Dra. Beatriz Cantanhede Carrapatoso (RJ)
Fisioterapeuta; Mestre; Docente do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – IFRJ.
Dra. Elisa Beatriz Braga dell’Orto van Eyken (RJ)
Fisioterapeuta; Doutora; Docente do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – IFRJ.
Dr. Bismarck Augusto Moreira da Costa (RJ)
Fisioterapeuta; Residente do HUPE – UERJ.
Dra. Nathália Cristina Oliveira de Souza (RJ)
Fisioterapeuta; Residente do IFF-FIOCRUZ.
Dra. Nayara Pereira dos Santos (RJ)
Fisioterapeuta; Residente do HUCFF- UFRJ.
CONTEXTUALIZAÇÃO: Passados cinco anos da eclosão da epidemia do vírus Zika no Brasil (2015-2016), o projeto de estimulação fisioterapêutica motora de bebês com a Síndrome Congênita intitulado “O Desenvolvimento Motor de Bebês com Síndrome Congênita Associada ao Vírus Zika”, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, enfrenta a concretude da realidade. Esta requer a superação e a resistência, das crianças e suas famílias, para viver mediante às condições crônicas e complexas de saúde no Brasil. (SÁ et al., 2019).
DESENVOLVIMENTO: A experiência deste grupo, mediante o acompanhamento do desenvolvimento desses bebês, aproxima o conhecimento já experenciado pelo atendimento de crianças com condições raras e crônicas de saúde. Os bebês estimulados, em sua grande maioria (representando 90% dos participantes), confirmaram, para a função motora, GMFCS 5. Além da classificação da função motora indicar dependência, os impedimentos primários, decorrentes das múltiplas lesões no sistema nervoso central, são evidenciados pelas anormalidades do tônus muscular, pela incapacidade da estabilidade postural e nas alterações da coordenação motora. Com o crescimento e desenvolvimento dessas crianças, os impedimentos secundários se concretizam, sendo constatadas as alterações nas amplitudes de movimento, na produção de força e desempenho. Com base no prognóstico do nível 5 faz-se o planejamento do ambiente e das tarefas/ atividades, visando a maior independência funcional. Sabe-se que a SCVZ impacta múltiplos sistemas, resultando em prejuízo severo de estruturas e funções. O impacto na independência para as atividades e participação social somente será possível com os benefícios oriundos da tecnologia (JEFFRIES et al., 2016).
CONSIDERAÇÕES FINAIS: As evidências apontam a necessidade de ações multiprofissionais que integram a esfera do cuidado e, sobretudo àquelas que adequam e disponibilizam dispositivos de auxílio. Políticas inclusivas para educação, assistência social e saúde precisam ser eficazes, visto que o perfil epidemiológico desta população é marcado pela vulnerabilidade e desigualdades já conhecidas em nosso país (LÖWY, 2019).
REFERÊNCIAS:
Sá MRC, Vieira ACD, Castro BSM et al. The need to act together in every way possible: inter-sector action in health and education for children living with the congenital Zika syndrome. Cad Saude Publica. 2019;35(12). doi: 10.1590/0102-311X00233718
Jeffries L, Fiss A, McCoy SW, Bartlett DJ. Description of primary and secondary impairments in young children with cerebral palsy. Pediatr Phys Ther.2016;28:7–14 doi: 10.1097/PEP.0000000000000221
Löwy I. Zika no Brasil: história recente de uma epidemia. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2019.