais: o Rap, o DJ, a Breakdance e o Graffiti. Outros elementos culturais que caracterizam esses grupos são as vestimentas e as gírias (BONFANTI, 2019, p.5).
Segundo Piaceteli (2018), a dança urbana se espalhou para o Brasil por volta de 1980, juntamente com uma cultura midiática difundida pelas plataformas de televisão por meio de filmes, propagandas e videoclipes, influenciando a forma como as pessoas se vestem, se expressam e se comunicam. O padrão hip-hop surgiu no Festival de Dança de Joinville no Brasil em meados da década de 1990 e permanece no mundo da arte até hoje. Registros históricos mostram que o hip-hop se intensificou no Brasil por volta de 1991.
Segundo Piaceteli, (2018):
Os registros históricos revelam que haveria sido em torno de 1991 quando a dança de rua se fortaleceu no Brasil, mais especificamente, na cidade de Santos, através do coreógrafo Marcelo Cirino, o qual iniciou um processo de “abrasileirisimo” da dança de rua, em especial o Breaking – modalidade pertencente às street dances (PIACETELI, 2018, s/p).
Para Weller (2017), os jovens negros paulistas começaram a conhecer a luta contra o racismo por meio do rap criado por negros norte-americanos e, a partir dessas referências, começaram a encontrar paralelos na história de resistência dos afrodescendentes no Brasil, junto com a dança e outros elementos do hip hop, os jovens começam a buscar sua identidade e novas formas de pensar, muitas vezes relacionadas ao que viveram, suas experiências. Com essa consciência, os jovens passam a reconhecer e valorizar suas raízes, além de identificar seus valores dentro da cultura.
É possível entender que o Breakdance por ser praticado em centros urbanos e ruas pode ser definido como uma dança urbana. Para Macedo (2017, p.274) o que chamam de dança hip hop é a dança de rua, e notadamente o break. O termo Streetdance (dança de rua) também é usado, por apresentar os diferentes estilos da dança, conhecidos como Funk, Locking, Popping, Breaking, Hip Hop Freestyle, House Dance, e Krump, assim como as suas subdivisões.
Buscando compreender mais sobre as definições das danças urbanas, Fleury (2017) informa que o Locking é praticamente a primeira dança urbana é composta por movimentos rápidos, e fazendo pausas em suas posições, o dançarino que dança este estilo de dança é chamado de locke.
É factível considerar o hip hop um fenômeno mundial que possui expressões locais e que se trata de um processo heterogêneo em que “no local” é ressignificada sua matriz norteamericana. Na década de 80, os filmes de breakdance (Flashdance, Beat Street, Breakdance I e II) e vídeos clips chegam ao Brasil e acabam influenciando os jovens das periferias urbanas, ao se identificarem com as cenas de exclusão social, racial, violência policial e a realidade das gangues (DANSE, 2021).
Freestyle Hip Hop é uma forma de música Hip Hop baseada em movimentos corporais mais livres. É considerado uma das consequências do descanso tradicional. Segundo Miller, (2019), “é caracterizada pelo improviso e por um estilo agressivo, ao contrário das coreografias e da polidez das performances de uma dança sequencial.”. House Dance é outra dança urbana que incorpora outros estilos de movimento e é conhecida por sua variedade de movimentos.
A dança é marcada pela liberdade do dançarino em contato com a música é a principal característica do house, que possui movimentos bastante variados, mas com algumas características marcantes. Normalmente, o dançarino vibra a parte superior do corpo despretensiosamente, enquanto faz movimentos mais rápidos e complexos com os pés (PIMENTEL, 2020, p. 8).
Segundo Dias (2016) a chegada do movimento hip hop no brasil teve início na década de 80. A dança break foi trazida pela elite brasileira que viajava para os Estados Unidos e praticava nas casas noturnas badaladas. O estilo de dança break ao chegar no brasil começou a ser praticada em bailes Black e acabou rompendo as barreiras e passou a conquistar novos espaços como as ruas do centro de São Paulo pelos jovens da periferia. A partir da prática da dança urbana os jovens brasileiros foram incorporando hábitos, crenças e valores, construindo e apropriando-se de significados e utilizando a dança como forma de estarem inseridos na sociedade.
2. CONTRIBUIÇÕES DA DANÇA URBANA
A dança contempla uma nova proposta de ensino que abrange fundamentos da Dança-Educação e da Dança Educativa Moderna. Diferentemente das tradicionais e já conhecidas técnicas, a dança não pretende formar bailarinos, antes disso, consiste em proporcionar ao praticante um contato mais efetivo e intimista com a possibilidade de se expressar criativamente através do movimento.
A Dança-Educação é um referencial para as questões que permeiam a educação de nossos tempos, apresenta novos olhares para o ser humano, mostra o quanto ele pode criar, expressar, aprender, socializar e cooperar se educado também pela dança Aulas de dança que são um conjunto de atividades – e não o desenvolvimento de um projeto, de uma proposta curricular – proporcionam contatos dos alunos com a dança por meio da educação, são um reflexo ingênuo da contemporaneidade fragmentada e descontínua (WOSNIAK, 2010, p 29.)
Santos (2018) concorda com tal afirmação e acrescenta que que a dança possui valor pedagógico pois favorece a aprendizagem e o desenvolvimento do estudante que resulta na construção do conhecimento:
Isso nos faz refletir quanto à contribuição da dança para a educação do ser humano, que deve formar seres pensantes, capazes de estabelecer um senso crítico das coisas, além de educar corpos que consigam criar e re-significar o mundo em forma de arte, como diz a autora. Desta forma, podemos vislumbrar a importância da Dança-Educação, alijando toda forma de preconceito quanto a sua função nas questões educativas de modo geral. Isto permite a inferência de que a dança urbana em ambiente escolar quando aplicada com metodologia adequada e, principalmente com consciência pedagógica, possibilita ao educando uma formação corporal global, ampliando suas capacidades de interação social e afetiva, desenvolvendo as capacidades motoras e cognitivas (SANTOS, 2018, p. 30).
A dança urbana pode e deve ser utilizada como instrumento de crítica social para questionar valores, padrões e modismos. Como processo performativo, a dança “está ligada à estética e à plástica, podendo trabalhar não apenas com movimento, mas também com sensações e sentimentos” (CARBONERA, 2013, p. 38).
Santos (2018) destaca que ao usar a dança urbana o professor pode trabalhar a diferença entre gêneros, o domínio corporal e a ritmicidade e ainda, a diversidade cultural e os diferentes estilos. Entende-se que o domínio dos ritmos contribui para as ações do praticante no cotidiano e em suas atividades de rotina por desenvolver no estudante o domínio lógico espaço/temporal.
Dias (2016) ressalta que as aulas com dança urbana não devem priorizar movimentos corretos e a busca por perfeição impondo um padrão técnico que acaba por gerar a competitividade entre os estudantes. Seu uso como instrumento deve partir do princípio de que o movimento é uma forma de comunicação e expressão do estudante, com o objetivo de formar um cidadão crítico, responsável e participativo, capaz de se expressar em diversas linguagens.
Fleury (2017) destaca que a finalidade da dança urbana, independente do contexto, vai de encontro com os objetivos da expressão corporal, que é a conscientização de si próprio, sobre as atitudes, posturas, gestos, ações cotidianas, como das necessidades de se exprimir, comunicar, criar, compartilhar e interagir – dentro da sociedade em que se vive.
A dança enquanto exercício físico sistematizado e regular, melhora a condição física, das atividades diárias e psicológicas do indivíduo”, tornando o indivíduo praticante mais autônomo e autoconfiante. Através de sua prática possibilitamos o despertar de sentimentos e emoções, desenvolvendo capacidades como a auto expressão e o bem-estar, proporcionando prazer e diversão (DANSE, 2021).
3. METODOLOGIA
A metodologia uma utilizada foi uma revisão bibliográfica, de cunho qualitativo. Os procedimentos metodológicos foram: coleta de artigos científicos, trabalhos de outras naturezas, como trabalhos de graduação, dissertações e teses em sua integralidade. Por fim, utilizou-se o critério de leitura do resumo do artigo afim de identificar a compatibilidade com o tema desta pesquisa, sendo incluídos 13 arquivos na pesquisa.
4. ARGUMENTAÇÃO E DISCUSSÃO
Muitas pessoas não acham que as aulas de dança urbana podem ser tão eficazes quanto outros esportes para o exercício físico, mas a verdade é que na dança, tanto a mente quanto o corpo se beneficiam. Em níveis específicos de complexidade e nível, os movimentos de dança constroem os músculos do corpo, aumentam a flexibilidade das articulações, promovem a queima de calorias e melhoram a circulação sanguínea. Além disso, esse tipo de exercício favorece a liberação de endorfinas no organismo, o que leva a sensações de prazer e bem-estar (DANSE, 2021; MILLER, 2019).
Fleury (2017), Pimentel (2020) e Macedo (2019), concluíram em suas pesquisas que, devido à desigualdade de identificações dos jovens e aprendizados culturais, a formação de grupos com o foco em dança traz exterioridades admiráveis para a pesquisa nas relações que formam com seus pares, o significado que conferem à produção e consumo cultural, e o aspecto de apropriação pública foi confirmado, tendo espaço no processo de construção social.
Weler (2017), Bonfati (2019) e Dias (2016), evidenciaram que a identificação com a dança por jovens que incorporam ideologia em sistemas culturais é instantânea. Os jovens têm antecedentes de vida semelhantes a esses e estão em ambos os grupos, por isso sua identificação com a cultura e suas expressões artísticas, sendo visto como uma forma de comunicar sua realidade e lutar por seus direitos ao mundo.
O Breakdance, assim como diversos estilos de dança, na contagem de passos se inclui girar, mover-se no chão, movimentos laterais dos ombros e do tronco, e sabe-se que continua sendo um excelente treino cardio que aumenta a frequência cardíaca, estimula a circulação e ajuda na diminuição de peso (PIACETELI, 2018; PIOVESAN, 2019).
Como outras danças, o break é um exercício aeróbico de alta intensidade que resulta em uma grande perda de calorias. Além de queimar gordura, também proporciona melhor consciência corporal, pois desenvolve o equilíbrio, desafia a percepção espacial e melhora a coordenação motora (CARBONERA, 2018).
Santos (2018) e Colombero (2017), apontaram que a dança urbana é ideal para jovens que desejam desenvolver a coordenação motora, musicalidade, força, consciência corporal, expressividade, flexibilidade, entre outros benefícios. Concluiu ainda que a dança pode ser aproveitada como ferramenta que contribui para o equilíbrio emocional, fatores psicomotores são analisados, e a dança pode ser utilizada como meio de desenvolvimento motor.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização desta investigação evidenciou que as danças urbanas se apresentam como elemento fundamental para o desenvolvimento motor do jovem, sendo indissociável para o seu desenvolvimento afetivo, cognitivo, intelectual e social, bem como auxilia na ampliação das suas habilidades e competências.
Foi possível compreender que a dança é uma manifestação de grande valor em diversas culturas e em diferentes períodos históricos e ainda, demonstra a sua importância na possibilidade de construir cidadãos orgulhosos do seu pertencimento, valores, conhecimento e através de ritmos e movimentos.
Os jovens se reconhecem nos objetivos das danças urbanas, pois elas refletem a sua realidade social e se apresentam como instrumento de conscientização e de autoconhecimento. O ensino da dança não deve ser aleatório e sem objetivos, mas sim ocorrer de forma sistematizada e planejada.
Considera-se os resultados desta investigação satisfatórios uma vez que conseguiu alcançar seu objetivo ao apontar que a dança urbana promove coordenação, equilíbrio, boa postura e ritmo, além de desenvolver a criatividade, criticidade e emancipação dos jovens.
REFERÊNCIAS
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COLOMBERO. Rose Mary M. P. Danças urbanas: uma história a ser narrada. Grupo de pesquisa em Educação Física Escolar. FEUSP. 2013. p. 1-13, julho/2017.
DANSE, Yasmin. Danças urbanas. Revista Efedeportes, v 5, n 8, 2021.
DIAS. Rogério Gonçalves. Dança de rua como meio de desenvolvimento psicomotor e social das crianças na aula de educação física. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização). 29 f. Faculdade de Educação e Meio Ambiente. Ariquemes – RO. 2016.
FLEURY, Márcia Mathias Netto. Dança de rua: jovens entre projeto de lazer e trabalho. Última década, n. 27, p. 27-48. 2017.
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PIACETELI. Camila. A dança de rua no Brasil. Arte Urbana. Disponível em: <https://culturaearteurbana.wordpress.com/2013/08/07/a-danca-de-rua-no-brasil/#:~:text=Os%20registros%20hist%C3%B3ricos%20revelam%20que,Breaking%20%E2%80%93%20modalidade%20pertencente%20%C3%A0s%20street> Acesso em 01 de abr. de 2022.
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