PALLIATIVE CARE: THE IMPORTANCE OF PHYSIOTHERAPY IN ADULT CANCER PATIENTS
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202410261258
Felipe Éden Souza de Oliveira1
Elcimar Cavalcante dos Santos2
Raíssa Cassupa Cabanillas3
Michaella Medgie Myrlane François Cesar4
Brenda Sá de Freitas5
Daliane Cristina dos Santos Pedroso6
Resumo
O estudo aborda sobre os cuidados paliativos voltados aos pacientes oncológicos, com ênfase nos tratamentos fisioterapêuticos. Enfatiza-se que as pessoas acometidas por câncer enfrentam muitas dificuldades, seja pelas dores causadas, seja pelas limitações físicas impostas por esta doença. Neste sentido, o presente estudo prevê a realização de uma revisão sistemática nos últimos 10 anos, considerando bases de dados como BVS, SciELO e LILACS, com 10 estudos sendo selecionados. Dentre as intervenções fisioterapêuticas que se mostraram mais recorrentes no decorrer da pesquisa, destacam-se as orientações, os exercícios passivos e ativos, bem como exercícios metabólitos. A pesquisa conclui que dentre os cuidados paliativos, a questão da fisioterapia é relevante, pois seus profissionais desenvolvem trabalhos com técnicas e métodos voltados para minorar o sofrimento dos pacientes oncológicos, propiciando a eles maior qualidade de vida, mobilidade e funcionalidade.
Palavras-chave: Fisioterapia. Câncer. Mobilidade.
1. INTRODUÇÃO
Dentre as áreas de atuação dos profissionais fisioterapeutas, destaca-se a que diz respeito ao tratamento de pacientes oncológicos. A relevância do trabalho dos fisioterapeutas na recuperação destes pacientes se dá por conta da letalidade conexa a este quadro clínico. Consiste na existênciade doenças malignas que geram um crescimento inabitual das células, podendo se espalhar pelas várias regiões do corpo humano, sendo, portanto, uma das principais causas de óbito no planeta (BURGOS, 2017).
Um dos tratamentos mais conhecidos voltados para pacientes é a quimioterapia. Todavia, é conveniente dizer que este não é o único procedimento a ser adotado para cuidar de pacientes oncológicos. A depender de cada caso, este tratamento engloba também outras situações, como, por exemplo, a realização de procedimentos cirúrgicos, bem como a feitura de radioterapia de radioterapia e tratamento fisioterapêuticos (SANTOS et al., 2017).
No contexto da fisioterapia, é necessário destacar a atuação feita pelos profissionais intensivistas, que são aqueles atuantes nas chamadas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Este departamento consiste num ambiente estressante, por conta das muitas urgências que caracterizam a rotina dos profissionais que atuam neste meio (PAIVA JÚNIOR, 2023). Neste sentido, o trabalho desenvolvido pelos fisioterapeutas voltado para pacientes oncológicos engloba a adoção de ações voltadas para o cuidado da sintomatologia dolorosa, abarcando também a aplicação de técnicas voltadas para o tratar de disfunções do tipo osteomioarticular, neurológica ou respiratória (SILVA & BELÉM, 2023).
Além disso, há a questão da atuação do fisioterapeuta no ambulatório de cuidados paliativos voltados para pacientes oncológicos (MOREIRA, FERREIRA & COSTA JUNIOR, 2012). É correto mencionar que o ambiente de trabalho nas UTI’s é caracterizado pelo elevado nível de estresse, o que acaba impactando a saúde mental dos profissionais de saúde (SILVA et al., 2024). Por sua vez, ao descrever as dificuldades enfrentadas por fisioterapeutas no combate ao novo Coronavírus, o estudo de Guimarães (2020) afirma que diante desta realidade, muitos profissionais de saúde, incluindo fisioterapeutas, acabaram desenvolvendo problemas de saúde mental por conta do elevado grau de estresse que caracteriza suas rotinas, em especial nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).
O objetivo geral do estudo consiste em elucidar sobre a relevância da assistência fisioterapêutica voltada para cuidados paliativos em pacientes oncológicos adultos. Para tanto, foram definidos os seguintes objetivos específicos:
- Abordar sobre as condições e características dos pacientes oncológicos;
- Descrever sobre a atuação fisioterapêutica voltada para pacientes oncológicos;
- Elencar as principais técnicas e métodos de Fisioterapia indicados para o tratamento de – pacientes oncológicos.
Duas razões motivaram a realização do estudo. A primeira delas é teórica e busca, por meio da realização de uma revisão sistemática, observar de que forma a atuação dos fisioterapeutas voltada para o atendimento de pacientes oncológicos está sendo retratada na literatura científica. O estudo visa não somente esta detecção, mas também identificar eventuais lacunas existentes nas produções analisadas no decurso da prática de investigação científica.
O segundo motivo que suscitou a realização desta pesquisa é prático. Consiste em verificar quais são as técnicas e métodos fisioterapêuticos mais utilizados nas produções científicas analisadas. Esta é uma forma de ampliar os conhecimentos sobre estas técnicas e métodos, bem como conhecer os contextos em que esta atuação profissional dos fisioterapeutas em pacientes oncológicos acontece.
2. PACIENTES ONCOLÓGICOS
Quando se utiliza a nomenclatura “paciente oncológico”, faz-se menção aos sujeitos acometidos por câncer, enfermidade esta que segundo Clementino et al. (2021), pode afetar de maneira significativa o cotidiano das pessoas. Isto reitera a necessidade do autocuidado no que tange a prevenção com relação ao câncer, bem como reforça o papel dos profissionais de saúde neste contexto (GUIMARÃES, 2020). Uma das razões que corroboram para os cuidados no que concerne ao câncer diz respeito aos efeitos que esta doença pode causar em seus pacientes. Este é um processo que engloba consequências muito danosas, como, por exemplo, mutilações, dores e deformidades, o que impacta não apenas no campo estético e físico, mas também a dimensão psicológica dos pacientes oncológicos (GALVÃO, SILVA & RIBEIRO, 2023).
No que se refere ao câncer é acertado afirmar que ele representa uma doença crônica, fato este que reitera o porquê desta doença ser vista como um grande desafio para a saúde pública no Brasil (GALVÃO, SILVA & RIBEIRO, 2023). Dados provenientes do Instituto Nacional do Câncer – (INCA) relatam que no ano de 2020 ocorreram ao menos 309.750.000 casos novos de câncer, de maneira que em meio a este montante, pelo menos 17.760 casos são relacionados com câncer de pulmão, traqueia e brônquio, enquanto que a parte do corpo humano conhecida como cavidade oral correspondeu a 11.200 casos no referido ano (ANDRADE et al., 2022). Com relação aos anos de 2018 e 2019, estima-se que em cada ano foram registrados 600.000 novos casos de câncer (SILVA, SANTOS & VALENTIM, 2022).
A abordagem a respeito dos pacientes oncológicos abarca a questão da queixa principal por eles relatada. Num estudo feito por Gomes e Melo (2023), faz-se menção referente à questão da dor que estes indivíduos sentem, o que deve ser avaliado na sua integralidade. Por sua vez, Rosa et al. (2024) em sua pesquisa diz que a dor oncológica deve ser tratada numa abordagem individualizada, integralizada e multidisciplinar.
Outro público cujo destaque é devido diz respeito às mulheres acometidas por câncer. Enfatiza-se que o câncer de mama é condizente com 25,4% dos casos pertinentes ao câncer em todo o mundo, sendo que no ano de 2020 foram registrados aproximadamente 2,3 milhões de novos casos, dentre os quais 684.966 destes casos findaram em óbito (GALVÃO; SILVA & RIBEIRO, 2023). No caso das mulheres, a incidência de câncer de mama afeta o campo psicológico das pacientes oncológicas, posto que os danos gerados por esta situação não se limitam apenas ao aspecto físico das mulheres com câncer de mama (ALVES et al., 2021a).
Num panorama geral, conforme dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2022a), um levantamento feito pela publicação denominada como Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil (2022) informou que entre os anos de 2023 e 2025, são esperados 704 mil novos casos de câncer no contexto brasileiro. Ainda segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2022a), entre os homens o tipo de câncer que se mostra mais frequente é o de próstata, onde são esperados no triênio 2023 – 2025 o patamar de 72 mil novos casos, sendo que há também incidências com relação aos cânceres de fígado e de pâncreas.
Independentemente da faixa etária e do gênero, convém destacar que o câncer é uma doença que se caracteriza por ser muito traumatizante para seus respectivos pacientes. Uma das principais razões para que isto aconteça reside no fato de que um dos efeitos do câncer são as mutilações físicas, as quais acabam impactando a qualidade de vida dos pacientes, impondo-os limitações (SILVA, 2020). Por conta dos efeitos lesivos que o câncer gera para os seus pacientes, enfatiza-se a necessidade de o tratamento de saúde destinado a estes indivíduos acontecer numa abordagem multidisciplinar, o que engloba o trabalho coletivo com vistas a prover um atendimento humanizado para estes pacientes (SILVA, 2020; FREITAS, GONÇALVES & MORAIS, 2016).
Neste contexto de atendimento aos pacientes oncológicos, é pertinente mencionar sobre a complexidade que é envolta a este processo. Um documento legal que ratifica isto é a Portaria n° 874, (BRASIL, 2013), a qual diz que os pacientes oncológicos se encontram acometidos por uma doença crônica, porém prevenível, mas que demanda atenção integral. Esta situação que concerne à atenção integral é correlata com a prioridade dos cuidados que são ofertados aos pacientes, bem como a necessidade de qualificação constante sobre a temática do câncer, aliado com o acompanhamento das condições sociais do paciente e seus familiares, os quais estão envolvidos numa situação delicada de finitude e morte (MENEZES, SCHULZ & PEREZ, 2012).
Diante da amplitude de consequências negativas que são provocadas pelo câncer nos pacientes oncológicos, destaca-se neste sentido o papel da equipe multidisciplinar, em especial, dos fisioterapeutas, com vistas a não somente monitorar o grau de evolução destes pacientes, bem como para a prestação de assistência fisioterapêutica que é necessária para casos de indivíduos oncológicos (MOREIRA, FERREIRA & COSTA JUNIOR, 2012).
Todavia, apesar deste tipo de recomendação presente na Portaria n° 874 (BRASIL, 2013), nem sempre essa atenção integral para pacientes oncológicos acontece na prática. Quando se menciona neste estudo a questão da equipe multidisciplinar, está se fazendo referência ao grupo de especialistas responsável por acompanhar os pacientes oncológicos. Isto reitera o porquê das relações entre estes pacientes e os profissionais de saúde deve ser a melhor possível, uma vez que a comunicação assertiva acompanhada de um atendimento humanizado corrobora para que os pacientes oncológicos se sintam melhor e bem atendidos em sua luta contra o câncer (ROSA et al., 2024).
2.1 Fisioterapia voltada para pacientes oncológicos
Além da questão das mutilações físicas (BRASIL, 2022b) que são características dos efeitos do câncer sobre o corpo dos pacientes oncológicos, é oportuno destacar a demanda que estes pacientes apresentam com relação a tratamentos fisioterapêuticos. É correto afirmar que a dor que é sentida pelos pacientes oncológicos é do tipo crônica, o que justifica a necessidade de acompanhamento por parte dos profissionais de Fisioterapia, uma vez que esta questão das dores influência na qualidade de vida destes pacientes (ROCHA & ANTUNES, 2012).
Diante dos reveses que o câncer pode gerar para o corpo dos pacientes, isto fora a questão da sensação de dor e demais queixas, a fisioterapia oncológica mostra- se adequada e necessária. Enfatiza-se que o papel do fisioterapeuta nestes casos tem a função de complementar o tratamento paliativo dado para os pacientes oncológicos. Entretanto, é conveniente destacar não somente a necessidade de atenção dos fisioterapeutas junto aos seus pacientes oncológicos, mas também o aprimoramento destes profissionais com vistas a atender com excelência pessoas que se encontram acometidas por câncer (CAVATÁ et al., 2020).
É oportuno mencionar sobre o porquê se convencionou a adoção da nomenclatura referente aos cuidados paliativos destinados para pacientes oncológicos. Isto acontece quando o paciente já se encontra num estado avançado da doença. Assim, as atenções voltadas aos pacientes oncológicos são providenciadas com vistas não somente para abreviar a dor, mas também controle de sintomas, de maneira que, mesmo em estágio terminal, os pacientes oncológicos tenham qualidade de vida (CRUZ & DANTAS, 2023).
É oportuno mencionar que não somente os fisioterapeutas, mas também os demais integrantes das equipes multidisciplinares exercem papel essencial no que se refere à atenção dada aos pacientes oncológicos. No caso específico dos profissionais de Fisioterapia, a atuação no campo da oncologia abrange desde o momento do diagnóstico, bem como pré, peri e pós-cirurgia. Além disso, os cuidados fisioterapêuticos são igualmente necessários nas situações que abarcam imunoterapia, radioterapia, quimioterapia, ou ainda, os cuidados paliativos (OLIVEIRA, MENEZES & NASCIMENTO, 2024).
Na seara da oncologia, os cuidados fisioterapêuticos englobam, a depender de cada caso, determinadas ações que são necessárias para assegurar a mobilidade do paciente. Dentre os procedimentos necessários, pode-se mencionar: a) drenagem linfática; b) exercícios respiratórios; c) mudança de decúbito; d) treinamento muscular; e) estimulação elétrica neuromuscular; f) exercícios passivos e ativos (OLIVEIRA, MENEZES & NASCIMENTO, 2024).
Um dos itens que integram os cuidados paliativos em pacientes oncológicos diz respeito à questão do controle. Silva (2019) diz que controlar significa monitorar uma determinada situação, de maneira que haja congruência entre o que é planejado e o que é entregue. No caso específico dos pacientes oncológicos, o controle da dor abarca a utilização tanto de estimulação elétrica transcutânea, bem como a utilização de eletro acupuntura, massagem terapêutica, crioterapia e cinesioterapia (SALVETTI et al., 2020).
Outro ponto a ser observado diz respeito à questão da comunicação. Por mais assertivas que sejam as técnicas em fisioterapia voltadas para pacientes oncológicos, a comunicação é necessária para que não somente haja o devido esclarecimento das ações a serem tomadas, como também para abrir um diálogo pautado na transparência e na confiança do paciente em abordar outros temas além de seus cuidados paliativos (MARCIÃO et al., 2021).
Nesta dimensão envolta nos cuidados paliativos, há de se considerar também a questão apoio aos pacientes oncológicos, uma vez que as condições impostas a estes sujeitos pelo câncer implicam em uma série de impactos na sua dimensão física, social e psicológica. É neste contexto que atuam os fisioterapeutas, de maneira que os fisioterapeutas não somente avaliam a condição dos pacientes oncológicos, mas também busca contribuir com as intervenções de forma a reduzir o impacto das complicações geradas pelo câncer nestes sujeitos (BUENO et al., 2007).
2.2 Condutas fisioterapêuticas voltadas para pacientes oncológicos
Um dos principais papéis dos fisioterapeutas no que tange a sua atuação diz respeito à recuperação do estado dos pacientes para que eles possam retornar a sua rotina de atividades. No caso específico dos pacientes oncológicos, depreende-se que a depender de cada caso dos pacientes, diversos procedimentos podem ser adotados com vistas à promoção de sua recuperação.
Um destes procedimentos é conhecido como estimulação elétrica nervosa transcutânea, conhecida pela sigla TENS. A utilização deste método é indicada para as seguintes situações: a) diminuição das dores; b) redução nas taxas de necrose dos retalhos cutâneos; c) melhora com relação a mudanças sensitivas no corpo, como, por exemplo, dormências ou câimbras, d) elevação do fluxo salivar (MATHEUS, SILVA & FIGUEIREDO, 2018). Infere- se que o TENS seja útil quanto a sua aplicabilidade, por conta do fato ser um método eficaz, considerado de baixo custo e pode ajudar na amenização do sofrimento de pacientes oncológicos (ROCHA & CUNHA, 2016).
Outra situação que pode ser trabalhada pelos profissionais de Fisioterapia em pacientes oncológicos diz respeito a massoterapia. Infere-se que a aplicabilidade desta técnica é focalizada para o alívio das dores de pacientes oncológicos, de maneira que sua execução pode ser feita com as mãos, sendo que neste processo aplica-se uma pressão sobre os chamados tecidos moles, o que, por conseguinte, proporciona aos pacientes uma sensação de bem-estar, pois os movimentos da massoterapia fazem com que o tensionamento dos músculos seja reduzido (SCHERRENS et al., 2020).
É conveniente destacar também a utilização do procedimento conhecido como cinesioterapia. Consiste num método embasado em movimentos que trabalham a questão da melhoria da resistência, da força muscular, da flexibilidade, da coordenação muscular e suplantação da fadiga (SILVA et al., 2021). O que justifica a adoção de técnicas cinesioterapêuticas, as quais se caracterizam por não terem contra indicação, posto que elas auxiliam na recuperação do condicionamento funcional dos pacientes (CAZANARO et al., 2021).
3. METODOLOGIA
O método empregado para a construção deste estudo é denominado como revisão integrativa. Consiste numa forma de verificação do estado da arte referente a um determinado assunto, sendo esta vertente metodológica muito utilizada na área da saúde. A prática deste método exige que haja a definição das bases de dados que serão utilizadas. Silva (2019) esclarece que as bases de dados são os locais recomendados pela ciência para a busca por materiais adequados que possam suprir os problemas de pesquisa.
No contexto deste estudo, foram trabalhadas as seguintes bases; a) LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde); SciELO (Scientific Electronic Library Online), c) BVS (Biblioteca Virtual de Saúde, e, d) Google Acadêmico. Ao todo, foram selecionados 15 estudos, mas destes 3 foram descartados e outros 2 foram excluídos, restando 10 produções científicas que se mostraram condizentes com os objetivos do trabalho.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados encontrados no decorrer da revisão de literatura estão exibidos logo abaixo na Tabela 1.
Tabela 1: Estudos encontrados na revisão de literatura
Autores/Ano | Tipo de Estudo | Características da Amostra | Tipos de intervenção | Principais Variáveis Analisadas | Resultados Significativos |
Alves et al. (2021b) | Estudo de caso | Analisar a qualidade de vida de pacientes oncológicos sob cuidados paliativos sob intervenções fisioterapêuticas no ambiente hospitalar | Orientações, mobilização passiva e exercícios metabólitos | Limitações por aspectos físicos e limitações por aspectos emocionais, bem como a frequência de realização das intervenções fisioterapêuticas | Redução dos sintomas oncológicos por meio dos cuidados fisioterapêuticos |
Araújo et al. (2024) | Estudo de caso | Avaliação fisioterapêutica das alterações funcionais do câncer de pulmão em pacientes sob cuidados paliativos | Diagnóstico fisioterapêutico para esclarecer as alterações funcionais resultantes do adenocarcinoma metastático e seu respectivo tratamento junto a um paciente oncológico | Redução da amplitude de movimento, bem como da complacência, retração pulmonar e sintomas como dispneia, tristeza e ansiedade, todos relacionados ao câncer de pulmão | Comprovação da eficácia da avaliação fisioterapêutica, a qual pode direcionar as condutas dos cuidados paliativos |
Bitencourt et al. (2021) | Estudo de caso | Análise do impacto da Terapia Complexa Descongestiva (TCD) no controle de sintomatologia e volume de linfedema neoplastico em paciente com câncer de mama metastático | TCD dividida em duas fases. A primeira voltada para redução do volume do linfedema, com orientações de exercícios passivos e enfaixamento compressivo. A segunda fase com o uso de braçadeira para controle do volume do linfedema. | Redução e manutenção do volume do membro onde se encontra o linfedema, como forma de melhorar a qualidade de vida do paciente | Redução e controle do linfedema, com as orientações de exercícios passivos e braçadeira para fins de controle de volume |
Costa et al. (2022) | Estudo de caso | Avaliação dos aspectos bioéticos na fisioterapia voltada para cuidados paliativos de pacientes oncológicos | Estudo junto a 11 fisioterapeutas por meio de um questionário semiestruturado | Os participantes reconhecem a relevância da fisioterapia para pacientes oncológicos. Entretanto, foram detectadas lacunas na formação prévia destes profissionais, de maneira que isso se reflete na interface deles com o paciente oncológico e seus familiares, em especial nas situações envoltas em óbito | A Bioética pode contribuir para a atuação fisioterapêutica, tornando os cuidados paliativos mais assertivos para os pacientes oncológicos |
Mendes et al. (2020) | Estudo de caso | Avaliar a relevância dos cuidados fisioterapêuticos nos cuidados paliativos para pacientes oncológicos no contexto da Covid-19 | Destaque dado aos cuidados essenciais aos pacientes oncológicos, devido ao fato de eles fazerem parte do grupo de risco da Covid-19 | Análise dos sintomas oncológicos, tais como dispneia e fadiga, bem como a aplicação de cuidados paliativos conforme o estado de saúde do paciente | A fisioterapia voltada para pacientes oncológicos é fundamental para prover maior qualidade de vida, funcionalidade e mobilidade a estes indivíduos |
Moura e Trojahn (2019) | Estudo de caso | Intervenção fisioterapêutica respiratória em paciente com neoplasia maligna do terço médio do esôfago junto a um paciente de 57 anos | Retardo respiratório em selo d’água, exercício de freno labial e exercício de soluções inspiratórios | Melhoria na pressão arterial, ausculta pulmonar, frequência respiratória e frequência cardíaca. | As intervenções fisioterapêuticas devem ser precedidas por um diagnóstico criterioso, o qual irá conduzir as ações de cuidados paliativos |
Oliveira et al. (2020) | Estudo de caso | Avaliação dos conhecimentos de 100 graduados em Fisioterapia sobre os cuidados paliativos para pacientes oncológicos | Aplicação de um questionário semiestruturado | Pouco mais da metade da população consultada demonstrou saber o que são cuidados paliativos. Mas este é um tema que não é citado nas aulas de Fisioterapia, o que se reflete no receio dos estudantes em atuar nessa área profissionalmente | Embora os cuidados paliativos em Fisioterapia sejam essenciais aos pacientes oncológicos, os estudantes consultados demonstram desconhecer essa importância, por ser este um tema pouco debatido em sala de aula |
Santana et al. (2022) | Estudo de caso | Investigar o perfil de funcionalidade e qualidade de vida dos pacientes oncológicos submetidos aos cuidados domiciliares no Distrito Federal | Aplicação de questionário semiestruturado a 7 pacientes oncológicos | Domínio Qualidade de Vida, o qual registrou 62 pontos, bem como Controle dos Sintomas, com 100 pontos. Em compensação, o item Estado Geral de Saúde registrou 5,50 pontos | Embora os pacientes oncológicos demonstrem estado positivo quanto a sua qualidade de vida e controle dos sintomas, o seu estado geral de saúde inspira maiores cuidados |
Silvani, Berlatto e Nicaretta (2020 | Estudo de caso | Observações feitas a partir de um estágio supervisionado em Chapecó, Santa Catarina | Mobilizações passivas e ativas de membros inferiores e superiores, alongamento de membros inferiores, exercícios metabólicos, retirada de leito precoce, higiene brônquica passiva e ativa, orientações de exercícios e manobra de expansão pulmonar | Como melhorias, foram observadas a manutenção da funcionalidade da paciente, redução de secreção pulmonar, melhoras na ventilação pulmonar e redução das dores | As intervenções fisioterapêuticas permitiram não só melhorar o estado de saúde da paciente oncológica, como também prevenir eventuais complicações decorrentes de seu estado de saúde |
Pinheiros e Mendes (2020) | Estudo de caso | Verificar o perfil de pacientes em cuidados oncológicos paliativos em fisioterapia na assistência domiciliar de um hospital oncológico | Análise de 76 prontuários de hospital oncológico | A maioria dos pacientes são do sexo feminino e da cor negra, com as maiores incidências sendo: a) cancêr de mama b) cancêr de pulmão, e c) cancêr de próstata | O acompanhamento destes pacientes para fins de manutenção de sua funcionalidade e mobilidade justificam os cuidados fisioterapêuticos adotados |
Fonte: Organizado pelos autores (2024).
O primeiro caso aqui apresentado é da autoria de Araújo et al. (34), com o título “Fisioterapia paliativa no adenocarcinoma metastático de pulmão: relato de caso”. Conforme explanado por Araújo et al. (34), esta pesquisa teve como cerne a avaliação das alterações no câncer de pulmão do paciente que já se encontra em cuidados paliativos (2018), no âmbito da atenção fisioterapêutica.
Com relação aos impactos do adenocarcinoma em câncer de pulmão, Araújo et al. (34) listaram os seguintes itens: a) redução da complacência; b) diminuição da amplitude dos movimentos; c) retração pulmonar. Além disso, Araújo et al. (34) também elencaram os efeitos decorrentes do câncer de pulmão, tais como: a) tristeza; b) ansiedade; c) dispneia. Tais situações reiteram a necessidade de uma atenção humanizada aos pacientes oncológicos, por conta dos reveses psicológicos que o estado oncológico gera para seus respectivos pacientes (14).
Em seu estudo, Araújo et al. (2018) reiteram a necessidade da avaliação fisioterapêutica em pacientes oncológicos no contexto dos cuidados paliativos. Nesta perspectiva, estes cuidados visam minorar a dor dos pacientes, propiciando-lhes maiores patamares de qualidade de vida, além de propiciar o auxílio quanto aos movimentos e bem estar destes indivíduos (MARCIÃO et al., 2021).
O segundo estudo aqui apresentado é assinado por Bittencourt et al. (2021), tendo por nome “Atuação do fisioterapeuta no linfedema neoplásico em paciente com câncer de mama metastático: relato de caso”. Além de mencionar sobre o elevado grau de periculosidade do câncer de mama em mulheres (ALVES et al., 2021a), esta pesquisa de Bittencourt et al. (2021) explana que o linfedema neoplásico é um desdobramento maligno do carcinoma de mama, representando a progressão desta doença.
O estudo de Bittencourt et al. (2021) foi feito com uma paciente em tratamento paliativo com presença de linfedema neoplástico localizado no membro superior homolateral. O método utilizado por Bittencourt et al. (2021) foi a Terapia Complexa Descongestiva – TCD adaptada, além de exercícios passivos acompanhados de enfaixamento compressivo. O volume do linfedema neoplástico segundo Bittencourt et al. (2021) foi reduzido sem a necessidade de drenagem linfática, processo este que demandou o uso de braçadeira compressiva para controlar o volume deste linfedema.
A terceira pesquisa aqui evidenciada é da autoria de Alves et al. (2021b), com o nome “Avaliação da qualidade de vida de pacientes oncológicos sob cuidados paliativos frente às intervenções de fisioterapia”. Conforme descrito por Alves et al. (2021b), a intenção deste estudo foi aplicar um questionário junto a pacientes oncológicos não apenas os aspectos mais limitantes de sua condição, como também detectar os procedimentos fisioterapêuticos a eles aplicados.
Segundo Alves et al. (2021b), os aspectos considerados como mais debilitantes na visão dos pacientes oncológicos foram: a) limitações físicas; b) limitações geradas por situações emocionais. No contexto das ações de fisioterapia, os pacientes indagados por Alves et al. (2021b) listaram as três condutas mais relatadas foram: a) orientação; b) mobilização passiva, e; c) exercícios metabólitos. Estas ações na visão de Alves et al. (2021b) exercem papel fundamental para que os pacientes oncológicos sob cuidados paliativos tenham mais mobilidade e qualidade de vida (CRUZ & DANTAS, 2023; MARCIÃO et al., 2021).
A próxima produção aqui destacada é da autoria de Costa et al. (37), a qual tem por nome “Aspectos bioéticos e a fisioterapia nos cuidados paliativos oncológicos”. A população consultada por Costa et al. (2022) no seu percurso investigativo foi formada por 11 fisioterapeutas, todos atuantes num hospital oncológico, os quais responderam a um questionário semiestruturado. Dentre os resultados encontrados por Costa et al. (2022), pode-se destacar: a) reconhecimento dos profissionais fisioterapeutas com relação aos cuidados paliativos em pacientes oncológicos, e; b) estas ações corroboram para que o sofrimento destes sujeitos seja abreviado, pois com maior mobilidade, estes pacientes alcançam melhores patamares de qualidade de vida (CRUZ & DANTAS, 2023; MARCIÃO et al., 2021).
Todavia, esta pesquisa de Costa et al. (2022) também detectou lacunas nas respostas dos fisioterapeutas consultados. Dentre os itens a serem destacados, pode- se mencionar, conforme os resultados apresentados por Costa e colaboradores (2022): a) falta de formação adequada dos profissionais, e; b) esta situação se reflete em dificuldades na interação e na interface com os pacientes oncológicos.
Assim, a formação continuada em saúde não somente pode ser vista como um meio para aprimorar as práticas médicas, mas também para tornar mais assertiva a abordagem junto aos pacientes, considerando a dimensão social e psicológica no contexto da fisioterapia (ALVES et al., 2021). Com relação às práticas fisioterapêuticas, Costa et al. (2022) constataram que elas dependem tanto do quadro clínico do paciente, como também da habilidade do profissional em promover as intervenções necessárias. Além disso, Costa et al. (2022) relatam sobre a relevância da bioética, em especial nas ocasiões em que o paciente oncológico vem a falecer.
Por sua vez, o estudo feito por Mendes et al. (2020) tem por nome “Atendimento fisioterapêutico ao paciente em cuidados paliativos oncológicos em tempos de pandemia por Covid-19: recomendações de uma unidade de referência”. Conforme bem pontuado por Guimarães (2020), o contexto pandêmico na área da fisioterapia foi caracterizado pela necessidade do reforço em medidas de biossegurança para evitar que os profissionais se contaminassem com o novo Coronavírus.
Como este estudo feito por Mendes et al. (2020) é de cunho orientativo, ele reitera algumas medidas essenciais quanto aos cuidados paliativos oncológicos. Enfatiza-se que pacientes com câncer são considerados como integrantes do chamado grupo de risco. Isto demanda a necessidade de acompanhamento destes pacientes, em especial aqueles que demonstram sintomas avançados de câncer, tais como dispneia e fadiga, sendo que a fisioterapia conforme Mendes et al. (2020) é essencial no que tange a funcionalidade e mobilidade de pacientes oncológicos.
No prosseguimento dos resultados, o estudo seguinte é o de Moura e Trojahn (2019), o qual tem por nome “Intervenção de fisioterapia respiratória em paciente com neoplasia maligna do terço médio do esôfago: um relato de caso”. Os atendimentos que foram observados neste estudo de Moura e Trojahn (2019) foram feitos no Hospital de Caridade e Beneficência, com um paciente de 57 anos.
Após a aplicabilidade de técnicas fisioterapêuticas, tais como o retardo respiratório em selo d’água, exercício de freno labial e exercícios de soluções inspiratórios, o paciente segundo Moura e Trojahn (2019) demonstrou melhoras. Os aspectos bem avaliados foram: a) pressão arterial; b) ausculta pulmonar; c) frequência respiratória; d) frequência cardíaca, de maneira que na visão de Moura e Trojahn (2019) as intervenções fisioterapêuticas devem ser precedidas de uma avaliação criteriosa do estado do paciente para, com base nisso, definir quais estratégias serão utilizadas visando a sua respectiva melhoria de funcionalidade.
A próxima pesquisa aqui destacada é da autoria de Oliveira et al. (2020), tendo por nome “Cuidados paliativos em oncologia: conhecimento dos acadêmicos de Fisioterapia”. Este levantamento realizado por Oliveira et al. (2020) contou com a participação de 100 acadêmicos do curso de Fisioterapia, entre agosto e setembro de 2019, por meio da aplicação de um questionário semiestruturado.
Dentre os principais resultados deste estudo de Oliveira et al. (2020), convém destacar os seguintes aspectos. São eles: a) 85% dos respondentes é do sexo feminino; b) a média de idade dos respondentes é 25,11 anos; c) 53% do público consultado demonstrou conhecer os cuidados paliativos; d) 92% da população indagada manifestou interesse em trabalhar nesta área; e) 83% dos graduandos afirmaram que a temática dos cuidados paliativos não é abordada em sala de aula, e; f) 83% dos estudantes demonstraram insegurança para lidar com pacientes oncológicos, segundo os resultados de Oliveira et al. (2020).
Assim, embora pouco mais da metade dos educandos consultados por Oliveira et al. (40) demonstrem conhecimentos sobre o que são os cuidados paliativos, nem todos se sentem preparados para a atuação nessa área. Isto se mostra conexo com o que se viu em Costa et al. (2022), cujo estudo detectou lacunas de formação junto a profissionais fisioterapeutas.
O próximo estudo aqui em evidência é assinado por Santana et al. (2022), tendo por nome “Perfil de funcionalidade e qualidade de vida de pacientes oncológicos submetidos aos cuidados paliativos domiciliares no Distrito Federal”. Na visão de Santana et al. (2022), este atendimento de pacientes oncológicos em casa foi observado em 7 indivíduos, no período entre maio e outubro de 2021, por meio da aplicação de um questionário semiestruturado.
Esta avaliação da qualidade de vida dos pacientes conforme Santana et al. (2022) foi assim avaliada por escores. O domínio denominado Qualidade de Vida registrou um escore de 62 pontos, enquanto que o escore do Controle dos Sintomas apresentou 100 pontos de escore. Entretanto, o domínio Função Física foi avaliado com 8,83 de escore e o Estado Geral de Saúde com 5,50 de resultado, o que na visão de Santana et al. (2022) são os itens que mais inspiram cuidados no acompanhamento domiciliar de pacientes oncológicos.
Já o estudo feito por Silvani, Berlatto e Nicaretta (2020) traz como título “Fisioterapia nos cuidados paliativos de paciente terminal: relato de caso”. Este relato de caso foi desenvolvido a partir de observações num estágio supervisionado numa unidade de Fisioterapia Hospitalar, mais precisamente segundo Silvani, Berlatto e Nicaretta (2020) no Hospital Regional d’Oeste de Chapecó, em Santa Catarina.
A população deste estudo de Silvani, Berlatto e Nicaretta (2020) foi formada por uma paciente oncológica. Dentre as ações fisioterapêuticas, destacam-se conforme Silvani, Berlatto e Nicaretta (2020): a) mobilizações passivas e ativas de membros inferiores e superiores; b) exercícios metabólicos; c) alongamento de membros inferiores; d) retirada de leito precoce; e) higiene brônquica passiva e ativa; f) orientações de exercícios, e; g) manobras de expansão pulmonar.
Com relação às abordagens adotadas, Silvani, Berlatto e Nicaretta (2020) relatam que as ações foram tomadas para promover maior qualidade de vida para a paciente oncológica. Assim, segundo Silvani, Berlatto e Nicaretta (2020), as benesses promovidas foram: a) manter a funcionalidade da paciente; b) redução de secreção pulmonar; c) melhoria na ventilação pulmonar; d) redução das dores. Com isso, de acordo com Silvani, Berlatto e Nicaretta (2020), foi possível não somente prevenir eventuais complicações, mas também melhorar o quadro geral de saúde da paciente oncológica observada.
O estudo feito por Pinheiro e Mendes (43) tem por título “Perfil dos pacientes em cuidados paliativos atendidos pela fisioterapia na assistência domiciliar de um hospital oncológico”. Este estudo conforme relatado por Pinheiro e Mendes (2024) se concentrou em analisar 76 prontuários de pacientes em um hospital oncológico, com vistas a detectar o perfil destes indivíduos, processo esse ocorrido entre agosto de 2018 até agosto de 2019.
Este levantamento gerou as informações necessárias ao estudo de Pinheiro e Mendes (43). Conforme os resultados encontrados por Pinheiro e Mendes (43): a) 67,11% dos pacientes é do sexo feminino; b) 60,52% dos pacientes é de cor negra; c) a faixa etária é entre 60 a 80 anos; d) 28,95% dos prontuários eram referentes a câncer de mama; e) 14,47% dos prontuários eram relacionados a câncer de pulmão; f) 10,53% dos prontuários apontavam câncer de próstata. Dentre os principais motivos para o acompanhamento fisioterapêutico, Pinheiro e Mendes (2024) destacam a funcionalidade e a mobilidade, sendo a caracterização dos pacientes oncológicos em cuidados paliativos essencial para a assertividade das intervenções fisioterapêuticas.
5. CONCLUSÃO
O estudo demonstrou que os pacientes oncológicos enfrentam muitas dificuldades no decurso de sua doença, uma vez que além das dores, há também a questão das limitações físicas que caracterizam os efeitos de quem é acometido por câncer. No caso dos pacientes considerados terminais, os cuidados fisioterapêuticos paliativos, incluídos nesta dimensão os tratamentos fisioterapêuticos, representam uma forma de amenizar o sofrimento vivido por estes pacientes, de maneira que eles tenham suas dores abreviadas e possam, na medida do possível, ter mais qualidade de vida. Nisto, reitera-se o papel dos fisioterapeutas quanto a este processo, de maneira que estes pacientes tenham mobilidade com segurança.
Além disso, reitera-se questões relevantes no campo das condutas de fisioterapia focalizadas em pacientes oncológicos. Estas ações são: a) comunicação; b) controle; c) apoio, e; d) trabalho em equipe. No que se refere ao apoio, isto engloba três dimensões: a) física; b) psicológica, e; c) social. Neste sentido, o atendimento a estes itens somado a uma atenção humanizada aos pacientes oncológicos ajuda a propiciar maior assertividade com relação aos cuidados paliativos.
Com relação aos casos aqui apresentados, chama a atenção três situações. A primeira delas diz respeito às lacunas quanto à formação dos fisioterapeutas, onde os cuidados oncológicos não recebem a atenção devida. A falta de destaque a este tema faz com que os futuros profissionais de Fisioterapia desconheçam uma relevante área de atuação, a qual poderia receber maior atenção no processo formativo de graduandos nessa área.
Há de se destacar também as condutas fisioterapêuticas, aqui representadas por orientação, exercícios metabólicos e mobilização passiva. Reitera-se a necessidade da precisão quanto ao diagnóstico dos pacientes oncológicos para, com base nisso, haver a correta atuação fisioterapêutica visando a funcionalidade destes indivíduos.
O terceiro ponto a ser mencionado diz respeito as dificuldades enfrentadas pelos fisioterapeutas com relação às intervenções junto a pacientes oncológicos. Entende-se que estes procedimentos são feitos com base no quadro geral de saúde, bem como nas dificuldades dos pacientes, somada com a expertise do fisioterapeuta. Isto reforça a necessidade de formação continuada em saúde, a qual visa melhorar o patamar de conhecimento teórico e prático dos fisioterapeutas ao lidarem com pacientes oncológicos.
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1Orientador especialista em Traumato-ortopedia e docente do Curso de Fisioterapia na Universidade Paulista – UNIP. e-mail: felipefisio902@gmail.com
2Graduando(a) do Curso de Fisioterapia da Universidade Paulista – UNIP. e-mail: cavalcante.elcimar@gmail.com
3Graduando(a) do Curso de Fisioterapia da Universidade Paulista – UNIP. e-mail: rayssacassupa@gmail.com
4Graduando(a) do Curso de Fisioterapia da Universidade Paulista – UNIP. e-mail: michafr9@gmail.com
5Graduando(a) do Curso de Fisioterapia da Universidade Paulista – UNIP. e-mail: freitasbrenda454@gmail.com
6Graduando(a) do Curso de Fisioterapia da Universidade Paulista – UNIP. e-mail: dalianecristinasp@icloud.com