COWORKING, CONCEITOS, TIPOLOGIAS E CARACTERÍSTICAS

 COWORKING, CONCEPTS, TYPOLOGIES AND CHARACTERISTICS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202502042225


Luan Gabriel Silveira Renó1


Resumo

O objetivo geral desta pesquisa é apresentar os conceitos, tipologias e características do coworking. Realizou-se um estudo exploratório, de natureza qualitativa, delineado por pesquisa bibliográfica para proporcionar uma maior abrangência da pesquisa. A escolha por esse método é devido à carência de literatura a respeito do tema, a coleta de dados ocorreu por sites, relatórios técnicos, reportagens jornalísticas e por pesquisas em campo. Trata-se de um local para empresas, profissionais e indivíduos, que buscam a troca, a partilha e o debate sobre diferentes assuntos, tornando-se o ambiente um atrativo para custo baixos, flexibilidade, acessibilidade, etc. As dificuldades identificadas podem estar relacionadas à privacidade à partilha do espaço físico, porém ressalta-se o potencial de um ambiente compartilhado.

PALAVRAS-CHAVE: ambiente de trabalho; acessibilidade; compartilhamento.

1 INTRODUÇÃO

Os coworkings são reconhecidos como ambientes de trabalho, alternativos, flexíveis, tecnológicos, sociais e com características de custo-benefício atrativas, possibilitando que usuários de startups, autônomos e empreendedores participem e compartilhem de um mesmo local para desenvolver suas atividades diárias. Assim, há a participação de diversas áreas do conhecimento em busca de uma interação social. Nesta perspectiva, o objetivo é analisar as dinâmicas de trabalho nesses ambientes, para a descrição da forma como é realizado esse trabalho e a composição destes espaços. Os espaços de Coworking possuem um alto índice de networking e socialização dos participantes, evidenciando um diferencial positivo e motivador para a população nestes espaços, além dos benefícios com a colaboração, realização de eventos e baixo custo de manutenção. A ambientação dos coworkings (o projeto de interiores e a divisão dos espaços) ganha um destaque como diferencial positivo. É possível observar que a crença de que esses espaços de trabalho são sinônimos de falta de profissionalismo vem sendo desmistificada, ainda mais com o avanço da pandemia de COVID-19, que, de certa forma, acabou por normalizar o trabalho remoto. Outro ponto levantado é a reserva das salas de reunião, sendo a prática mais realizada. O número desses ambientes vem aumentando nos últimos anos em capitais brasileiras e em cidades de médio porte.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA

HISTÓRICO, CONCEITOS E VALORES DOS ESPAÇOS COLABORATIVOS

Um ambiente de inovação tem o propósito de estimular relacionamento entre empresas, universidade, sociedade e governo, assim, gerando uma nova dinâmica para a aprendizagem, utilizando o conceito de Tríplice Hélice, em um contexto histórico, a origem das primeiras incubadoras de empresas após 50 anos, iniciou o novo movimento nos Estados Unidos a partir dos Espaços de Compartilhados (SALLES FILHO, BONACELLI e MELLO, 1999).

O termo de “coworking” originou-se por Bernie DeKoven em 1999, o qual explica que se trata de um trabalho colaborativo com computadores e outras novas tecnologias, os espaços colaborativos de modo contemporâneo e físico, utilizado para o encontro de trabalhadores independentes em um ambiente informal, uma abordagem utilizada desde 2005, sendo um espaço com movimentação, estruturação e com pouco estudo (LEFORESTIER, 2009).

Os coworking spaces são ambientes de estrutura física com gastos para a locação, mobiliário, serviços de telefone, internet, secretária e endereço comercial, contribuindo para a implementação de um ambiente networking com compartilhamento, troca de experiências para a construção de conhecimentos, participação em workshop e programas para a capacitação e habilidade em foco no atendimento ao público. (FOSTO, 2008; LEFORESTIER, 2009).

Para Huwart, Dichter e Vanrie (2012), os coworking spaces não são focados apenas no compartilhamento ou troca de experiência, mas constituem também um local para o desenvolvimento e estabelecimento da sociedade e pessoas, as quais trabalham em conjunto com o mesmo valor, missão, objetivos, etc.

Os coworking spaces são modelos de compartilhamento de espaços, mas, além disso, reúnem as pessoas no intuito de trabalharem em conjunto. Mesmo sendo de empresas diferentes, o ambiente é dividido com a finalidade de reunir profissionais liberais, estudantes, autônomos, etc., promovendo o relacionamento com os negócios, e o surgimento de ideias ou projetos (BUSSACOS, 2015).

Segundo Bussacos (2015) esses espaços podem ser estruturados, como: cadeiras baixas para interações informais e reflexivas (Espaços Fogueiras); mesas altas promovendo um espaço aberto e criativo para o trabalho de protótipos com ferramentas (Espaço de Prototipagem); sofás para aulas, reuniões e eventos, com abordagem de interações informais, flexíveis, confortáveis (Espaços de Transição); e mesas altas para a produção de atividades, participação de todos, colaboração, criatividade e visualização da produção (Espaços Atelier).

O sociólogo Oldenburg (1989) aborda a ótica dos Terceiros Lugares, na qual explica que são ambientes de encontros de grupos, (voluntários ou regulares), com uma visão dos coworking spaces. Assim, entende-se como espaços, além das residências e trabalho, partilhados com a sociedade. Este conceito ilustra a visão comum de comparar espaços de coworking com espaços como cafés, restaurantes, hotéis, aeroporto, lounges ou mesmo os espaços públicos, como caso muitas cidades que se autodenominam cidades inteligentes ou cidades criativas, compreendendo que seu espaço pode ser considerado um espaço de trabalho colaborativo.

Um equívoco comum seria de confundir os Espaços de Coworking com “telecentros”, business station, escritórios flexíveis ou com incubadoras e aceleradoras. Para Moriset (2011) os telecentros são conceituados como escritórios “drop-in”, onde o nível de interação profissional costuma ser baixo. Os escritórios flexíveis fornecem soluções de locação de escritórios, mas não buscam estabelecer qualquer prática em um ambiente colaborativo. Enquanto, as incubadoras se concentram em projetos já estruturados, e seus locatários passaram por um processo de seleção, que não é compatível com o conceito de coworking (Moriset, 2011).

Atendendo às diferentes necessidades profissionais e empresariais, bem como ao potencial para a diversidade de competências, culturas e relações geradas nestes espaços, o ambiente de trabalho é misto. Portanto, empresas com ambientes tradicionais estão implementando estruturas de coworking.

No web site da Wiki Coworking, as vantagens dos coworking, são:

a) Cooperação: a diversidade de pessoas e conhecimento;

b) Abertura: estes espaços promovem o debate para a geração de conhecimentos e ideias, con- tribuindo para a criação;

c) Comunidade: um ambiente disponível para a sociedade, estimulando sua participação para beneficiar os relacionamentos da comunidade;

d) Acessibilidade: o investimento para tornar o espaço acessível à toda população, utilizando a abordagem de feedback para desenvolver um ambiente promissor com diferentes percepções e perspectivas.

Moriset (2013) conclui que este tipo de ambiente traz diferentes benefícios, sendo essencial para as cidades, pois, traz às cidades cenários criativos, empreendedores e organizados para a vivência humana.

Figura 1: Espaço Coworking. Fonte: Pitá Arquitetura (201

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

A pesquisa objetivou descrever sobre um ambiente de inovação (coworking spaces) destinado a interação e relações da sociedade, possibilitando a construção do conhecimento do assunto a ser tratado.

Diante disso, foi observado que este tipo de ambiente apresenta diferentes transformações para a sociedade, tanto no âmbito de trabalho, quantos nos âmbitos sociais e econômicos, tornando-se essencial a necessidade da migração e formação de novos princípios da sociedade industrial à pós-industrial, por meio do compartilhamento e trocas de experientes, ideias e conhecimentos.

Os coworking spaces são ambientes físicos com abordagens tecnológicas, permitindo o desenvolvimento de negócios, através da colaboração, participação (individual e coletiva), debate, ideias, conhecimento, geração de networking, interação, organizacional, etc.

Portanto, os ambientes são uma iniciativa para a flexibilidade, acessibilidade, interação, socialização oportunidades, além de consistirem em estimulantes mentais para o desenvolvimento da economia criativa e colaborativas, visando a inovação, atualizando as práticas sociais e de negócios de uma sociedade tradicional e ultrapassada, possibilitando espaços físico gerador de facilidades estruturais para o progresso dos negócios.

4 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

O conceito de coworking revolucionou a forma como profissionais e empresas enxergam o ambiente de trabalho. A flexibilidade, a redução de custos operacionais e o estímulo à colaboração são alguns dos principais benefícios que tornam esse modelo cada vez mais atraente para freelancers, startups e até grandes empresas.

Além disso, o coworking tem se adaptado às novas demandas do mercado, incorporando tecnologias, promovendo a sustentabilidade e oferecendo espaços híbridos que atendem tanto ao trabalho presencial quanto ao remoto. No entanto, desafios como a privacidade, a personalização dos espaços e a manutenção da cultura organizacional ainda precisam ser constantemente desenvolvidos e aprimorados.

Diante das transformações do mundo corporativo e da crescente busca por ambientes que proporcionem bem-estar e produtividade, o coworking se consolida como uma solução inovadora e essencial para o futuro do trabalho. Assim, é fundamental que empresas e profissionais explorem suas potencialidades, garantindo que o espaço compartilhado continue evoluindo para atender às necessidades de um mercado cada vez mais dinâmico e conectado

REFERÊNCIAS

BACIGALUPO, Tony. Os Valores do Coworking Aberto. Wiki Coworking, 2019. Disponívelem: http://wiki.coworking.org/w/page/67817489/The%20Values%20of%20Open%20Coworki ng. Acesso em: 25 de abril de 2021.

CAMPOS, J. G. C., de Souza, J. A., Dandolini, G. A., & Lima, M. A. (2015). Direcionadores estratégicos para o mapeamento de ambientes de inovação e empreendedorismo: um estudo de caso do Projeto Pontos de Inovação – INAITEC/Pedra Branca. In: IV SPI – Seminário de Pesquisa Interdisciplinar, Florianópolis, 2015.

CASTELLS, M. (2000). A era da informação: economia, sociedade e cultura. In: A Sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra.

PINHEIRO, Philippe de Souza, Núcleo espaço de coworking, o espaço de trabalho contemporâneo e a influência do conceito colaborativo. Trabalho Final de Graduação. UFRN, Natal, 2014.

SOARES, J. M. M.; SALTORATO, P. Coworking, uma forma de organização de trabalho: conceitos e práticas na cidade de São Paulo. AtoZ: Novas práticas em informação e conhecimento, São Paulo, v. 4, n. 2, p. 61-73, 2015.

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2ª ed. Porto Alegre: Bookmam, 2001.


1 Discente do Curso Superior de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Una Campus Pouso Alegre-mail: luanreno160@gmail.com