COVID-19, RELAÇÃO DA LETALIDADE E VACINAÇÃO A PARTIR DE BOLETINS EPIDEMIOLÓGICOS DO MUNICÍPIO DE PALMAS, TOCANTINS

COVID-19, LETHALITY AND VACCINATION RATIO BASED ON EPIDEMIOLOGICAL BULLETINS FROM THE MUNICIPALITY OF PALMAS, TOCANTINS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7796529


Daniel Rodrigues Aguiar1
Júlio César Alves da Silva Filho2
Patrícia Pereira Barros Nogueira3
Paulo Henrique Silva Oliveira Rocha4
Ronyere Olegário de Araújo5


RESUMO

Introdução: na história da humanidade já se identificaram diversos patógenos com maior letalidade ou virulência quando comparados com o SARS-CoV-2, contudo o desconhecimento sobre o mecanismo patológico desse agente etiológico, que até então não havia sido registrado em humanos, bem como sua repercussão sistêmica, interações com comorbidades, formas de combate ou tratamento e alta transmissibilidade dificultam ações para o controle contra o avanço da COVID-19. Contudo com o advento das medidas adotadas como isolamento social, uso de máscaras e técnicas de antissepsia das mãos e objetos, e sobretudo da introdução da vacinação houveram alterações na relação entre internação hospitalar, que refletia o agravamento da doença com a letalidade desta. Objetivos: estabelecer um comparativo da taxa de letalidade e taxa de ocupação hospitalar entre o período de dezembro/2020 a dezembro/2022, analisar o impacto da campanha de vacinação com taxa de letalidade e taxa de ocupação hospitalar entre o período de dezembro/2020 a dezembro/2022, verificar a distribuição vacinal por grupos no município de Palmas-TO e verificar a representatividade de doses de vacina aplicadas em relação a população total estimada do município de Palmas-TO. Materiais e métodos: O presente estudo trata-se de uma pesquisa documental, retrospectiva, epidemiológica, descritiva com abordagem quantitativa, a partir de fontes secundárias disponível publicamente no endereço eletrônico: https://coronavirus.palmas.to.gov.br/boletim. Foram avaliados 38 Boletins Epidemiológicos publicados referente aos meses de Dezembro de 2020, Julho e Dezembro de 2021 e Julho e Dezembro de 2022, extraídos do site da Prefeitura Municipal de Palmas Tocantins. Resultados: até 27 de dezembro de 2022, foram aplicadas 577.675,00 doses de vacinas, sendo 4% destinadas ao grupo de pessoas entre 03 a 11 anos de idade, 8% destinadas ao grupo de pessoas entre 12 a 17 anos de idade e 88% destinadas ao grupo de pessoas maiores de 18 anos de idade. Apesar de haver aumento na Taxa de Ocupação Hospitalar a Letalidade, ou seja, o número de mortes em relação aos pacientes com a doença ativa, diminuiu após o início da campanha de vacinação no município. Portanto, há uma tendência decrescente em relação ao número de pacientes infectados que evoluem para o óbito. Conclusão: este estudo trouxe uma análise epidemiológica dos pacientes que contraíram a COVID-19 de forma detalhada e explicativa, a qual mostrou as principais variantes e suas particularidades na relação da letalidade com a vacinação a partir de boletins epidemiológicos do município de Palmas, Tocantins. Mesmo não sendo possível inferir que o uso de imunizantes foi o responsável pela redução da letalidade, o fato deste estar incluído nas ações de saúde ocasionaram uma oscilação negativa dos números de casos de óbitos, ou seja, redução destes. Contudo manteve-se positivo o número de casos, corroborando com a análise de que mesmo com a presença de ações de imunização a transmissibilidade permanece, contudo com menos potencial letal para aqueles que adquiriram a doença.

Palavras-chave: COVID-19, hospitalização, letalidade, vacinação.

ABSTRACT

Introduction: in the history of mankind, several pathogens have already been identified with greater lethality or virulence when compared to SARS-CoV-2, however the lack of knowledge about the pathological mechanism of this etiological agent, which until then had not been registered in humans, as well as its systemic repercussions, interactions with comorbidities, forms of combat or treatment and high transmissibility made it difficult to control actions against the spread of COVID-19. However, with the advent of measures adopted such as social isolation, use of masks and antisepsis techniques for hands and objects, and above all the introduction of vaccination, there were changes in the relationship between hospitalization, which reflected the worsening of the disease with its lethality. Objectives: to establish a comparison of the fatality rate and hospital occupancy rate between the period from December/2020 to December/2022, to analyze the impact of the vaccination campaign with the fatality rate and hospital occupancy rate between the period from December/2020 to December/2022, verify the vaccine distribution by groups in the municipality of Palmas-TO and verify the representativeness of vaccine doses applied in relation to the estimated total population of the municipality of Palmas-TO. Materials and methods: This study is a documentary, retrospective, epidemiological, descriptive research with a quantitative approach, based on secondary sources publicly available at the electronic address: https://coronavirus.palmas.to.gov.br/boletim . We evaluated 38 Epidemiological Bulletins published for the months of December 2020, July and December 2021 and July and December 2022, extracted from the website of the Municipality of Palmas Tocantins. Results: until December 27, 2022, 577,675.00 doses of vaccines were applied, 4% destined for the group of people between 03 and 11 years old, 8% destined for the group of people between 12 and 17 years old and 88 % aimed at the group of people over 18 years of age. Although there was an increase in the Hospital Occupancy Rate, Lethality, that is, the number of deaths in relation to patients with active disease, decreased after the start of the vaccination campaign in the municipality. Therefore, there is a decreasing trend in the number of infected patients who die. Conclusion: this study brought an epidemiological analysis of patients who contracted COVID-19 in a detailed and explanatory way, which showed the main variants and their particularities in the relation between lethality and vaccination based on epidemiological bulletins from the municipality of Palmas, Tocantins. Even though it is not possible to infer that the use of immunizers was responsible for the reduction in lethality, the fact that it is included in health actions caused a negative oscillation in the number of cases of death, that is, a reduction in these. However, the number of cases remained positive, corroborating the analysis that even with the presence of immunization actions, transmissibility remains, however with less lethal potential for those who acquired the disease.

Keywords: COVID-19, hospitalization, lethality, vaccination.

1 INTRODUÇÃO

Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei, na República Popular da China (OPAS, 2020). Sendo reconhecida como uma variante nunca identificada em humanos (OPAS, 2020), no qual o agente etiológico foi denominado SARS-CoV-2, conhecida como a COVID-19, sendo esta uma doença respiratória dentro das Síndromes respiratórias agudas graves (JÚNIOR, et al., 2022).

Em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto do novo coronavírus constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) (WHO, 2020). Com um crescente número de casos confirmados e em menos de 3 meses, vários países, incluindo o Brasil identificaram o patógeno (SOUSA, et al., 2021), a qual afetou fortemente o país, que veio a ocupar o segundo lugar no ranking de óbitos mundial, ficando atrás apenas dos Estados Unidos da América (CESAR, et al., 2021).

Na história da humanidade já se identificaram diversos outros patógenos com maior letalidade ou virulência quando comparados com o SARS-CoV-2, contudo o desconhecimento sobre o mecanismo patológico desse agente etiológico, que até então não havia sido registrado em humanos, bem como sua repercursão sistêmica, interações com outras comorbidades, formas de combate ou tratamento dificultaram ação de controle contra o avanço da COVID-19. Atualmente existem no total sete espécies de coronavírus conhecidos e originados de animais silvestres, que após sofrerem mutações, passaram a causar doenças em humanos (HCoV-229E, HcoV-NL63, HCoV-OC43 e HCoV-HKU1) (FERREIRA, et al., 2020). 

No estado do Tocantins, realizou-se a primeira reunião para início do monitoramento e detecção de rumores no dia 28 de janeiro de 2020, bem como iniciou-se a elaboração dos Planos de Contingência Estadual e Municipal para o covid-19 (DAOUD, et al., 2022). Tendo o primeiro caso de COVID-19 registrado em Palmas, na data de 18 de março, e o primeiro óbito ocorreu em 14 de abril, também na capital (DA ROCHA, 2020). 

Após o primeiro caso registrado na capital do Estado do Tocantins foi publicado o primeiro boletim epidemiológico pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) de Palmas no dia 19 de fevereiro de 2020. Vale enfatizar que os boletins epidemiológicos são um importante instrumento de vigilância em saúde, que promove a difusão de informações técnico-científicas com o intuito de nortear os projetos da saúde pública (BRASIL, 2020a). O monitoramento epidemiológico é de extrema importância justamente como uma forma de se elaborar previsões e demonstrar o padrão dessa doença emergente (RAFAEL, 2020). 

Nesse ínterim objetivou-se estabelecer um comparativo da taxa de letalidade e taxa de ocupação hospitalar entre o período de dezembro/2020 a dezembro/2022, analisar o impacto da campanha de vacinação com a taxa de letalidade e taxa de ocupação hospitalar entre o período de dezembro/2020 a dezembro/2022, verificar a distribuição vacinal por grupos no município de Palmas-TO e verificar a representatividade de doses de vacina aplicadas em relação a população total estimada do município de Palmas-TO.

2 METODOLOGIA

O presente estudo trata-se de uma pesquisa documental, retrospectiva, epidemiológica, descritiva com abordagem quantitativa, a partir de fontes secundárias disponível publicamente no seguinte endereço eletrônico: https://coronavirus.palmas.to.gov.br/boletim. Foram avaliados 38 Boletins Epidemiológicos publicados referente aos meses de Dezembro de 2020, Julho e Dezembro de 2021 e Julho e Dezembro de 2022, extraídos do site da Prefeitura Municipal de Palmas Tocantins (Tabela 1). Foram aplicadas, utilizando o Microsoft Excel, análises descritivas do tipo frequências absolutas e relativas para a geração das informações apresentadas nos gráficos.

Tabela 1 – Boletins Epidemiológicos utilizados 

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O primeiro caso da COVID-19 no Estado do Tocantins foi registrado em Palmas, como informa o boletim epidemiológico do Estado (Figura 1), com uma progressão de registros nos principais polos do Estado, como Araguaína, Gurupi e Paraíso (BESSA e LUZ, 2020). A taxa de incidência no Estado do Tocantins era de 1,46 casos por 100 mil habitantes (SES-TO, 2020) e no Brasil era de 7,63% casos por 100 mil habitantes (BRASIL, 2020b).

Com a rápida disseminação, a taxa de incidência do Estado superou a taxa do país, fechando em 831,18 casos por 100 mil habitantes em Araguaína (BESSA e LUZ, 2020). Tendo no dia 19 de agosto de 2020 a capital ultrapassados os registros de Araguaína, tornam-se novamente o epicentro da doença (BESSA e DA LUZ, 2020). Contudo vale ressaltar que cidades como Palmas e Araguaína têm aeroporto, ocasionando uma proliferação e contágio maior da COVID-19 em vista das pessoas vindas de outras regiões do país ou até mesmo do exterior (NETO, et al., 2021).

Figura 1 – Boletim Epidemiológico do estado do Tocantins com registro do primeiro caso de COVID-19. 

Fonte: https://central.to.gov.br/download/103040

Na data de 20 de janeiro de 2021 o município de Palmas-TO deu início a campanha de vacinação contra a COVID-19, na Unidade de Saúde da Família da Arno 61 (503 Norte), conforme noticiado pelo G1-Tocantins. Assim, através do Gráfico 1 observa-se uma queda na Taxa de Letalidade após o início da campanha de vacinação e uma oscilação na Taxa de Ocupação Hospitalar.

Gráfico 1 – Comparativo de Taxa de Letalidade e Ocupação Hospitalar no município de Palmas – TO 

Observa-se que apesar de haver aumento na taxa de ocupação hospitalar a letalidade, ou seja o número de mortes em relação aos pacientes com a doença ativa, diminuiu após o início da campanha de vacinação no munícipio. Portanto, há uma tendência decrescente em relação ao número de pacientes infectados que evoluem para o óbito. 

Para Pizzichini, Patino e Ferreira (2020) um fator preponderante para que haja essa disposição de letalidade quanto às regiões de saúde deve-se ao fator socioeconômico que acaba englobando a saúde e o aparato para essa área social. No Estado do Tocantins a região denominada Capim Dourado, por exemplo, que se encontram as principais redes hospitalares e clínicas do estado do Tocantins, concentradas principalmente em Palmas, apresentou uma letalidade de 1% (Gráfico 2), bem inferior quando comparada a regiões de saúde com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), como Bico do Papagaio (1,60%), seguido pela Ilha do Bananal (1,57%) e Amor perfeito (1,55%) (JÚNIOR, et al., 2022) (Gráfico 2). Contudo a mesma região manteve com alta taxa de incidência (Gráfico 3).

Gráfico 2 – Letalidade segundo região de saúde, dados acumulados. Tocantins, 2020- 2022

C:\Users\Usuario\Downloads\Letalidade Segundo Região de Saúde.png

Fonte: Integra saúde, COVID-19, Tocantins

Gráfico 3 – Incidência segundo região de saúde, dados acumulados. Tocantins, 2020- 2022

C:\Users\Usuario\Downloads\Incidência Por Região de Saúde (por 100 mil Hab.).png

Fonte: Integra saúde, COVID-19, Tocantins

Por outro lado a taxa de letalidade varia de acordo com as políticas de prevenção e controle implementadas, a abrangência das testagens e as capacidades do sistema de saúde, além de ser influenciada pelo avanço do conhecimento epidemiológico e clínico acumulado (EL-AZIZ E STOCKANDA, 2020). Em março de 2021, o governo brasileiro buscou adotar à Covax Facility, dez meses depois, quando as tratativas internacionais estavam em fase final, a partir disso a imprensa internacional e brasileira descreveu esse episódio como uma adesão tardia (DA PAZ SILVA FILHO, et al., 2021). 

Em busca de reduzir a disseminação desse vírus e acabar com a pandemia, cientistas ao redor do mundo trabalharam em busca do desenvolvimento de vacinas eficientes e seguras em tempo recorde para combater o patógeno (DE SÁ VILELA FILHO, et al., 2022). Visto que a importância da vacinação não está somente na proteção individual, mas também porque ela evita a propagação em massa de doenças que podem levar à morte ou a sequelas graves, comprometendo a qualidade de vida e de saúde da população em geral (DOMINGUES, 2021).

Para Castro (2021) os resultados das pesquisas mais avançadas indicam potencial imunizante animador, sobretudo na prevenção de quadros clínicos graves, que pressionam fortemente os sistemas de saúde e, muitas vezes, vitimam irremediavelmente os assim acometidos. Isso enfatiza o observado nos boletins analisados do município de Palmas (Gráfico 1) que houve uma redução discreta com a queda da letalidade dos pacientes acometidos que coincidiu com o período da vacinação, contudo os casos notificados não tiveram redução, o que infere que a taxa de imunização é inversamente proporcional a taxa de letalidade, não refletindo na taxa de transmissão ou ocupação de leito hospitalar. 

Apesar de evidências refletirem uma queda na letalidade como reflexo positivo à vacinação, observou-se um atraso na aquisição/distribuição dos imunizantes no Brasil. E assim, mesmo diante de uma potencial ferramenta para o controle da COVID-19 muitos foram os percalços para se ter a cobertura de imunização da população conforme descreve Castro (2021):

Vemos a cada dia um conjunto interminável de problemas causados ou não adotados pelo governo federal: ausência de um planejamento nacional detalhado e coordenado para as vacinações; atrasos na contratação de empresas para produção de seringas e agulhas; inépcia nas negociações com laboratórios fabricantes de vacinas para abastecimento do SUS e incidentes diplomáticos com lideranças de países onde estão sendo produzidos vacinas e insumos são apenas alguns dos percalços que temos enfrentado para a disponibilização de vacinas no Brasil (CASTRO, 2021, p.5)

Cerca de 80% dos pacientes com COVID-19 podem ser assintomáticos e cerca de 20% dos casos podem exigir atendimento hospitalar (BRASIL, 2020c), assim sua letalidade varia também conforme a faixa etária e condições clínicas associadas (BRASIL, 2020c). Diante do exposto observa-se que o Programa Nacional de Imunização (PNI) realiza uma vigilânicia das coberturas vacinais, com base na detecção e intervenção para gripos de risco. Dessa forma, o monitoramento das coberturas vacinais (CV) é uma atividade de rotina no âmbito da gestão do PNI no Ministério da Saúde (MS) e em grande parte das Secretarias Estaduais (SES) e Municipais de Saúde (SMS) (TEIXEIRA e ROCHA, 2010). 

Segundo dados epidemiológicos do Tocantins (INTEGRA SAÚDE, TOCANTINS) foram entregues a Palmas, capital do Estado, 682.053 doses, tendo sido aplicada na 1ª dose do imunizante 241.782, já na 2º dose 206.574. As vacinas de dose única foram aplicadas em 5.937 indivíduos, residentes na capital. O reforço foi administrado em 103.159 indivíduos. Esses valores refletiram uma cobertura de 86,25% dos palmenses. Por meio do Boletim Covid-19 Semanal Palmas Nº 762 de 14/03/2023, atual, encontramos-nos na 53ª semana epidemiológica e o último caso de óbito neste ano ocorreu na semana 7, com apenas um caso notificado (Gráfico 4).

Gráfico 4 – Número de óbitos com menção covid-19 por data do falecimento por ano e sua semana epidemiológica, em moradores de Palmas-TO, 2020-2023.

Fonte: Imuno Palmas-TO, 11/03/2023 às 23h59min (Adaptado)

Destarte os Boletins Epidemiológicos do município de Palmas, do período de Julho de 2021 a Dezembro de 2021, apresentam informações a respeito da cobertura vacinal dividida em 16 grupos, sendo eles: trabalhadores da saúde, idosos, idosos em instituições de longa permanência, pessoas com comorbidades, gestantes e puérperas, forças de segurança e salvamento, quilombolas, trabalhadores da educação, população acima de 38 anos de idade, trabalhadores do setor aéreo, caminhoneiros, trabalhadores do transporte coletivo, limpeza urbana, pessoas em situação de rua, pessoas privadas de liberdade e setor industrial.

Através do Gráfico 5, nota-se que a maior parte das vacinas aplicadas inicialmente foram destinadas ao grupo de pessoas acima de 38 anos de idade, idosos em geral, pessoas com comorbidades e trabalhadores da área da saúde, sendo destinada 50%, 16%, 12% e 12% das doses respectivamente aos grupos citados. Estudo ecológico realizado no Brasil de 1980 a 2000, utilizando dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) referente à população idosa, demonstrou que após a introdução da vacinação notou-se uma tendência ao declínio dos indicadores de mortalidade (BÔS e MIRANDOLA, 2013).

Gráfico 5 – Distribuição vacinal do município de Palmas – TO por grupo de Julho/2021 – Dezembro/2021

A partir da imunização dos grupos prioritários conforme o Plano Municipal de Vacinação no enfrentamento do COVID-19, os Boletins Epidemiológicos a partir de 2022 passaram a trazer a subdivisão dos grupos a partir de faixa etária, sendo: população entre 03 a 11 anos de idade, 12 a 17 anos de idade e maiores de 18 anos de idade (Gráfico 6).

Gráfico 6 – Distribuição vacinal do município de Palmas-TO por grupo a partir de 2022

De acordo com o Boletim Epidemiológico número 752, publicado em 27 de dezembro de 2022, foram aplicadas 577.675,00 doses de vacinas, sendo 4% destinadas ao grupo de pessoas entre 03 a 11 anos de idade, 8% destinadas ao grupo de pessoas entre 12 a 17 anos de idade e 88% destinadas ao grupo de pessoas maiores de 18 anos de idade, conforme Gráfico 7.

Gráfico 7 – Percentagem de doses aplicadas no município de Palmas – TO, 2022

Em relação a População Total Estimada do município as campanhas de vacinação atingiram aproximadamente 77%, 68%, 29%, 8% e 2% dos habitantes para aplicação da 1° Dose, 2° Dose, 3° Dose, 4° Dose e Dose adicional. No atual momento Palmas encontra-se com 17.38% na relação incidência x óbito, com uma letalidade de 0,82%, com um total de casos no sexo masculino de 39150 e feminino de 50094, com um montante de 89244 casos notificados (INTEGRA SAÚDE, TOCANTINS). No boletim epidemiológico nº 762 fecha-se com um total de 594.669 doses de imunizantes contra a COVID-19 aplicadas em Palmas- TO. 

4 CONCLUSÃO

Este estudo trouxe uma análise epidemiológica dos pacientes que contraíram a COVID-19 de forma detalhada e explicativa, a qual mostrou as principais variantes e suas particularidades na relação da letalidade com a vacinação a partir de boletins epidemiológicos do município de Palmas, Tocantins. Mesmo não sendo possível inferir que o uso de imunizantes foi o responsável pela redução da letalidade, o fato deste estar incluído nas ações de saúde ocasionaram uma oscilação negativa dos números de casos de óbitos, ou seja, redução destes. Contudo manteve-se positiva o número de casos, corroborando com a análise de que mesmo com a presença de ações de imunização a transmissibilidade permanece, contudo com menos potencial letal para aqueles que adquiriram a doença. 

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1Graduando em Medicina
Instituição: Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC/Palmas)
Endereço: Conj. 02 – ACSU SO 70, Rua NS 1, Lote 3, Palmas – TO, CEP: 77017-004
E-mail: 1996danielrodrigues@gmail.com
2Graduando em Medicina
Instituição: Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC/Palmas)
Endereço: Conj. 02 – ACSU SO 70, Rua NS 1, Lote 3, Palmas – TO, CEP: 77017-004
E-mail: jcasf95@gmail.com
3Graduando em Medicina
Instituição: Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC/Palmas)
Endereço: Conj. 02 – ACSU SO 70, Rua NS 1, Lote 3, Palmas – TO, CEP: 77017-004
E-mail: pbfelicidademais@gmail.com
4Graduando em Medicina
Instituição: Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC/Palmas)
Endereço: Conj. 02 – ACSU SO 70, Rua NS 1, Lote 3, Palmas – TO, CEP: 77017-004
E-mail: paulo_henriikee@hotmail.com
5Professor e Doutor
Instituição: Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC/Palmas)
Endereço: Conj. 02 – ACSU SO 70, Rua NS 1, Lote 3, Palmas – TO, CEP: 77017-004
E-mail: ronyereo@gmail.com